Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

domingo, 29 de novembro de 2009

Mensagem para Walda Arraes - Do amigo secreto

Walda, minha amiga de tanto tempo... adoro ! Seu sorriso é maravilhoso..Estou super feliz por ser minha amiga secreta.Gosto de recordar a brincadeira do "Mata" ou Queimado". Você era o alvo principal pq tinha medo e não segurava a bola...Porisso era logo eliminada...Como era divertido! UM BEIJO DE SEU{A}AMIGO{A} SECRETO{A}

O Cão de Petúnia - Por Rejane Gonçalves



Petúnia escreve com ódio, venho observando. Bate no rosto das palavras, aperta-lhes o pescoço e já estrangulou tantas, que me acostumei. Ninguém descobre os crimes. Eu mesmo faço covas rasas no quintal, enterro as infelizes, deixo-lhes uma petúnia em cima do túmulo e nos mudamos para alguma dessas cidadezinhas, onde todos sabem da vida de cada um, mas antes que se inteirem da verdadeira profissão de Petúnia, eu já depositei a flor e pegamos a estrada.
Não sei por que me deu vontade de espionar o repouso dolorido das palavras de Petúnia. Forço a fechadura da gaveta e leio tudo o que Petúnia guarda lá dentro; pela temperatura de alguns papéis, a umidade da tinta, o cheiro inconfundível de livro novo, dá para perceber que algumas acabaram de ser escritas. Faz-se um redemoinho dentro de minha cabeça, um gosto amargo da ração de não sei quando me vem à boca, mexo, para cá e para lá, minhas fortes mandíbulas, recolho as grandes patas dos papéis, eriçam-me os pelos; é tudo tão delicado, todas as palavras estão bem alimentadas, semblantes amenos, cabelos soltos nos travesseiros, ou amarrados com belos laços de fita, respiração cadenciada dentro de um ritmo sem sobressaltos, movimentos sutis, sono tranquilo; mesmo se alguma se revira na cama o faz de modo a não incomodar as outras. Petúnia é uma mãe cuidadosa, protetora, perfeccionista, extremada, eu constato. Quem, então, eu enterro em covas rasas nos quintais? Tento ficar calmo, posso esperar para perguntar à própria Petúnia, assim que Petúnia chegar em casa. Envelheci feito o camponês de Kafka à porta da Lei. Morro sem ver Petúnia. Não me culpem. O que vocês queriam, afinal? Sou apenas um cão hidrófobo. O cão de Petúnia.

(Para Murilo Rubião, por Petúnia)
Rejane Gonçalves
* De vez em quando apresento Rejane Gonçalves. Nunca deixou de ser um susto para mim conhecer e reconhecer essa mulher. Foi em 1976 , na cidade de Recife. Trabalhávamos juntas na Ag. do Banco do Brasil ( Metr. Sto Antônio). Ela simpática e calada. Falava com os olhos. Sempre acompanhada de um livro , que eu nunca havia lido : Demian , de Hermann Hesse, ou alguns de Franz Kafka... Sempre comprando um disco de Chico ou Caetano; sempre sugerindo um filme estreante. Um dia , descobri que escrevia. Li, e fiquei impressionada ! Aquela menina , perto de mim ( amiga, colega), escrevia como um desses autores , que a gente compra pela fama de bom literata. No nível dos melhores , Rejane era cidadã comum, que trabalhava pelo salário mensal, pra pagar as contas , e comprar livros e discos. Somos amigas desde, e sempre !
Tenho muito orgulho da minha amiga escritora : Rejane Gonçalves ! E pra completar , casou-se com um cratense da Ponta da Serra, gente fina e amigo : Pedro Valdevino de Brito. Eita casal que deu certo !
Abraços aos dois.

Parabéns, Fátima Figueirêdo !


Que esse dia de festa lhe traga muitas alegrias e felicidades, sempre !

Um abraço carinhoso do Cariricaturas !


foto do casal : João marni e Fátima ( lindos e felizes !)

Mensagem para César Augusto

Para César Augusto
do seu / sua amigo ( a ) secreto ( a).

Blowin´ in the wind
How many roads must a man walk down
Before you call him a man?
Yes, 'n' how many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
Yes, 'n' how many times must the cannon balls fly
Before they're forever banned?

The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.

How many years can a mountain exist
Before it's washed to the sea?
Yes, 'n' how many years can some people exist
Before they're allowed to be free?
Yes, 'n' how many times can a man turn his head,
Pretending he just doesn't see?

The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.

How many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes, 'n' how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes, 'n' how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?

The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind.

( Bob Dylan -1962 )

Pensamento para o Dia 29/11/2009


“Para que o homem nasceu neste mundo? Para simplesmente vagar por aí e viciar-se nos prazeres do mundo? Entenda que os prazeres mundanos não são permanentes. Tudo que acontecer a você no futuro estará de acordo com sua conduta atual. Tudo é reação, reflexo e ressonância. Os bons atos que você executa hoje produzirão bons resultados no tempo vindouro. Se realizar más ações hoje, você não pode esperar ser recompensado com bons resultados no futuro. Os resultados de suas más ações do passado irão sempre persegui-lo.”
Sathya Sai Baba

Como superar os desafios com bom-humor - Por Claude Bloc

Voltei a Sobral na madrugada de hoje (29/11/09).
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Enquanto ainda em Teresina, esperamos (6 colegas e eu) mais de uma hora numa rodoviária cujo "frio" é intenso e cruel. Afff! Pasmem! Simplesmente quase derretemos. Uma de minhas colegas nem conseguia sair do lugar. A cada passo, um enorme gotejar de suor, a roupa molhando, grudando e a coragem se acabando... (Deus nos guarde de tanto mormaço!)... Essa colega, aboletou-se num banco e lá ficou se abanando "esmorecidinha da silva" a ponto de dar uma "pilora".
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Para esfriar a natureza decidimos (as 7 "meninas") tomar sorvete. Era a única solução racional naquele momento. A gente já estava impaciente, e cada esforço era "recompensado" com mais calor e uma vazão de suores melados e aborrecidos.
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Nos dirigimos à sorveteria. Enquanto esperávamos o atendimento "nota mil", percebemos que não havia um único ventilador no recinto. Sentamos naqueles bancos altos de balcão e esperamos ser servidas a ponto de ter uma apoplexia.
.. .
A chegada do sorvete às nossas mãos foi uma benção. Acho que nunca tomei um sorvete com tanto gosto e percebi o mesmo no semblante das colegas.
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Quando chegou o horário de partirmos, soubemos que o nosso ônibus ia se atrasar, pois estava preso num engarrafamento, devido a um acidente com outros carros... Quase choramos... Mais meia hora de calor e o medo do efeito do sorvete alentador passar.
Ficamos perto da plataforma. Estava 1 grau mais frio. E havia muito de leve uma brisa morna que mais parecia um bafo.
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Depois de pouco mais de meia hora de espera, finalmente avistamos o nosso ônibus. Daqueles de dois andares... Ar condicionado... Poltrona bem reclinável. Depositamos as bagagens e subimos direto ao nosso lugar. Depois de acomodadas, sorriso finalmente preso nos lábios, refrescamos o humor com um copo de água geladinha e pensamos: "isso aqui é o paraíso!!!"
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Mas o calor humano também existe em Teresina
A Leó aniversariou e comemoramos em nossa "suntuosa" pousada.

Adivinhem quem é Leó...
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Pois é, tô de volta!
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Abraço,
Claude

O ciúme no ponto negro de Caetano - por José do Vale Pinheiro



Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
ó vigia um ponto negro: o meu ciúme

Existem canções, ou poesias, ou imagens que são paradoxais: explodem no coração tão universais como se todos compreendessem igual, ao mesmo tempo que trazem experiências pessoais que nem o compositor imaginou. Feito desde a primeira vez em que ouvi a música “O Ciúme” de Caetano Velloso.
Seguramente a Bahia litorânea de Caetano não era a minha, mas Juazeiro e Petrolina eram, mesmo sendo esta pernambucana. Como os amores que atordoaram minha incompletude em plena Ilha do Fogo. Ou na Praça da Matriz, na Rua da Apolo, um acarajé no fim de tarde.

O ciúme lançou sua flecha preta
E acertou no meio exato da garganta
Quem nem alegre nem triste nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas

E a primeira vez que a ouvi ou pelo menos prestei atenção na sua letra foi pela voz de Maria Bethania em disco não tão remoto no tempo. Mas o ciúme veio de longe, pelo leito do São Francisco desde as alterosas do sudeste, no planalto da Serra da Canastra.

De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde

O ciúme, gêiser inesperado de águas geladas, cortantes como navalha de congelador. Misterioso como as serras de Minas, ensimesmadas numa cadeia de centenas de quilômetros, tão volumosas como o próprio oculto do ciúme. Tão exuberantes como o espontâneo do amor.

Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê
Tanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme

E Juazeiro me era um contínuo desde o curtume até a loja de couros. Camurças, solas, solados. Esticada película de um mundo em transformação, tão corrente como as águas do rio, mas tão permanentes como a ponte que ainda hoje é.

Por: José do Vale Pinheiro Feitosa

Etérea- por Socorro Moreira




Existe tanta solidão na dor do mundo.

Existe solidão na própria felicidade

E o dia a dia esperando o destino ,

no recreio entre duas aulas principais:

O sono letárgico , e o suspiro final.


Vivo o plantão dos meus mistérios.

Palcos paralelos , espetáculo estranho

Simbiose de tristeza e desafeto.


Rodopio minha própria valsa ,

numa vertigem etérea ...

Desfaleço no imaginário ,

e permaneço no vazio da paz.

Domingo de sombra e água fresca - por Socorro Moreira




Acordei sem lembrar do que sonhei , mas lembrando um passado remoto , e uma das minhas inúmeras mortes.
A vida reflete o sonho Tenho parcos sonhos. Economizo distâncias , dinheiro, paixão , e até saúde. Sou tão injusta...! Só não economizo poesia.Por falta de sonhos ela chega de chinelos franciscanos, perambulando no frio fulgor das auroras.
Tenho tudo e deixo de querer o essencial. Estou presa à quatro paredes, e de janelas e portas abertas para o mundo virtual. Lá também não sonho , nem invento realidades. Não brinco de amar.
Não sou exatamente triste, nem exatamente romântica. Sou quase esquisita... Alegro-me com o brilho no olhar dos meus amigos. Absorvo e rejeito a tristeza. Choro-a em prantos, sem entender o meu luto contínuo.... Coisas perdidas , ganhos em caixas vazias. Quando a morte chegar , de nada me separará... A não ser das manhãs e madrugadas, e dos irrespiráveis ares que insisto em tragar.
Eu resumi a vida , e ela teimosa se estica. Comprimi todas as músicas, no repertório de Nana Caymmi ( nunca vou escrever sem dúvidas , o sobrenome Caymmi...). Não gosto de política, nem de Economia, nem de futebol ...Não gosto do risível , nem do aterrador. Vivo as madrugadas que nascem e morrem em mim, num cotidiano repetitivo, desequilibrado com algumas surpresas...
Um desconto ou troco poético , que me roubam do tédio.
O contato com as palavras é recreativo. Tomo café com vogais, e faço sopas com todas as letras.
Faço turismo nos contos de alguns, catando arrepios e extraindo gotas de emoção para molhar a secura do coração. Não sei os motivos da arte. Ela foge de mim , quando a procuro, e esconde-se nos meus porões.
Mas hoje é domingo. Ganhei o mundo , ainda cedinho.
Lá na frente , pelo caminho do mercado , cruzei com uma amiga de infância. Pelo menos a quatro décadas não conversávamos. E foi como se o tempo não tivesse passado. Nos olhamos com vista curta , e achamos que ainda éramos as mesmas , apesar das experiências duras , e de alguns resultados glorificantes. Trocamos confidências , desabafos... Com a mesma vontade de apostar no futuro , sem fichas de esperança.
Refleti-me por mais 23 anos ... Meu Deus como passa ligeiro ... E como chegamos doídas , e cheia de mazelas. Quem conta , fica ! O lucro é sentir-se viva !
Almocei com duas pessoas queridas : Ismênia e Vera Lúcia Maia. A primeira eterna colega e amiga; a segunda a sempre mestra de tantas gerações ; a sempre musa de tantos poetas.
Nem sei contar o papo caloroso que o encontro nos trouxe. Alternavam-se presente e hora da saudade. Cobrei-lhes um monte das histórias que eu não sei contar...Elas guardam na sensibilidade um livro sobre o Crato e os cratenses com infinitas páginas. Durante o almoço ficamos procurando a música com ouvidos carentes. Imaginamos os pares dançando , lá no salão
principal - hora da matinal dos domingos.
Esbarrei em velhos conhecidos , e fui feliz nos encontros... Ainda estamos vivos !

Pra não dizer que não falei de azul - Por José do Vale Pinheiro Feitosa

Azul,
Nem céu ou perturbado,
Firmamento e assustado.

Na origem,
Uma linda pedra chamada
Lápis-lázuli.

Nem era isso,
É que as nódoas da roupa,
Se vão com o anil.

E esta tosse obstrutiva,
Cianose por batom,
Cianamida com força vermicida.

Adversário,
Nas lutas amazônicas,
Desfilados bois rubros de sucesso.

Meus sonhos são azuis,
Um japonês hibridou uma rosa azul,
O Egeu é azul.

E este azul é só meu,
É crítico entre o verde e o violeta,
Fui eu quem descobriu este azul.

Feito Colombo,
As Américas,
O gringo no samba,
Um brasileiro no Louvre,
Um papa na África.

Este azul é só meu.
Esteta nos galhos da ibiraobi
Deste cinza no lombo do boi.


por José do Vale Pinheiro Feitosa

Aos meus amigos secretos ... Agradeço ! - por Socorro Moreira


O casaco emprestado
o batom dividido
o sanduiche partilhado
o dinheiro emprestado
a companhia na noite do escuro
a troca de poesias
a hospitalidade , o abraço
o telefonema, o livro repassado
o atendimento médico
o CD replicado, o filme sugerido
o presente de aniversário
o jarro com flores
a toalhinha bordada
o email carinhoso
o pedaço de bom-bocado.
As alegrias vividas
as tristezas superadas
a desculpa concedida
o conselho recebido
a música no pé do ouvido
o instrumento dedilhado
a solidariedade, a cumplicidade
o olhar enternecido
a certeza da amizade !


socorro moreira

Teste de lembranças - Colaboração de Jair Rolim

Você se lembra ou conhece alguém que é do tempo em que...

1 - A COBAL ficava na esquina da rua Assunção com Antonio Pompeu.
2 - E o IAPC (Isto ainda pode cair!)
3 - Vendia-se 'chegadim' de porta em porta (o 'veinho' passava tocando o
triângulo) e 'quebra-queixo', maravilha!
4 - Picolé de 'ameba' de morango na praia.
5 - O verdureiro ia de porta em porta montado no jumentinho e vendendo
verduras frescas e o outro que ia montado no cavalo vendendo fígado e
panelada.
6 - Véspera do Natal ir até a Praça do Ferreira ver as vitrines das lojas
todas com enfeites natalinos era moda.
7 - Passear de Rural.
8 - Ir na Lobrás subir e descer na 'primeira' escada rolante da cidade,
tomar sorvete ou comer um sanduba.
9 - Sapato 'carinha de bebê', calça cocota e blusa frente única era luxo!
10 - Tempo dos 'mingaus pops' da Tatarana, Trasteveri e Santa Esmeralda.
11 - O barzinho 'Sovaco de Cobra'.
12 - Tempo em que o Circo Voador trazia show de Cazuza, Geraldo Azevedo,
Ângela Rô Rô, Kid Abelha entre outros.
13 - Cais Bar na Praia de Iracema.
14 - Tempo em que a Praia de Iracema era bastante bucólica e somente 2
restôs funcionando o ' La Tratoria' e o velho Estoril.
15 - Jantares do Náutico? Lagosta a Termidor
16 - Restô mais chique da cidade: 'SANDRAS'?
17- As feijoadas do Hotel Beira Mar, o primeiro da orla.
18 - Os fuscas pretos da polícia (TETÉU)?
19 - Da velha Ponte Metálica em tempo de cai mas não cai.
20 - Mesbla na Senador Pompeu e da Flama (Símbolo de distinção) na praça
do Ferreira.
21 - E do Mercantil São José? O primeiro supermercado do Ceará. É por
isso que o cearense não faz feira, faz mercantil.
22- O programa do Augusto Borges fazendo propaganda do Mercantil São José
com suas gincanas.
23 - Ir ao Recreio Clube de Campo era uma viagem com muito verde e salinas
pelo caminho.
24 - O restô Toca do Coelho (seis Bocas) e Frango Dourado (no Eusébio) com
seu sarapatel de frango delicioso.
25 - E do restaurante Cirandinha em frente do Comercial Clube ??
26 - Das peixadas no restô 'Alfredo o Rei da Peixada' e sempre aparecia um
boneco ventríloquo para divertir a gente.
27 - O camarão do OSMAR com aquele beco bem apertadinho...
28 - Do pequeno zoológico que havia no Parque das Crianças.
29 - Ir a shows no Ginásio Paulo Sarasate (Rita Lee, Gilberto Gil, Fábio
Jr, Elba, Ney Matogrosso, Moraes Moreira entre outros).
30 - Ir a Jericoacoara de barco (saindo de Camocim) Jeri sem energia, sem
hotel ou pousada (o povo ficava em casa de pescador).
31 - Canoa Quebrada sem pousadas de luxo e sem a gringolada como dona de
tudo.
32 - Do bronzeador 'Nude bronze' e colônia e contourée.
33 - Perucas 'Canecalón'.
34 - Comprar 'mentex' e 'piper' antes de assistir filme no Cine São Luiz e
Diogo.
35 - Do batom rollon sabor morango da Avon que era vendido exclusivamente
na Casa Parente do Centro.
36 - Da pizza no Jairo na Av. Santos Dumont.
37 - Ir a Feira das Flores no Passeio Público (quando ainda era um
ambiente familiar).
38 - Assistir aos sábados pela TV o programa do Irapuan Lima e do
Chacrinha.
39 - Do barzinho Carbono 14.
40 - Ir aos domingos ao aeroporto ver os aviões decolarem.
41 - As noites de sexta e sábado na boite 'Senzala' 'Boeing, Boeig ' no
Bairro Aeroporto e o Restaurante 'Caravelles'.
42 - O Edifício Jalci Avenida na esquina da Barão do Rio Branco com Duque
de Caxias.
43 - Da calça 'Lee' com nesga bem larga!
44 - Dançar agarradinho no 'Noa Noa'.
45 - Namorar no barzinho Play Boy na Praia do Futuro.
46 - Usar decote canoa era alta moda.
47 - Da revista O Cruzeiro.
48 - Da touquinha da Miss Lene, da blusa tomara-que-caia (que as vezes
caía), blusa de elastex.
49 - Ferro a carvão comprado ali perto do Zé Pinto na Bezerra de Menezes.
50 - Comprar tamanco na TAMANCOLÂNDIA na Av. Monsenhor Tabosa, quanto mais
alto mais chique.
51 - Da feirinha da Praça Portugal na sexta feira e da 13 de Maio aos
sábados (artesanato e comidas típicas).
52 - Do Reduto da Menopausa (Aquarius) na Beira-mar.
53 - Do Barzinho 'BADALO'.
54 - Da Barraca da Praia do Futuro: 'Sapuriu' (cruzamento do sapo com a
puta que pariu).
55 - Das Lojas Di Roma, Xepão, Xepinha, Carvalho Borges, Samasa, Ocapana e
Abarana, Bel Lar, Esmeralda, Sapataria Esquisita.
56 - Do quarteirão do sucesso da Dom Luis - do New York, New York.
57 - Do sorvete no Juarez.
58 - Pastéis com caldo de Cana da Leão do Sul do centro da cidade.
59 - Do Manoel Bofão - da panelada, do caldo, e outras iguarias.
60 - Do restaurante Pombo Cheio, próximo a Faculdade de Medicina (UFC).
61 - O barzinho 'O PILÃO' no Morro Santa Terezinha.
62 - Do barzinho 'Varanda' na Leste Oeste.
63 - Barzinho Brasil Tropical.
64 - Dos festivais da 'Costa do Sol' da Tabuba.
65 - Do Motel Calango 'chão de estrelas' - no morro da Praia do Futuro.
66 - Da farmácia do Seu Coelho na Avenida Domingos Olímpio (Eita!)
67 - Tempo em que a Av. Sen.Virgílio Távora ainda era Av. Estados Unidos.
68 - Do Seu Edgar na Rua Antonio Pompeu que consertava tudo. Entre outras
coisinhas, ele colocava 'virola' nos sapatos. É o novo!
69 - Tomar picolé da GELATTI.
70 - De gazear aulas à tarde para assistir filme no São Luiz na semana do
festival de cinema.
71- Tomar banho de chuva nas bicas das casas.
72 - De beber grapete, crush, blimp, guaraná wilson, taí e cacique.
73 - De andar no elefante na inauguração do Jumbo do Center Um.
74 - Do tamanco Dr. Sholl e do sapato cavalo de aço.
75 - Comer no jantar 'bife caron'.
76 - Tempo que 'ficar' era sarrar (tirar sarro).
77- Tempo em que Soft era uma bala, hoje é sobrenome de vereadora.
78 - Do curso de datilografia na Praça Coração de Jesus e do Curso Andrade
Lima na Av do Imperador. (Vixe!!!!)
79 - Das revistinhas Bolota, Brotoeja, Tininha, Riquinho, Luluzinha.
80 - Do jornal Pasquim.
81 - De assistir 'A Ilha da Fantasia' nos sábados à tarde.
82 - Os filmes: Ratos do Deserto, Missão Impossível, Os Invasores,
Perdidos no Espaço, Viagem ao Fundo do Mar, Jeannie é um Gênio, Dallas,
Bonanza, Zorro, Rin Tin Tin, Patrulheiro Rodoviário, Vigilante Rodoviário,
Túnel do Tempo, Terra de Gigantes.
83 - Das lambadas aos sábados no Pirata (quem tinha o vale-lambada podia
dançar com os bailarinos).
84 - Do restaurante 'TACACÁ' na Beira Mar.
85 - Do bar e restô ANIZIO, amanhecendo o dia vendo Irapuan Lima fazendo
Cooper (ninguém merece!).
86 - Da estica para tomar caldo Deor - Iracema.
87 - Comprar vassoura e espanador na porta de casa.
88 - Comprar no centrão pote de creme Rosa Mosqueta vindo do Paraguai.
89 - De se bronzer com Óleo Jonhson e Coca Cola.
90 - Do grupo cearense Trio Nagô, Quinteto Agreste e os Canarinhos do
Nordeste.
91 - Do Projeto Pixinguinha no Teatro José de Alencar a onde se
apresentaram 14 Bis, Nara Leão, Maria Alcina, Moreira da Silva entre
outros.
92 - No Natal, esperar o Papai Noel e a Turma da Mônica chegar de
helicóptero no estacionamento do Shopping Iguatemi.
93 - Inauguração das lojas Americanas no centro da cidade.
94 - Do Zé-Tatá
95 - Lembra dos lanterninhas dos cinemas?
96 - Ir passar férias na colônia de férias do SESC em Iparana e na COFECO
era tudo de bom.
97 - Dos comerciais da Varig: 'seu Cabral vinha navegando quando alguém
logo foi gritando - terra a vista! E foi descoberto o Brasil, e a turma
gritava: bem vindo seu Cabral! Mas Cabral sentiu no peito, uma saudade sem
jeito, volto já pra Portugal, quero ir, pelaVARIG, VARIG, VARIG....'
98 - Do tempo em que o IJF (Instituto José Frota) era
Assistência.Municipal
99 - Do bar Cabaré da Pirrita na Praia de Iracema (um barzinho
irreverente na época e freqüentado por políticos, intelectuais e
músicos... até Ciro Gomes e Fagner davam umas voltinhas por lá.)
100 - Assistir Tom Cavalcante fazer shows de graça na Beira Mar e
Barzinhos da cidade.
101 - Das armações de óculos Cacá (cadê Cacá Cacá Cacá, tá no Boris,
Boris, Boris).
102 - Do tempo que criança usava calça enxuta (não existiam fraldas
descartáveis).
103 - As propagandas do Romcy que ficava na Br. Rio Branco com Liberato
Barroso.
104 - Após o Jornal Nacional com Sérgio Chapelen e Cid Moreira você
ouvia a voz do Assis Santos dizendo: 'Amanhã o barato do dia Romcy
é...'.he he he !!!! ' Romcy é Romcy, barato todo dia'!
105 - O Gerardo Bastos: onde um pneu é um pneu!
106 - O Bar Carinhoso na cobertura de um edifício no centro da cidade.
107 - Dos bailes de carnaval no América, Círculo Militar, Country, Líbano,
Náutico, Diários, BNB e Clube B-25.
108 - Do corso do carnaval na Av. Dom Manoel.
109 - Tempo das Tertúlias no Céu da Praça da Bandeira e das festas no
final de ano de conclusão de curso no Clube de Regatas na Barra do
Ceará, iamos com o dinheiro contado, o paletó emprestado e voltávamos
no primeiro verdureiro (o primeiro onibus que levava as pessoas a
feira pra comprar verdura).
110 - Estudar OSPB e Educação Moral e Cívica. É o novo!
111 - E a mais antiga de todas: Chupar rolete de cana que vinha fincado em
uns espetinhos. (Eita !!!)
112 - Calçar 'fonabô' e sandálias de 'borracha de pneu'.
113 - As cachaças 'Bagaceira', 'Chave de Ouro' e 'Dandiz' (aquela
vermelinha).
114 - E os cigarros Kent. Eldorado, Continental sem filtro, Dumorrier
(pretinho), Chanceler.
115 - Limpar os tênis branco com 'alvaiade' e o conga, depois veio o
Kichute (é o novo).
116 - O tri-campeonato do Ceará na década de sessenta!( é o novo)
sensibilidade zero do autor da lista, só podia ser torcedor da carniça
preto e branco.
117 - A torcida do Fortaleza desesperada, destruindo o Presidente Vargas
na década de setenta, após mais um campeonato ganho pelo vovô, com golaço
de Victor cobrando falta aos 44 min do 2º tempo.
118 - A goleada de 8X2 do Palmeiras em cima do 'oitaleza' (Fortaleza) na
decisão da Taça Brasil de 1960.
119 - Viajar no trem 'sonho azul'..
120 - A vesperal do Rolim na SEDE do Fortaleza Esporte Club no PICÌ .
121 -Tem gente de todo jeito: do fresco ao invocado, do batoré ao Galalau,
dos gato réi às ispilicute, dos rabos-de-burros, do cabra-macho ao Fulerage
e muitas outras marmotas.
Pense num lugar pai d'égua! Arre égua, ô corra linda, macho, o Estado do
Ceará!!!

Quantos pontos você fez?

Mensagem para Joaquim Pinheiro - Do amigo secreto

Moro aqui, você ali. Amamos o Crato, mas no Crato não moramos.

Mas... como anjos têm asas, vez por outra sobrevoamos o Crato e guardamos sob as nossas asas uma amizade muito bonita e fraternal.

Elegi você um dos meus anjos da guarda. Quem sabe o mais cuidadoso, distinto, cavalheiro e amável.

Tenho muita admiração pela sua pessoa, pelo seu caráter.

Felicidades mil a você, meu amigo Joaquim. Sobretudo por essa alegria com a chegada de Miguel.


Um brinde à vida!

Abraço,

Eu

A vida - por Isabela Pinheiro


A vida
A vida é uma coisa
A vida é um objeto
A vida é o amor
A vida é o carinho
A vida é meu coração
Que não agüenta mais solidão.
A vida nos trás surpresa
A vida é nossa solução
Para vivermos em boas mãos.
A vida é aquela que nos ensina
A dá um passo na esquina,
E sempre pegando na nossa mão
Pra não vivermos em solidão
A vida é 1 só e quando já vivemos muito
ela não consegue mais lhe proteger
Por isso morremos sem ela querer.
Por Isabela
Renata e Isabela ( mãe e filha)- foto by Joaquim Pinheiro

A poesia de Isabela



Cadê?

Cadê meu amor?

Cadê teu amor?

Cadê nosso amor?

Cadê tudo isso?


Alguma coisa aconteceu

O nosso amor morreu

Como conquistar para o nosso amor voltar

E de repente você verá

Que conquistará

Para o nosso amor continuar.




* Isabela é neta de Joaquim Pinheiro

- poetisa aos 8 anos de idade.
foto: Isabela e Miguel

Poemas sobre o AMOR

Quiseste expor teu coração a nu.
E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio.
Ah, pobre amigo, nunca saibas tu
Como é ridículo o amor... alheio!

Mário Quintana


O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.

Mario Quintana



Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como doi

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.

Manuel Alegre


Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.

Vladimir Maiakóvski


Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...
O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.
O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.
O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.
Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.
Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.

William Shakespeare

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

Informação Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Moraes

Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

A música da vitória de Airton Senna tocada ao violão...

RobsonAlinhar ao centro Miguel interpreta ao violão a música da vitória de Airton Senna.
O resultado é bem interessante.

"Nós Dois" - uma pérola do repertório do Mestre Cartola

Mensagem para Nilo Sérgio

Não moramos no Crato, nem moro perto de você. A sorte é que nos conhecemos e somos amigos desde sempre.

Abraços
do amigo oculto e distante.

Charles Miller - por Norma Hauer


Foi na data de 24 de novembro de 1874, que nasceu, em São Paulo, CHARLES MILLER .
E quem foi Charles Miller?

Quem conhece a história do futebol no Brasil sabe quem foi Charles Miller.
Nasceu em São Paulo mas era filho de uma família abastada, de origem irlandesa, indo assim estudar naI ngleterra. e lá viu que estava-se desenvolvendo um jogo conhecido como "foot-ball".

Regressanmdo ao Brasil, trouxe duas bolas de futebol e as regras do jogo, então desconhecido aqui. Assim, passou a difundi-lo entre nós.

Trouxe duas bolas de futebol e as apresentou ao então já existente São Paulo Athletic Club, que, obviamente, ainda não se dedicava ao futebol.

Ensinou e criou dribles, trouxe as regras do futebol e deu início às primeiras competições, ainda em São Paulo, onde criou a Liga Paulista de Futebol.

Deixou sua marca como introdutor do esporte no país.

Depois de Miller, aos poucos o futebol foi-se transformando no grande esporte do Brasil. Hoje penta campeão mundial .
norma hauer

Final do século XIX- Casamento no Crato - Por Joaquim Pinheiro




Recebi da minha irmã Maria Edith um exemplar da reedição do livro O Cariri, seu descobrimento, povoamento, costumes, escrito pelo Dr. Irineu Pinheiro, cuja primeira edição foi publicada em 1950. Obra belíssima, cheia de detalhes da vida dos cratenses de antigamente. Nas páginas 84/86 descreve uma cerimônia de núpcias, que transcrevo aqui:

“Cedo, às 2 horas da tarde, mais ou menos, batia-se o bombo a chamar-se os músicos, na calçada da casa do Mestre da banda de música local. Três as chamadas com intervalos de 5 minutos de uma para outra. Esse bater de bombo era como um toque de alerta a convocar o povo para partilhar da festa de casamento ou apreciá-la do lado de fora, na rua.
Algumas vezes varriam-se os passeios lageados da cidade até a porta da matriz, cobriam-nos de folhas verdes de mangueira.
Às quatro da tarde começavam a chegar os convidados ao domicílio dos pais da noiva.
Em dado momento, os homens iam buscar o noivo na residência deste e agrupados o traziam à frente de todos.
De volta, postavam-se na calçada, à porta da casa, e ali dando o braço às senhoras, formavam um longo préstito, às vezes de várias dezenas de pares.
Todos, uns atrás dos outros, acompanhavam os noivos a pé, até a matriz da cidade.
Registravam-se em certas ocasiões, na formação do cortejo, episódios engraçados. Algumas damas não queriam dar o braço a este ou àquele convidado, por julgá-lo de condição inferior à sua, por exemplo.
Faziam-se pequenas manobras hábeis, recuos disfarçados, mas, em fim, uma ou outra acabava por aceitar o braço indesejável e incorporar-se ao acompanhamento.
À frente deste, de braços dados, marchavam a noiva e o pai desta, logo após o noivo e a primeira madrinha, em seguida os outros pares indistintamente.
Uma menina segurava a cauda do vestido da noiva e uma outra levava em uma salva as alianças de ouro.
Na igreja, durante o cerimonial, os nubentes ajoelhavam-se em dois almofadões de seda para ali enviados adredemente.
As senhoras que compareciam a essas bodas, vestiam-se de fazendas caras, seda, merino, lã, alpaca.
Naquela época estava na moda o uso supliciante do espartilho. Tanto mais elegantes as mulheres quanto mais delgada a cintura. Algumas apertavam-na de tal arte que, as vezes, desmaiavam.
No patamar, na nave da igreja, em todo o trajeto de ida e volta, uma multidão curiosa a espiar os do séquito, a admirar os vestidos das senhoras, a cochichar bisbilhotices que despertavam risos.
À saída da comitiva nupcial da casa dos pais da noiva e à sua vinda, à chegada na matriz, tocava a banda de música, entusiasticamente, marchas e dobrados.
A noitinha começavam as danças: valsas, as polcas, o galope, as quadrilhas marcadas em francês por alguém, o par marcante.
Não havia entre os jovens de ambos os sexos essa excessiva familiaridade, que existe hoje, tão nociva ao prestígio da mulher.
Assistiam os noivos às danças na sala de visitas, sentados em um sofá, ela, a noiva, com o busto erecto e apertado pelas aspas de aço do espartilho. Um tormento a que nenhuma podia fugir.
Terminavam as festas com o ato de, pela madrugada do dia seguinte, todos os convidados acompanhados pela banda de música irem deixar os noivos na casa que lhes era destinada.
Assim se casavam os de há uns trinta anos atrás.
Joaquim Pinheiro
Cariricaturas lhe deseja
um Natal de Paz


Cariricaturas começa a arrumar a festa
Mas não sem antes arrumar a sala,
acrescentar detalhes, juntar amigos para CONFRATERNIZAR


TOP GIFS para Orkut

Móbile - Por Ana Cecília S.Bastos


Novos espaços,
e os mesmos labirintos de ocultamento e disfarce.
Perturbação e enleio, desconforto no próprio eu.

O eu está desconfortável.
Como o equilibrista do Cirque du Soleil, confia naquele que segura os fios.
Seu movimento é ilusão, só existe nas mãos daquele.

O equilibrista está desconfortável.
Inventa nós e tranças.
Abismos e angústias nada mais são que disfarces.

O salto no infinito.


[Publicado em A Impossível Transcrição.]
O trabalho de Igor Souza, Sem título, está disponível em http://www.fotolog.com.br/igorsouza/

POR QUE PRECISAMOS AMAR UNS AOS OUTROS?


É uma pergunta que nos faz refletir sobre nossa inserção e existência nesse mundo e plano de experiências. Ao nos inserirmos nesse mundo nos matriculamos na Escola da Vida. Assim sendo, precisamos passar por diversos estágios de aprendizagem até chegarmos ao topo do conhecimento-sabedoria e deslumbrarmos a ordem, a beleza, a unidade, a interdependência e o valor da disciplina para o crescimento tanto exterior quanto interior. Existe, portanto, um sentido e um propósito maior que no início desconhecemos. A medida que avançamos nos estágios da consciência percebemos gradativamente que fomos dotados de atributos e capacidades inatas que precisam ser colocadas em prática. O mundo objetivo e subjetivo passa a ser nosso laboratório de experiências, nosso palco onde representamos os papéis de acordo com a cultura envolvente. E cada etapa de crescimento é um estágio para a etapa seguinte. O nosso mestre é a vida. Os nossos semelhantes são nossos parceiros onde podemos nos espelhar e refletir sobre o sentido da vida coletiva.

Nessa Escola não se tem como propósito descobrir o certo e o errado, mas revelar a essência, o caminho verdadeiro e profundo da trajetória que devemos seguir. E cada um escolhe a sua trajetória a seu modo, preferência, gosto, indução ou simpatia. A escolha pode estar em sintonia ou não com a ordem cósmica (cosmo). Quando escolhemos a sintonia adequada percebemos e descobrimos novas vibrações e estados de consciência que alcançamos devido ao nosso esforço, disciplina, mérito e poder pessoal.

Nesse sentido, não existe gratuidade ou privilégios, mas ações, impulsos, disciplina, sensibilidade, inteligência, perseverança, vontade, poder e fé em si mesmo. O tempo deixa de ser algo cronometrado e racional. Nesse contexto, o tempo é “medido” ou sentido pelo grau de concentração e foco que damos ou escolhemos iluminar na longa caminhada de experiências e descobertas pessoais.

A força das persuasões culturais e sociais é, paradoxalmente, o obstáculo mais presente na inércia do desenvolvimento humano: a luz do sol pode tanto iluminar nosso caminho quanto nos cegar. Por vivermos coletiva e interativamente sofremos das influências luminosas externas da cultura e dos modos de produção e organização social. De um modo geral, acabamos abandonando a nossa busca pessoal para seguirmos o discurso e a luz das idéias coletivas que nos guiam tal como um arco que lança a flecha e esta voa cegamente em busca de um alvo desconhecido por ela, mas teoricamente conhecido pelo arco. Nesse sentido, o ego é uma flecha induzida lançada por um poder persuasivo indutor – não somos livres de fato! Inverter essa lógica de induzido para indutor é a façanha maior, o mérito perseverante de quem se propôs a seguir seus próprios passos arriscando a própria vida-consciência.

A flecha e o arco são partes complementares da mesma natureza: o Eu Menor (Ego) e o Eu Maior (Self). Apesar disso, é muito comum se ver a natureza humana do ego guiada por um arco alheio. O alvo, o arco e a flecha fazem parte de um mesmo processo de desenvolvimento, criação e libertação do ser. A palavra PECADO vem etimologicamente da idéia de uma flecha que ao se chocar com o alvo se distancia do seu centro. Essa distância era conhecida na antiguidade como PECADO.

Nesse contexto, pecamos a cada instante desde que nascemos por ignorarmos as leis que governam a interação entre o arco, a flecha e o alvo. Durante a vida, nos foi dado a oportunidade de aprendermos mais sobre essas leis cósmicas (cosmo significa ordem e beleza). A vida humana se depara com o dilema da visão: Onde se encontra o alvo? Quem eu sou, o arco ou a flecha? Na incerteza da escuridão do ego apontamos nossas flechas para o outro semelhante. O alvo passa a ser o outro que vemos porque não vemos um segundo Outro em nós mesmos. E assim projetamos e associamos as nossas carências, fraquezas e deficiências ao outro manifestado em nosso campo de percepção objetiva. Cria-se, portanto, a visão Maya ou Ilusão, pois acreditamos piamente que tudo acontece porque o problema está no mundo e contexto que vemos fora de nós. O outro (mundo e ser) externo, então, se torna parte da equação psicológica que montamos para resolver nossos problemas e medos da vida e da morte.

A natureza humana do ego, por não conseguir ver e interagir diretamente com o seu próprio Self busca a luz da compreensão no contexto das experiências alheias. Em parte consegue ajuda, mas as leis da natureza forçam a natureza do ser a voltar sobre si mesmo – re-fletir (fletir ou dobrar sobre si mesmo) para complementar a busca e entendimento. Por isso mesmo, o grande pensador Kafka chegou a afirmar: “ Da vida se tira vários livros - dos livros se tira pouco – muito pouco! – a vida!

Nesse caminho menor, o mistério se torna mais ainda obscuro. O ego conduz sua vida sem se preocupar com o sentido que está dando a ela, até que chega um momento em que algo sobrenatural força-o a rever seus conceitos e valores. Então, surge a questão: E depois o que virá, perecerei ou continuarei existindo? Em que grau de consciência me encontro? Valeu a pena ignorar o meu mundo interior? E aí surge a crise, o risco e a oportunidade de rever os passos dados. É o momento de buscar significado para sua vida e existência. Nesse instante, tudo o que conseguiu aprender ou que ignorou terá impacto na força da psique. A psique forte saberá lidar com o novo desconhecido e continuará aprendendo com o seu Self. E a psique fraca se tornará mais confusa se distanciando do seu eixo ou centro principal – o seu próprio Self! Por isso mesmo, “o caminho é estreito e a porta pequena...muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos”.

Nesse sentido, a lei do cosmo está relacionada à qualidade de nossas intenções, ações, reações, desejos, vontades e fé. A lei do acaso só rege o mundo pouco esclarecido do ego. A metamorfose da consciência é a solução da existência humana, mas o ego nada sabe a respeito disso. E segundo Freud (no livro Mal-estar da Civilização) essa metamorfose é uma metanóia da consciência, uma espécie de transmutação ou mudança radical do ser. E o ser é constituído de forças, impulsos, energias e estados da consciência que circulam e transformam elementos químicos, biológicos, vitais físicos e metafísicos. Em síntese, o ser é um processo sutil complexo, multidimensional, transcendental, cósmico e universal.

O que chamamos de Amor, no sentido amplo da palavra, é um estado elevadíssimo da consciência (e não se resume apenas no prazer carnal – libido!)onde esses atributos cósmicos e universais se manifestam de forma inconfundível e imprevisível. É um marco na experiência interior – vivência! – do ser humano. A partir desse marco o ser pode se orientar para a sua total iluminação e consagração divina. O ser deixa de ser homem-animal para ser homem-divino com características, saberes e poderes supra-racionais.

É por isso, que devemos com todas as nossas forças buscar AMARMOS UNS AOS OUTROS, isto porque esse caminho é o da transcendência, consagração e iluminação da consciência. É um retorno á Unidade Cósmica onde todos fazem parte de um mesmo fenômeno cósmico da Criação. Ao retornarmos a esse estado de consciência primeira elevamos nosso Estado da Alma Evolutiva. A expressão EVOLUÇÃO, ganha, portanto, um sentido e significado mais amplo e mais elevado (muito além do estado biológico). Ciência, Filosofia e Religião se tornam uma coisa só: a busca e descoberta do fenômeno do Amor.

E que Deus ilumine a todos nessa busca interior maior – é o meu sincero desejo cósmico!

Natalie Wood - por Luiz Carlos Merten



Falei no livro que li no avião, na ida para Londres (Boca do Lixo, Cinema e Classes Populares, de Nuno César Abreu) e falo agora no que comprei no aeroporto e comecei a ler na volta. Natalie Wood, uma biografia da atriz, por Gavin Lambert. Ainda não terminei, mas é maravilhoso. Natalie, de atriz mirim uma mulher, foi uma das minhas primeiras fixações no escurinho do cinema. Ela faz parte de emoções para mim que são, inesquecíveis - Rastros de Ódio, Clamor do Sexo, Amnor Sublime Amor. Adoro uma feminista de A Corrida do Século ea psicanalista psicanalisada de Médica, Bonita e Solteira. Natalie era de ascendência russa. O pai ea mãe chegaram aos EUA fugindo da revolução. Lambert abre o livro com uma citação de Stella Adler, segundo a qual os russos chegam a ser exageradamente Sensíveis, enquanto os americanos Têm dificuldade de exteriorizar emoções porque, culturalmente, se sentem muito vulneraveis. Natalie, embora nascida Natalia, nos EUA, era russa ou assim gostava de se definir. A primeira parte do livro narra a história da mãe dela, fugindo da Rússia pós-revolucionária, Através da China. A mãe era rica, dizia que sua família tinha os Romanovs conexão com. O pai era um pobretão que não podia ver rabo de saia. A mãe também não controlava uma libido. Triângulos viveram, às vezes debaixo do mesmo teto, tanto ele como ela. Natalie também tinha uma sexualidade exagerada (ou será que era tão normal, exagerada para Hollywood?), À flor da pele. Ela morreu em circunstâncias um tanto suspeitas (estaria bêbada e caiu do barco, morrendo afogada) em novembro de 1981, aos 43 anos. Não era uma vamp, não era uma pin up, não era um produto da máquina dos estúdios. Natalie era uma mulher. Tinha alma. Lendo o livro, que ainda não acabei, cheguei à conclusão que as personagens foram melhor que um expressaram uma Wilma Dean de Clamor do Sexo, do Kazan, ea Alvah Starr que Pollack adaptou de Tennesse Williams, em Esta Mulher É Proibida.

Mensagem do amigo secreto para Zélia.

Bom dia Zélia!

Que seu domingo seja cheio de novidades boas.
Você já é uma criatura que Deus fêz prá cultivar
a amizade.É acolhedora,receptiva, gente boa demais.
Adorei ter lhe tirado.Bom....Que sua semana também
seja de um astral perfeito.

Abraços: Eu.

Receita de Nhoque de Batata - Para um almoço dominical




Ingredientes

• 1 kg de batata
• Sal
• 2 ovos
• 2 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
• Farinha de trigo para polvilhar

Modo de preparo

• Coloque as batatas numa panela grande e junte água até uns 2 cm acima da batata.
• Acrescente sal.
• Tampe a panela e leve ao fogo alto.
• Diminua o fogo quando levantar fervura.
• Deixe cozinhar.
• Quando as batatas estiverem macias, tire do fogo e escorra.
• Descasque-as e passe pelo espremedor ainda quentes.
• Bata ligeiramente os ovos e misture ao purê de batata.
• Acrescente a farinha e amasse delicadamente até que fiquem tudo bem misturado.
• Divida a massa em porções de 1,5cm de diâmetro, sobre uma superfície enfarinhada.
• Corte nhoques de 2cm de comprimento e vá arrumando-os sobre bandejas forradas com guardanapos também polvilhadas com farinha.
• Cozinhe os nhoques aos punhados numa panela com bastante água e sal.
• Quando subirem à superfície, retire-os com uma escumadeira e escorra bem.
• Sirva com molho de sua preferência e polvilhe com queijo parmesão ralado.

Dica:

• A quantidade de farinha de trigo varia de acordo com o tipo de batata, é aconselhável testar a consistência da massa: depois de tudo bem misturado, faça alguns nhoques e cozinhe-os.
• Se ficarem no ponto desejado faça o restante dos nhoques.
• Caso fiquem moles, junte mais farinha à massa.
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   Sugestão de Molho para Nhoque   
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    Modo de preparo do molho de tomates com manjericão:   
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-No azeite, refogue as cabeças de alho e retire-as depois de refogadas.
-Acrescente metade do manjericão e os tomates pelados.
-Com a ajuda de um fouet, misture e "quebre" os tomates.
-Cozinhe destampado, em fogo baixo, até todo o "líquido" dos tomates se evapore.
-Coloque o nhoque nesse molho e acrescente o resto do manjericão.
-Sirva assim que os nhoques estiverem aquecidos.
-Para saber o ponto certo do molho, coloque um pouco dele em um prato branco.
-Coloque o prato quase na vertical. Se nenhuma "água" escorrer do molho, ele estará no ponto ideal de cozimento.