Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Feliz aniversário, Poeta !


Não sei quantos anos ,
nem quero sabê-los
Poeta não envelhece
... versa !
Um brinde à vida
Um brinde à poesia
Correndo feito sangue
na veia poética.
Não sei quantas taças
Não sei quantas doses
Vinhos são goles
que a língua entorta
e transforma em versos.
Barata de chocolate
Gosto de festa
Um susto especial
Poesia (na) cara,melo.


Cariricaturas em festa : Aniversário do nosso poeta Domingos Barroso !


Nosso carinhoso abraço.

Me vendo por um verso para o sol.

Eu sei que sobrevivo, a estes corações urbanos

Ao brilho, deste mundo de vidro.

Eu sobrevivo, mesmo atingido

Por amores corrompidos

Por ilusões, compradas para sanar feridas

Por não poder mais sonhar,

Por não saber andar mais sem a brida.

Eu sobrevivo, a sordidez destes sorridos de prata

Ao fútil tido como meta a ser seguida.

Eu escapo, mesmo encurralado na pista,

Eu corro no asfalto, eu salto num vôo

Mas escapo deste teu modo de vida

Deste teu modo de brida

Para andar sem pressa,

Nessa única vida, que é a que me restou.

Sobrevivo, como um rebelde sem preço

Pois para me comprar...eu quero um verso sobre o sol

Um versollll, só para te lembrar...

Para você saber quem eu sou!

Foto: Gregória Correia

Reencontro

Voltaram as muriçocas.
Sobretudo às seis horas.

Momento em que alma levita.
O corpo tomba.

E uma dor comum
em mim mesmo
é tragada.

Queridas muriçocas
digam aos meus ouvidos
por onde viveram longe do meu sangue.

Sentia saudades daquele tempo
em que seus violinos agudos
trespassavam minha carne.

Voltaram.
Minhas adoráveis muriçocas.

Não percam tempo -
Meu sangue continua doce,
creio.

Vinho - Bebida Sagrada


"O vinho é composto de humor líquido e luz."
(Galileu Galilei)


"Roma e Grécia festejavam os Deuses Baco e Dionísio (filho de Zeus, onde ele era a parreira e o seu sangue o vinho!)
Para começar vamos falar como é feito o vinho. A fabricação é simples. Após as uvas terem sido espremidas, o levedo (pequeno organismo unicelular que existe naturalmente na vinha e, conseqüentemente, nas uvas) entra em contato com o açúcar do suco da uva e, gradualmente, converte esse açúcar em álcool. Quando o levedo conclui seu trabalho, o suco de uva vira vinho. Quanto mais maduras e doces forem as uvas, maior será o teor alcoólico no vinho. Todo este processo é chamado de fermentação. Após a fermentação, o vinho pode (ou não) ser deixado maturar.
Existem vários tipos de vinho: brancos, tintos, rosés, vinhos de sobremesa e vinhos espumantes. Variando conforme o processo.
Desde tempos mais remotos, povos egípcios, gregos e romanos, já usavam o vinho não só como bebida, como também de forma terapeutica.
Pesquisas médicas comprovaram que um bom vinho, tem evidentes propriedades nutricionais e de medicina preventiva. Ele combate as enfermidades cardiovasculares e colesterol, tem comprovada ação bactericida e antiviral, estimula o apetite, facilita a digestão e retarda o envelhecimento celular e orgânico, além de ter efeito diurético.
Entre as substâncias do vinho que possuem características benéficas, está o resveratrol. Tem atividade fungicida e anti-oxidante, encontrando-se em elevada concentração nas células da película da uva, por isso seu teor é maior nos vinho tintos.
Contém outras substâncias anti-oxidantes como as catequinas, epicatequinas, ácido gálico, malvidina, ácido caféico, miricetina, quercitina e ácido Sinápico.
O vinho tinto usado com moderação é um grande aliado da saúde. Recomenda-se o consumo de 1 taça por dia para a mulher e 2 para homens junto com a refeição, mas antes consulte seu médico ou nutricionista.

Sugestão de acompanhamentos:

Como aperitivo: Espumante, Prosecco, Vinho do Porto Branco Seco, Vinho Branco Seco

Na sobremesa: Vinho Branco Doce, Vinho do Porto, Vinho Moscatel, Espumante Doce

Peixes e Frutos do Mar: Espumante Brut, Vinho Branco Seco Frutado (para grelhados, molhos leves ou crus, como o sushi), Rose Seco (para molhos fortes), Tinto ou Branco (para Bacalhau), tinto, branco ou rose (para salmão, enchovas, atum e sardinhas)

Carnes Brancas: Espumante Brut, Branco seco ou Tinto (para grelhados e molhos leves), tinto (para molhos fortes), Tinto (carnes de caça), Tinto ou Branco seco (peru)

Carnes vermelhas: Tintos

Massas: Espumante Brut, Tinto ou Branco (molho branco ou leve), Espumante Brut, Tinto (molho vermelho ou condimentado)

Queijos: Branco ou Tinto (queijos de massa mole, mozzarela, brie, camambert, provolone), Tinto (Emmental, Gouda, Reino, Prato, Saint-Paulin, Pecorino, Parmezon), Tinto ou Branco Doce (Roquefort, Gorgonzola) - Espumante serve para todo tipo de queijo

Não combinam com vinho: preparações que levem azeite de dende, vinagre, limão e outras frutas ácidas "


* Eu digo que cada bebida tem sua "lombra" específica. A lombra do vinho destrava o sagrado. Destrava a língua da poesia e da filosofia... Basta uma taça !A cerveja destrava a alegria: futebol, piadas, casos engraçados; uisque destrava as lembranças , e provoca o coração( canto e danço); o café instiga a prosa e, se tomado sozinho , rememora nossa própria história.Mas , qualquer bebida pode nos deixar em transe ... Até suco de limão !Sou pouco ligada às bebidas, mas não sou abstêmia. Em ocasiões especiais, eu beberico , e entro na sintonia... E, se for pra divagar sobre a vida ( com ou sem vinho) , conte comigo !
Socorro Moreira

A arte dos vendavais

Campos de trigo com corvos-1890(julho), Museu Nacional Vincent van Gogh, Amsterdam

O vento que açoita os trigais de Van Gogh

O vento que move as nuvens dos céus de Vermeer

O vento que move as velas Turner

O vento que move os delírios de Dalí

A brisa que sobra dos ângulos de Picasso

Que seca as banhistas de Renoir

Que faz a atmosfera de Francis Bacon um mormaço

Intragável, incapaz de respirar;

Vento bem ligeiro que beija-lhe

Que move os cabelos de Da Vince

Que move os cabelos da nativas,

De Paul Gauguin no Taiti.

Vento, vento vento...

Nota: Poema do tempo que eu perdia (ou ganhava) as madrugadas querendo ser Caravaggio, Dalí, Vermeer, Andrea Pozzo etc.

Quinta-Feira

Amanhã é meu dia:
Vinho (um litro, dois litros, sei lá).

Algo me diz
que vai chover.

Espero que chova mesmo
na minha alma franciscana.

Mas o vinho hei de ter (três litros talvez)
ao alcance dos meus dedos trêmulos.

Cedinho comprarei pães.
Cafezinho especial.

Não sujarei minha mão direita
ao metê-la no pote.

4 medidas bem cheias.
Café forte.

No almoço, então, o vinho.
Minha mãe aproveitará o frango de ontem.

Ótimo.
Excelente iguaria.

Vou buscar meu filho.
Até brincarei de playstation.

Depois do primeiro litro,
aumentarei o som.

Por favor, amanhã blues não.
Quero samba.
Quero rock.

Existe alguém que gostaria
estivesse ao lado da minha alma poética.

Uma certa amiga Sacerdotisa
(com coração de noviça)

Mas ok, beleza.

Não peço muito -
pode até chover
ou um sol tremendo
rachar meu couro cabeludo.

Amanhã é meu dia:
pois bem, três litros de vinho.

À noite, qualquer barzinho -
milhares de cervejas.

Todos saibam que é meu dia.
Não escondam nenhuma garrafa debaixo da mesa.

Algo me diz
que vai chover.

Egoísmo Sentimental - Edu Arruda Neto



Cazuza dizia que só as mães eram felizes, eu prefiro acreditar que apenas os egoístas sentimentais têm passe livre ao paraíso dos amores
plenos. A pressão abaixa, o estresse finda, a impagável sensação de que nada ficou pra trás acaba com qualquer dolo . Acho que se pudesse dar um único conselho a meus filhos no futuro, seria esse: "Pensem apenas em vocês nos momentos de decisão, preocupem-se com sua própria
felicidade, porque a da outra pessoa virá como conseqüência da expressão da sinceridade de vocês. Não se preocupem em magoar ou ferir os sentimentos alheios quando a felicidade pessoal está como objetivo final."


O egoísmo é necessário porque está ligado à confiança, à sinceridade, à vulnerabilidade. Ser egoísta num relacionamento significa pensar apenas nos próprios sentimentos em instantes de decisão, e quer sinceridade maior que essa? Muitas vezes nos iludimos pensando no que a outra pessoa vai pensar, em como irá sobreviver ou agir, e nos esquecemos de que somos mais substituíveis que pensamos. O egoísmo sentimental pode soar como uma punhalada no início, mas depois se mostra como a intervenção necessária e mais correta à situação. Paremos de nos preocupar tanto com o que a outra pessoa sente ou pensa e comecemos a dar atenção ao que dita a regra: nosso coração. Que não se convence, que não é politicamente correto, que é teimoso e masoquista, mas nos controla. Egoísmo significa poder dizer "hei, você é uma pessoa ótima, mas eu não consigo gostar de você, e você vai ter que saber lidar com isso" ou "eu gosto de você, precisava te dizer e isso era um problema meu; que agora passou a te pertencer também."


Egoísmo compreende ter a noção exata de que ninguém mais pode ditar nosso rumo que nossas próprias convicções e palpites, e lidar com isso da maneira mais crua possível: expressando o que nos incomoda à pessoa ao lado. Egoísmo implica expressar o amor, mesmo o não correspondido, nas entrelinhas ou mal-resolvido. É como um cheque-mate, você realiza o movimento inesperado que encurrala a outra pessoa e não dá outra chance a ela além de usar o próprio egoísmo de volta e rebater na mesma sinceridade, nem sempre aquela que esperamos.

As alternativas assustam quando optamos pelo politicamente correto nos assuntos do coração. Preocupar-se ao extremo com as reações da outra pessoa desencadeia uma avalanche de culpa, remorso e tristeza que se transforma em tortura com o tempo, e pior, não resolve o problema,
apenas adia e faz com que cresça até o momento que nos sufoca. Apenas o egoísmo dá a certeza da felicidade no amor, então? Evidente que não, mas é lenitivo à decepção, pré-requisito às relações que querem algo além da rotina do dia-a-dia. E o estranho e contraditório é que, entre
egoístas e outros rótulos tentando definir os tipos de relacionamentos aos quais sobrevivemos, são essas primeiras - justamente essas pessoas - as que carregamos na lembrança ao longo da existência, mesmo contra nossa vontade. E o coração aprende, as pessoas amadurecem, a inflação recua, os meses passam, o Natal se aproxima e a fila, sempre, anda.


(texto de Edu Arruda Neto)

As histórias dos outros – V: O Campeão de Bolero – por Carlos Eduardo Esmeraldo

Outro dia, li em algum lugar por aqui, uma homenagem a Garrincha, o extraordinário ponta direita do Botafogo e da Seleção Brasileira. Neste dia 28 de outubro completa-se 76 anos do seu nascimento. Faleceu em conseqüência dos efeitos do álcool no organismo humano aos 49 anos em 20 de janeiro de 1983.
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Muitas são as histórias engraçadas daquele genial jogador, que foi um dos melhores do Brasil em todos os tempos, ao lado de Pelé, Didi, Domingos da Guia e Leônidas da Silva, este último, jogador dos anos trinta e que para o meu pai era o melhor de todos. Mas calma pessoal, meu pai não entendia nada de futebol.
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Segundo o escritor e pesquisador Ruy Castro, autor de “A Estrela Solitária”, muitas dessas histórias sobre Garrincha foram criadas pelo jornalista Sandro Moreira e não ocorreram.
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Mas essa história que se segue merece crédito porque foi revelada pelo próprio técnico do Botafogo. Aconteceu numa excursão do time à América Central no distante ano de 1957, durante um torneio disputado em El Salvador. Na véspera da final contra o Independiente da Argentina, tido naquele ano, como um dos melhores times do mundo, os dirigentes do Botafogo deram por falta de Garrincha no hotel. Eram quase onze horas da noite quando o chefe da delegação do Botafogo, um de seus diretores e o técnico resolveram procurá-lo por tudo que fosse casa noturna de El Salvador. Orientados por um motorista de taxi, eles visitaram quase todas as casas de shows da cidade, que não eram muitas, e já estavam perdendo as esperanças, quando avistaram um pequeno cartaz preso por um arame num poste, com o seguinte anúncio: “Gran concurso de Bolero – a las nueve de la noche en La Caverna.” Correram para essa casa e lá encontraram uma enorme multidão comprimida em torno da pista de dança. Havia uma intensa fumaceira, que associada a pouca luz dificultava encontrar Garrincha no meio da platéia. Quando eles já iam se retirar, o locutor anunciou a grande final e que cada componente da dupla vencedora receberia um premio de vinte dólares. Eles olharam e viram uma baixinha, que parecia uma caturrita dançando e fazendo muitas evoluções. Quando observaram o par da dançarina tiveram uma grande surpresa. Era Garrincha! Não tiveram dúvidas. Subiram ao palco e arrastaram Garrincha para dentro do taxi, sob protestos do jogador, reclamando os vinte dólares que iria ganhar, pois estava quase vitorioso na grande final. Os dirigentes disseram que quem deveria pagar vinte dólares de multa seria ele, Garrincha, por haver desobedecido à ordem de permanecer na concentração. E se o Botafogo perdesse o jogo final, ele seria multado com toda certeza.
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Atendendo a um pedido do próprio Garrincha, os dirigentes combinaram não comentar esse assunto com os outros jogadores para evitar as costumeiras zombarias entre eles. Mas na hora do café, Edson, um dos jogadores, começou a gritar para Garrincha: “Cinderela, ô cinderela!” Era uma referência ao fato de Garrincha haver abandonado o baile antes do final. Os dirigentes ficaram intrigados como poderiam ter descoberto aquele segredo. Somente souberam a razão quando o roupeiro do Botafogo comunicou: “Seu João, tem uma mulher na recepção desejando falar com os diretores do time.” Era a bailarina do bolero, furiosa porque perdera o premio do concurso. “Me preparei muito para esse concurso. Ele já estava ganho, quando uns homens levaram o Manolo”. Protestava a dançarina. Em seguida houve uma séria discussão, com os dirigentes sem querer pagar à mulher e ela ameaçando a armar o maior “barraco”. E barraco em espanhol não é nenhuma latada dessas daqui não! É barraco para mais de mil embolações da língua. Resolveram pagar. Quando a mulher se foi com seus vinte dólares, apareceu Garrincha, com ar de inocência dizendo: “Seu João, eu gostaria de receber meus vinte dólares que deixei de ganhar ontem à noite.” “O que seu moleque? Perde esse jogo que você vai ver os vinte dólares, ouviu?”
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E o resultado do jogo? Deu empate: um a um.

Adaptado por Carlos Eduardo Esmeraldo de “Os subterrâneos do futebol” de autoria de João Saldanha, capítulo: “O concurso de bolero” páginas 86-93– José Olympio Editora, Rio de Janeiro - 1980

O Prodígio Michael Jackson - Rosa Guerrera


Michael Joseph Jackson,nasceu no dia 29 de agosto de 1958 Indiana - EUA), mais conhecido como Michael Jackson se tornou o maior artista de todos os tempos.Considerado o Rei do Pop, atingiu o recorde de vendas de 750 milhões de albuns de seus sucessos musicais no mundo .Homenageado como maior revolucionador do videoclipe e da dança Michael Jackson além de cantor, foi compositor, ator, empresário e dançarino . Desde pequeno, Michael conquistava o mundo, juntamente com seus irmãos, no grupo The Jackson 5. se tornando vocalista do grupo ao completar 5 anos de idade, mas foi em 1979 que ele se lançou de vez em carreira solo com o album “ Off the wall”tendo vendido então cerca de 20 milhões de cópias . Considerado também como o menino que encantou o mundo , Michael Jackson teve uma vida conturbada entre aplausos e problemas particulares com a Justiça e com a saúde . Em 1985 Michael compôs “We Are The World”, um hino da solidariedade, num projeto cujo objetivo era fazer doações para as crianças africanas, gesto que marcou o mundo e que jamais será esquecido .Foi o único artista capaz de combinar o Pop, o Rock e o Funk de maneira tão especial que tudo nele transpirava carisma .
Recentemente Michael Jackson anunciou sua volta aos palcos após quase uma década parado, com a série de shows ‘This is It’, que incluia 50 concertos em Londres. E incrivelmente, todos os 1 milhão de ingressos disponíveis foram vendidos em algumas horas, um marco nunca ocorrido antes na história do showbiss.Também um novo álbum estava sendo aguardado ainda este ano para o deleite de seus inúmeros fãs..
A morte no entanto ceifou a carreira do menino prodígio ! Michael Jackson abandonou ( 25 de junho de 2009) de vez os palcos da vida, deixando surpreso e triste o mundo que tanto o aplaudiu, homenageou , criticou,mas que soube reverenciar o seu sucesso e a sua rápida trajetória .Suas músicas, seus clips, suas danças no entanto jamais morrerão , e se em muitos corações ficarão saudades , no mundo musical ficará para sempre um nome : MICHAEL JACKSON .

rosa guerrera

Amor de tarde - Mário Benedetti

É uma pena você não estar comigo
quando olho o relógio e já são quatro
e termino a planilha e penso dez minutos
e estico as pernas como todas as tardes
e faço assim com os ombros para relaxar as costas
e estalo os dedos e arranco mentiras.

É uma pena você não estar comigo
quando olho o relógio e já são cinco
e eu sou uma manivela que calcula juros
ou duas mãos que pulam sobre quarenta teclas
ou um ouvido que escuta como ladra o telefone
ou um tipo que faz números e lhes arranca verdades.

É uma pena você não estar comigo
quando olho o relógio e já são seis.
Você podia chegar de repente
e dizer "e aí?" e ficaríamos
eu com a mancha vermelha dos seus lábios
você com o risco azul do meu carbono.

Badaladas

Meu coração hoje mais apertado -
muitas nuvens cinzentas tapando-lhe os vasos.

Mas tenho o cotidiano dos cantos domésticos
dilatando os olhos miúdos de Neruda.

Minha Ilha tem um coqueiro mágico
no qual basta encostar-se -
caem versos.

Meu coração hoje mais estreito -
nuvens escuras esbarram meu quase sorriso.

Mas tenho o teto e as paredes -
limpo as teias de aranha.

Se sinto saudades,
agasalho-me nas suas perninhas.

AFINAL, POR QUE DEUS OU CONSCIÊNCIA CÓSMICA TRANSCENDENTAL? AS ESCOLAS DA RAZÃO E DA FÉ


Bernardo Melgaço da Silva

Escolhi esse tema porque acho oportuno nos dias de hoje apontar os descaminhos onde a filosofia bate cabeça com a ciência e a ciência bate cabeça com a religião. E os três batem cabeça com os Poderes (o oficial e o paralelo organizado, armado e corporativo) do Estado e das Organizações Ilegais. E a causa segundo PIERRE WEIL (UNIPAZ) é essa:

"A filosofia afastou-se da tradição, a ciência abandonou a filosofia; nesse movimento, a sabedoria dissociou-se do amor e a razão deixou a sabedoria, divorciando-se do coração que ela já não escuta. A ciência tornou-se tecnologia fria, sem nenhuma ética. É essa a mentalidade que rege nossas escolas e universidades"(p.35).

A expressão “Deus” pode ser entendida por cada um de vários modos e níveis de consciência. Assim, podemos entender Deus como epifenômeno transcendental, ou seja, Ele existe enquanto fenômeno supra-humano, ou seja, paralelo, independente, latente, imanente ou presente na vida psico-bio-ontológica. Podemos entendê-Lo apenas como um conceito, uma idéia de um ser perfeito, justo e provedor das nossas carências e necessidades, mas para isso precisamos suplicar direta ou indiretamente constantemente a sua intervenção em nosso mundo. Podemos entendê-Lo como um Valor Supremo, um Bem Incomum (transcendente ao bem comum que é proveniente do trabalho socialmente necessário) e que se manifesta inesperadamente quando nos dedicamos ou nos disciplinamos espiritualmente (os orientais denominam essa disciplina de SADHANA) em querer encontrá-Lo, compreendê-Lo (EINSTEIN afirmou: “o Velho Me diz interiormente....” – O Velho para ele era a Inteligência Cósmica da Natureza) e amá-Lo mais do que tudo que existe nessa Terra.

Ele É, portanto, tanto Criador quanto Criatura que evolui através de uma infinidade de Leis Naturais e Cósmicas criadas por Ele mesmo: na vida, no cosmo e na existência. Evoluímos Nele e com Ele. Alguns duvidarão dessa minha visão de Deus. É natural, pois todo ser humano carrega a beleza e a grandeza de ser e não ser ao mesmo tempo; de duvidar e ter fé em si mesmo profundamente (em Deus); de cair e se elevar; de amar ou odiar; de ir além de si mesmo ou ficar estagnado nas crenças e ideologias de sua época.

Nesse sentido, Deus nunca poderá ser objetivado, no máximo especulado ou hipotetizado. Os cientistas enraizados e matriculados na escola da razão rejeitarão a variável da consciência-de-Deus em suas equações matemáticas e científicas. Nesse contexto, a razão dessa escola é superior, suprema e inquestionável. Pois, é o Método – que significa na língua grega CAMINHO! Ele tem que ser respeitado e seguido como um dogma religioso – não se pode afastar do Caminho racional nunca! Então, nos perguntamos se a ciência moderna (oficial) seria o único caminho possível e provável de se aventurar nas descobertas das Leis Naturais (sociais, psicológicas e ontológicas). Se admitirmos que a ciência (ou mesmo a filosofia e a religião tem de fato a primeira e a última palavra sobre o Grande Enigma de quem somos nós, de onde viemos e para onde vamos) estamos abandonando a responsabilidade pessoal de compreendermos e exercitarmos o caminho da escola da fé e da filosofia perene (segundo A. Huxley de uma consciência cósmica como um epifenômeno transcendental habitando os mundos, inclusive os universos paralelos (que a física moderna já admite matematicamente a existência de pelo menos doze realidades paralelas - o mundo tridimensional é apenas um deles!)). E se acreditarmos que a ciência (principalmente a física moderna, astrofísica e astrobiologia (na sua compreensão de expansão e contração dos níveis de realidade), e a biologia) está se aproximando da verdade maior cósmica , podemos inferir como consequência que existem estratos de consciência formando níveis diferenciados de consciência associados aos estratos de energias que dão forma e estruturam os vários mundos criados nas dimensões quânticas e infra-biológicas da matéria.

É, portanto, a nossa evolução da consciência quem vai decidir que mundo queremos habitar, ver, aprender e evoluir. Somos responsáveis (cada um de nós pessoalmente ) por tudo que criamos (p.ex.: mentes robotizadas pela massificação de valores e idéias de consumo sem limites pela mídia capitalista), transformamos (p.ex.; os super-vírus, super-resistentes aos anti-bióticos conhecidos já são uma realidade que assusta milhões de indivíduos doentes no mundo inteiro) e destruímos (p.ex.: estudos tem demonstrado que está havendo uma erosão nas orlas marítimas de todos os continentes (os oceanos estão avançando e “comendo” enormes pedaços de terra) e os pólos do planeta estão derretendo assustadoramente em função do aquecimento global) em nossa caminhada (exterior ou interior) evolutiva de desenvolvimento da inteligência, sensibilidade e experiências (objetivas, subjetivas e profundamente interiores).

Por isso, a crença na "transparência" imediata da realidade, como se o real tivesse que estar necessariamente submetido ao "tribunal" dos sentidos humanos - muito bem expressa na frase de Max Planck: "o real é o mensurável" - tolhe a imaginação humana, restringindo-a a estereótipos. Para sairmos [mudarmos o paradigma existencial] destes estereótipos necessitamos reformar o nosso ser, nossos posicionamentos, nossas atitudes, em concordância com uma vontade de colocar a busca da verdade acima de qualquer interesse material.

As escolas da fé em tempos antigos eram conhecidas pelos nossos antepassados através da Tradição (baseada numa contemplação de si e uma auto-investigação implacável de si mesmo – Eu Superior!). Na escola da fé conseguimos distinguir e diferenciar a felicidade do conforto, a vontade do desejo, o amor da paixão, a coragem da covardia, a fé genuína e forte da crença infundada e fraca. O medo é o principal fator que impede nossa reconstrução da realidade e nossa "matrícula" na escola da fé [genuína] (1). Um outro obstáculo é a forte convicção de que o conhecimento racional (sem a disciplina impecável do autoconhecimento sensível) é o nosso limite máximo de compreensão e evolução. O medo da mudança acarreta uma contínua repetição de atividades, argumentos e atitudes condicionadas. Num círculo vicioso ficamos presos à falsa identificação de nós mesmos com nossas crenças. O impulso de mudança do ser consegue romper com a cadeia viciosa de hábito, argumento e crença. A mudança requer uma descontinuidade nos hábitos básicos de identificação de nossa identidade real, de pensamento e de sentimento. Nessa mudança a Natureza (Physus grega) nos "cobra", que para transcendermos, temos que descobri-La: "decifra-Me ou Te devoro". Essa descoberta não é só o acúmulo de informações objetivas sobre as regularidades do mundo exterior. Ela pressupõe o autoconhecimento sensível através de métodos diretos que atuam na fonte da consciência humana, onde o Amor Incondicional e Sagrado convive com o medo da morte racionalizada: o caminho das ciências tradicionais da fé e da "sutilização da sensibilidade".

Hoje, vivemos perplexos: que mundo estamos criando onde o Estado, as instituições e as organizações em geral não conseguem equilibrar o montante dos problemas surgidos dia-a-dia com soluções duradouras e eficazes, p.ex.: as drogas recentes como Crack e a violência urbana e internacional: p.ex.; homens matam suas queridas namoradas (sem um motivo qualquer), mulher assassinada por uma bala perdida quando carregava sua filha no colo (num tiroteio ou guerra entre traficantes e policiais - RJ); três jovens assassinados friamente, por traficantes, quando retornavam e estacionavam o carro em frente as casa onde moravam (no RJ)? A lista é grande contando com os massacres na África, Haiti, Iraque, Palestina, World Trade Center, a chacina provoca pelos governos totalitários etc. E os horrores das duas grandes guerras mundiais não podem mais ser colocadas de lado. Infelizmente progredimos muito em termos de tecnologia e ciência material, mas no que se refere a evolução (ética do caráter) das ciências ontológicas e humanas estamos engatinhando na escuridão cósmica da ignorância de si mesmo (O Ser Superior em cada um de si transcendental): Deus é cósmico e transcendental – por isso as escolas da razão não conseguem tornar esse fenômeno um “objeto” provável pelo Método da Ciência Dominante Moderna. Por isso, Deus não é, e nunca será, um objeto de estudo da Ciência Moderna (oficial) Unilateral Racional.

Felizmente estão surgindo cientistas sérios e holísticos que ousam sair do discurso da “mesmice” dogmática ou descrente para irem além da escola e caminho da razão e assim descobrirem novos mundos e leis naturais e cósmicas jamais imaginadas pela ciência e caminho dominante da razão e suas escolas de saber, são eles: Físico Ami Goswami, Físico Fritjof Capra, Ex-Física da NASA Barbara Ann Brenam, Médico e Pesquisador Gerard Gerber, Psicólogo e Pesquisador Pierre Weil, Médico e Pesquisador Deepak Chopra, Pesquisador e Biólogo Sheldrake e vários outros cientistas que se juntaram para lançar o filme e livro “QUEM SOMOS NÓS?”. E com certeza daqui algumas décadas ou no máximo um século a Ciência Racional terá evoluída para a Ciência da Intuição Holística (onde tudo: pessoas, fatos, fenômenos naturais e acontecimentos do senso comum (p.ex.: a experiência sobrenatural de quase-morte) estarão interligados numa grande teia de relações concretas e sutis, físicas e metafísicas, e a física quântica tanto quanto a biologia e a astrobiologia-astrofísica terão um papel importante para compreendermos as leis Cósmicas da Vida criadas por um Ser Superior muitas das vezes incompreendido: Deus (uma Consciência Cósmica e Transcendental latente, em sua maioria, em cada um de nós)!

Por isso, recomendo a leitura do mestre espiritual indiano SAI BABA porque suas palavras sábias encontram ressonância em minhas experiências místicas-espirituais em 1988 – RJ. Ele é um verdadeiro AVATAR (um ser Iluminado, no entanto, ainda muito incompreendido no mundo Ocidental Racional-Cristão). E por incrível que pareça seus SÁBIOS aconselhamentos não entram em conflito, em hipótese alguma, com os SÁBIOS ensinamentos de Jesus Cristo.

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(1) WEIL, PIERRE, ("A resistência ao transpessoal e a abordagem holística do real", THOT, nº 51, 1989,pp. 35-39), aponta os principais tipos de medo: medo da dissolução do eu; medo do desconhecido; medo da mudança; medo de perder; medo de submeter-se a um mestre; medo de alucinação; medo de sofrer; medo de perder o controle.


Bernardo Melgaço da Silva

Dona Doida - Adélia Prado

Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso

com trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.

Quando se pôde abrir as janelas,

as poças tremiam com os últimos pingos.

Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,

decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.

Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,

trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.

A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,

com sombrinha infantil e coxas à mostra.

Meus filhos me repudiaram envergonhados,

meu marido ficou triste até a morte,

eu fiquei doida no encalço.

Só melhoro quando chove.


O texto acima foi extraído do livro "Poesia Reunida", Editora Siciliano - 1991, São Paulo, página 108.

Casamento - Adélia Prado

Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.


O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

Olhos Abertos

As asas de borboleta morta
são disputadas a tapas
por formigas espertas.

Estas nutrem na alma
o mesmo sonho humano:
voar e encantar-se.

Geometricamente retalham as asas multicoloridas.
Lançam às costas.
Sobem ao galho mais alto.
Sorrindo, despencam.

Até hoje não se tem notícia
que formiga alguma tenha cruzado
uma calçada, um canteiro, um jardim.

A verdade é que asas de borboleta morta servem apenas
para que o vento apague seus desenhos e cores
usando como esfoliante grãos de areia.

Um amor e Adélia Prado - por Socorro Moreira

Adélia Prado me foi apresentada por José Ítalo de Andrade Proto, em 1981.
Recebi pelos Correios, o presente de um livro de poesias com a dedicatória:
“Adélia não é a tua cara?
-Insaciável, em termos de vida!”
Li, avidamente. Afinal, Ítalo fôra e continuara sendo o meu maior referencial afetivo de sabedoria, sensibilidade e inteligência.
Descobri na Adélia, a simplicidade que existia em mim... Pensar poeticamente, enquanto lavava a louça do café, varria a casa, cuidava do jardim, testava uma receita nova, me enfeitava para esperar um namorado.
Em 1987, Ítalo foi convocado pelos céus, e partiu. As pessoas que o amavam tiveram que conviver com a dor da separação, hoje transformada, na mais doce das saudades.
Ítalo amigo, cidadão, camarada, filho, irmão... "O Mimi" dos afetos mais próximos!
Com esta ponte sutil, permaneci ligada à suavidade do Ítalo, e sabedoria poética da Adélia.
Conheci o Ítalo, em Várzea Alegre, no ano de 1967. Época de férias. Juventude lúdica: dançante e cantante. Mas ele era diferente... Preocupava-se com as causas sociais. Instigava a nossa consciência crítica. Queria por idealismo, um mundo mais justo, mais fraterno, mais livre.
Correspondemos-nos por meses seguidos... Até que nos ligamos a outros destinos, sem jamais perder o fio da meada: boas lembranças!
Uma década depois, em 1977, nos reencontramos em Fortaleza. Ele me olhou e disse:
Socorrinha, você, Odalice e Dayse não ficam velhas, nem feias... Continuam lindas!
Já adultos, e com responsabilidades, curtimos uma grande amizade. Cantamos Nelson Cavaquinho, Chico, Vinícius... Voltamos a dançar, e a fazer poesia com o nosso olhar. E, por mais dez anos, nos correspondemos.
Cartinha vai, cartinha vem... Eu de vários recantos... Ítalo, no Rio de Janeiro. Dizia-me sempre: Você devia morar em Londres!
Até que um dia, as cartas tornaram-se telepáticas.
Visitou-me algumas vezes, e ainda me visita trazido pelo perfume de uma flor ou o som de uma canção de amor. Arrastado pelo vento, ou voando como um passarinho... Pousa nas minhas janelas diurnas e noturnas, e faz com a alma, um afago, um carinho.
"Love is a many splendored thing”...
-A voz de veludo e o verde esmeralda do olhar, que nunca esqueci!
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Pensamentos de Drummond


* "Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar."

*" Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."

*" O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar."

* "Os homens distnguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer."

* A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas."

* Há muitas razões para duvidar e uma só para crer."

* Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons."

* "Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis."

* "Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata...."

* "Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la."

*A dor é inevitável, o sofrimento é opcional."

Projeto Água pra que te quero ! - Nívia Uchôa


Impressões - Por : Ana Cecília S. Bastos


Perdi os meus escritos por um mês.
Perdi-me a mim mesma do escrever, há meses.

A poesia envia-me sinais,
raio de luz em sótão empoeirado,
imagem de vida em mundo cristalizado e imóvel.


Pergunto-me sobre o estranho ingrediente,
este que me paralisa,
seca as minhas palavras.

Perco a centelha, mesmo a de uma poesia de impressões
– como em Natal, o poema da areia, da luz, do recorte de mar que nos leva a Ponta Negra.
A aderência à areia. E era tudo.

Pés descalços na areia,
olhos fechados,
ao sol e ao vento, e a luz do sol, e a luz do mar,
a água, a água.
E vinham poemas, com a brisa.
Assim passavam, e eu só.

O silêncio nutre,
sem palavras.

Foto de MVítor.

Foto relâmpago - Joaquim e Miguel ( by Nilo Sérgio Monteiro)


A cozinha maravilhosa de Ofélia

Ofélia Ramos Anunciato (Itatiba, 27 de dezembro de 1924 — São Paulo, 26 de outubro de 1998) foi uma culinarista e cozinheira brasileira. Tornou-se famosa ao apresentar programas de cozinha (A cozinha maravilhosa de Ofélia) na televisão. Começou a sua carreira de divulgação culinária em 1958 com a publicação de receitas nos jornais A Tribuna (Santos) e A Gazeta (São Paulo).

Ofélia Anunciato nasceu no dia 27 de dezembro de 1924. Pioneira da televisão, estreou como culinarista na TV Santos (canal 5 de Santos), uma subestação da TV Paulista, também pertencente às Organizações Victor Costa, no dia 11 de fevereiro de 1958.

Passados seis meses, estava na TV Tupi de São Paulo, sob a direção de Abelardo Figueiredo. Com ele, tornava-se culinarista do primeiro programa feminino da televisão brasileira, Revista Feminina, apresentado por Maria Teresa Gregori. Ficou na Tupi até 1968, quando ela, o programa e toda a equipe se transferiu para a Rede Bandeirantes. No canal 13 paulistano, a TV Bandeirantes, acabou ganhando um programa próprio, Cozinha Maravilhosa de Ofélia, que apresentou por mais de trinta anos.

Publicou O Grande Livro da Cozinha Maravilhosa de Ofélia, com mais de 1200 receitas, 13 edições até 1998 pela Cia. Melhoramentos de São Paulo. Também foi publicado o livro Ofélia, O Sabor do Brasil que, em inglês, ganhou o título Ofélia, A Taste of Brazil, 2000 (tradução do português ao inglês por Julie Martin, em associação com a editora First Edition Translations).

Ofélia faleceu às 3 da manhã do dia 26 de outubro de 1998, no Hospital da Beneficência Portuguesa, onde esteve internada por quinze dias. O corpo foi velado na Câmara Municipal de São Paulo, no Auditório Prestes Maia. A culinarista foi enterrada no Cemitério Memorial de Santos.
.


* Minha mãe dizia : "Ofélia é a tua cara"!

Eu podia perder o último capítulo da novela, mas não perdia um programa da Ofélia. E foi assim por anos e anos seguidos. Taí uma pessoinha , que deeixou saudades !

Pensando bem foi com ela que aprendi a cozinhar alguns pratos...

Receita de Azeite condimentado com ervas
Ingredientes

1 colher de sopa de folhas de orégano seco
2 colheres de chá de pimenta-vermelha ou pimenta calabresa em flocos, socadas, ou 12 pimentas-malaguetas vermelhas, secas ou a gosto
1 colher de chá de sementes de erva-doce
4 galhos de tomilho fresco
4 galhos de alecrim fresco
4 folhas de louro fresco
1 xícara de chá ou 25 cl de azeite de oliva

Modo de preparar :
Num vidro esterelizado (de preferência um que você possa jogar fora quando o azeite acabar), arrume camadas de orégano, pimentas e sementes de erva-doce. Junte os galhos de ervas e as folhas de louro. Prove e, se desejar, acrescente mais pimentas.

Com este azeite regue pizzas, verduras frescas ou grelhadas, carnes ou aves grelhadas.

Federico Fellini

Federico Fellini (Rimini, 20 de janeiro de 1920 — Roma, 31 de outubro de 1993) foi um dos mais importantes cineastas italianos.

Fellini ficou eternizado pela poesia de seus filmes, que mesmo quando faziam sérias críticas à sociedade, não deixavam a magia do cinema desaparecer.

Trabalhou suas trilhas sonoras, na grande maioria das vezes com o grande compositor Nino Rota. Federico Fellini, Cavaleiro da Grande Cruz (título de honra concedido pelo Governo Italiano), nascido em 20 de Janeiro de 1920 e falecido em 31 de Outubro de 1993. Conhecido pelo estilo peculiar que funde fantasia e imagens barrocas, ele é considerado uma das maiores influências e um dos mais admirados diretores do século XX.

Em agosto de 1918, sua mãe, Ida Barbiani (1896-1984) se casa com um vendedor viajante chamado Urbano Fellini (1894-1956) em cerimônia civil (com a cerimônia religiosa no mês de janeiro seguinte). Federico Fellini era o mais velho de três filhos (depois vieram Riccardo e Maria Maddalena). Urbano Fellini era nativo de Gambettola, onde, por muito tempo, Federico costumou passar as férias na casa dos avós.

Nascido e criado em Rimini, as experiências de sua infância vieram a ter uma parte vital em muitos de seus filmes, em particular em "Os Boas Vidas", de 1953; "8½" (1963) e "Amarcord" (1973). Porém, é errado pensar que todos os seus filmes contêm autobiografias e fantasias implícitas. Amigos próximos, como os roteiristas de TV Tulio Pinelli e Bernardino Zapponi, o cinematógrafo Giuseppe Rotunno e o designer de cenário Dante Ferretti, afirmam que Fellini convidava suas próprias memórias pelo simples prazer de narrá-las em seus filmes.

Durante o regime fascista de Mussolini, Fellini e seu irmão Riccardo fizeram parte de um grupo fascista que era obrigatório para todos os rapazes da Itália: o "Avanguardista". Ao se mudar para Roma em 1939, ele conseguiu um trabalho bem remunerado escrevendo artigos em um programa semanal satírico muito popular na época – o Marc’Aurelio. Foi nesse período em que entrevistou o renomado ator Aldo Fabrizi, dando início a uma amizade que se estendeu para a colaboração profissional e um trabalho em rádio. Em uma época de alistamento compulsório desde 1939, Fellini sem dúvida conseguiu evitar ser convocado usando de artifícios e truques de grande perspicácia. O biógrafo Tulio Kezich comenta que, apesar da época feliz do Marc’Aurelio, a felicidade mascarava uma época imoral de apatia política. Muitos que viveram os últimos anos sob o regime de ditadura de Mussolini, vivenciaram entre uma esquizofrênica imposição à lealdade ao regime fascista e uma liberdade pura no humor.

Fellini conheceu sua esposa Giulietta Masina em 1942, casando-se no ano seguinte em 30 de outubro. Assim começa uma grande parceria criativa no mundo do cinema. Em 22 de março de 1945, Giulietta caiu da escada e teve complicações em sua gravidez, resultando em um parto prematuro e complicado de um menino que ganhou o nome de Pierfederico ou Federichino (Federiquinho), mas que faleceu com um mês e dois dias de vida. Tragédias familiares os afetaram profundamente, como é percebido na concepção de "A Estrada da Vida" de 1954.

O italiano foi também um cartunista talentoso. Produziu desenhos satíricos a lápis, aquarela, canetas hidrocor que percorreram a América do Norte e Europa, e hoje são de grande valia a colecionadores (muitos de seus rascunhos foram inspirados durante a produção dos filmes, estimulando idéias de decoração, vestimentas, projeto do set de filmagens, etc.). Com a queda do fascismo em 25 de julho de 1943 e a libertação de Roma pelas tropas aliadas em 4 de Junho de 1944, num verão eufórico, Fellini e seu amigo De Seta inauguraram o Shopping das Caretas, desenhando caricaturas dos soldados aliados por dinheiro. Foi quando Roberto Rossellini tomou conhecimento do projeto intitulado "Roma, Cidade Aberta" (1945) de Fellini e foi ao seu encontro. Ele queria ser apresentado a Aldo Fabrizi e colaborar com o script juntamente com Suso Cecchi D'Amato, Piero Tellini e Alberto Lattuada. Fellini aceitou. Em 1948, Fellini atuou no filme de Roberto Rossellini "Il Miracolo", com Anna Magnani. Para atuar no papel de um vigarista que é confundido com um santo. Fellini teve seu cabelo tingido de loiro.

Fellini também escreveu textos para shows de rádio e textos para filmes (mais notavelmente para Rossellini, Pietro Germi, Eduardo De Filippo e Mario Monicelli) também escreveu inúmeras anedotas muitas vezes sem crédito, para conhecidos comediantes como Aldo Fabrizi. Uma fotonovela de Fellini chamada "Uma Viagem para Tulum" foi publicada na revista Crisis, com arte de Milo Manara, e publicada como gibi pela Catalan Communications, no mesmo ano.

Nos anos de 1991 e 1992 trabalhou junto com o diretor canadense Damian Pettigrew para ter o que ficou conhecida como "a mais longa e detalhada conversa jamais vista sobre filmes", que depois serviu de base para um documentário e um livro lançados anos mais tarde: "Fellini: Eu sou um grande Mentiroso". Tullio Kezich, crítico de filme e biógrafo de Fellini descreveu esses trabalhos como sendo "O Testamento Espiritual do Maestro".

Em 1993, recebeu um Oscar de Honra em reconhecimento de suas obras que chocaram e divertiram audiências mundo afora. No mesmo ano ele morreu de ataque cardíaco em Roma, aos 73 anos (um dia depois de completar 50 anos de casado). Sua esposa, Giulietta, morreu seis meses depois de câncer de pulmão em 23 de março de 1994. Giulietta, Fellini e Pierfederico estão enterrados no mesmo túmulo de bronze esculpido por Aldo Pomodoro. Em formato de barco, o túmulo está localizado na entrada do cemitério de Rimini – sua cidade natal.

O aeroporto da cidade de Rimini também recebeu seu nome.

"Mulheres e Luzes" ("Luci del varietà"), de 1950, foi o primeiro filme de Fellini co-dirigido pelo experiente diretor Alberto Lattuada. Uma comédia charmosa sobre uma turma de saltimbancos itinerantes. O filme foi um estimulante para Fellini, na época com 30 anos, mas sua fraca distribuição e críticas fracas tornaram do filme um motivo de preocupação e um desastre que levou a produtora à falência, deixando Fellini e Lattuada com dívidas que se estenderam por uma década.

O primeiro filme que Fellini dirigiu sozinho foi "Abismo de um sonho" ("Lo sceicco bianco", 1952). Estrelado por Alberto Sordi. O filme é uma releitura de uma fotonovela - comuns na Itália daquela época - de Michelangelo Antonioni feita em 1949. O produtor Carlo Parlo Ponti pagou a Fellini e Tullio Pinelli para desenvolver a trama, mas achou o material muito perplexo. Assim, o filme foi passado para Alberto Lattuada, que também recusou. Fellini então resolveu pegar o desafio e dirigiu o filme sozinho.

Ennio Flaiano (que também co-escreveu "Mulheres e Luzes") trabalhava um novo texto com Fellini e Pinelli. Juntos moldaram um conto de um casal recém-casado cujas aparências de respeito são devastadas por fantasias da esposa inexperiente (papel muito bem retratado por Brunella Bovo). Pela primeira vez, Fellini e o roteirista Nilo Rota trabalharam juntos em uma produção de um filme. Eles se encontraram em Roma no ano de 1945 e a parceria durou com sucesso até a morte de Rota durante o making of do filme "Cidade das Mulheres" em 1980. Essa relação artística foi memoravelmente descrita como mágica, empática e irracional.

Em 1961, Fellini descobriu através de um psicanalista os livros de Carl Jung. As teorias de Jung de anima e animus, o papel dos arquétipos e do coletivo inconsciente foram vigorosamente explorados no filme "8½", "Julieta dos Espíritos", "Satyricon", "Casanova" e "Cidade das Mulheres".

O reconhecido e aclamado Fellini ganhou quatro Óscares na categoria de melhor filme estrangeiro (vide filmografia), uma Palma de Ouro no Festival de Cannes com o filme "A Doce Vida", considerado um dos filmes mais importantes do cinema e dos anos 60. Foi neste filme que surgiu o termo "Paparazzo", que era um fotógrafo amigo de Marcello Rubini, interpretado por Marcello Mastroianni.

Os filmes de Fellini renderam muitos prêmios, dentre eles: quatro Oscars, dois Leões de Prata, uma Palma de Ouro, o prêmio do Festival Internacional de Filmes de Moscou e, em 1990, o prestigiado Prêmio Imperial concedido pela Associação de Arte do Japão, que é considerado como um Prêmio Nobel. Este, cobre cinco disciplinas: pintura, escultura, arquitetura, música e teatro/filme. Com este prêmio, Fellini juntou-se a nomes como Akira Kurosawa, David Hockney, Balthus, Pina Bausch, e Maurice Béjart.


Com uma combinação única de memória, sonhos, fantasia e desejo, os filmes de Fellini têm uma profunda visão pessoal da sociedade, não raramente colocando as pessoas em situações bizarras. Existe um termo "Felliniesco" que é empregado para descrever qualquer cena que tenha imagens alucinógenas que invadam uma situação comum.

Grandes cineastas contemporâneos como Woody Allen, David Lynch, Girish Kasaravalli, David Cronenberg, Stanley Kubrick, Martin Scorsese, Tim Burton, Pedro Almodóvar, Terry Gilliam e Emir Kusturica já disseram ter grandes influências de Fellini em seus trabalhos. Woody Allen, em particular, já usou o imaginário e temas de Fellini em vários de seus filmes: "Memórias" evoca "8½", e "A Era do Rádio" é remanescente de "Amarcord", enquanto "Broadway Danny Rose" e "A Rosa Púrpura do Cairo" inspirados em "Mulheres e Luzes" e "Abismo de um Sonho" respectivamente. O cineasta polonês Wojciech Has, autor dos filmes "O manuscrito encontrado em Saragoça" (1965) e "Sanatorium Pod Klepsydrą" (The Hour-Glass Sanatorium - 1973), são notáveis exemplos de fantasia modernista e foi comparado à Fellini pela "Luxúria pura de suas imagens".

O cantor escocês de rock progressivo lançou em 2001 um álbum de nome Fellini Days, com letras e músicas totalmente inspiradas nos filmes de Fellini.

O trabalho de Fellini inspirou fortemente musicalmente e visualmente a banda "B-52’s". Eles citaram que o estilo de cabelos bufantes e de roupas futuristas e retrô vem de filmes como "8½", por exemplo. A inspiração em Fellini vem também no último álbum da banda, intitulado "Funplex", (2008) com uma música que leva o nome de um de seus filmes "Juliet of the Spirits", ou, "Julieta dos Espíritos" ("Giulietta Degli Spiriti, 1965)".

Wikipédia

Coxinhas de galinha - Receita especial


Ingredientes

Para a massa:
1 envelope de creme de galinha
1/2 litro de leite
2 gemas batidas
1/2 xícara de maizena
1/2 xícara de farinha de trigo


Para o recheio:
1 peito de frango de 400 g
2 colheres de sopa de óleo
1 cebola grande picada
1 cubinho de caldo de galinha, dissolvido em 1/2 xícara de água fervente



Para o empanado:
2 claras batidas
2 xícaras de farinha de rosca

Modo de Preparo Massa:
Leve ao fogo o conteúdo do envelope de creme de galinha, misturado ao leite
Mexa sempre, até ferver
Retire do fogo, junte as gemas, a maizena e a farinha de trigo
Leve novamente ao fogo e mexa até que a massa se desprenda da panela
Espere esfriar
Recheio:
Doure o peito de frango no óleo
Retire e desfie bem
Volte ao fogo, junte o caldo de galinha e deixe fritar mais um pouco
Em seguida, molde coxinhas, deixando um furo no meio e recheie com a galinha desfiada
Passe pelas claras e pela farinha de rosca
Frite, aos poucos, em óleo quente
Escorra em papel absorvente e espete um palito



* De 1986 /88 eu morei em Bela Vista _MS. Trabalhava como supervisora, na Ag. do Banco do Brasil, mas resolvi montar uma doceria. Passava a noite fazendo doces e salgados. Coisa de louco !
Um dos salgados mais cotados era a coxinha : de farinha de trigo ou de aipim.
Depois daquele tempo, nunca mais fiz coxinhas ... Hoje resolvi reviver o prato, tão comum em qualquer espaço !

Raphael Rabello










Raphael Rabello
31/10/1962 27/4/1995


Nascido em uma família grande e musical, começou a tocar violão aos 12 anos, e em seguida formou o conjunto Os Carioquinhas, que tocava choro. Teve aulas com o lendário violonista Dino 7 Cordas, com quem gravaria um LP em 1991, e por algum tempo dedicou-se a esse instrumento, adotando o nome Rafael 7 Cordas. Considerado um virtuose do violão (de 6 e 7 cordas), tocou com os maiores nomes do choro e do samba, como Elizeth Cardoso e Radamés Gnattali, de quem foi muito próximo nos últimos anos de vida. Lançou, inclusive, em 1986, o disco "Raphael Rabello interpreta Radamés Gnattali". Em 1989, um acidente de carro resultou em uma fratura múltipla no braço direito que pôs sua carreira em risco. Porém, quatro meses depois o violonista estreava o show "Todo Sentimento" ao lado de Elizeth Cardoso. Um de seus trabalhos de maior sucesso foi o disco que gravou com Ney Matogrosso em 1990, "À Flor da Pele", numa parceria inédita. Gravou também com Paulo Moura, Deo Rian e Romero Lubambo. Suas interpretações para clássicos do choro como "1 x 0" (Pixinguinha) e "Desvairada" (Garoto) são consideradas antológicas. Em 1992 lançou um disco-tributo a Tom Jobim, "Todos os Tons", com participações do flamenco Paco de Lucia a Jacques Morelenbaum e o próprio Jobim. Atuou em discos de diversos artistas, e foi um dos mais requisitados violonistas dos anos 80 e 90, famoso por aliar técnica impecável a sensibilidade interpretativa, em qualquer estilo, fosse erudito, choro, flamenco ou bossa nova. Sua morte precoce, aos 32 anos, aliada à sua genialidade e virtuosismo, o fez ser considerado o "Mozart do choro".

Evandro do Bandolim - bandolinista nordestino


Josevandro Pires de Carvalho (João Pessoa, 19 de março de 1932; São Paulo, 30 de outubro de 1994), conhecido como Evandro do Bandolim, foi um compositor e bandolinista brasileiro de choro.

Com 13 anos já freqüentava as rodas de choro, ao lado de seu professor Luperce Miranda. Gravou cerca de vinte discos. Teve um disco editado na França ("Le Bandolin Brésilien par Evandro").

Foi muito convidado a participar de gravações e shows com músicos brasileiros, como Altamiro Carrilho, Cartola, Elza Soares, Elizeth Cardoso, Emilinha Borba, Inezita Barroso, Jamelão, Moreira da Silva, Nélson Gonçalves e Sivuca.

Composições , entre outras :
"Manhoso"
"Meu bandolim no choro" (com Daniel)
"Não te metas" (com Amador Pinho)
"No tempo do rapé" (com Niquinho)
* tenho um xodó todo especial por esse instrumento.
- O instrumento que a minha mãe tocava !



Garimpando Poemas nos Bastidores (inspirados no texto de Sávio)



AMORES CERTOS TALVEZ - Por Sávio

Há poemas de amor, decerto
Há poemas de paixões, talvez
Talvez não saiba fazê-los ao certo,
Por eles serem tão incertos, talvez

Talvez eu sofra de amores (decerto)
Talvez um deserto de amores sofri
O que sei é amo e sofro por certo
Uma justificativa terei

Amores não se explicam ao acerto
E se assim for amante não mais serei
Serei esse bárbaro que certo
Confunde o que é um amor eterno
Por uma fútil paixão na sintaxe do talvez.
.

***********************************
Socorro Moreira disse...

Talvez eu já tenha amado
Decerto me apaixonei
explicar o amor vivido
Decerto não saberei

Amor eterno não tive
amor eterno terei ?
Se tem amor do outro lado
Decerto não saberei

Se fui amante algum dia
Talvez não saiba dizer
Se fui mulher muito amada
Decerto não saberei.
.***********************************

Claude Bloc disse...

Há amores tão certos, decerto
Que transformam a vida, talvez
Há amores transversos, é certo
Mas incertos na hora e na vez.

Talvez minha vida se acerte
E me espante a timidez
Mesmo que a saudade aperte
Estarei repartida, talvez.

Não preciso conter o deserto
Nem a sombra das horas, talvez
O certo é tenho por perto
A fartura e a solidez

A grandeza de um amor tão incerto
A incerteza do que a vida nos fez
O que sinto, o que quero, por certo
É um eterno amor, sem talvez.
.