Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Receita de Natal

Faça-se silêncio em nós para recebermos o Menino.
Cessem o tocar do sino e dos tambores
Cesse o canto coral das crianças
Calem-se as Mestras e as Dianas
Aquietem-se o Mateus e o Jaraguá.
Silêncio. O Menino vai chegar
Revelar-se Deus em nós.
Louvemos com nosso silêncio
Construindo um caminho para o encontro
Com o Deus Menino – Jesus – Fonte de toda Luz e de todo Bem.

Stela Siebra Brito

QUANDO... por Rosa Guerrera


Quando nada mais
eu tiver para escrever...
Quando a saudade
não conseguir mais espaços dentro de mim
ou ainda quando
o meu corpo não atender
o calor da minha pele ..
não sentindo mais
desejo por um tímido carinho ...
E eu compreender que o meu poema
chegou ao fim ...

Descerei ao meu passado
e a minha juventude distante
e abrirei o meu primeiro poema .

Nele encontrarei
na voz das coisas mortas
a certeza de que fiz algo importante na vida :
AMEI !

Ao Cariricaturas pela minha lembrança e da Tereza - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Uma cena de intenso efeito trágico se encontra bem no final do filme Blade Runner. O líder dos andróides rebeldes (Rutger Hauer) após guerreira luta com o personagem central (Harrison Ford) e depois de tê-lo salvo, sob o topo de um prédio em plena chuva diz: eu tenho visto coisas que os outros não creriam...tudo isso um momento se perderá no tempo ...como lágrima na chuva....é hora de morrer.

O que alguns amigos hoje no Cariricaturas me fizeram por esta data tornando-me bem maior que a alienação de todos ao sistema de produção econômica, merece um bolo de aniversário. Aquele que se reúne em volta e, como na última ceia, se dividem as fatias. (Se bem com os cuidados dos carboidratos).

Blade Runner não é uma metáfora como nos remetem as ficções científicas. É uma profunda crítica ao sistema de produção baseado na evolução tecnológica que amplia a produtividade transformada em lucros para os detentores do investimento. Com isso aliena tudo o mais: viramos todos unidades de produção e produtividade. Isso é o trabalho. Não é à toa que os Americanos tanto repetem esta palavra não como conflito político, crítica ou debate, apenas como obrigação: é o meu JOB e tudo se justifica, até o trabalho de um sicário.

Mas não torne apenas isso. Quando a capacidade humana de pensar, agir com suas mãos, se manifestar, ouvir, cheirar, de se friccionar no mundo, acontece, é para si um fenômeno histórico e para o geral é natural. Do seu atrito no mundo que não é máquina para sua utilidade, mas algo vivo e dinâmico qual somos todos. Aí para nós é história e, portanto, tempo. Inventamos o tempo. Criamos o tempo. E procuramos harmonizar (ou desarmonizar) no curso da natureza do planeta e do cosmo.

O que o personagem quis dizer se referia à natureza de máquina de todos nós neste sistema de produção. Como um estoque de tempo útil para o trabalho e para o acúmulo da produção do sistema. E o mais trágico de tudo, quando ele vende (ou entrega) o seu tempo para a produção sobre a forma de trabalho, ele se torna um recipiente de acúmulo de tempo a se esgotar. Quando não é mais útil se descarta, aposenta-se do eixo do sistema que é a produção e vai viver algo, a que chamam ócio compensatório, mas pode bem ser um toco de vela no lume derradeiro.

Por isso a singeleza deste dia no Cariricaturas pelos amigos que a juntos chegamos e dizemos ao contrário: temos vivido tantas coisas e tantas mais viveremos neste côvado que esta chapada forma, que acumula os tempos que inventamos, para nos irrigarmos como estas fontes que nascem e descem até o planície do vale.

Pão de mel - compondo a sua ceia natalina

Ingredientes Massa:

3 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de mel
1 xícara (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de leite
2 colheres (sopa) de manteiga em temperatura ambiente
2 ovos
1 colher (sopa) de bicarbontato de sódio
1 colher (chá) de noz moscada
1 colher (chá) de cravo em pó
1 colher (sopa) de canela em pó
Manteiga e farinha de rosca, o quanto baste para untar

Cobertura:

200 g / 1 tablete de chocolate meio amargo, picado
2 colheres (sopa) de manteiga

Modo de Preparo Massa:

Unte uma forma redonda ou retangular com a manteiga e a farinha de rosca
Ligue o forno em temperatura média (180 graus)
Na tigela grande da batedeira, coloque o açúcar, o mel, a manteiga e os ovos inteiros (sem a casca) .Bata muito bem .Acrescente alternadamente o leite e a farinha de trigo, sem parar de bater .Coloque primeiro uma xícara de farinha, em seguida ½ xícara de leite e assim por diante
Depois da última adição, pare de bater .Junte o bicarbonato e as especiarias .Misture delicadamente . Despeje a massa dentro da assadeira untada e leve ao forno pré-aquecido
Asse por 15 minutos em temperatura média, abaixe o fogo o máximo que puder e asse por mais 20 minutos.
Para ter certeza que o bolo está assado, espete um palito
Se sair seco, o bolo está pronto
Retire do forno e passe uma faca de ponta redonda nas laterais da assadeira
Deixe esfriar e desenforme (coloque um prato sobre a assadeira e vire de uma vez)
Cubra o bolo com a cobertura de chocolate

Cobertura:

Coloque água numa panela e leve ao fogo alto
Quando ferver abaixe o fogo
Coloque o chocolate picado e a manteiga numa tigela grande
Coloque a tigela sobre a panela com água fervendo para derreter o chocolate em banho-maria, o segredo é não deixar a água encostar na tigela
Mexa bem o chocolate com a manteiga até dissolver completamente, cerca de 4 minutos
Quando o chocolate estiver derretido, desligue o fogo e retire a tigela da panela
Com a ajuda de uma faca de ponta redonda, espalhe o chocolate nas laterais e na superfície do bolo
Se você quiser o pão de mel em quadradinhos, use uma assadeira retangular para assá-lo
Corte em quadrados e para cobri-los com a cobertura, espete um palito em cada pedaço e mergulhe, um a um, no chocolate derretido
Porém, triplique a quantidade dos ingredientes da cobertura (3 tabletes de chocolate e 6 colheres de manteiga)
Para secar, coloque sobre uma grade, ou sobre uma folha de papel manteiga

Trufas de Natal

1 e ½ (chá) de Cacau em Pó
3 (sopa) de whisky
1 lata de creme de leite
1 quilo de Cobertura de Chocolate ao Leite, picada

Levar ao banho-maria o creme de leite juntamente com 500 gramas do chocolate ao leite picado (o restante será usado para banhar as trufas). Misturar até que o chocolate derreter e formar um creme liso e uniforme. Acrescentar o whisky, misturar novamente e passar esse creme para um refratário. Depois de frio, levar à geladeira por cerca de 6 horas, para adquirir consistência firme. Modelar as trufas com a ajuda de 2 colheres (chá) e guardar na geladeira até o momento de banhar. Derreter o chocolate restante no microondas, na potência média, ou então em banho-maria, misturando com uma espátula até que cerca de 2/3 dele tenha derretido. Retirar do banho-maria e continuar mexendo, até que o chocolate fique bem lisinho. Despejar num refratário limpo, seco, e sobre ele, acomodar um prato contendo água fria, para acelerar o resfriamento. Misturar bem até que, provando uma pequena porção no lábio inferior, você deve sentir que ele está "frio". Mergulhar as trufas neste chocolate, escorrer o excesso e levar à geladeira por 5 a 10 minutos, para secar. Envolver as trufas no cacau em pó e acomodar em seguida em forminhas ou numa caixa bonita, para presente.

Receita de arroz de natal - compondo a sua ceia

Ingredientes

4 xícaras (chá) de arroz
1 cebola picadinha
Sal à gosto
Óleo
2 peitos de frangos
1 lata de pomarola
1 lata de ervilhas
1 lata de palmito picado
Azeitonas picadas
1/2 kg de cenouras cozidas e picadinhas
1/2 kg de vagem picada
Cheiro verde à gosto
1/2 kg de mussarela ou queijo prato
Passas sem sementes
1 lata de milho verde


Modo de preparo

Cozinhe os peitos de frango com todos os temperos.
Reserve o caldo para fazer o arroz.
Faça o arroz de maneira do costume, usando o caldo do frango.
Depois de pronto, junte todos os ingredientes e coloque numa forma refratária.
Cubra com um purê de batata.
Pincele com gema de ovo misturada com 1 colher (sobremesa) de água.
Leve ao forno por meia hora.
Sirva em seguida.

O Livro do Cariricaturas - Edição e lançamento.


Um livro escrito por muitas mãos: uma coletânea com nossos escritores e artistas.

Detalhes :

. Release com fotografia de cada escritor ( 01 página)
• 4 textos por escritor (máximo de 7 páginas - fonte : garamond - altura : 12) - Temática livre.
• Os textos serão escolhidos pelos próprios escritores;
• um contingente de 200,00 por escritor
• O pagamento pode ser feito em 4 x 50,00 ( fev-mar-abr-maio)
• Cada colaborador ganhará 20 livros.
. O livro será dedicado aos mestres de todos os tempos, representados por Dr. José Newton Alves de Sousa.
- A capa será a foto de Pachelly- essa que já caracteriza o Cariricaturas.
- O título é: "Cariricaturas em prosas e versos"
- Edição: Emerson Monteiro ( Editora de Sonhos - Crato-Ce)
- Dedicatória ( Assis Lima e Ana Cecília)
- Prefácio/ Apresentação ( José do Vale e Zé Flávio)

-Já estão confirmadas 30 adesões:

01. Claude Bloc
02. Magali Figueirêdo
03. Carlos Esmeraldo
04. Maria Amélia de Castro
05. Ana Cecília Bastos
06. Assis Lima
07. Socorro Moreira
08. Stela Siebra de Brito
09. Wilton Dedê
10. João Marni
11. Rejane Gonçalves
12. Rosa Guerrera
13. Heladio Teles Duarte
14. Edilma Rocha
15. Emerson Monteiro
16. José Flávio Vieira
17. João Nicodemos
18. José do Vale Feitosa
19. Liduina Vilar
20. Elmano Rodrigues
21. Carlos Rafael
22. Armando Rafael
23. Bernardo Melgaço
24. Domingos Barroso
25. Roberto Jamacaru
26.Dimas de Castro
27.Joaquim Pinheiro
28.Edmar Lima Cordeiro

29.Hermógenes Teixeira de Holanda
30.Olival Honor


Lembrem-se:

O envio dos textos será até 21.01.2010.


Maiores informações , fale conosco !

Claude e Socorro Moreira

Sorriso de Maria - por Socorro Moreira


Esqueci o meu sorriso

em algum canto da vida

Até ontem estava aqui

Até ontem

em mim vivia

Não foi roubado ...

Perdi !



Perdi procurando

o sorriso do meu filho

Pensando no Natal

sem sonoridade ...



E aquele sorriso dos loucos

Muito pior do que choros ?

-Esses achei espalhados !



E resolvi perguntar-lhes :

Meu sorriso passou por aqui?

Assustado, um deles

também perguntou-me :

Não me reconheces mais?



Reincorporei-o !

A princípio tortamente ...

Olhei no espelho, e vi

que a tristeza de um sorriso

precisava de um carinho,

e por Ele , enfim sorri

numa doçura sem fim !

Revelando minha amiga secreta...


É chegada a hora!
Hoje podemos, finalmente, revelar o nome do amigo secreto.
Recebi a minha amiga de presente e assim a considerei durante toda a brincadeira. Apesar de não nos conhecermos pessoalmente, tenho uma profunda admiração pela sua Mãe. Não foram poucas as lições que aprendi com ela, por isso o meu carinho é extensivo a toda a família.
E para a querida filha de Dona Almina, deixo esta mensagem:

"Quisera festejar a chegada do Ano Novo sentindo-me poeta de uma nova sociedade, onde todos se amassem de verdade vivendo cada fração do tempo infinito, curtindo a liberdade e o gosto de viver, num cenário maravilhoso que se chama universo."

Busquemos aproveitar os bons fluidos do Natal e a Esperança de renascimento do Ano Novo para realizar essa magia de Paz, Amor e Felicidade.
Boas festas, Mélia!

Nuno Roland - por Norma Hauer


“Eu sou o pirata da perna de pau,
Do olho de vidro,
Da cara de mau...”


Ele não conheceu muitos sucessos, mas dois marcaram seu carnaval com motivos humorísticos: um foi o “pirata da perna de pau”, outro foi o miado do “gato na tuba”.

“Todo domingo, havia banda no coreto do jardim,
‘Inda’ de longe, a gente ouvia a tuba do Serafim.
Porém um dia, entrou um gato, na tuba do Serafim...
E o resultado, dessa ‘melódia’
Foi que a tuba tocou assim:
Pom, pom, pom...MIAUAU...
Pom, pom, pom... MIAUAU...”


E quem foi ele?
Seu nome era Reinold Correia de Oliveira; nasceu em 1° de março de 1913, em Joinville – S.C., mas ficou conhecido no meio radiofônico como NUNO ROLAND.

Menino pobre, com 13 anos começou praticando profissões modestas, já na cidade de Porto da União, no mesmo estado.

Em seguida foi para o Rio Grande do Sul, para servir ao Exército e ali, como cantor, fez parte da banda do 1° Batalhão de Caçadores, dando início à carreira que marcou sua vida.
Com 19 anos estreou na Rádio Gaúcha (1932), indo para São Paulo em 1934, para trabalhar nas Rádios Record e Educadora Paulista.

Foi quando teve a oportunidade de gravar seu primeiro disco “Cantigas de Quem te Vê”, uma canção de Sivan Castelo Neto, que não vingou, mas abriu-lhe as portas para o mundo das gravações.

Já no Rio de janeiro, passou a atuar no Copacabana Pálace, onde se manteve de 1939 a 1948.

Nessa época gravara seus dois primeiros sucessos: “Amor por Correspondência” e “Mil Corações”. Em 1938 gravou “Rosário de Lágrimas” e no ano seguinte uma versão de um tango que estava fazendo sucesso internacional: “Por Vos, Yo me rompo todo”.

Em 1941 regravou alguns sucessos antes lançados por outros cantores, como “Maria” e “Os quindins de Iaiá”, de Ari Barroso, “Maria Boa”, de Assis Valente e “É Bom Parar”, de Rubens Soares. E, da autoria de Pedro Caetano, “Guarapari”.

Nessa época já fazia parte do cast da Rádio Nacional e do Trio Melodia, com Albertinho Fortuna e Paulo Tapajós.
E nos carnavais de 1946 e 1947 o povão cantou com ele “Pirata da Perna de Pau” (1946) e “Tem Gato na Tuba” (1947). Músicas que não podem faltar nos blocos populares mesmo de nossos dias.

Ainda em 1947, conheceu outro sucesso: “Fim de Semana em Paquetá”, de Braguinha e Alberto Ribeiro.

Em 1969, apresentou-se em Carnavália, de Sidney Miller no Teatro Casa Grande, espetáculo que durou quase um ano.

Em dezembro de 1975 sofreu um acidente automobilístico, no qual perdeu uma perna e, dias depois (em 20 de dezembro) não resistindo, veio a falecer aos 62 anos. 08:15 (5 horas atrás) Norma
ALMIRANTE = MAIS UM ANO SEM ELE
INCRÍVEL !!! FANTÁSTICO!!! EXTRAORDINÁRIO !!!

Ele foi uma pessoa INCRIVEL, Seus trabalhos foram FANTÁSTICOS e tudo que fez foi EXTRAORDINÁRIO.

Nasceu há 100 anos no dia 19 de fevereiro, recebendo o nome de Henrique Foreis Domingues. Com esse nome, só os mais íntimos o conheceram, mas como ALMIRANTE ficou conhecido,através do rádio,em todo o território nacional.
E por que ALMIRTANTE?
Por ele ter feito o serviço militar na Reserva Naval e seus colegas terem feito uma brincadeira com ele;por causa de sua altura(1,81m) foi apelidado de Almirante.

Foi um dos radialistas e produtores radiofônicos que mais tempo atuou no rádio, tendo suas atividades começado no final da década de 20. Nos anos 30 e 40 manteve-se firme, cada vez com mais audiência e somente uma doença grave o afastou da Rádio Tupi,em janeiro de 1958.
Nessa data teve um derrame seriíssimo, que o manteve afastado de qualquer atividade física e intelectual durante todo o resto da década de 50,precisando reaprender a falar, tal foi sua falta de nexo e de memória.

Entre os anos de 1963 e 1971 manteve duas colunas semanais de nome “Incrível! Fantástico! Extraordinário” e “Cantinho das Canções” e uma semanal intitulada “Pingos do Folclore”no jornal “O Dia”.

Suas atividades artísticas começaram com a criação de um conjunto de nome “Flor do Tempo”,logo transformado em “Bando de Tangarás”, do qual fizeram parte Braguinha (como João de Barro), Alvinho, Henrique Brito e Noel Rosa. O nome foi sugerido porque -explicou Braguinha- tangará é um pássaro que canta em grupo com outros 5 tangarás. Esse grupo foi inspirado no “Turunas da Mauricéia”, que havia vindo do nordeste em 1927, tendo à frente o cantor Augusto Calheiros.
O “Bando de Tangarás” começou apresentando-se em circos e teatros mambembes cantando emboladas e outros ritmos nordestinos.

No final de 1929, as gravadoras estavam interessadas em novos compositores e cantores, daí o grupo entrar no campo das gravações.
Suas primeiras gravações foram "Mulher Exigente” e “Conseqüências do Amor”.

Desfez-se o grupo no final dos anos 20 e Almirante, assim como os demais componentes passaram a atuar sozinhos. Foi quando Almirante gravou um samba que teve muito sucesso, de nome “Na Pavuna”, sendo o primeiro a usar percursão em uma gravação popular.

Convidado por Ademar Casé,Almirante foi um dos primeiros a compor programas elaborados, que tiveram como precursores Renato Murce na Rádio Clube) e Valdo Abreu(na Mayrink Veiga).

Mas os de Almirante eram de um nível superior porque ele ia “fundo” em suas pesquisas e,ao longo de sua carreira, criou mais de uma dezena deles e compôs um arquivo que,doado ao Governo do antigo Estado da Guanabara, transformou-se no Museu da Imagem e do Som, no qual ele foi um dos primeiros diretores.

Depois do “Programa Casé”, Almirante passou a fazer parte do elenco da Rádio Nacional,transferiu-se para a Tupi,regressando à Nacional e terminando suas atividades radiofônicas na Rádio Tupi,em 1958.

Foi nesta Rádio que criou seus mais interessantes programas, como é exemplo o “Tribunal de Melodias”, um dos muitos que teve a participação dos ouvintes.

Ao longo de sua carreira criou os seguintes programas:
“Incrível! Fantástico! Extraordinário!”; “Onde Está o Poeta ?”;”Carnaval Antigo”; “O Pessoal da Velha Guarda”;”Coisas do Arco da Velha”;”Instantâneos Sonoros”;”Anedotário dos Professores;”História das Danças”;”Aquarelas do Brasil”:”Caixa de Perguntas”;”Orquestras de Gaita” e “Dicionário de Gírias”, que pretendia publicar, mas não o fez.

Almirante faleceu no dia 21 de dezembro de 1980.

Hoje, referendamos sua memória, pelo grande vulto que deixou marcas em nossa música e nosso rádio.

Essa é nossa SAUDADE.

Norma Hauer

Ari Monteiro - por Norma Hauer



No dia 20 de dezembro de 1905, nasceu ARI MONTEIRO, compositor que, dentre outras músicas, lançou algumas enaltecendo São Jorge.

O famoso Dicionário de Ricardo Cravo Alvin relaciona uma série de composições de ARI MONTEIRO e o nome dos diversos cantores que as gravaram, mas não cita nenhuma das muitas que Carlos Galhardo gravou. Aliás, quem mais compôs com Ari Monteiro também não é citado: Roberto Martins.
Carlos Galhardo gravou "apenas" 34 composições de ARI MONTEIRO. Nenhuma foi relacionada por Ricardo Cravo Alvin. Dessas, a maioria tem Roberto Martins como co-autor.
Iniciando uma série de músicas sobre São Jorge, Carlos Galhardo gravou em 1946 "São Jorge;no ano seguinte "Dentro da Lua"; em 1948 "23 de Abril"; e em 1955 "Novamente Abril" , todas de Ari Monteiro (duas com Roberto Martins). Apenas "Meu São Jorge" (1951) não leva o nome de Ari Monteiro.

Para o carnaval, Galhardo gravou "Cadê Zazá?", "Até Moscou";"Dias de Festa";"Neste Mundo e no Outro"; "Canta Vagabundo";"Alegria da Cidade";"Laurindo"...

Também são de Ari Monteiro, "Noites de Junho"; "Pecado Original";"Domingo Feliz";" "Papai do Meu Coração";"Tempos de Criança";"Prece";"Olhos Divinos";"Por
que Cantam os Passarinhos?"...

ARI MONTEIRO fez dupla com outros compositores, como Irani de Oliveira;
Peterpan; Newton Teixeira; Arnaldo Passos, tudo gravado por Carlos Galhardo.

Completando a falta de informação de Ricardo Cravo Alvin, quero registrar uma bela composição de ARI MONTEIRO e Peterpan, de nome

MISTÉRIOS DA NOITE"
Tarde morre o dia,
Triste como sempre...
Cedo a noite vai chegar.
Maior será então
A minha grande mágoa,
Meus olhos já estão
Ficando rasos dágua.

Pois quando anoitece
Muito mais padece
Quem tiver no coração a sombra da tristeza.
Não sei o mistério que a noite tem,
Que faz crescer no coração da gente
A saudade de alguém.

Lançada por Carlos Galhardo na Rádio Mayrink Veiga, essa valsa não foi gravada. Está apenas"gravada em minha memória".

Em que data Ari Monteiro faleceu???
Esta composição de Ari Monteiro, também em parceria com Peterpan, foi gravada por Carlos Galhardo em 1946 e também não consta do Dicionário de Ricardo Cravo Albin.

DOMINGO FELIZ
Você se esqueceu tão depressa,
Dos beijos de amor que me deu.
Abraços e tantas promessas
Você tudo, tudo, esqueceu.
Mais uma lembrança perdida,
Mais uma loucura que eu fiz,
Eu hei de lembrar toda vida,
Daquele domingo feliz.

Tudo passou, Tudo acabou.
Só a saudade em mim ficou.
Eu não terei, tudo me diz
Outro domingo assim feliz.

Por isso, se nossa memória falar, tudo ficará no esquecimento aqui nesta parte da comunidade.
Norma Hauer

Jennifer Jones - uma grande atriz - por Norma Hauer

Seu verdadeiro nome era Phylis Lee Isley, mas ficou conhecida como JENNIFER JONES, uma atriz muito bonita que nos encantou nos vários filmes em que atuou.

Veio a nota de seu falecimento, aos 90 anos de idade, no último dia 18.

Imaginar aquela bonita médica eurasiana, que brilhou ao lado de Willian Holden no filme "Súplício de Uma Saudade" com 90 anos é difícil. Era vistosa, exuberante, uma dama.
Adorei aquele filme.

Jennifer também encantou com a "Canção de Bernadette" (por este filme recebeu seu único "Oscar"); "Suave é a Noite";"Adeus às Armas" e o "Retrato de Jeanie".

Adorei um filme de nome "Lover's Letter" que recebeu aqui o nome de "Desde que Partiste", com Joseph Cotten. Quando foi exibido na TV, anos depois de ser lançado nos cinemas, fiquei alucinada e gravei para revê-lo quantas vezes quisesse.

Não sei se existe em DVD. Se existir vou adquiri-lo.

Seu último trabalho no cinema foi em "Inferno na Torre", filme com Paul Newman, mas ela contracena com Fred Astaire.

O cinema hoje não tem mais grandes artistas . Tudo mudou e o cinema também. Aliás, nem cinemas temos hoje. Salinhas dentro de "shoppings" não são cinemas, como eram os Metros (Passeio, Tijuca, Copacabana), o São Luiz, O Imperator (no Meier) o Olinda, o original Azteca, na Rua do Catete o Palácio, o Vitória, o Pathé...

Saudades dos grandes cinemas, dos melhores filmes dos insquecíveis atores...

Os tempos são outros. Fazer o que?

Recordar JENNIFER JONES é o melhor para fazer hoje. E vou fazer, revendo "Suplício de Uma Saudade".
Esse é um dos pontos altos da tecnologia :ver em casa o melhor do cinema.

Norma Hauer

YUKA - fotos de Heládio Teles Duarte

Presente de Natal !


Esta planta chama-se Yuka, é de difícil floração ( talvez de 4 em 4 anos) . Ontem ao fiscalizar o jardim , fui surpreendido com tamanho presente, que compartilho com todos do CARIRICATURAS.

AMIGO SECRETO

Já que pode revelar, digo: meu amigo secreto é o poeta Assis Lima. Tive muito prazer em tê-lo como amigo secreto, já que somos amigos de longo tempo, mesmo sem convivência: somos amigos da Ponta da Serra e dos Altos, da Serra do Juá e da chapada do Araripe, do rio Carás, da nossa terra, enfim. E, principalmente, somos amigos da poesia. A você, Assis, dedico esse poema de João Cabral.
Stela Siebra Brito

CATAR FEIJÃO
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco palha e eco.

Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigavel, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a tenção, isca-a com risco.
(João Cabral de Melo Neto)

O Clero de Bom Humor – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

O Padre Gilson, ao celebrar missa na Lagoa Redonda, um bairro da periferia de Fortaleza, ouvia uma resposta diferente para a tradicional saudação: “O Senhor esteja convosco”. Apurou bem os ouvidos e notou que uma velhinha, que sentava no banco da frente, assim respondia a essa oração: “Ele está com medo de nós”.
***
Padre Pita, um irmão do nosso inesquecível Padre Lauro, era também muito apegado à sua carteirinha de cédulas. Quando rezava a missa das nove horas do domingo, em Fortaleza, ao pronunciar o “eu pecador” e dizer: “porque pequei muitas vezes, por minha culpa,” (bateu com a mão nos peitos e sentiu falta da carteira), imediatamente colocou as mãos sobre os dois bolsos laterais da batina, enquanto dizia: “por minha tão grande culpa”, (e a carteira também não estava lá). Por fim, prosseguiu a oração levando as mãos aos dois bolsos de trás, exclamando: “por minha máxima culpa”. Gritou: “Roubaram minha carteira!”
***
Os alunos do Curso Cientifico do Colégio Diocesano do Crato viram um jumento roendo tocos de capim de burro pelos cantos do meio-fio da Rua Nelson Alencar. Conduziram o animal até a sala de aula, durante o intervalo do recreio. O Padre David entrou para aula de Física, fez de conta que não viu o animal na sala e ministrou sua aula com toda tranqüilidade possível, como era seu costume. Ao final, foi até o local onde o jumentinho a tudo assistia com redobrada atenção e assim falou para o burrico: – “Avise aos seus colegas que na próxima aula vai haver prova.”
***
Anualmente, o saudoso Padre Murilo celebrava a páscoa dos funcionários da Coelce em Juazeiro do Norte. Entre as inúmeras virtudes das quais ele era possuidor, uma eu admirava muito, pois assim como eu, ele era torcedor do Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Em 1988, a páscoa ocorreu depois de um jogo decisivo do Vasco contra o Flamengo. O Vasco sagrou-se campeão carioca, ao vencer seu rival com um único gol marcado pelo jogador Cocada, um ex-flamenguista. Na benção final da missa, após pronunciar a mensagem: “Ide em paz, que o Senhor vos acompanhe”, o Padre Murilo emendou: “Agora vocês vão para casa, comam uma cocada e bebam um copo d’água.”
***
Dario Maia Coimbra, mais conhecido pelos juazeirenses por “Darinho”, devia vinte cruzeiros a um amigo que faleceu, sem que antes ele tivesse pagado tal dívida, naturalmente corroída pela inflação. Então ele foi se informar com o Padre Murilo, se ele poderia celebrar uma missa pela alma do seu credor com o dinheiro daquela dívida, e mandar o que sobrasse para os familiares do morto. Padre Murilo lhe respondeu que com aquela quantia não daria para celebrar nem meia missa. – “Nem mal celebrada?” – Insistiu Darinho. – “Nem celebrada por mim.” – Respondeu Padre Murilo.
***
Padre Quinderé, talvez o mais espirituoso dos sacerdotes cearenses, chegou atrasado para celebrar a missa das seis horas na Igreja do Carmo. Quando vestia os paramentos na sacristia, uma velhinha se aproximou pedindo para que ele a ouvisse em confissão, pois não desejava passar um dia sem comungar. Ele lembrou-se que a confessara na tarde anterior e perguntou: “Criatura de Deus, que pecado tão grave você cometeu de ontem para hoje?” Então a beata perguntou: “Padre, eu queria saber se ventar na Igreja é pecado?” – “Depende, se não apagar as velas, pode ventar à vontade.”
***
Os vizinhos do Padre Quinderé estavam escandalizados com o que se passava na casa do sacerdote, situada numa esquina. Então convocaram um senhor muito católico para ir falar com ele. “Monsenhor, desculpe-me vir até aqui ocupar seu precioso tempo. Mas está acontecendo uma coisa na sua casa, que está chocando toda a vizinhança. Temos certeza que não é do seu conhecimento.” – “Explique-se logo homem.” – Suplicou-lhe o padre, com muita curiosidade. – “É que a Maria, sua cozinheira, deixa a janela do quarto do oitão somente encostada e depois das dez horas da noite, o namorado dela entra no quarto pela janela.” O padre agradeceu a informação e prometeu tomar as providências. Cedo da noite, armou uma rede no quarto do oitão e disse para a empregada: “Maria hoje eu vou dormir aqui. Você vá dormir no seu quarto.” – “Mas padre, e o leite que eu recebo do leiteiro todas as manhãs pela janela?” – Perguntou-lhe a empregada. – “Vá receber pela porta da frente.” – Dito isso, o padre deitou-se e aguardou até as dez horas da noite. Ouviu a janela ser aberta e fez-se dormindo. O namorado da Maria foi direto para rede e passou a mão por baixo. O padre levantou-se de um só pulo e disposto a enfrentar o invasor, perguntou: – “Que é que você está fazendo aqui, rapaz?” – “Padre Quinderé, desculpe se eu lhe acordei, mas eu só queria saber que dia é hoje?”– Gaguejou o namorado da Maria. – “E você está pensando que o meu “fiofó” é calendário? ”– No dia seguinte, Maria não amanheceu mais na casa do padre.
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Padre Quinderé, no final da vida, retirou-se para Maranguape, sua terra. Definhava a olhos vistos, estando em pele e osso, além de cego. O Arcebispo de Fortaleza foi visitá-lo. Para confortá-lo disse: – “Padre Quinderé, o senhor é um homem feliz. Está preste a atravessar os umbrais do Paraíso e falar com Jesus, contemplar a face de Deus.” E o padre, com a voz quase inaudível, sussurrou: – É, mas Maranguape é tão bonzinho!”
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NOTA: Monsenhor José Alves Quinderé foi um sacerdote de extraordinárias virtudes, aliada a alegria de viver consolidada pela fé na ressurreição. Ex-professor de Latim do Liceu do Ceará, fundador do Colégio Cearense, deputado estadual em duas legislaturas e secretário do Arcebispo de Fortaleza, Dom Manoel da Silva Gomes.
Para saber mais sobre o Padre Quinderé, recomendo aos amigos a leitura do livro: “Padre Quinderé, o Apóstolo da Alegria.” de Fernanda Quinderé, Edições ao Livro Técnico, Fortaleza – 2004.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo


Pensamento para o Dia 21/12/2009


“A vida sustentada pelo alimento é curta; a vida sustentada pelo Atma é eterna. Não reivindique uma vida longa, mas uma vida divina. Não se esforce para permanecer na Terra por mais anos, mas por mais virtudes no coração. Buda conhecia a Verdade e a propagava ao mundo. Tudo é tristeza. Tudo é vazio. Tudo é efêmero e poluído. Desse modo, o homem sábio deve cumprir os deveres que lhe são atribuídos com discernimento, diligência e desprendimento. Desempenhe o papel, mas mantenha sua identidade não afetada.”
Sathya Sai Baba

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Comentário de Bernardo Melgaço:

As palavras de Sai Baba encontram ressonância em minha alma. Por isso, gosto de divulgar as palavras desse santo homem indiano. Feliz daquele que sentir essa ressonância em seu coração, pois terá a experiência da centelha divina falando para sua própria alma. E para mim esse fenômeno de percepção e sintonia é a Verdade de Deus se manifestando doce e sabiamente.
Certa vez, em 1988, me ajoelhei e implorei escondido (no banheiro para ninguém ver)para que a intuição (a voz da centelha divina) não mais falasse na minha consciência. E ao sair (com o máximo cuidado para que ninguém da casa visse o que estava acontecendo)do banheiro com os olhos cheios de lágrimas fui para o meu quarto no fundo da minha casa e me joguei na cama (segurando as lágrimas e a emoção), e por surpresa minha surgiu de repente a minha madrasta para me consolar dizendo: "Bernardo, você não pode pedir isso, pois você é........(o conteúdo dessa última frase é algo que guardo como segredo entre eu e Deus).

A Vulgaridade Intelectual

Hoje, (...) o homem médio tem as «ideias» mais taxativas sobre quanto acontece e deve acontecer no universo. Por isso perdeu o uso da audição. Para quê ouvir, se já tem dentro de si o que necessita? Já não é época de ouvir, mas, pelo contrário, de julgar, de sentenciar, de decidir. Não há questão de vida pública em que não intervenha, cego e surdo como é, impondo as suas «opiniões».
Mas não é isto uma vantagem? Não representa um progresso enorme que as massas tenham «ideias», quer dizer, que sejam cultas? De maneira alguma. As «ideias» deste homem médio não são autenticamente ideias, nem a sua posse é cultura. A ideia é um xeque-mate à verdade. Quem queira ter ideias necessita antes de dispor-se a querer a verdade, e aceitar as regras do jogo que ela imponha. Não vale falar de ideias ou opiniões onde não se admite uma instância que as regula, uma série de normas às quais na discussão cabe apelar. Estas normas são os princípios da cultura. Não me importa quais são. O que digo é que não há cultura onde não há normas. A que os nossos próximos possam recorrer.

Não há cultura onde não há princípios de legalidade civil a que apelar. Não há cultura onde não há acatamento de certas últimas posições intelectuais a que referir-se na disputa. Não há cultura quando as relações económicas não são presididas por um regime de tráfico sob o qual possam amparar-se. Não há cultura onde as polémicas estéticas não reconhecem a necessidade de justificar a obra de arte.
Quando faltam todas essas coisas, não há cultura; há, no sentido mais estrito da palavra, barbárie. E isto é, não tenhamos ilusões, o que começa a haver na Europa sob a progressiva rebelião das massas. O viajante que chega a um país bárbaro, sabe que naquele território não regem princípios aos quais possa recorrer. Não há normas bárbaras propriamente ditas, a barbárie é ausência de norma e de possível apelação.

Ortega y Gasset, in 'A Rebelião das Massas'

Paco de Lucia , nascido em 21 de Dezembro

No dia 21 de Dezembro de 1924, nascia Altamiro Carrilho ...

Café da manhã com Zé do Vale.




Esse bolo é pra ser cortado só no Natal, viu? Os enfeites são de Sofia.

Que Zé do Vale e Tereza tenham um dia de sol , iluminado de felicidades !

Curtinhas - Por José do Vale Pinheiro Feitosa

Curtinhas
Rio de Janeiro, 1988

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De quem é a culpa?
Do chão escorregadio?
Ou do piso liso do sapato?
Da natureza quebradiça dos ossos?
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Mal chegastes!
E estais saindo....
Afinal, o que é isto?
Uma cheguida.
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Um burguês, inchando de ter,
Teve tudo e tudo lhe teve.
Esqueceu que a morte é apenas ZZZZIIIIPPPT.
E é certa que vem.
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Januária e Joana juntas na janela, jamais.
Brigaram, brigona, brava.
Assuntos assim, sempre serão sucesso,
Pois choram a ubiqüidade ultrapassada.
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Só existe uma alternativa
Para o vazio estabelecido,
Pela inexorável despedida.
Preencher o vazio.
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Não sei se:
O rabo está na cabeça,
Ou vice-versa.
O chão no céu,
Ou o céu no chão.
A água é fogo,
Ou o fogo é água.
O gás é líquido,
Ou o sólido é pensamento
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por José do Vale Feitosa

Dedicado ao escritor José do Vale Pinheiro Feitosa, hoje aniversariando !

Parabéns, cratense da "Batateira"
Poeta das nossas ruas e praças
Guardião das nossas memórias afetivas
Cratense, no Rio de Janeiro! Vamos apagar as velas ou deixar que elas permaneçam ACESAS para iluminar o teu dia, tua vida?

O Cariricaturas existe graças a ti!
Participastes das ideias iniciais, e com o teu incentivo elas foram tomando forma, tomando vida ...!
Tens o nosso carinho como amigo. Tens a nossa admiração como escritor.
Que Deus te conceda a graça de muitos anos de vida!
Abraços

Língua de Papagaio por José do Vale Pinheiro Feitosa



Língua de papagaio é seca. É a metáfora da seca. Como o Rio Batateira é a metáfora do Cariri. Sem ele, Cariri não há mais, assim como nem os cariris sobreviveram. Teu ser exangue retornará ao pó sem metáfora do vieste do pó, pois o pó a que retornarás não é o mesmo do qual vieste. O pó do qual vieste é o pó que cria, gera, organiza, torna-se vida. Neste pó há o Verbo, o devir da transformação sendo o mesmo mas nunca igual. Este pó em que o Batateira deixa de ser a metáfora do Cariri, é um pó inerte, sem desejo, nele nada para ouvir-se, algo para estimular o olhar, nada, nele não há nada. É esquecimento em estado bruto.
A água é do povo como ar é do Condor. A água é pública, coletiva, andarilha ao encontro de todos, a água de jusante a montante, a água é quase tudo de cada um, somos nós, os humanos, a umidade da terra. E de onde vêm as águas? De todos os lugares, dos céus e da terra, a água circula, troca lugar no vai e vem dos líquidos, sólidos e vapores. A água troca de lugar em todos sentidos de seus estados e deixa de assim ser quando o distribuidor natural muda de natureza.
Desmataram o alto o Urubu, o Alto do Cochos e o riacho dos cochos, afluente do Batateira secou. Desmataram as encostas de mata atlântica do Araripe e a fonte reduziu-se. A indústria vil, este galpão da renúncia fiscal projetou-se sobre as matas que naturalizavam as nascentes de pequenas levadas. O Sítio do Fundão foi lancetado e o poço do Jatobá, uma lembrança de areia saudosa da umidade, acumula os rejeitos de alguma bebedeira com latas de cerveja. Desmataram nossas vida e nem demos conta que não era o progresso mas a trilha torta para nossas almas desérticas.
A lenda do Padre Cícero foi revesitada. Ou melhor, foi confirmada. Afinal a Pedra da Batateira caiu sobre o Crato e o esmagou.



por José do Vale Pinheiro Feitosa

Maturidade - Edmar Lima Cordeiro




TEU ROSTO
TEUS OLHOS
TEU CORPO
TUDO, TUDO
ESTÁ MAIS FORTE
MAIS VIVO,
MAIS MADURO,
MAIS MULHER.
QUE BOM VOCÊ
ASSIM
MELHOR QUE ANTES
MELHOR QUE SEMPRE
MIMOSA
MULHER
BRILHANTE.


( EDCOR )