Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sábado, 5 de setembro de 2009

Luciano Pavarotti


12/10/1935, Modena, Itália 06/09/ 2007, Modena, Itália

Dono de uma voz inconfundível e de uma figura carismática, o tenor italiano Luciano Pavarotti conquistou multidões e ganhou respeito internacional. Apresentou-se não apenas ao lado de grandes tenores como Plácido Domingo e José Carreras, mas de astros pop como Bono Vox da banda irlandesa U2. No Brasil, fez parceria com Roberto Carlos.Filho de um padeiro, Pavarotti nasceu na cidade de Modena. Interessava-se tanto pela música como pelo futebol, mas o primeiro lugar em um concurso de canto o levou a escolher a carreira que o tornou célebre.


O tenor fez sua estréia em La Bohème, de Puccini, em Reggio Emilia, na Itália, em 1961. Em Milão, em 1966 estreou no Teatro alla Scala com La bohème. A sua consagração nos Estados Unidos veio quando interpretou Toni em La Fille du Regiment, de Donizetti, no Metropolitan Opera, em Nova York, em 1972.No início da década de 1980, lançou The Pavarotti International Voice Competition para jovens cantores, concurso que manteve no decorrer dos anos.


Junto com os amigos Plácido Domingo e José Carreras formou os Três Tenores, trio que se apresentou em mais de 30 concertos de 1990 a 2003. Eles cantaram juntos em quatro partidas finais da Copa do Mundo, em Roma (1990), Los Angeles (1994), Paris (1998) e Yokohama (2002).


Às vezes criticado por seus megaconcertos, apresentou-se no Hyde Park em Londres e no Central Park de Nova York onde foi ouvido por mais de 500.000 pessoas. Pavarotti tem duas entradas no livro dos recordes: o maior número de chamadas ao palco - 165 - e o álbum de música clássica mais vendido - In Concert de Os Três Tenores.







Sua última turnê foi em 2004, aos 69 anos. Em 10 de Fevereiro de 2006, Pavarotti cantou "Nessun Dorma" na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006 em Turim. Em julho do mesmo ano descobriu um tumor no pâncreas e anunciou que pretendia voltar a se apresentar em 2007.

Pavarotti se casou pela primeira vez em 1960 com Ardua Veroni, mãe de três de suas filhas e de quem se divorciou em 1995.

Em 2003, teve uma quarta filha, Alicia, com sua nova companheira, Nicoleta Mantovani, trinta anos mais nova. Eles se casaram em dezembro do mesmo ano.

O tenor faleceu aos 71 anos deixando quatro filhas e uma fortuna de mais de 200 milhões de euros.
Fonte:http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u808.jhtm
Imagens: Sites variados da Internet


http://www.youtube.com/watch?v=VATmgtmR5o4
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"Quases" - Por Claude Bloc


Se eu forçasse a memória, me sairia dela mais do que quero lembrar. Muitas vezes nem preciso é. Basta passarem-se os dias: um dia qualquer de setembro, de outubro ou de novembro. Dias em que me sinto despreparada para lidar com o acaso, porque o ano começou a tanto tempo que já não o estou mais esperando. Fico então me conformando com o mínimo e disso passo a tirar uma série de conclusões amarrotadas.

Digo pra mim mesma que dói às vezes esse sintoma, que não há mais vontade de senti-lo, mas a coisa é maior que a vontade. Entro, então, nesse mar perigoso até onde dá pé, enroscando-me entre os lençóis espumantes das ondas, afundando entre as fronhas das marés, até quase me afogar em outubro de tanto esperar chegar à praia e à luz. Fico a espreitar o vento para que ele me embale em suas vestes enquanto espero pelo sim, pela vida que se perpetua nessas águas, em meu silêncio.

E setembro passa. E volta a noção do desperdício. Do tempo cheiroso em que as lembranças se deitavam todas as noites à espera de um mero sinal, de um acorde, da têmpera do tempo que parecia desfiar-se sem retorno por uma eternidade.

Setembro passa. Lavo meus pés em água mansa. A vida inteira num minuto. E vou aos poucos desfazendo meus “quases” nessa fração de tempo em que deixei meus versos escorrerem. Quase agora. Quase sempre.
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Texto e foto por Claude Bloc
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A imagem da Mãe do Belo Amor - por Armando Rafael




A história da mais antiga imagem da Virgem Maria venerada no Cariri

A imagem da Mãe do Belo Amor, pequena escultura de madeira, medindo cerca de 40 centímetros, é venerada, desde os primórdios da Missão do Miranda – origem da cidade de Crato – que data do segundo quartel do século XVIII.

Não existem documentos sobre a origem da imagem da Mãe do Belo Amor. Também não se sabe, ao certo, se essa pequena escultura já se encontrava no Sul do Ceará, antes de 1740, ano da chegada de Frei Carlos Maria de Ferrara, para catequizar os índios Cariris, quando fundou a Missão do Miranda, embrião da cidade do Crato.



Ressalte-se que, antes da chegada do frade, já tinha o Vale do Cariri certa densidade demográfica, embora não possuísse ainda nenhum aldeamento ou povoado considerável, o que só veio a se formar após 1740. Daí ser possível que a imagem da Mãe do Belo Amor já se encontrasse no Vale do Cariri, antes da vinda do fundador do Crato. Presume-se, pois, que até 1745 esta pequena imagem foi venerada na humilde capela de taipa, coberta de palha, construída por Frei Carlos, isto é, até a chegada da segunda imagem que seria venerada como Padroeira do Crato.


Esta estátua sempre foi aureolada por muitos fatos pitorescos e lendários. Monsenhor Rubens Gondim Lóssio, escrevendo sobre esta representação da Virgem Maria, em trabalho publicado na revista Itaytera, afirmou: “Herdada dos ancestrais indígenas, existia uma pequena imagem da assim chamada Nossa Senhora do Belo Amor, de todos venerada”.

Não nos foi possível apurar as razões que levaram Monsenhor Rubens a concluir que a imagenzinha da Mãe do Belo Amor fora herdada dos indígenas, primeiros habitantes do Vale do Cariri. Entretanto, no artigo já citado, ele menciona um fato que merece transcrição. Na segunda metade do século XX, um conhecido e respeitado ancião cratense, o Sr. José da Silva Pereira, secretário do Apostolado da Oração de Crato, escreveu ao então vigário da Catedral, Monsenhor Francisco de Assis Feitosa, um documento, do qual extraímos o texto a seguir transcrito:
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Há na nossa Catedral três imagens que representam nossa padroeira, Nossa Senhora da Penha. O que vou narrar nestas linhas se refere somente à primeira, que é a menor das 3, esculpida em madeira, como as duas últimas. Trata-se de uma bela imagem que honra a arte antiga e a habilidade de quem a preparou. Segundo dizem os antigos, ela tem para mais de duzentos anos, mas nada deixa a desejar às que se fazem atualmente. Pertencendo ao número das imagens aparecidas, ela tem também a sua lenda bastante retocada de suave poesia. Conta-se que fora encontrada em poder dos índios (sem dúvida os Cariris), passando às mãos de pessoa civilizada. Aqui toma vulto a lenda que gira em torno do seu nome, pois afirmava que, repetidas vezes, ela voltara ao cimo de pedra onde os indígenas a veneravam.
Este fato miraculoso deu lugar à fundação da Capela, onde hoje é a nossa Catedral, naquele mesmo sítio, tão profundamente respeitado. Quanto à idade que lhe atribuem, provam-na os documentos referentes à fundação da povoação hoje transformada nesta importante Cidade do Crato.Para mais corroborar o misticismo que a tradição empresta à nossa querida santa, ocorre que a mesma desapareceu de nossa igreja há mais de cinqüenta anos, voltando agora aos seus penates, onde está sendo venerada por grande numero de fiéis.
Os antigos deram-lhe o nome de “Belo Amor”, o que prova a piedade filial dos nossos antepassados. Respeitemos o passado, sua história, suas tradições e suas lendas, que nos falam sempre daqueles que abriram caminho a nossa vida. (LÓSSIO, 1961: 47).


A imagem da Mãe do Belo Amor encontra-se em perfeito estado de conservação e está guardada - por segurança - em cofre na casa paroquial. Ela foi restaurada em 2005, no atelier dos Arautos do Evangelho, em São Paulo, por sugestão do missionário cratense, Cícero Sobreira de Sousa, com a devida permissão de Dom Fernando Panico. Existe um plano de construção de um nicho - com vidro blindado - para expô-la na Catedral de N. Sra.da Penha, dentro das comemorações do centenário de criação da diocese de Crato, a ocorrer em 2014.

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Texto e postagem de Armando Lopes Rafael
Foto de Jackson Bantim (Bola)
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Cantando um sucesso de Zé Nilton Figueirêdo- Via Crucis ( pelas ruas do Crato)

Via Crucis



Desceu pelo rabo da gata
vinha lá do cafundó
Aí pensou em Chico Curto
Anduiá e Pangaré
Embriagado de passado
sentou na Praça da Sé

Aí lembrou de Antonieta
lembrou de quanto teve amor
E um pouco de felicidade
na cidade que passou

Pelo Beco do Padre Lauro deu na Ponte São José
Aí falou de Chico Curto, Anduiá e pangaré
Sua cabeça na lembrança, vai na bola e faz o gol

Aí rolou pela sarjeta e acordou mais Zé ninguém
"Não foi meu chapa essa cachaça
é que lembrar não me faz bem"

Aí subiu o Seminário
boas e poucas aprontou
gastou metade do salário
No samba de Dona Dodô

Aí desceu pelas cacimbas
pra saber do seu milhar
O bamba manco lá da banca
Esqueceu-se de marcar
e foi aquele bate-boca
e muito rolo pelo chão

Aí se viu numa mutreta
logo tratou de dar no pé
quando chegou na batateira
você sabe como é...

O Belchior foi disparando
pulou o muro do bordel
já ia quase se safando
mas seu destino foi cruel

Entrou debaixo da carreta
morreu o pobre jogador
Eu conheci quando menino
Esse grande goleador
.
* A Melodia é demais. Uma pena que eu não a encontrei no yootoube, mas tenho o CD comigo.

(Nota de Socorro Moreira )
..

Poema e Xilogravura de João Nicodemos







Se a vida é uma viagem
do berço à cova
da fralda à mortalha,
bom mesmo é estar viajando
por mais que pese a cangalha
João Nicodemos

Gérberas - Socorro Moreira


(Para um casal de amigos)


Um dia nos chegamos
assustados, hesitantes
dançamos todas as valsas
afora , o tempo e as lembranças.

Sem dizer, e sem fazer
casávamos em pensamento
Bilhete de amor guardado
soneto de amor molhado
nas plumas do travesseiro.

Um dia a carta era verso
e o anverso foi distante
perdeu-se numa estrada,
incendiou-se num canto

Estrada de muitas curvas ,
com montes e matagais
cresceram heras e ervas
cresceram dores,quimeras
E no enlevo do amor
Duas gérberas floresceram

Outro dia ,
uma luz nos salvou
era tarde
era dia, e
tudo se renovou.



Deixe a Porta Encostada. - Por Liduina Vilar

O sol necessita entrar,
a brisa, uma ou outra borboleta
fugaz, quem sabe até um
pequeno pintassilgo venha adentrar...

Deixando a porta entreaberta,
as chances das energias positivas
e dos bons sentimentos
terão todas as condições de
de fininho penetrarem.

De fininho também passará
por esta porta o amor, o desejo
o prazer total, os olhares,
os toques, o que há de mais
íntimo entre os povos.

E a esperança, o otimismo,
a alegria, a gargalhada
também têm chance de entrar?
Sim. Eu ainda espero que você
empurre esta porta e silenciosamente
mas apaixonadamente passe por ela.

E de repente, entraremos num estado
de cumplicidade e enamoramento
que englobará corpo, alma e mente.
Bem parecido com o encantamento
de quem atinge o processo de
vivenciar o Nirvana ou quem chega
neste estado espiritual.


Observação complementar:

Esta porta a que me refiro, pode ser a minha; mas com certeza poderá ser a sua!

Um poema de Adélia Prado




Eu te amo, homem, hoje como
toda vida quis e não sabia,
eu que já amava de extremoso amor
o peixe, a mala velha, o papel de seda e os riscos
de bordado, onde tem
o desenho cômico de um peixe — os
lábios carnudos como os de uma negra.
Divago, quando o que quero é só dizer
te amo. Teço as curvas, as mistas
e as quebradas, industriosa como abelha,
alegrinha como florinha amarela, desejando
as finuras, violoncelo, violino, menestrel
e fazendo o que sei, o ouvido no teu peito
pra escutar o que bate. Eu te amo, homem, amo
o teu coração, o que é, a carne de que é feito,
amo sua matéria, fauna e flora,
seu poder de perecer, as aparas de tuas unhas
perdidas nas casas que habitamos, os fios
de tua barba. Esmero. Pego tua mão, me afasto, viajo
pra ter saudade, me calo, falo em latim pra requintar meu gosto:
“Dize-me, ó amado da minha alma, onde apascentas
o teu gado, onde repousas ao meio-dia, para que eu não
ande vagueando atrás dos rebanhos de teus companheiros”.
Aprendo. Te aprendo, homem. O que a memória ama
fica eterno. Te amo com a memória, imperecível.
Te alinho junto das coisas que falam
uma coisa só: Deus é amor. Você me espicaça como
o desenho do peixe da guarnição de cozinha, você me guarnece,
tira de mim o ar desnudo, me faz bonita
de olhar-me, me dá uma tarefa, me emprega,
me dá um filho, comida, enche minhas mãos.
Eu te amo, homem, exatamente como amo o que
acontece quando escuto oboé. Meu coração vai desdobrando
os panos, se alargando aquecido, dando
a volta ao mundo, estalando os dedos pra pessoa e bicho.
Amo até a barata, quando descubro que assim te amo,
o que não queria dizer amo também, o piolho. Assim,
te amo do modo mais natural, vero-romântico,
homem meu, particular homem universal.
Tudo que não é mulher está em ti, maravilha.
Como grande senhora vou te amar, os alvos linhos,
a luz na cabeceira, o abajur de prata;
como criada ama, vou te amar, o delicioso amor:
com água tépida, toalha seca e sabonete cheiroso,
me abaixo e lavo teus pés, o dorso e a planta deles
eu beijo.

O texto acima foi extraído do livro “Poesia Reunida”,

Editora Siciliano – São Paulo, 1991, pág.99.

Margem - Por Claude Bloc


Desnudo-me na poesia
Exponho minhas penas
Mesmo que eu não seja
Esse verso pelo avesso,
controverso
Sou hera noutra hora
Sou era, neste tempo
E o tempo em fuga
É fugaz

E passo a fundir-me em outras eras
A (des)aparecer ao encontrar-me
Para antes ou depois verter-me
Tal qual orvalho ou a seiva derradeira

Desnudo-me diante
Do mundo dos ausentes
Onde somente eu estou e tu estás.
Dispo-me do tempo
Para que fluas
Sempre à margem dos meus sonhos
Para que neles queiras ficar.

Texto e foto por Claude Bloc

Os Padres da Sagrada Família - Por : Socorro Moreira

Pe .Francisco Xavier Nierhoff foi o primeiro vigário da Paróquia de S.Vicente Férrer, desmembrada da Penha, em fevereiro de 1943.
Justo nessa época , minha mãe , aos 14 anos ,acabava de chegar no Crato , vinda das brenhas do Piauí , para estudar na casa dos avós.
Depois da família , o primeiro grupo social do seu convívio foi a Igreja. Tornou-se filha de Maria , e escolheu o Pe. Xavier como o seu orientador espiritual.
Pe. Xavier fez o seu casamento, e o meu batizado. Teria sido o meu padrinho de batismo se, na época , fosse permitida ao clero tal responsa.
Quando nasci , em agosto de 1951, O Pe. Xavier já era o "Prefeito" do Seminário da Sagrada Família. Conta a minha mãe ( e eu tenho uma vaga lembrança) , que no dia em que dei os primeiros passos , ela levou-me ao seminário , e soltou-me para que eu fosse ao encontro do Pe.Xavier.
Cresci , enxergando no Pe. Xavier , uma pessoa da minha família. Visitávamos o seu refúgio nas festas de aniversário , e em todas as datas significativas.
Em 1964 ele foi transferido para o Seminário da Sagrada Família em Carpina-Pe. Até lá , visitei-o algumas vezes. De Carpina, foi nomeado Bisbo de Floresta (PE) .
Faleceu em 1988.
Até hoje faz parte da nossa memória afetiva.
Na época em que morou no Crato , trouxe da Alemanha uma irmã , que assumiu a cozinha do Seminário.
-Minha saudosa Dona Hilda.
Ela e a minha mãe se tornaram como irmãs.Todas às segundas-feiras , almoçava com a gente, porque era o dia em que fazia a feira de frutas e legumes do Colégio.
Com essa estreita convivência , conheci todos os padres, e seminaristas do Sagrada Família.
Incrível como a memória do José do Vale foi fiel às discrições.
Nas paralelas , enquanto paroquianos de S.Vicente , convivíamos com o Pe. Frederico , vigário sucessor do Pe.Xavier.Estudei meus primeiros anos ,no educandário , cuja direção dividia com Dona Anilda Arraes e Dona Alda. Muitos da minha geração viveram a mesma história .
Aquele Padre gorducho e bonachão tinha uma vitalidade e energia sem tamanho.Jogava balas pra meninada no recreio, puxava as nossas orelhas, cantava nas missas aos domingos... Famosa, a missa de 9 h , na Igreja de S.Vicente com o Pe. Frederico. Cantorias e sermões, em bons tons !De qualidade empreendedora ,incendiava a festa do padroeiro com quermesses, bingos , procissóes.Ninguém se colocava à margem. Íamos todas as noites prestigiar o evento. Geladeira à querosene . Pó de serra para manter o gelo... Era assim !
A renda da festa era aplicada na melhoria das intalações da igreja , e em obras sociais. O povo achava o dinheiro de volta, porisso ajudava com o maior prazer, sem fanatismo religioso.
Foi autoridade política e religiosa da maior competência .
- O Crato nem pode deixar de reconhecer.
Os dois já se foram.
Os dois permanecem..
Nomes gravados , independente do nosso credo.
A força espiritual fez seu alicerce !


"Uma curiosidade sobre a passagem de Dom Xavier , como Bispo de Floresta :

A História não se faz num dia. Os fatos, com o passar do tempo, muitas vezes podem ser melhor esclarecidos.Pensava eu — como muitos florestanos — que o ex-deputado Antônio Cavalcanti Novaes havia sido o primeiro proprietário do Ginásio “Padre Cláudio Novaes”.
verdade, aquele inteligente político não era proprietário do conceituado ginásio, fundado e posto a funcionar na segunda metade da década de 1950.
Deve-se esclarecer que o Ginásio “Padre Cláudio” (este era o seu primitivo nome) não pertencia a uma pessoa física e sim a uma sociedade beneficente, da qual faziam parte diversos personagens, entre os quais o Sr. Antônio Cavalcanti Novaes.
Este foi, não há dúvida, o responsável, o criador, o impulsionador, o fundador do educandário que tanto benefício trouxe aos jovens e à sociedade florestana.
Mas não era seu proprietário.Na condição de político influente, e tendo o irmão Manoel Cavalcanti Novaes como deputado federal pela Bahia, Toinho conseguia do governo as verbas necessárias ao funcionamento do Ginásio, num trabalho que não pode deixar de ser reconhecido pelos florestanos.
Já em pleno funcionamento, e quando os professores dedicavam-se a levar o melhor ensino à juventude florestana, foi acrescentada a palavra NOVAES ao nome do Ginásio.
O primitivo nome sugeria a imparcialidade política.
Assumindo a Diocese de Floresta, o bispo D. Francisco Xavier logo comprou o Ginásio “Padre Cláudio Novaes”.
Iniciava-se, naquele momento, uma nova administração. O número de alunos aumentou, registrando-se a presença de membros da família Ferraz que, até então, mantinham-se distanciados daquele Ginásio.
Era o meu caso.A Diocese de Floresta — segundo proprietário do Ginásio — recebeu um educandário cheio de dívidas trabalhistas e fiscais.
D. Francisco preocupou-se. Buscou soluções. A sua pobre diocese não poderia arcar com todas aquelas desepsas. Precisava de uma saída.Foi mantido contato com autoridades, no Recife. Foi-se à Secretaria da Educação. Parecia não haver solução. Para que aquela escola pudesse continuar funcionando, as dívidas tinham que ser pagas.Um alto funcionário da Secretaria deu então a sugestão: por que não trocam o nome do ginásio?
Fecha-se um e abre-se outro, com um novo nome e livre de todas as dívidas. Era a solução, hoje adotada, abertamente, por diversas empresas, quando atoladas em dívidas.
O bispo, ao ouvir aquela idéia, ficou pensativo. Mas não viu outra saída. Sugestão dada, sugestão acatada. E o “novo” ginásio passou a chamar-se Colégio Diocesano.
Justiça se faça. Esse foi o real motivo que levou D. Francisco Xavier a mudar o nome do Ginásio. Não foi, como quis demonstrar um autor florestano, “quase por inveja, enganando a boa fé do proprietário” que o bispo de Floresta mudou a denominação do Ginásio “Padre Cláudio Novaes”.
Como disse, a História não se faz num dia. "

Zé Liberato

P.S. Dona Hilda , irmã de Pe. Xavier , faleceu em Floresta nesse ano de 2009. Em tempo algum perdeu o contato com a minha mãe.
Guardamos essas saudades !

Socorro Moreira

O Corvo - Edgar Allan Poe

O Corvo - Edgar Allan Poe


Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais
-Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais
-Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.

Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais.
"Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".

A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!

Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!

Tradução de Fernando Pessoa**

AGORA É SOMENTE VOCÊ!


Bernardo Melgaço da Silva
Antes era o outro o calhorda
Antes era o outro o idiota
Antes era o outro o mestre do besteirol
Antes era o outro o santo imbecil
Antes era o outro o "amigo-traidor"
Antes era o outro o policial da liberdade
Antes era o outro o de mente hipócrita
Antes era somente o outro

Agora é somente VOCÊ!

O que fazer?

Na vida têm o antes e o depois
Na vida tem a vitória e depois a ilusão
Na vida tem a mudança do SER
Agora é somente você em você

O que fazer?

Na vida tem a fábula dos contos
Na vida tem a história dos romances
Na vida tem o drama de VIVER
Agora é somente você em você

O que espera fazer?

Na vida tem a vitória da conquista
Na vida tem a revelação da verdade
Na vida tem a morte do SER
Agora é somente você em você

O que pretende fazer?

Na vida têm as glórias da fama
Na vida tem a penúria da miséria
Na vida tem a verdade do VER
Agora é somente você em você

O que imagina fazer?

Na vida têm as mentiras dos falsos sábios
Na vida tem a face oculta do ser
Na vida tem a consciência do DIZER
Agora é somente você em você

O que deseja fazer?
Na vida têm a ida e a volta
Na vida têm a ação e a reação
Na vida têm a ofensa e o PERDÃO
Agora é você em você

O que deixará de fazer?

Na vida tem o desejo de viver
Na vida tem o perigo de ser
Na vida tem o encontro no MORRER
Agora é você que vê o outro em você

O que evitará fazer?

Não dá para fugir
Não dá para se esconder
Não dá para não se envolver

Desculpe meu amigo
Esse é o meu drama que um dia você também vai ter que viver

Não é algo que possa se desfazer
Não é uma roupa que se possa retirar
Não é um sapato que se possa descalçar
Não é um dente que se possa arrancar

Diga-me quando isso acontecer com você: o que você vai fazer?

Você não vai conseguir mentir
Você não vai conseguir deixar de sentir
Diga-me como eu e você devemos agir

Eu sei que vou plantar uma árvore do perdão
E os frutos te darei em louvor
Como prova da minha e tua salvação
Espero que possas me entender
A dor que sinto é profunda
Que penetra as entranhas do meu coração
Dá vontade de largar tudo e somente levar o meu ser
Mais isso eu também não posso fazer

O mundo sou eu

Enquanto a visão EU SOU

Nessa situação me diga sábio irmão o que devo fazer?

Se nessa vida não temos tempo para morrer
Me aceite que eu te aceito
Me dá que eu te dou
Me perdoe que eu te perdoo
Pois na vida somente temos tempo para APRENDER
Eu aprendo me olhando você
E você se espelha em mim em você

Estendo a minha mão
Numa cósmica compaixão
Para uma verdadeira união

A vida é o VERBO
E o verbo é o dizer
E nesse DIZER eu crio você
Você nasce e eu "morro"
Você morre e eu volto a nascer

Nesse ritmo "dilêmico" não temos tempo para sofrer
Saia dessa dor tamanha
E venha comigo viver
Vou me esforçar para sair dessa dor tacanha
Pois o nosso Deus-Pai já nos perdoou
Ele já viu que isso é pura manha

Vamos de fato viver
Num novo modo de ser?

Agora sou eu em você!

obs.: Dedico essa reflexão a todas as pessoas que inconscientemente magoei, ofendi ou desmereci. QUE DEUS NOS PERDOE!

Millôr Fernandes - Por Ele mesmo


(Autobiografia De Mim Mesmo À Maneira De Mim Próprio)

"E lá vou eu de novo, sem freio nem pára-quedas. Saiam da frente, ou debaixo que, se não estou radioativo, muito menos estou radiopassivo. Quando me sentei para escrever vinha tão cheio de idéias que só me saíam gêmeas, as palavras — reco-reco, tatibitate, ronronar, coré-coré, tom-tom, rema-rema, tintim-por-tintim. Fui obrigado a tomar uma pílula anticoncepcional. Agora estou bem, já não dói nada. Quem é que sou eu? Ah, que posso dizer? Como me espanta! Já não fazem Millôres como antigamente! Nasci pequeno e cresci aos poucos. Primeiro me fizeram os meios e, depois, as pontas. Só muito tarde cheguei aos extremos. Cabeça, tronco e membros, eis tudo. E não me revolto. Fiz três revoluções, todas perdidas. A primeira contra Deus, e ele me venceu com um sórdido milagre. A segunda com o destino, e ele me bateu, deixando-me só com seu pior enredo. A terceira contra mim mesmo, e a mim me consumi, e vim parar aqui.”

”... Dou um boi pra não entrar numa briga. Dou uma boiada pra sair dela....Aos quinze (anos) já era famoso em várias partes do mundo, todas elas no Brasil. Venho, em linha reta, de espanhóis e italianos. Dos espanhóis herdei a natural tentação do bravado, que já me levou a procurar colorir a vida com outras cores: céu feito de conhas de metal roxo e abóbora, mar todo vermelho, e mulheres azuis, verdes ciclames. Dos italianos que, tradicionalmente, dão para engraxates ou artistas, eu consegui conciliar as duas qualidades, emprestando um brilho novo ao humor nativo. Posso dizer que todo o País já riu de mim, embora poucos tenham rido do que é meu.”

”Sou um crente, pois creio firmemente na descrença. ...Creio que a terra é chata. Procuro não sê-lo. ...Tudo o que não sei sempre ignorei sozinho. Nunca ninguém me ensinou a pensar, a escrever ou a desenhar, coisa que se percebe facilmente, examinando qualquer dos meus trabalhos.”

”A esta altura da vida, além de descendente e vivo, sou, também, antepassado. É bem verdade que, como Adão e Eva, depois de comerem a maçã, não registraram a idéia, daí em diante qualquer imbecil se achou no direito de fazer o mesmo. Só posso dizer, em abono meu, que ao repetir o Senhor, eu me empreguei a fundo. Em suma: um humorista nato. Muita gente, eu sei, preferiria que eu fosse um humorista morto, mas isso virá a seu tempo. Eles não perdem por esperar.”·

Ainda em 1968 escreve o texto do show “Momento 68”, promovido pela empresa Rhodia, que contou com a participação de Caetano Veloso, Walmor Chagas e Lennie Dale, entre outros.

No ano seguinte, participa do grupo fundador de “O Pasquim”.

Fernanda Montenegro estrela “Computa, computador, computa”, no Teatro Santa Rosa, no Rio, em 1972. Lança o livro “Esta é a verdadeira história do Paraíso” e também “Trinta anos de mim mesmo”, numa sessão de autógrafos denominada “Noite da contra-incultura”.

Em 1975, faz exposição de 25 quadros “em branco, mas com significado”, na Galeria Grafitti, no Rio.

No ano seguinte, escreve para Fernanda Montenegro a peça “É...”, que se tornou o grande sucesso teatral de Millôr ao ser encenada no Teatro Maison de France, no Rio.

Em 1977, realiza nova exposição de seus trabalhos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Adapta, no ano seguinte, para o formato de musical a peça “Deus lhe pague”, de Joracy Camargo, que contou com Bibi Ferreira na direção e com músicas de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. É homenageado pelo 5º Salão de Humor de Piracicaba (SP), mas “exige” que a honraria seja “para todos os humoristas na pessoa de Millôr Fernandes”. Em Brasília, para o Museu da Moeda, localizado no Banco Central do Brasil, produz quatro painéis que contam a
história do dinheiro.

Estréia no Teatro dos Quatro, Rio, a peça “Os órfãos de Jânio”, em 1980.

Publica “Desenhos”, uma compilação de seus trabalhos gráficos, com textos de apresentação de Pietro Maria Bardi e Antônio Houaiss, em 1981.

O ano de 1982 é de muito trabalho. O autor escreve e publica a peça “Duas tábuas e uma paixão”. Traduz a opereta “A viúva alegre”, de Franz Lear, apresentada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Tetê Medina monta “A eterna luta entre o homem e a mulher”, no Teatro Clara Nunes – Rio. Escreve a adaptação de “A chorus line”, encenado por Walter Clark. Estréia “Vidigal: Memórias de um sargento de milícias”. São dele, nessa peça, os cenários, figurinos e letras, musicadas por Carlos Lyra. Com Flávio Rangel, escreve e representa o espetáculo “O gesto, a festa, a mensagem”, na TV Record de São Paulo. Deixa a revista “Veja”.

Em 1983, é homenageado pela Escola de Samba Acadêmicos do Sossego, de Niterói (RJ). Millôr não comparece ao desfile. Passa a colaborar com a revista “Istoé”.

Lança “Poemas”, em 1984. Estréia o musical “O MPB4 e o dr. Çobral vão em busca do mal”.

No ano seguinte, colabora com o Jornal do Brasil. Lança o “Diário da Nova República”. É montada a peça “Flávia, cabeça, tronco e membros” no Teatro Ginástico – Rio.

Passa a usar o computador para escrever e desenhar, em 1986. Escreve, com Geraldo Carneiro e Gilvan Pereira, o roteiro do filme “O judeu”, dirigido por Jom Tob Azulay, baseado na vida de António José da Silva. Rodado em Portugal, só seria concluído em 1995.

”L’anné 82 au Brésil: le regard critique de Millôr Fernandes” (O ano de 82 no Brasil: o olhar crítico de Millôr Fernandes), é o tema de tese de doutoramento de Françoise Duprat na Universidade de Toulouse-Le Mirail II, França, em 1987.

No ano seguinte, lança “The cow went to the swamp / A vaca foi para o brejo”. Na Universidade de São Paulo (USP), Branca Granatic defende, na dissertação de mestrado, “Os recursos humorísticos de Millôr Fernandes”.

Em 1990, nasce seu neto, Gabriel, filho de Ivan.

Deixa a revista “Istoé” e o Jornal do Brasil, em 1992.

No ano de 1994, lança “Millôr definitivo — A bíblia do caos”.

Escreve a peça “Kaos”, Adapta para a Rede Globo “Memórias de um sargento de milícias”. A partir de um argumento de Walter Salles, escreve o roteiro “Últimos diálogos”, em 1995.

Em 1996, passa a colaborar nos jornais “O Dia” (RJ), “O Estado de São Paulo” (SP) e “Correio Braziliense” (DF). Neste último, trabalharia somente até o fim do ano.

Em 1998, em parceria com Geraldo Carneiro e Jom Tob Azulay, assina o roteiro de “Mátria”.

No ano seguinte, começa a adaptar “Os três mosqueteiros”, de Dumas, para o formato de musical, trabalho que não chegou a ser concluído.

Em 2000, escreve o roteiro de “Brasil! Outros 500 — Uma PoopÓpera”, que teve sua estréia no Teatro Municipal de São Paulo. O espetáculo contava com músicas de Toquinho e Paulo César Pinheiro e arranjos de Wagner Tiso. Deixa de colaborar com “O Estado de São Paulo” e “O Dia”. Passa a colaborar com coluna semanal na “Folha de São Paulo”. Lança o site “Millôr On Line” (http://www.millor.com.br) .

No ano seguinte, deixa a “Folha de São Paulo” e volta ao “Jornal do Brasil”.

Em 2002, publica “Crítica da razão impura ou O primado da ignorância”, em que analisa as obras “Brejal dos Guajas e outras histórias”, de José Sarney, e “Dependência e desenvolvimento na América Latina, de Fernando Henrique Cardoso. Deixa de colaborar, em novembro, com o “Jornal do Brasil”.

Em 2003, ilustra “O menino”, volume de contos de João Uchoa Cavalcanti Netto, e faz cem desenhos para uma nova compilação das “Fábulas fabulosas”.

Em 2004, lança pela Editora Record, “Apresentações”.

Em meados de agosto de 2004 é anunciado seu retorno às folhas da revista semanal “Veja”, a partir de setembro daquele ano.

Tempos atrás um jornal publicou que Millôr estava todo cheio de si por ter recebido, em sua casa, uma carta de um leitor com o seguinte endereçamento:

"Millôr
Ipanema"

É a glória!


Texto extraído de livros do autor- Instituto Moreira Salles.

Piadas Machistas : A questão da formação imaginária nas produções de humor - Por: Carla Maluf Tomazella (UFSCar)

"ano de 1969 marca o surgimento simbólico da ciência conhecida como Análise do Discurso, com a publicação de duas obras, em terrenos franceses, que revolucionaram o cenário desta nova disciplina em ascensão: o número 13 da revista Langages intitulado “A Análise do Discurso”, difundido no âmbito das pesquisas realizadas pela Universidade de Nanterre, e a “Análise Automática do Discurso”, de Michel Pêcheux. Neste momento histórico todos os tipos de produções culturais e manifestações artísticas eram pensadas enquanto texto, na medida em que todas, sendo ela a pintura, a literatura, a escultura, a moda, por meio de seus textos verbais, imagéticos ou audiovisuais, tinham um propósito, eram engendradas segundo algumas condições de produção e produziam sentidos e significações diversas.

A disciplina em questão surge como uma teoria que tem por finalidade prover mecanismos de leitura destes textos, mais especificamente daqueles impregnados de um discurso político. A este respeito, Althusser, citado por Maingueneau, aponta para a redundância presente no termo “análise do discurso político”, já que, segundo o autor, “o discurso só é discurso se ligado a interesses políticos” (MAINGUENEAU, 1990, p.72). Neste sentido é possível afirmar que a Análise do Discurso pode ser aplicada à praticamente todos os tipos e gêneros textuais, uma vez que todos, tomados enquanto discurso e impregnados de ideologia, são, em maior ou menor intensidade, dotados de certo caráter político.

Bem como a grande maioria das ciências e filosofias surgidas na década de 60, a Análise do Discurso não logrou se dissociar dos três campos que permeavam as produções intelectuais na época, o materialismo ou marxismo, a psicanálise e o estruturalismo lingüístico. São de extrema importância os papéis desempenhados por Marx, Freud, Lacan e Z. Harris, bem como os de seus estudos e trabalhos, no contexto da Análise do Discurso. Assim sendo, no âmbito discursivo, o texto é resultado de um trabalho ideológico tal qual o sonho resulta de um labor psíquico no âmbito da psicanálise. A respeito da influência que estas três áreas exercem sobre a disciplina em questão, Maingueneau afirma que a Análise do Discurso “é a materialização de uma certa configuração do saber em que o mesmo termo ‘análise’ funciona ao mesmo tempo sobre os registros lingüístico, textual e psicanalítico” (MAINGUENEAU, 1990, p.69)

Diferentemente da filologia, que em uma visão simplista trata-se da ciência que se ocupa da língua primordialmente por um viés histórico e documentário, a Análise do Discurso se propõe a fugir de uma análise lingüística que se prenda basicamente a questões históricas e à estrutura dos textos, considerando, para tanto, outras “estruturas” postuladas por Michel Pêcheux, como os conceitos de “discurso”, “formação imaginária”, “formação discursiva”, “interdiscurso” e “heterogeneidade enunciativa”. Estes conceitos, que devem estar sempre atrelados em uma análise discursiva, de uma maneira generalizada, levam em conta a relação existente entre ideologia e linguagem, a inscrição da língua na história e o papel fundamental do sujeito na significação dos elementos que compõem a língua enquanto sistema.

O conceito de “formação imaginária” (ponto fundamental da disciplina “Análise do Discurso” que será mobilizado ao longo do presente artigo) desenvolvido por Pêcheux pressupõe outras três categorias (antecipação, relações de força e relações de sentido), através das quais este conceito é capaz de se manifestar no processo discursivo. A primeira destas categorias, a antecipação, aponta para a presença de um enunciador que idealiza uma figura mental (representação imaginária) de seu interlocutor e, por meio desta figura mental, determina as condições de produção das quais poderá se utilizar e quais serão suas estratégias discursivas. As relações de força no discurso são determinadas pelos lugares sociais ocupados pelos sujeitos enunciadores: aquele que ocupa o lugar social de maior prestígio e poder, detêm, ao menos em teoria, maior força no processo discursivo. Já as relações de sentido estabelecem interdiscursividades com outros textos, uma vez que os discursos estão em contato constante uns com os outros.

Portanto, o conceito de “formação imaginária” não se manifesta com base em sujeitos empíricos, mas sim apoiado em representações mentais do que possivelmente aquele interlocutor simbolizaria no mundo real, ou seja, quais suas funções neste mundo, qual o lugar social ocupado por este indivíduo, quais discursos ele já conhece ou desconhece. Este conceito, aliado às condições de produção do discurso, é quem determinada qual linguagem será utilizada, quais idéias estarão presentes, qual a intensidade e agressividade do discurso, já que todos estes fatores dependerão da imagem mental que o enunciador terá formado de seu interlocutor. A formação imaginária ocorre em ambos os lados: o emissor faz uma imagem do receptor que, por sua vez, também formará determinada opinião sobre o emissor.

Em todos os tipos e gêneros textuais o papel da “formação imaginária”, sem desconsiderar a importância dos outros conceitos que compõem a teoria de Pêcheux (como a interdiscursividade, formação discursiva, heterogeneidade enunciativa e ideologia) é decisivo e determinante para o sucesso do discurso, sobretudo no caso das piadas, material de análise do presente artigo. Sendo este um estudo de mecanismos de produção de humor permeada pelo viés da disciplina Análise do Discurso, mais especificamente de um ramo desta disciplina filiado a uma fundamentação teórica de Orientação Francesa, não se pode desconsiderar a imensa importância desempenhada também pelo conceito de “memória discursiva”.

Memória discursiva diz respeito aos enunciados presentes na memória e no imaginário dos indivíduos que partilham de uma mesma cultura que se atualizam no momento da enunciação. Este se relaciona com o conceito de interdiscursividade, que em linha gerais defende que todos os discursos são reproduções de outros discursos já existentes, produzidos anteriormente em outro tempo e espaço.

A respeito dos estudos que envolvem a análise de piadas, Possenti afirma que “a maioria das obras sobre o assunto versa sobre questões filosóficas, psicológicas e sociológicas, enquanto muito poucas referem-se aos aspectos lingüísticos envolvidos no humor” (1998, p.13). O presente artigo procura envolver em uma única análise não só aspectos filosóficos, psicológicos e sociológicos, exaustivamente já estudados, como assinala Possenti, mas também os lingüísticos e discursivos, considerando a influência e a finalidade de cada aspecto na produção do humor. Neste sentido, haverá uma tentativa de explicar tanto o “como” (pertencente ao campo lingüístico discursivo) quanto o “porquê” (inerente ao campo filosófico e sociológico) da produção de humor, não constituindo, dessa forma, uma análise puramente lingüística tampouco essencialmente filosófica, já que a dissociação destes campos não produziria o resultado pretendido.

A análise lingüística de piadas tem por finalidade explicar como estas funcionam (qual ou quais elementos lingüísticos torna engraçado algo que dito de outra forma não teria graça) e não o que elas significam. Ou seja, o simples fato de alguém afirmar que todas as loiras são burras não produziria humor, podendo até gerar reações negativas; ao passo que uma piada, a partir de uma combinação de elementos lingüísticos que apenas sugeriria a suposta burrice das loiras, e não a afirmaria explicitamente, poderia, em determinados casos e para determinadas pessoas, soar engraçado.

As três piadas selecionadas para análise, presentes em anexo e veiculadas no site “www.humortadela.com.br”, seguem uma única linha temática, estando presente em todas a problemática do machismo que reflete a situação atribuída à mulher em pleno século XXI e o discurso sem nenhum fundamento científico de que as loiras são burras.

O papel da memória discursiva na produção de humor, mais especificamente no caso das piadas que trazem a problemática machista das “loiras burras” é claro: o entendimento da piada depende diretamente do conhecimento prévio do ouvinte ou do leitor sobre o assunto. É necessário que ele tenha em sua memória discursiva o discurso já corrente na cultura brasileira de que toda loira é burra. Caso contrário, a piada não fará o menor sentido. A este respeito, Chiaro, citada por Possenti (1998, p.19), afirma que “se alguém não ‘sacar’ uma piada, isso se deve a uma certa quantidade de conhecimento não partilhado entre o falante e o ouvinte”. Neste caso, a piada deve referenciar algo que está presente na memória discursiva de apenas um dos interlocutores, produzindo humor exclusivamente para o que detém este certo conhecimento.

A questão da formação imaginária nas piadas que trazem esta problemática não é tão clara e necessita maiores análises. Partindo do pressuposto de que as piadas selecionadas são associadas a um discurso machista, poderíamos inferir que quem as conta e quem se diverte com elas seriam, conseqüentemente, indivíduos machistas. Neste sentido, ao contar qualquer uma destas três piadas, o enunciador provavelmente, após uma prévia análise, teria concluído que seu interlocutor, ainda que não fosse machista, também não se sentiria ofendido por este tema. Assim, é possível afirmar que a representação imaginária formada pelo enunciador a respeito de seu interlocutor, e vice-versa, seria: 1) machista ou passível em relação a temáticas machistas; 2) conhecedor do pensamento de senso-comum de que “toda loira é burra”; 3) possuidor de um senso de humor que o permitiria rir de uma situação na qual é degradada a imagem de um representante do sexo feminino (o que não o qualificaria como machista, mas sim como “bem-humorado”); 4) ocupante de uma posição social equivalente ou inferior à sua (não se conta piadas preconceituosas a pessoas das quais depende, por exemplo, seu emprego, sob o risco de perdê-lo).

Se todas essas representações mentais levantadas pelo enunciador corresponderem à situação real do interlocutor, então a piada será contada com êxito e cumprirá sua finalidade de produzir humor. Do contrário, quebrados qualquer um destes quatro requisitos apresentados anteriormente, como por exemplo o interlocutor não apenas não ser machista mas ainda pertencer a uma militância anti-machismo, o efeito será inverso. A piada também não produzirá humor caso o público alvo for formado por uma maioria de mulheres (que não achariam graça na degradação de sua própria imagem), de crianças (que provavelmente não compreenderiam o discurso), de estrangeiros (que não teriam conhecimento do discurso de que “toda loira é burra”) ou mesmo de homens brasileiros que tiveram suas vidas marcadas pela presença traumática do machismo.

A análise apresentada mobilizou não apenas aspectos pertencentes ao âmbito filosófico e sociológico, no sentido de que o pensamento da loira burra circula na esfera social e é permeado pela filosofia da superioridade masculina perante o sexo feminino, como também aspectos lingüísticos e discursivos, na medida em que foram aplicadas teorias lingüísticas discursivas ao corpus selecionado. Tal análise revelou a necessidade de que interlocutores partilhem da mesma ideologia, filosofia e conhecimentos, ou então que haja uma passividade de um interlocutor diante da ideologia e filosofia do outro, para que de fato ocorra a produção de humor.

O presente trabalho aponta para a importância desempenhada por dois conceitos inerentes à Análise do Discurso, “formação imaginária” e “memória discursiva”, para o sucesso do discurso machista presente nas piadas que retratam a temática da “loira burra”, bem como a necessidade de se analisar corretamente as pessoas que compõe o público para o qual serão contadas estas piadas, a fim de fazer com que a representação mental corresponda ao máximo à realidade ideológica dos indivíduos. Tendo em vista que a imagem que os interlocutores fazem uns dos outros é fundamental para que a piada produza humor, são vários os fatores que devem ser levados em conta pelo enunciador no contato imediato com o público, como a idade das pessoas que fazem parte deste público, suas ideologias, se este é composto por uma maioria de homens ou mulheres, a história de vida destas pessoas, enfim, é necessário conhecer os indivíduos para que a piada machista possa ser contada com êxito. "

PIADA Nº 1:

Espelho da Mentira

“Era uma vez um espelho mágico anti-mentiras. Qualquer um que dissesse uma mentira em frente ao espelho, puff... Sumia!
Certa vez uma gorda parou na frente ao espelho e disse:
- Eu estive pensando... Acho que estou mais magra!
Puff! Desapareceu.
Um pouco depois foi a vez de uma mulher bem feia:
- Eu estive pensando... Até que sou uma mulher bonita!
Puff! Escafedeu-se.
Então uma loira chegou em frente ao espelho.
- Eu estive pensando...
Puff!!!”

PIADA Nº 2:

Nota da Loira

“Um homem estava sentado lendo um jornal quando apareceu uma loira tossindo engasgada.
O homem, assustado, pergunta:
- O que aconteceu, moça?
- Cóf, cóf...É que eu acabei de engolir uma nota de cinqüenta reais...
- Mas, por quê?
- Meu marido que mandou...
- Como assim, o seu marido mandou você comer uma nota de cinqüenta reais? Ele é maluco?
- Não, é porque ele saiu pro trabalho hoje e me deixou um aviso: "Querida, vou para o trabalho. Deixei uma nota de cinqüenta para você. Use para o jantar!" ”

PIADA Nº 3:

Excursão de Top Models

“Um grupo de modelos estava viajando em um ônibus de dois andares para uma cidade do interior.
Lá haveria um grande desfile de uma grife de luxo. Todas estavam animadíssimas! As loiras, que eram maioria, ficaram no andar de cima e as morenas, ruivas, mulatas e orientais dividiram o andar de baixo.
Durante a viagem as garotas ficaram fazendo a maior bagunça no andar de baixo até que uma morena comentou:
— Meninas! Vocês notaram que o andar das loiras está muito quieto?
— É verdade! — concordou uma ruiva.
— Vamos lá ver o que está acontecendo! — sugeriu uma mulata.
Então subiram três delas e se depararam com todas as loiras, estáticas, segurando os braços das poltronas com força, com cara de assustadas.
— O que está acontecendo por aqui? — perguntou a morena, inconformada. — Nós estamos fazendo a maior festança lá embaixo!
Uma das loiras, sem olhar pro lado, disse:
— É, mas vocês têm motorista, né?”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


MAINGUENEAU, D. Análise do Discurso: a questão dos fundamentos. IN: Cadernos de Estudos Lingüísticos 19. IEL/UNICAMP, 1990.

PÊCHEUX, M. Análise Automática do Discurso. IN: Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Editora da Unicamp, 1993.

POSSENTI, S. Os humores da língua: análise lingüística de piadas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1998

As Mulheres - Por : Edson P.

"As mulheres, desde princípio da humanidade foram exploradas pelos machistas bestas impondo suas ignorâncias e elas sábias sempre souberam no silencio contornar a bestialidade dos machistas.
A história revela esta sabedoria, mesmo porque, elas têm o dom da maternidade e os machistas pela ignorância, são governados pelo pensamento e não pelo coração.
Sempre usaram a brutalidade e as desprezavam como seres inferiores.
Temos alguns exemplos da grandeza dessas mulheres que fizeram parte da história.
A Maior de todas foi Maria que recebeu no ventre Jesus e deixou ensinamento se humildade vendo o Cristo na cruz pregado pela brutalidade dos homens ignorantes.
Ela deixou um legado à humanidade e sua luz brilha a todos aqueles que a tem como emissário da luz do Cristo.
Todas que tem o dom da maternidade e se submetem ao amor de educar, tem em si um facho de luz que brilha no coração, o dom de ser mãe.
Os machistas ainda hoje insistem em agredir por pura ignorância, é um bestial disfarçado de homem.
Precisamos delas para nascer, sem elas ninguém progride, pois é pelos braços delas que recebemos a seiva da vida que nos sustenta quando criança.
São elas que ficam acordadas de madrugas quando os pequeninos enfermos se encontram ou tem que os alimentar.
Os machões enquanto roncam elas estão ativas com suas crias e tem a petulância de chamá-las de sexo frágil.
São mesmo uns impe sis este que se julgam valentões.
O Cristo deu exemplo aos bestiais daquele tempo e ainda serve para dia de hoje ao escolher uma mulher virtuosa para nascer.
Mesmo porque, para receber tamanha luz, tinha quer ser virtuosa, pura de pensamento.
As mulheres que eu estou relacionando, são as que têm o M maiúsculo, pois têm muitas por ai são vulgares e desprezam a dignidade.
Mesmo assim os bestiais não têm o direito de dar um de machão, pois são seres humanos a caminho do aperfeiçoamento.
As luzes de Jesus e Maria vigiam tanto os bestiais como as mulheres.
E a cada um será dado de acordo com a obra. "
.

Rita Lee e as Mulheres - Por Rita Lee



"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinham da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças.

Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.

Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou vestígios himenais dilacerados, e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente,esqueceu, morrendo tuberculosa.

Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres?

Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem iirresistíveis diante dos homens. E, com isso, Barbies de fancaria, provocaram em muitas outras mulheres - as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima.

Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composto de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E, no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.

Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza.

Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência.

As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.

É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz.

E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher.

Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa.

Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos.

Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas.

São as mulheres que irão impor um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e a doçura de seus corações.

Nem toda feiticeira é corcunda. Nem toda brasileira é só bunda.

Rita Lee"

Aviso da Lua que menstrua - Elisa Lucinda


Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...
ora, não ofende. Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!

Beijo na boca - Martha Medeiros


Uma vez a atriz e cineasta Carla Camuratti declarou, numa entrevista, que um bom beijo é melhor do que uma transa insossa. Quando a escutei dizendo isso, pensei: “então não sou só eu”. Estou com Carla: o beijo é a parte mais importante da relação física entre duas pessoas, e se ele não funcionar, pode desistir do resto.

A Editora Mandarim acaba de lançar um livro que reúne ensaios de diversos intelectuais a respeito do assunto. O nome do livro é O Beijo – Primeiras Lições de Amor, História, Arte e Erotismo. Os autores discutem o beijo materno, o beijo nos contos-de-fadas, o beijo traiçoeiro de Judas, os primeiros beijos impressos em cartazes, o beijo na propaganda, o mais longo beijo do cinema e todas as suas simbologias. Às vezes o livro fica prolixo demais, mas ainda assim é um assunto tentador. Procure-o nas melhores casas do ramo. O livro, porque beijo não está à venda.

Todo mundo sonha com aquele beijo made in Hollywood, que tira o fôlego e dá início a um romance incandescente. Pena que nem sempre isso aconteça na vida real. O primeiro beijo entre um casal costuma ser suave, investigativo, decente. Aos pouquinhos, no entanto, acende-se a labareda e as bocas dizem a que vieram. Existe um prazo para isso acontecer: entre cinco minutos depois do primeiro roçar de lábios até, no máximo, cinco dias. Neste espaço de tempo, ainda compreende-se que os beijos sejam vacilantes: tratam-se de duas pessoas criando um vínculo e testando suas reações. Mas se a decência persistir, não espere ver estrelinhas na etapa seguinte. A química não aconteceu.

Beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta. Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio. Beijo é gostoso porque não cansa, não engravida, não transmite o HIV. Beijo é prático porque não precisa tirar a roupa, não precisa sair da festa, não precisa ligar no dia seguinte. E sem essa de que beijo é insalubre porque troca-se até 9 miligramas de água, 0,7 grama de albumia, 0,18 de substâncias orgânicas, 0,711 miligrama de matérias gordurosas e 0,45 miligrama de sais, sem contar os vírus e as bactérias. Quem está preocupado com isso? Insalubre é não amar.

Martha Medeiros

Telma Loureiro - Por Telma Loureiro



Na beira do Apa
tinha uma casa rosada
Onde Marina morava,
Bonita, sem batom!

Na beira do Apa
tinha um pé de manacá
debaixo dele eu fiava
amava e olhava as águas
no turbo turco de um olhar.

Na beira do Apa
a vista era de amizade
uma ponte separava
solo nosso e paraguaio.

Na beira do Apa
uma guarânia ou o Floyd
no bar Getúlio tocava.
A Baby de Bela Vista
fazia doce de abóbora
com ela e os seus filhotes,
comia sempre uns pedaços.

Na beira do Apa
o sol, o céu, estrelas e luas
Não tinham nação, nem noção...
Da saudade que eu sentia
do meu antigo torrão.
.
Um amigo cantava "Marinalva”
Tocava "Mercedita”
florzinha singela,
lembra bem aquela época
onde o tempo era harpa!
(SocorroMoreira)





Quem sou eu:
uma alma peregrina, guerreira, selvagem, que adora experenciar, sorrir, cantar, dançar e amar!
Cuido todo o tempo da minha alegria e da minha paz interior. Cuido todo o tempo de iluminar a mente com o Conhecimento. Cuido todo o tempo de não macular julgar, não, não subestimar inteligências e de não cair nas armadilhas da ignorância.

Não confundo com Libertinagem Liberdade; hipocrisia com amabilidade; alacridade com autenticidade.

Meu sorriso, meus esculachos escrachos e, são sinais de moral e auto estima Elevados.

Toda elegância deriva de uma mente sã e de uma alma comovida com as belezas da natureza.

Adormecidos Aos que ainda permanecem, resta-me Busquem que indicar uma Verdadeira Sabedoria, e que não esperem de mim reações de desinteligências.

Aos que sentem curiosidade e aos levianamente julgam que, com tenacidade ousem: não observem meus movimentos, mas o meu Espírito!

ANEXO ANEXO ANEXO ANEXO

Relacionamento
Quando um homem ama uma mulher especial é porque viu nela algo de especial e também Deseja Manter uma relação com ela por opção dele.
Quando um homem desiste de uma mulher, é porque ela não conseguiu construir compromisso, respeito, admiração, convivência saudável, e paixão!
Em todo relacionamento há conversa, afeto, carinho, saudade, independência, confiança, companheirismo X pacto de aliado (um não larga o outro na Estrada da Beira)!
O instinto de posse e exclusividade quando em excesso pode trazer conseqüências desastrosas em qualquer relacionamento.
Aquela que perde seu homem - e descobre Tarde Demais O valor dele - deve aprender com os erros enganos (e) cometidos, seguir sua dignidade com a vida na esperança de que um PODERÁ também encontrar novo relacionamento onde não permitira mais cometer os mesmos erros.
Agressões, 'barracos' ou baixarias não levam ninguém uma Algum Lugar. Muito pelo contrário, comportamentos amabileanja São desagregadores, não seduzem e conquistam não.
Toda mulher que sabe o que é o Amor que tem e respeito por si mesma jamais Mergulha nas águas insidiosas do ressentimento. Jamais perde o humor e não se deixa dominar por sentimentos de menor valia.
Mulheres, os erros nunca estão fora mas dentro de nós!
Atenção, por favor!
Mulheres Inteligentes pueden sentir ciúmes, sim, mas sabem o quanto valem e não se Colocam (jamais) Em posição de inferioridade.
Telma Loureiro


* Telma é jornalista em Campo Grande(MS ), nasceu em Bela-Vista , cidade aonde trabalhei por mais de dois anos. Está na lista das nossas pretensas colaboradoras ( aguardo a sua aceitação). É mulher de muitas virtudes e talentos. Uma miga pra toda vida !
(postais de Bela-Vista-MS)

Zezé Gonzaga e Carmen Barbosa - Por Norma Hauer

Zezé Gonzaga
Carmen Barbosa

Zezé Gonzaga
Ela nasceu em 3 de setembro de 1926 e faleceu recentemente, em 24 de julho de 2008

Foi uma das famosas cantoras do tempo áureo da Rádio Nacional e, ultimamente, fazia parte do conjunto "Cantoras do Rádio", que de vez em quando se apresentava em nossos teatros.

Três cantoras desse conjunto já faleceram: Rosita Gonzales, Nora Ney e, no ano de 2008, Zezé Gonzaga.

Outra integrante (Violeta Cavalcanti) encontra-se doente. Penso que o grupo não tem mais como continuar. Só Ellen de Lima está Em condições de cantar.

Embora vá terminar por aqui, não queria deixar passar em nuvens "brancas" de dados natalícia de Zezé Gonzaga.
CARMEN BARBOSA

Foi a 4 de setembro de 1912 que nasceu CARMEN BARBOSA, uma cantora de voz bonita, afinada, que morreu muito cedo, na véspera do dia que completaria em 30 anos. Em 3 de setembro de 1942.

Deixou pouca coisa gravada, mas marcaram três bastante sua rápida passagem entre nós: os sambas "Banalidade"; "Quando a Violeta se casou" e "Loteria do Destino". Vou deixar aqui uma letra de
LOTERIA DO DESTINO:

Feliz no jogo, infeliz nos amores
É o ditado que diz;
Eu só conheço dissabores
No jogo do amor eu sou infeliz.

Porém na loteria do destino,
P'ra ver a pouca sorte que eu tinha.
Um dia Gasparino Adquiri um
Quando acertei, não foi sozinha ".

Como já expliquei em outra ocasião, "Gasparino" era o nome que se dava às frações da Loteria Federal. Hoje desconheço se ainda é assim chamada. Afinal com que Inúmeras raspadinhas e loterias que existem por aí não sei se chamam ainda a fração da Federal (ainda existente) de "Gasparino".

Eis a letra de "A VIOLETA QUANDO SE CASOU"

Quando a Violeta se casou
Gostou, gostou
Conseguiu aquilo que sonhou ...
Gostou, gostou.

Pois ganhou Bangalô
Onde o mar vai cantar.
No quintal, Roseiral, em flor todo,
Ai que amor.

E nesse vai e vem
Ganhou também nenem.
Quem, quem, quem, quem, quem ...

Aqui é necessário o trema para marcar bem a diferença de Quem imitação (do choro de criança) de pronome QUEM.

Não entendo porque tiraram o trema de nosso idioma. Era extremamente necessário.

Não queria deixar de falar em CARMEN BARBOSA, uma cantora de voz agradável, Colocada muito bem, apenas que Viveu 30 anos, falecido tendão de Tuberculose. (coisa rara entre as cantoras).
Norma Hauer

Autodeterminação dos povos - Por Emerson Monteiro

Perante a atual política norte-americana de trazer à América Latina seus efetivos militares para resolver problemas nacionais da Colômbia, ressurgem lembranças preocupantes do tempo em que havia os conselheiros militares no Vietnam do Sul, no Camboja, Laos, Brasil, Chile, com resultados pecaminosos. Medidas que dizem respeito à violação da livre iniciativa dos Estados nacionais implicam na redução da soberania, impondo política externa fracionada ao sabor de nações mais poderosas, o que resulta em retrocesso nas conquistas de séculos de lutas e sofrimento, no binômio do fraco contra o forte, no direito da força bruta em detrimento dos avanços igualitários posteriores à Revolução Francesa.

Ainda que situações conjunturais imponham atitudes de força, isso compete aos líderes e às instituições dos povos livres e suas organizações políticas individuais.

A concepção de uma nova ordem produzida nos transes posteriores da Segunda Grande Guerra reeditou a Doutrina Monroe, que antes implicara na invasão orquestrada das nações americanas, pretexto da salvaguarda democrática do continente, segundo definia.

Em mensagem ao Congresso americano, o presidente James Monroe considerara serem os Estados Unidos contrários ao colonialismo europeu, com base no pensamento isolacionista de George Washington, de que "a Europa tinha um conjunto de interesses elementares sem relação com os nossos ou senão muito remotamente" (Discurso de despedida do Presidente George Washington, em 17 de setembro de 1706), e ampliava o pensamento de Thomas Jefferson segundo o qual "a América tem um Hemisfério para si mesma", jeito de estabelecer o conceito de um continente americano como o seu próprio país.

No entanto mudaram os tempos. Experiências múltiplas concederam o mérito de cada nação independente fustigar os seus próprios impérios da lei, aspecto dos novos tempos de graves decisões.

Por isso, as providências estadunidenses ora adotadas de avançarem nas fronteiras externas à sua federação reduzem as margens de autonomia dos povos latinos, o que lhes reedita triste e ilegítimo papel de fiscal dos demais povos das Américas, motivo de apreensão e escrúpulo, visto o preço pago nas ações anteriores de épocas recentes, já na segunda metade do século XX.
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Projeto "Água pra que te quero!"- Nívia Uchôa


A Magali e Carlos Eduardo - Por Claude Bloc

Um almoço com novos reencontros
na casa de Carlos Eduardo e Magali.

Acima: Carlos Eduardo, Magali, Claude e Gabriel (no colo da vovó)

Acima: Henrique Cruz, Carlos Eduardo, Magali, Gabriel e Socorro

Acima: Henrique, Carlos Eduardo e Magali


Ontem, fui convidada por Magali para almoçar mais uma vez em sua casa, em Fortaleza. Interessante certos fatos da vida. Magali, como já citei aqui, foi minha amiga desde os meus primeiros anos de vida, quando eu era ainda um bichinho do mato que vinha ao Crato tentando abandonar a matutice e a timidez.

Pois é, depois de anos sem saber de Magali descubro este ano que ela mora a dois quarteirões e meio do meu apartamento, ou seja, que éramos quase vizinhas há mais de três anos e nem sabíamos.

Depois desses encontros vituais através dos Blogs da região, tivemos a oportunidade de reativar essa amizade antiga, retomando o caminho e trazendo também oportunidades de novos encontros tais como os que aconteceram em meses passados com José Milton Arrais e Camila (sua filha), José Nilton Mariano, José Ricardo e Luis Alberto Figueiredo e, por último, Henrique Cruz (das Pernambucanas).
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Esses episódios não são meras versões de saudosismo, mas creio que encontros como esses que Magali e Carlos têm proporcionado, têm trazido muitas alegrias para todos aqueles que, de uma forma ou de outra, se revêem depois de anos de ausência. Além do almoço, muitos papos, muitos "causos" e reminicências, muitas risadas e muita descontração. Esse é o clima e a pauta do dia quando a gente se reúne com Carlos Eduardo e Magali.

Enfim, mais uma vez agradeço ao casal pela recepção ao mesmo tempo alegre e simples, o que deixa os convidados à vontade. São sempre almoços caprichados alimentando também as amizades que se encontravam descosidas pelo tempo e que agora se reafirmam nos gestos e sorrisos dos anfitriões.


Obrigada Carlos, obrigada Magali também pela alegria de conhecer Gabriel e Socorro.

Abraços,

Claude
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Texto e fotos de Claude Bloc