Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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terça-feira, 27 de abril de 2010

Anotem aí: www.fotografiaspjamacaru.blogspot.com - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Nem leia o que segue. Enderaça-se ao blog de fotografias do Pachelly Jamacaru. Veja o ensaio que ele fez com Nova Olinda. Depois, se quiser, venha ouvir a minha conversa. Talvez não necessite, o ensaio é mais importante assim como você também.

O Pachelly escreve tateando, tendo cuidado de não ferir sentimentos. Pessoalmente, ele é calmo, mas em absoluto é zen. Tem uma tensão controlada em seu porte, que se evidencia pelo tempo que leva até se aproximar de alguém. Chega de leve, sem querer invadir e não se incomoda se antes o seu recato pudesse ser interpretado como indiferença.

Quando argumenta, não ri. É muito sério quando forma suas sentenças de pensamento. E franze o cenho diante da contestação às suas idéias. Mas nisso, eis seu paradoxo: é muito atento com o que diz o outro. Em resumo, Pachelly Jamacaru é um artista, vivendo como artista, discutindo arte e tem uma voz mansa que não representa em absoluto a sua arte.

Este ensaio sobre Nova Olinda é arte, pois ir àquela cidade e fotografá-la com os macetes e ângulos da moda pode não ser. Mas o Pachelly fotografa, o que se encontra lá, como se ele desse uma "arrumada" na composição. Esta coisa de mostrar uma ordem cênica no mundo é quase que lampejo, dura segundos e muitos poucos têm a mente atenta o suficiente para captá-la.

Escolho quatro fotografias, mas poderia pegar aquela de Seu Expedito Seleiro, em seu eterno sonho de Lampião, o mito são as alpercatas do cangaço e Pachelly nem fotografou a espingarda toda, mas o olhar de riso do artesão diz muito bem do seu segredo comercial. Tantas outras, mas quatro me foram marcantes como representativas das demais: a Casa Grande, a Bodega, a Oficina e A Sala em que a idosa ver televisão.

Ele fotografou a Casa Grande de um modo inteiramente diferente com que a vemos em imagens. Entende-se, ela fica numa rua larga e muito visível ao transeunte, foi escolhida como símbolo do projeto do Alemberg e por isso sempre se evidencia como imagem solitária. Mas o Pachelly foi lá e a fotografou de um modo nunca visto: um pedaço da cena, entre outras, por trás dos troncos evidenciados das árvores, cuja folhagem não mostram as cores, mas as folhas e flores do jardim embaixo a substituem.

A bodega é um ensaio sobre a cor: a bicicleta vermelha descansada no balcão amarelo, ambos tomando parte substancial do olhar, mas se desdobrando em misturas de cores primárias nas paredes e prateleiras. Sobre a garupa da bicicleta um cesto parece dialogar com a mesma cor do piso.

A oficina é um ensaio abstrato. Pode pegar qualquer grande pintor abstrato que verás esta mesma proposição artística. Tudo na composição faz sentido, desde aquela peça vermelha no centro da imagem, como todas as formas que fragmentam conceitos nos três cantos do olhar, ficando mais clara esta fragmentação dada a certeza conceitual da moto bem evidente e à frente de tudo. Satisfeito? Tem mais, uma banheira azul que certamente serve para testar o furo na câmara de ar, no ponto lateral à esquerda do olhar, como se dialogasse com o pedaço avermelhado antes descrito.

A sala tem muitos significados. Primeiro a própria sala. Ela é azul. A cor do céu. Céu cuja trilha é feita com as guardas e guias de santos pela parede. Tem um santuário e claro que a solenidade dos membros da família em fotografias espalhadas pelas paredes. Como a fazer a ligação entre o céu e o altar da terra, ainda se põe o olhar num tecido vermelho que emoldura a parte inferior da foto. A esse molho todo, acrescente o efeito da iluminação, dando à cena seu tom mais sublime. Mas eis um mais agudo do lampejo de Pachelly: a senhora, idosa, muito certo que autora da fé, se encontra de costas para o nosso olhar, atenta a um outro "céu", aquele da televisão e sua presença dominante na casa das pessoas.

Quando pensamos na glória do grande mercado de arte, é preciso que na altura dele não se esqueça de grandes artistas, que vivem e criam, continuamente como faz Pachelly Jamacaru.

Parecem cartões de Duendes - por Cristina Diogo


"Esta peça é feita a mão numa fusão de cor forma e mensagem."

As pessoas sensíveis cansadas de esperar por políticas públicas para a infância e juventude da Região do Cariri estão começando a entender o sentido do voluntariado.
É o caso do nosso parceiro artista plástico Rogério Silva que vai socializar parte da sua experiência acumulada para as crianças e adolescentes do Instituto de Ecocidadania Juriti. Em breve ele estará ministrando oficina de confecção de mini cartões, que além de belos se tornam quadros em miniatura.

Inscrição Mostra Curtas Cariri


docariri.wordpress.com/2010/04/20/prorrogado-o-prazo-de-inscricoes-para-a-4%C2%AA-mostra-curtas-cariri/


Poesia da Luz
Fotografia

Nívia Uchôa

(88) 96127485 / 88488094

www.aguapraquetequero.blogspot.com
www.poesiadaluz.blogspot.com

Escola de Artes Violeta Arraes

URCA Barbalha - CE

Casa Recreio , o novo desafio da Juriti !!- Fotos : Cristina Diogo

Cristina Diogo e Dona Almina : olhares voltados para a transformação social; corações militantes ,
paladinos do amor à vida !
Olhares que sonham e buscam realizações !
- Fantástica parceria !
No terreiro da casa , a sombra dos flaboyands. Disse Dona Almina: eu plantava um , quando nascia cada filho... Eram seis. A semente permanece , a sombra e beleza também... E os filhos continuam cheios de vida !
No alto , a casa histórica, centenária ...Imponente e bela , esperando um resgate, em todos os aspectos originais . Voltará a ser azul!
O avarandado , o piso no tijolo, salas amplas , um convite de amor ao trabalho !
A vista é maravilhosa. Uma promessa natural do bem a ser conquistado pelo serviço voluntário !
Bem perto , a Chapada ... os ares do Cariri , o canto da Juriti !
Uma escadaria real... Um portal para um país sonhado, por uma mulher chamada "Alice" , batizada por Almina Arraes Pinheiro !

Cristina Diogo terá na sequência, muitas boas surpresas pra gente !

Aguardamos o seu pronunciamento .

Dona Almina incorpora Alice, e nos encanta com seus sonhos de vida !- por Socorro Moreira - Fotos : Cristina Diogo


Antonio César , pessoa querida, nos recebeu , na casa de "Dona Benigna", hoje de Dona Almina e Dona Anilda.
Dona Almina é fantástica , em simplicidade e arte !
Energia vital, alimentada pela capacidade de sonhar e realizar !

Sábia em tudo que diz , conta a sua história de vida , fala dos afetos , e das suas saudades , sem uma gota de amargura ... Só alegria, disposição e ternura !
Seu jardim é encantado.
Essa escultura é obra de Beto( Alberto Fernandes Neto) , um anjo que subiu aos céus, e deixou espalhada um pouco ou muito da sua arte. Antonio César, filho caçula de Dona Almina, recolheu a peça, e fincou-a, nos jardins da grande casa .
Um recanto luminoso ... Um canto para reflexão. Uma música que não virou canção, mas parece internalizar-se , no coração dos visitantes.
Senti o olhar da câmera flagrando o meu ar de encanto !

De braços dados com essa mulher, que admiro ao longo da vida , mergulhei em sonhos !

E a conversa tomou rumos diversos. Cristina Diogo, responsável e mentora da Ong Juriti , estava enfim , cara a cara com Dona Almina ( nossa Alice do País da Maravilhas ) !
Saímos de lá pra conhecer a Casa do Recreio, onde nasceu Vicente Leite, onde nasceram os filhos mais velhos de Dona Almina ( Joaquim Pinheiro e Maria Edite).
Ela confessou sua paixão pela casa, que pertence à familia há tantos anos. Por amor , quis dar-lhe um destino digno, honroso... E a concepção de um projeto social, nasceu espontânea , plena de luz e vontade de realização !


Se Liguem !!!



Faltam 03 dias, Show MUSI(CA)MINHOS de Pachelly Jamacaru

Contagem regressiva, será dia: 30 Abril no Centro Cultural BNB em Juazeiro do Norte,às 19.15h. Participaçãoes Especiais: Abidoral Jamacaru, Luis Carlos Salatiel, João do Crato, Dihelson Mendonça, Nivando Ulisses, acompanhados por: Aminadaber, Danilo, Isaias do(Trio Cariri) e o Mestre Jairo Starqey Convidamos a todos, marquem presenças!


Escola de Artes da URCA paralisada por falta de professores.


A Escola de Artes Violeta Arraes Gervaiseau da Universidade Regional do Cariri enfrenta mais uma vez uma situação lamentável em relação ao inicio das aulas devido à carência de professores.

O Semestre 2010.1 deveria ter iniciado dia 22 de abril, mas, na Escola de Artes não iniciou.

Nós alunos de Artes Visuais e Teatro nos reunimos no último dia 26 de abril e conversamos sobre a atual situação, onde chegamos a conclusão que os cursos não poderiam continuar com toda essa problemática, pois o quadro que atualmente se encontra são: 8 turmas, 4 do curso de Artes Visuais e 4 do curso de Teatro, nestas 8 turmas há um total de 19 disciplinas sem professores o que inviabiliza o inicio deste semestre e de futuros semestres.

Nós alunos por unanimidade decidimos paralisar as aulas por tais motivos: temos somente 3 professores efetivos em Artes Visuais, 4 professores efetivos em Teatro e contratados são 2 em Artes Visuais e 1 em Teatro. Necessitamos efetivamente de 17 professores em Artes Visuais e 13 professores em Teatro.
O Governador do Estado do Ceará Cid Ferreira Gomes autorizou o concurso público para reposição de professores efetivos onde houvesse vacância, tendo em vista 60 vagas para professores onde 7 estariam destinados para Escola de Artes 4 em Artes Visuais e 3 em Teatro, o que não soluciona o preenchimento das vagas necessárias para o fechamento da nossa grade curricular, pois para iniciarmos pelo menos 2 semestres contínuos precisaríamos no mínimo de 10 professores para o funcionamento dos cursos.

Tendo em vista o ano eleitoral, precisamos garantir que esse concurso seja homologado e os professores sejam contratados antes do dia 03 julho.

Vimos por meio deste solicitar o Governo medidas urgentes antes do lançamento do edital para professores efetivos que possivelmente seja lançado ainda essa semana.


Poesia da Luz
Fotografia

Nívia Uchôa

(88) 96127485 / 88488094

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Escola de Artes Violeta Arraes

URCA Barbalha - CE

PENSAMENTO PARA REFLETIR ... por Rosa Guerrera

"AQUELE QUE NÃO POSSUI RESPEITO PELAS OPINIÕES DOS OUTROS , NA REALIDADE É PORQUE NÃO TEM NEM UM POUCO POR SÍ PRÓPRIO "

Por Everardo Norões



Receita de escritor

(para outros festivais)

Hoje sonhei com uma árvore no meio do deserto.
Concluí que nela havia um passarinho,
passarinho voa,
quem voa tem asas.
E resolvi escrever um conto usando essa metáfora.
Deitei na rede, saquei do lápis (nada de esfereográfica)
e enquanto ouvia um velho disco de Raul Seixas,
chegou Sherezade, de blusa e calça jeans.
Pensei no título.
Algo que pudesse comover mãe e filha ao mesmo tempo.
Rabisquei: “Triste como ela”.
Puxei o laptop para verificar se no Google
alguém havia escrito algo com o mesmo título.
Esbarrei com um tal de Onetti.
Pedi uma sugestão a Sherezade, classe média periférica em ascensão,
metade da população brasileira,
meu mercado editorial.
- A essa hora, bicho?
Deu o estalo e depressa escrevi:
“A rede”.
O resto é sempre mais fácil:
meu léxico é o lexotan.
__
A colagem é feita com pinturas de Maigritte por Everardo Norões

Crepúsculo - por Domingos Barroso

Minha vida inteira
de sobressaltos
e silêncio.
Alma saltitante
sobre brasas
e cascas de ovo.
Cicatrizes,
joelhos ralados,
olhos por destino
sempre lacrimosos.
Os objetos comovem-se
com meus espasmos,
com minha baba mediúnica.
O ventilador corcunda
tenta arrancar suas hélices quebradas
em oferenda à minha solidão.
A escrivaninha curva-se aos meus pés
e puxa as cutículas das minhas unhas tortas.
Louvo-me a mente ínfima,
sujeito-me ao espanto do cotidiano:
ó ventilador corcunda,
ó submissa escrivaninha.


por Domingos Barroso

Por Heládio Teles Duarte




Tendo em vista a crescente preocupação do nosso querido amigo Pedrinho, em relação a provável notificação do TRE, por lançamento prematuro de sua candidatura à Câmara Municipal, ´nós frequentadores assíduos do Pimenta´s, esclarecemos que o mesmo foi escolhido por unâmidade, devido seus relevantes trabalhos em prol do nosso município. Entretanto, sabedores das exigências da lei eleitoral e preocupados com a preservação do patrimônio do provável candidato a mandato eletivo ( a saber: parte do Sítio são José / Crato, Sítio Faustino / Ponta da Serra e litigioso terreno Córrego do Galo/ Pernambuco ), resolvemos de público afirmar, que o nosso Pedrinho, nada mais é que um intelectual, chegado a uns SCOTCHS ,nos fins -de - semana e bastante paparicado por todos.
Atenciosamente,

Heladio teles Duarte ( médico )
Rommel Bezerra de Menezes ( empresário)
Armando Rafael ( intelectual )
Teo Couto ( engenheiro )
Marciano Teles Duarte ( empresário )
Dédé Tavares ( empresário 0
Hélio Pinheiro ( advogado )
Maurilo Peixoto ( advogado )
Pytty Peixoto ( empresário )
Kilson Piauí ( bancário )
Paulo Leonardo ( bancário )
Fco. Maia ( médico )
Bezerra ( markenting grupo BOPIL )
Roberto Jacú ( reporter )
Hélio Feitosa ( contador )
Samuel Alencar ( prefeito )
Riodalvo Rocha ( médico )
José Gonçalves ( médico )
Tobinha Rafael ( distribuição de petróleo )
Carlos Rafael ( professor )
Raimundo Filho ( vice -prefeito )
Antenor Muniz ( agrônomo )
Júnior Justo ( empresário )
Yvo Rodovalho ( empresário )
Haroldo Correia ( desembargador )
Marcondes Justo ( empresário )
Valdemir Correia ( empresário )
Gyvaldo Sisnando ( empresário )
Giovanne Sampaio ( médico )
Juvêncio Gondim ( empresário )


Heládio

Boneca x Neta ! - Socorro Moreira



Eu tive poucas bonecas.
Uma que andava, abria e fechava os olhos, e chorava...
Outra inesquecível, feita pelas mãos amorosas da minha avó materna... Uma bruxinha de pano !
Não tive a graça de ter filhas mulheres ... Mas tenho a graça de ter duas netas !
O tempo de brincar nunca passa . O tempo de chorar , às vezes seca...Mas o coração nunca deixa de se enternecer , e desejar o amor com muita pressa.
Eu digo que mesmo em todos os artifícios , sonhos e atropelos da vida, o que fica é a vontade de amar o amor (e)terno !

Dona Maria Eneida de Figueiredo e os seus filhos varões !

Conheci todos meninos de calça curta ; conheci todos adolescentes de calça comprida... Conheci, e sinto saudades de todos !
Zé Ricardo, Luis Alberto, Carlinhos e Anibal !

As meninas do meu tempo , debutavam !

Bela ! Minha colega e amiga Magali de Figueiredo !

Posso identificar :Magali, Ana Maria Dantas, Francíria Alencar, Lastênia ...

Lamar, Feliz Aniversário !


Abraços do Cariricaturas !

Praticando o desapego - por Marcelo Guerra



Exergue os términos com outros olhos e aprenda a dizer adeus.



A entrega do Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano trouxe uma surpresa. O filme japonês Partidas (Departures /Okuribito) levou a tão desejada estatueta no lugar de outros filmes mais incensados pela crítica. Mas afinal de contas, o que Partidas tem que o torna tão especial? Trata-se da história de um homem na faixa dos 20 anos, casado, que toca violoncelo numa orquestra em Tóquio, e esta é dissolvida pelo patrocinador. Ele volta à sua cidade natal com a sua mulher e consegue um emprego no qual ganha muito bem. O que o desagrada é o novo trabalho em si: arrumar defuntos para serem cremados, numa cerimônia em que a família da pessoa morta está presente. À medida em que ele persiste no emprego, começa a perceber a importância do que faz e a dignidade de honrar os mortos em sua despedida.

Um outro filme, este feito para a TV, pela HBO, chamado Correr Riscos (Taking Chance) mostra um coronel que escolta o corpo de um soldado morto na guerra do Iraque para ser entregue a seus pais no interior, e também fala de despedir-se com dignidade.

A morte faz parte da vida, mas muitas vezes a negamos, talvez pelo medo, talvez por estarmos ocupados demais tentando sobreviver. Quando entendemos a morte como a outra face da vida, esta toma um novo sentido. Podemos efetivamente viver - e não somente sobreviver. Geralmente a morte, principalmente de pessoas queridas, nos sacode de nossa zona de conforto, de uma forma mais ou menos intensa, provocando questionamentos sobre a vida, principalmente sobre aquelas questões que adiamos a resolução. A morte nos lembra que tudo passa, que nada é para sempre, e dá uma noção real de que o tempo anda, e não espera.

É preciso saber dizer adeus a quem nos deixa, mesmo sabendo que o que está presente naquele instante é um corpo sem vida. Isso realça a dignidade da vida, não só daquele que morreu, mas de quem ainda vive.

Dizer que a morte faz parte da vida nos faz pensar só no final, mas é muito mais presente do que isso: a cada situação em que precisamos terminar algo para começar uma nova etapa da vida, a morte está ali. Na Índia, a religião hindu tem uma trindade de deuses, formada por Brahma, Shiva e Vishnu. Brahma é o criador de tudo, Shiva é o destruidor e Vishnu o preservador. Parece meio sinistro um deus que destrói, mas é através da destruição do que está gasto que há renovação, que é possível nascer o novo. Não à toa, Shiva é o deus mais adorado na Índia, tendo muito mais templos onde é cultuado, do que os outros deuses da trindade hindu.

Pode parecer absurdo o que eu vou dizer, mas integre a morte em sua vida para que você possa viver mais plenamente. Busque soluções para aqueles problemas que vem adiando, como se o tempo não passasse. Perceba o que já terminou em sua vida, e você não reconhece. Muitas vezes nos apegamos a situações que já não fazem mais sentido, somente pela rotina."Muitas vezes nos apegamos a situações que já não fazem mais sentido, somente pela rotina." Podem ser situações de trabalho, de relacionamento, de hábitos. Viver tendo presente a perspectiva de que morreremos não deveria trazer medo, mas acentuar a responsabilidade que temos de fazer com que a nossa vida tenha o rumo que planejamos para ela. Assim, podemos ser dignos de um dia morrer conscientes de que buscamos (mas nem sempre conseguimos) realizar aquilo que é necessário da melhor forma possível.

Para continuar refletindo sobre o tema

Trailer do filme Partidas - http://www.youtube.com/watch?v=0zvE-67leiw (legendas em inglês)

SOBRE O AUTOR
Marcelo Guerra

Marcelo Guerra

Médico Homeopata, Terapeuta Biográfico, co-fundador do DAO Terapias. Faz atendimentos individuais, para casais e grupos, em Nova Friburgo, Juiz de Fora e Niterói. Saiba mais »
contato: marceloguerra@terapiabiografica.com.br

A Poesia de Ana Cecília S.Bastos



Imagem que se veda,
palavras contidas e condensadas,
emoção abundante.

A invisível lágrima, intacta e ininterrupta.

Sim, também eu quero as palavras que nascem do chão,
me mordem no ar,
pelas canções que tocam no rádio
e viram esquinas.

Era um segredo: às vezes perdemos o locus da emoção.

"Morning yearning”: esse desejo de vida.

Descortinar. Foto de MVítor.

Empregada Legal x Ilegal




"A formalidade aumenta no trabalho doméstico porque os patrões receiam perder dinheiro com processos na Justiça"

Enquanto a informalidade toma conta de todas as atividades urbanas da economia brasileira, os empregados domésticos seguem rumo ao oposto. O número de carteiras assinadas destes profissionais cresceu 8,7% no ano passado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"É mais econômico cumprir a legislação. Se a empregada doméstica não recebe os devidos direitos, ela tem 100% de chance de ganhar na Justiça", afirmou o juiz do Tribunal Regional do Trabalho, Aluizio Santos.

Quem assina a carteira de trabalho da empregada doméstica, acaba gastando menos do que aqueles que estão "fora da lei" e ainda corre o risco de um processo trabalhista.
Desta forma o INSS, vale transporte, décimo terceiro e adicional de férias - direitos da categoria - cobrem com folga as despesas com advogado para defender-se de uma ação judicial.

Gastos e riscos - O empregador que cumpre os deveres com a empregada paga R$ 226,50 por mês (um salário mínimo e meio) e desembolsa R$ 3.599,00 por ano, somando-se também os encargos sociais. Já quem não assina a carteira, arca com R$ 4.217,00 no mínimo, caso perca a causa na Justiça. Se não pagar os direitos das empregadas durante dez anos, o prejuízo poderá chegar a R$ 6.116,00. Esses valores não incluem as multas do INSS e se baseiam em honorários de 10% sobre o valor da causa.

"No ano passado, o número de ações movidas contra empregadores cresceu pelo menos 20%", afirmou o presidente da Associação Nacional do Consumidor e do Trabalhador (Anacont), José Roberto Soares. A presidente do Sindicato das Empregadas Domésticas do Rio de Janeiro, Arinda de Jesus, confirma que registrou maior número de ações contra empregadores em 1999.

Metade dos benefícios - Por outro lado, os empregados domésticos têm menos direitos que um trabalhador comum. "A lei não garante a metade dos benefícios que constam na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)", acrescenta Arinda. O empregador pode contratar sem conceder Fundo de Garantia (FGTS), seguro-desemprego, Programa de Integração Social (PIS), salário-família, hora extra e jornada de trabalho fixa. Para José Roberto Soares, o governo não tornou obrigatória a contribuição do FGTS para empregados domésticos porque, em sua opinião, "isso agravaria o desemprego".

Em 1993, 17% dos empregados domésticos contavam com a formalização do emprego. Em 1999, esse número pulou para 25%, dos quais 1,4 milhões de pessoas possuíam direitos trabalhistas. A última Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada na semana passada também pelo IBGE, mostra como esses números são raros. Das 658.112 vagas criadas nos últimos doze meses, 68,5% não têm carteira assinada.

Há quem prefira a informalidade...

Muitas empregadas domésticas preferem ficar na informalidade, sem carteira de trabalho assinada. Como diaristas, trabalhando em casas diferentes, elas ganham em média R$ 600,00 (mês) no Rio de Janeiro. Equivale ao dobro de quem tem carteira assinada e ganha até dois salários mínimos.

"Não daria para sustentar minha filha se eu trabalhasse com carteira assinada recebendo dois salários. Trabalhando seis dias por semana, no fim do mês junto R$ 700,00". Disse Célia Santiago, que cobra R$ 40 por cada faxina.

Já a empregada doméstica Elenice Guimarães da Silva, há cinco anos com carteira assinada, prefere ter os direitos. "Tenho férias, décimo-terceiro salário, licença-maternidade e vale-transporte. Assim está bom". Contou Elenice, que recebe R$ 360,00 por mês.

Depois de 20 anos trabalhando com carteira assinada, Ilaziu Santos desistiu de "ganhar pouco e trabalhar muito" e hoje trabalha como autônoma. Nas horas vagas, ajuda o marido, dono de bar. (S.L.).

Antes de contratar

Perfil
Antes de chamar alguém para trabalhar em sua casa, pense nas características que apreciaria e nos defeitos que não suportaria.

Referência
É preciso saber o seu passado profissional, para ter certeza do perfil do candidato.

Contrato
A partir do momento em que o empregador diz "comece amanhã" e o trabalhador concorde, já existe um contrato. O salário deve ser definido neste momento.

Carteira
O empregador assina a carteira de trabalho até 48 horas de trabalho (CLT artigo 29). Se não, especificar a data em que o empregado começou a trabalhar.

Direitos
O empregado doméstico recebe mensalmente pelo menos um salário mínimo, férias anuais com adicional de um terço do salário, décimo-terceiro salário - pago em duas parcelas - a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro, aviso prévio, licença maternidade remunerado de 120 dias e a aposentadoria.

INSS
Empregador e empregado contribuem para o INSS (com 12% e 8%, 9% e 11%) respectivamente. Se o empregado alegar que o valor é muito alto, o patrão pode pagar sua parte. Embora ele não seja obrigado, a parte de sua competência é apenas de 12%.

27 de Abril, no calendário do Brasil !- por Socorro Moreira

Ando sem poesia, e sem lirismo. Sonolenta demais , a preguiça poética me domina.
Ontem sonhei colorido, e tenho encontrado os amigos.
Minha mãe se recupera devagarzinho, e eu vou ficando menos triste.
Amanheci ouvindo Raphael Rabellho. Qualquer música que ele interpreta é linda ! Naturalmente prendo-me à melodia. A poesia até esqueço, na maioria das canções, com muitas exceções !
Hoje é dia de ouvi-lo !
Mas é dia também da Empregada Doméstica .Esse personagem tão família , que a vida nos empresta !
Descobri a vida, nos braços de uma delas : Sá das Dores - minha doce Dôra !
Viúva , herança da minha avó paterna, Dôra vivia comigo nos braços , passeando nas praças, nas ruas, nos açougues. Batia pernas por horas a fio, comigo nos braços procurando Zé de Mãe , um velho pedreiro, que tinha um chapéu pintado de azul celeste. Com meus ouvidos e todos os sentidos de menina precoce, atenta ao diálogo dos dois, não perdia uma oportunidade de corrigir o português da roça .
- "Pro mode ", Dora?
-" Por causa , menina sabida ! Vamos aviar , que estamos atrasadas pro dicomé !
Dôra é inesquecível ! Tinha um cheirinho de sarro de cachimbo, mas um sorriso misto de pureza e malícia. Eita viúva danadinha !
Com ela descobri logo cedo, que o destino de todas as viúvas é a alegria !
Ainda hoje luto na conquista das Ajudantes Domésticas . Apego-me , desapego-me , porque elas nunca chegam pra toda vida !
Reconheço e valorizo esses anjos encarnados , que pingam de suor , nas tarefas que nos pesam . É pesado lavar e passar a roupa, arrumar a casa, lavar os pratos da pia, e outras coisinhas mais... !
Agora a coisa mudou. Estudam , se formam, reivindicam seus direitos , e até sabem brigar na Justiça, quando se sentem lesadas ou coisa parecida. Tudo certo !
Se eu não morasse no Crato, se precisasse de emprego, numa cidade qualquer, eu seria com certeza, cozinheira !







Raphael Rabello
31/10/1962 27/4/1995


Nascido em uma família grande e musical, começou a tocar violão aos 12 anos, e em seguida formou o conjunto Os Carioquinhas, que tocava choro. Teve aulas com o lendário violonista Dino 7 Cordas, com quem gravaria um LP em 1991, e por algum tempo dedicou-se a esse instrumento, adotando o nome Rafael 7 Cordas. Considerado um virtuose do violão (de 6 e 7 cordas), tocou com os maiores nomes do choro e do samba, como Elizeth Cardoso e Radamés Gnattali, de quem foi muito próximo nos últimos anos de vida. Lançou, inclusive, em 1986, o disco "Raphael Rabello interpreta Radamés Gnattali". Em 1989, um acidente de carro resultou em uma fratura múltipla no braço direito que pôs sua carreira em risco. Porém, quatro meses depois o violonista estreava o show "Todo Sentimento" ao lado de Elizeth Cardoso. Um de seus trabalhos de maior sucesso foi o disco que gravou com Ney Matogrosso em 1990, "À Flor da Pele", numa parceria inédita. Gravou também com Paulo Moura, Deo Rian e Romero Lubambo. Suas interpretações para clássicos do choro como "1 x 0" (Pixinguinha) e "Desvairada" (Garoto) são consideradas antológicas. Em 1992 lançou um disco-tributo a Tom Jobim, "Todos os Tons", com participações do flamenco Paco de Lucia a Jacques Morelenbaum e o próprio Jobim. Atuou em discos de diversos artistas, e foi um dos mais requisitados violonistas dos anos 80 e 90, famoso por aliar técnica impecável a sensibilidade interpretativa, em qualquer estilo, fosse erudito, choro, flamenco ou bossa nova. Sua morte precoce, aos 32 anos, aliada à sua genialidade e virtuosismo, o fez ser considerado o "Mozart do choro".