Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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terça-feira, 18 de maio de 2010

Para João Nicodemos

Por Norma Hauer

JOÃO DA BAIANA

Foi há 123 anos que ele nasceu,no dia 17 de maio de 1887, mas,como outros de sua época,deixou sua marca em nossa música popular.
Sua família era da Bahia(daí o nome como ficou conhecido) mas ele, de todos os 12 filhos,foi o único que nasceu aqui no Rio.Desde criança freqüentava rodas de samba e, no final dos anos 10 passou a relacionar-se com Pixinguinha e outros bambas da época, sendo convidado por Pixinga para ir à Europa,com os"Oito Batutas".
Negou-se por estar,naquele momento, ocupando um cargo de Fiscal da Marinha; isso em 1922.
No ano seguinte começou a compor.
Trabalhou no rádio (provavelmente a Clube do Brasil,a segunda emissora a funcionar no Rio) e em 1928, já compondo, passou a ritmista e daí a fazer parte de alguns conjuntos foi um passo.
Dois desses conjuntos foram importantes nos acompanhamentos dos cantores que começaram a gravar a partir do final dos anos 20:"Guarda Velha" e "Diabos do Céu".
Fazia parte do grupo que freqüentava a Casa de Tia Ciata na Praça 11, com Pixinguinha, Donga, Sinhô e outros sambistas. Esse mesmo grupo se reunia na antiga Pedra do Sal uma escadaria na subida do Morro da Conceição,que hoje tem o nome de Largo João da Baiana, mas que não deixa de ser uma escadaria toda torta.
Ficou algum tempo afastado até que Almirante,em 1950,convidou-o para um novo "Grupo da Velha Guarda" e, em 1968 gravou, com Clementina de Jesus e Pixinguinha um LP denominado "Gente da Antiga", dirigido por Hermínio Bello de Carvalho.
As composições mais famosas de João da Baiana foram:"Pelo Amor da Mulata";"Mulher Cruel"; “Pedindo Vingança";"O Futuro é uma Caveira"e"Batuque na Cozinha".
Porém a música que mais o projetou e teve inúmeras gravações, foi "Cabide de Molambo".
João da Baiana faleceu em 12 de janeiro de 1974, aqui no Rio de Janeiro, sem completar 87 anos.

Norma

Por Domingos Barroso

vejo sempre encanto
As tatuagens secretas
estampadas no dorso
das minhas ninfas

guardo-as no coração
nunca na memória.

Não preciso fechar os olhos.
Não sonho.

Levo no coração a alma contente
sempre agradecida pela misericórdia
dessas lindas meninas

solícitas,
oferecem ao velhinho

(cabelos brancos
dentinhos quebrados)

o milagre dos desenhos
das pinturas
do estilo:

flores,
dragões,
tribais.

por Domingos Barroso

Por Danuza Leão


Mulheres x Homens: inveja recíproca

Há décadas as mulheres lutam para ter os mesmos direitos que os homens. Já conseguiram muito: podem entrar num restaurante sozinhas, viajar idem e até dividir as contas quando saem com o namorado. Mas em algumas coisas, vamos reconhecer, jamais seremos iguais a eles. Não neste século, talvez no próximo. Talvez. Pense, por exemplo, num homem de 45/55 anos, inteligente, charmoso, sarado, levemente grisalho, bem-sucedido no trabalho, boa-praça e simpático. Quem não gostaria de namorar um homem assim? Esse tipo de homem costuma ser o sonho de consumo das mulheres dos 30 aos 60. Agora, vamos inverter: pense numa mulher entre os 45 e os 60, inteligente, sedutora, com os cabelos começando a embranquecer, um sucesso na vida profissional, elegante, culta, viajada.Quantos homens telefonam para ela por dia tentando se aproximar? Quantos sonham em ter um romance com ela? Vamos admitir: poucos. Nenhum, talvez. É justo? Não. É assim? É. Por que será? Eu, cá com os meus botões, penso que a culpa é um pouco nossa. Esses homens tão cobiçados - estou falando dos solteiros, claro - não costumam passar a vida procurando desesperadamente por uma mulher. Já nós -a maioria das mulheres, eu diria - pensamos muito nisso. Quase que só nisso. Alguém já ouviu um homem dizer "não tem mulher na praça"? Mas "não tem homem na praça" estou exausta de tanto ouvir, das gatinhas de 20 às maduras de 60. Se já podemos fazer praticamente tudo que eles fazem, por que precisamos tanto deles? Boa pergunta. Mas as coisas estão mudando; você já reparou que eles estão querendo ficar iguais a nós? Existem coisas que um machão não podia fazer e agora ficou decidido (por eles, claro) que pode. Com o surgimento do metrossexual, eles não escondem que se depilam, fazem plástica, lipo, limpeza de pele, hidratam e pintam os cabelos, usam vários cremes no rosto, e já existem muitas marcas de produtos de embelezamento dirigidas exclusivamente ao público masculino. Além disso, trocam as fraldas dos filhos, usam brincos, pulseiras e anéis, e só falta mesmo vestirem saias e usarem sapato alto (Ronaldinho Gaúcho usa até aro no cabelo).E não é por acaso que no Carnaval eles saem vestidos de mulher, usam batom, blush e não dispensam nem os sutiãs. E mais: agora resolveram entrar no sacrossanto recinto feminino, que é a cozinha. Compram utensílios importados, vão à feira e inventam receitas; para nós, mulheres, sobrou o pior: lavar as panelas. Um dia a gente chega lá. Mas a natureza nos deu o maior de todos os privilégios: o de podermos ser mães. Eles não falam disso, claro, e se Freud descobriu, cientificamente, que a mulher tem inveja do pênis, nunca mencionou a inveja deles, que não podem conceber um filho. Compreende-se: Freud, sendo homem, puxava a brasa para a sua sardinha. A vida é muito boa, mas no dia em que deixarmos de lado essa procura insana por um amor, um homem, um marido, acho que seremos muito mais felizes. E, se pintar um homem, melhor ainda.
DANUZA LEÃO É CRONISTA, AUTORA DE VÁRIOS LIVROS, ENTRE OS QUAIS AS APARÊNCIAS ENGANAM (PUBLIFOLHA)

Cacá Diegues



Carlos Diegues, mais conhecido como Cacá Diegues, (Maceió, 19 de maio de 1940) é um cineasta brasileiro.

Foi casado com a cantora Nara Leão, com quem teve dois filhos, Isabel e Francisco. É um dos fundadores do Cinema Novo e dirigiu o videoclipe da canção "Exército de um homem só", da banda Engenheiros do Hawaii.

Notícias da "JURITI"




Coordenadora o IEJ visita Bio construção




Com o objetivo de prestigiar o empreendimento ecológica da Professora Francisca Pereira dos Santos da Universidade Federal do Ceará - Campus Juazeiro do Norte, a socióloga Cristina Diôgo visitou a construção da primeira Casa Ecológica do Cariri. Na ocasião se abriu um diálogo para que a restauração da casa Recreio do Crato possa ser bio-restaurada e nesta terça feira dia 18 o bio construtor Carronbé estará visitando o imóvel para a realização de um diagnóstico da casa.


por Bloguinho do Telecentrinho

Para quem gosta de cinema

Bonjour,

Tenho o prazer de informar-lhe que o
"Festival Varilux de Cinema Francês 2010"
acontecera em Fortaleza de 02/06 a 10/06/2010 no Espaço Unibanco do Dragao do Mar.
A Aliança Francesa de Fortaleza e a Embaixada da França co-patrocinam esta prestigiosa manifestaçao cultural.

Mais informaçoes http://www.aliancafrancesa-fortaleza.com.br/

Veja os trailers dos filmes http://alaindefortal.jimdo.com/festival-varilux-de-cinéma-français-2010/

Veja o site www.festivalcinefrances.com

POR QUE OS SERES HUMANOS VACILAM TANTO? A FORÇA FORTE DE AMOR QUE CONHECI EM 1988


A resposta para essa pergunta requer certas premissas para fundamentar o argumento e a visão do homem e do mundo. Eu tenho a convicção do fundo da minha alma que a causa (minha premissa básica) estão nas forças da natureza. Então, segundo os cientistas modernos, existem pelo menos quatro forças básicas fundamentais (as outras (terremoto, tsunami, tornado, explosão solar etc.) se originam dessas quatro) até o momento presente que são: gravidade, eletromagnética, fraca (interior do núcleo atômico) e a forte (no interior do núcleo atômico). De todas elas a mais espetacular, segundo os físicos quânticos, é a força forte que faz a união ou junção no interior de cada núcleo atômico. Ela é muito superior à gravidade e a eletromagnética. E sem ela nem a gravidade e nem eletromagnética conseguiriam formar uma estrutura compacta dos objetos que conhecemos – o mundo ou realidade simplesmente se desintegraria!

Nesse contexto, todo ser humano é constituído de átomos e, portanto, apresenta em sua natureza (interna e externa) os efeitos dessas forças agindo com o mesmo poder cósmico das estrelas, planetas e galáxias. A realidade micro do átomo não é diferente da realidade macro dos planetas, estrelas e galáxias. As quatro forças da natureza agem de forma complementar entre si buscando um equilíbrio cósmico. A unidade de tudo em todos é a resposta da natureza em seu processo de equilíbrio e re-equilíbrio.

Nesse sentido, quando criamos realidades partidas ou divididas (sem a devida ética greca-cristã e respeito pelos demais) em raças, religiões, ideologias, ciências, classes, crenças, estados, nações, cores etc. estamos em verdade agindo no sentido contrário (e por isso oscilamos ou vacilamos constantemente entre ser e não-ser) anti-holístico das forças fracas, eletromagnéticas, gravitacionais e fortes super poderosas nos mundos interno e externo. Os esforços das multidões desinformadas a respeito das leis que regem os universos micro e macro; homem e natureza; concreto e sutil; interior e exterior etc., acabam forçando o ser humano lutar contra si mesmo no intuito de querer vencer o que é invencível (a integração da força forte), e por isso sofrem e adoecem por causa da força chamada ignorância de si das leis cósmicas.
Assim sendo, podemos resumir dizendo que as leis criadoras do universo estão dentro e fora de nós. E só não vê quem não tem ou não sabem utilizar sua sensibilidade (não confundir com emocionalidade)com inteligência racional e supra-racional (intuitiva).

Em quase todos os dias procuro agradecer (mesmo lutando contra dois canceres) a Deus pelo presente que Ele me deu em 1988: a vivência (experiência interior se manifestando no meu corpo externo também) da força forte chamada AMOR CÓSMICO (no centro do meu peito) num êxtase deslumbrante – incapaz de ser imaginado por qualquer ser humano comum, sem foco em si mesmo!

Por isso mesmo: “Amai-vos uns aos outros”. E não é por acaso que na etimologia da palavra “JUSTIÇA” a expressão ou prefixo “JUS” em sânscrito significa união, junção. Os antigos já sabiam disso, por isso criaram conceitos e significados que nos remetiam ou indicavam a necessidade da vivência da força forte AMOR (p.ex.: Philo-sophia = Philo (gostar, amar) Sophia (conhecimento, sabedoria), Re-Ligare (conectar, juntar, unir) etc.).

Eu sou testemunha (porque vivenciei!) da força forte agindo em meu peito em 1988. Acredite se quiser: o AMOR é a força forte criadora do universo e do homem!

Bernardo Melgaço da Silva
Pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF/URCA

DIA DO MUSEU - Por Edilma Rocha


Todos nós cratenses, mais especificamente os interessados em arte e cultura, sabem que o nosso Museu de Arte Vicente Leite está em reformas desde abril do ano passado. Por este motivo não existe na cidade nenhuma programação por parte da Secretaria de Cultura e Fundação J. de Figueiredo Filho, hoje, dia do museu nas suas instalações. Devido as fortes chuvas do inverno passado, as vigas de sustentação do teto cederam no local da escada de acesso a Praça da Sé. E todo um tempo de espera por verbas para a reforma foi posto de lado para a Secretaria de Obras da Nossa Prefeitura Municipal executar com urgência os danos causados. Recebeu nova madeira para o teto e também telhas coloniais, alargamento das canaletas do escoamento das águas de chuva, nova fiação elétrica, tomadas e interuptores. O arquiteto Waldemar Arrães de Farias é responsável pelo projeto da reforma, resgatando os valores originais do prédio histórico da antiga Casa de Câmara e Cadeia Pública do ano de 1877, então regência de Dom Pedro II. Junto ao projeto, o engenheiro, Jorge Estimado, fez os cálculos na parte de engenharia.
O projeto foi elaborado pela historiadora Alessandra Bandeira, juntamente com o presidente da Fundação J. de Figueiredo Filho, Dr. George Macário para se conseguir junto a Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, na pessoa do secretário Dr. Alto Filho, recursos. Prontamente o governador Cid Gomes abraçou nossa causa. O projeto foi aprovado e publicado em edital do Diário Oficial e aguardamos ansiosos para recomeçar ainda este ano a complementação da reforma. O valor cobrirá as despesas de emadeiramento do forro e piso, Iluminação alógena , refrigeração com condicionadores de ar, acabamento, pintura e reestruturação do ambiente. Todo o acêrvo das obras de Arte já foram restauradas sob minha responsabilidade e as molduras já estão sendo colocadas por etapas, afinal são 73 trabalhos. As esculturas e a parte de Arte Sacra estão sob a responsabilidade da restauradora italiana Gabriella Federico. Portanto, estamos trabalhando para uma futura reinauguração do nosso estimado Museu de Arte.
Hoje, precisamente agora, o idealizador e fundador deste Museu, está sendo recebido pelo prefeito Dr. Samuel Araripe para descutirem detalhes e acertos importantes sôbre o Museu de Arte Vicente Leite. Bruno Pedrosa, artista plástico, escultor e escritor, reside na Italia, precisamente em Bassano Del Grappa, respeitado no mundo das artes mundias.
Sinto-me extremamente satisfeita em passar a todos os cratenses e amantes das Artes, tão importantes notícias, oportunamente hoje, no dia do Museu.
.
Edilma Rocha
.

Lua em conjunção com Vênus

Socorro Moreira disse...

brilham na mesma direção
olhos que se cruzam ?
Uma é bela
a outra é lua !
Energia amorosa
que se espalha
envolve caras
invade corações
Até os mais distantes !
Acho que vou morrer me apaixonando
Embora a minha paixão tenha mudado de cor...
É prata , querendo ser ouro !

Liduina Belchior disse...

O mais puro e límpido sentimento.
Faz tremer o corpo, faz a alma sorrir,
o sorriso ocupar todo o espaça da boca,
a pele brilhar,os olhos faiscarem...
E o ser humano de repente, fica completo.
Isso é o AMOR.
Liduina, apaixonada pela vida.

Claude Bloc disse...

Um sorriso baila no céu
pingando luz,
pingando prata
no brilho atônito das estrelas.

Não sei se é a lua
não sei se é a noite
não sei...

O que entendo
o que pressinto
é que me espreitas
e me olhas
e me chamas
e me escondes teu sorriso
disfarçado
e me devolves teu olhar
no lume prateado
da lua e das estrelas.

By Claude

Por Clarice Lispector

Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!

(Clarice Lispector)

Pensamento para o Dia 18/05/2010


“O benefício que podemos obter de qualquer coisa é proporcional à fé que nela colocamos. Da adoração às formas de Deus, às peregrinações a lugares santos, proferir hinos (mantras) ou recorrer aos médicos, obteremos benefícios apenas de acordo com a medida de nossa fé. Quando alguém profere um discurso, quanto mais fé tivermos no indivíduo como um estudioso e perito, mais clara e diretamente podemos trazer o assunto até nossos corações e compreendê-lo profundamente. Para o crescimento da fé e da promoção da clara compreensão, o requisito mais importante é a pureza do coração.”
Sathya Sai Baba

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“A avareza é como o comportamento de um cão. Ela deve ser transformada. A raiva é o primeiro inimigo de todo aspirante espiritual. E a mentira é ainda mais repugnante! Através da mentira, todos os poderes vitais são destruídos! O furto arruína a vida, ela torna a vida humana mais barata que um salgado. Alimento moderado, sono moderado, amor e firmeza – esses ajudarão na manutenção da saúde do corpo e da mente. Seja você quem for, independentemente da sua condição, se você não der espaço ao medo e ao desânimo, se você se lembrar do Senhor com fé inabalável e sem segundas intenções, todo o sofrimento e tristeza desaparecerão de você!”
Sathya Sai Baba

Dias Gomes




Alfredo de Freitas Dias Gomes, mais conhecido como Dias Gomes, (Salvador, 19 de outubro de 1922 — São Paulo, 18 de maio de 1999) foi um dramaturgo e autor de telenovelas brasileiro.

Essencialmente um homem de teatro, aos 15 anos Dias Gomes escreveu sua primeira peça, A Comédia dos Moralistas, com a qual ganharia o prêmio do Serviço Nacional de Teatro, no ano seguinte. Em 1942, sua peça Amanhã Será Outro Dia chega às mãos do ator Procópio Ferreira que, empolgado com a qualidade do texto, chama o autor para uma conversa. Embora tivesse gostado do que lera, tratava-se de um drama antinazista e Procópio achava arriscado levar à cena um espetáculo desse porte em plena Segunda Guerra Mundial. Quando questionado se não teria uma outra peça, de comédia talvez, Dias lembrou-se de Pé de Cabra, uma espécie de sátira ao maior sucesso de Procópio até então, e não hesitou em levá-la ao grande ator que, entusiasmado, comprometeu-se a encená-la.

Sob a alegação de que a peça possuía alto conteúdo marxista, Pé de Cabra seria proibida no dia da estreia. Curioso notar que, embora anos depois o autor viesse a se filiar ao Partido Comunista Brasileiro, até então Dias Gomes nunca havia lido uma só linha de Karl Marx.

Graças à sua influência, Procópio consegue a liberação da peça, mediante o corte de algumas passagens, e a mesma é levada à cena com grande sucesso. No ano seguinte, Dias Gomes assinaria com Procópio aquele que seria o primeiro grande contrato de sua carreira, no qual se comprometia a escrever com exclusividade para o ator. Desse período nasceram Zeca Diabo, João Cambão, Dr. Ninguém, Um Pobre Gênio e Eu Acuso o Céu.

Infelizmente nem todas as peças foram encenadas, pois logo Dias e Procópio se desentenderam por sérias divergências políticas. Refletindo o pensamento da época, Procópio não concordava com as preocupações sociais que Dias insistia em discutir em suas peças. Tais diferenças levariam o autor a se afastar temporariamente dos palcos e ele passou a se dedicar ao rádio.

Foi no ambiente radiofônico que Dias Gomes travou contato pela primeira vez com aquela que viria a se tornar sua primeira esposa, a então desconhecida Janete Emmer Janete Clair. Com ela, teria três filhos: Alfredo Dias Gomes, Guilherme Dias Gomes[1] e Denise Emmer[2].

De 1944 a 1964, Dia Gomes adaptou cerca de 500 peças teatrais para o rádio, o que lhe proporcionou apurado conhecimento da literatura universal.

Em 1960, Dias Gomes volta aos palcos com aquele que viria a ser o maior êxito de sua carreira, pelo qual se tornaria internacionalmente conhecido: O Pagador de Promessas. Adaptado para o cinema, O Pagador seria o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes.

Em 1965, Dias assiste, perplexo, à proibição de sua peça O Berço do Herói, no dia da estreia. Adaptada para a televisão com o nome de Roque Santeiro, a mesma seria proibida uma década depois, também no dia de sua estreia. Somente em 1985, com o fim do Regime Militar, o público iria poder conferir a novela - que, diga-se de passagem, viria a se tornar a maior audiência do gênero.

Com a implantação da Ditadura Militar no Brasil, em 1964, Dias Gomes passa a ter suas peças censuradas, uma após a outra.

Demitido da Rádio Nacional, graças ao seu envolvimento com o Partido Comunista, não lhe resta outra saída senão aceitar o convite de Boni, então presidente da Rede Globo, para escrever para a televisão.

De 1969 a 1979 Dias Gomes dedica-se exclusivamente ao veículo, no qual demonstra incomum talento.

Em 1972 Dias Gomes levaria o povo para a televisão ao ambientar Bandeira 2 no subúrbio carioca.

Em 1973 escreveu a primeira novela em cores da TV brasileira, O Bem Amado.

Em 1974 já falava em ecologia e no crescimento desordenado da cidade com O Espigão.

Em 1976, com Saramandaia, abordaria o realismo fantástico, então em moda na literatura.

O fracasso de Sinal de Alerta, em 1978, leva Dias a se afastar do gênero telenovela temporariamente.

Ao longo de toda a década de 80, Dias Gomes voltaria a se dedicar ao teatro, escrevendo para a televisão esporadicamente. Datam desse o período os seriados O Bem Amado e Carga Pesada (apenas no primeiro ano), e as novelas Roque Santeiro e Mandala, das quais escreveria apenas parte.

Viúvo de Janete Clair, que morrera um ano antes, em 1984 Dias casa-se com a atriz Bernadeth Lyzio, com quem tem duas filhas: Mayra Dias Gomes (escritora) e Luana Dias Gomes .[3]

Nos anos 90, Dias Gomes viraria as costas de vez para as telenovelas, dedicando-se única e exclusivamente às minisséries.

Em meio à preparação de mais um trabalho para a televisão, a minissérie Vargas - baseada em sua peça Dr. Getúlio, Sua Vida, Sua Glória -, Dias Gomes morre num trágico acidente automobilístico, ao sair de um restaurante no centro de São Paulo.

* Dias Gomes ocupou a cadeira 21, cujo patrono é o maranhense Joaquim Serra e o atual ocupante é o escritor Paulo Coelho.
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As tias high-tech com pena do tempo - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Isso ocorreu na segunda feira de ontem.

O sol já estava por trás da capoeira que fica nos fundos da casa. Eram os últimos minutos da velhice do dia. Rosinha no alpendre, com os óculos “prá perto” na ponta do nariz, examinava o açude em frente com seus olhos que já tinham visto muito coisa. Sem olhar para Mundinha que regava umas flores ali por perto, disse:

- Eu tenho tanta pena....E esticou o pensamento enquanto a voz emudecia a sentença.

- Pena de quê, muié? – Mundinha perguntou enquanto a água do regador dava verdor às folhas da samambaia.

- Pena das manchas da pele. Das varizes que minam em toda a perna. Dos cabelos que eram brilhosos e hoje estão como o tempo deste anoitecer.

Mundinha levantou o regador e a água deixou de beneficiar as raízes dos jarros espalhados no alpendre. Olha para a irmã e perguntou: E onde foi que tu já ouviste dizer que a gente não muda?

- Olhe o engelhado das minhas mãos – E passava a outra sobre o dorso da mão examinada. – As veias tortas teimando em pular fora como linha de novelo. Olhe as juntas dos meus dedos cheias de nó.

- Mais mulher, tenha dó! – Mundinha voltou a regar as plantas.

Rosinha tirou os óculos da ponta do nariz e ficou olhando a irmã em sua tarefa do anoitecer. Queria ouvir uma explicação para aquela exclamação. Mundinha abaixada sobre um jarro olhou de lado para a irmã, através da axila do braço que regava e disse:

- Eu tenho saudade de pai e de mãe! Como me lembro da minha vaca caboclinha... Do meu pé de bogari! Embaixo dele tanto mundo inventei. Lembro do que já tive. Sabe minha irmã eu tenho saudade até dos sonhos de futuro que já tramei. O futuro chegou, o tempo consumiu aquilo que já fora sonho e hoje tenho saudade por que passou. Eu tenho apego ao tempo que corre.

- E eu tenho dó do tempo que ficou lá atrás. Quando olho meu querido vestido de seda pura, puído de tanto guardado, tenho dó das festas que fui com ele e do tempo que deixou de ficar no meu corpo. Olho as cortinhas amareladas e lembro quando eram brancas como algodão na safra. Escuto o rádio e se acaso uma canção enche a sala, logo um doce amargor me balança a alma de tanto tempo que já fazia que não a escutava!

Foi Rosinha apresentar seu rol de saudades de fim de dia e Mundinha concluir:

- Pois só quem se encontra no eito do tempo pode dizer o que tu está dizendo. Se apegando ao que se vai, sonhando com o que virá e se alimentando do prato do dia.

Nisso, guardando seus óculos de trabalho, chega ao alpendre, para o encontro dos últimos raios do dia, a terceira irmã Maria, ainda pega o final da fala de Rosinha e pergunta qual o significado. E Rosa explica:

- Foi por que Mundinha andou lendo o blog do Cariricaturas antes de vir para o alpendre.

Enviado por Gabriella Federico

Conquista - por Gabriella Federico

Querer alguma coisa além da imaginação,
da realidade, das palavras de gente que não conhece a fé,
além da minha depressão, dos meus dia de otimismo,
do cansaço das noites não dormidas,
dos tarôs que dizem que está difícil mas não impossível .
Além do silencio, da ausência, das palavras não ditas
e daquelas não compridas,
das mil desculpas e álibis.
Ainda não está clara a derrota da felicidade .

Junto as minhas forças por não querer admitir
que existiu o engano , a mentira, a hipocrisia.
Pior seria perder o que mais quero,
o que é da minha medida em tudo,
da cor, do tamanho, do peso, do som e é claro do cheiro e da textura,
perfeito como tinha encomendado,
Mandaram em outra casa ,outra cidade, outro país ....
Mas encontrei, todo mundo acha que foi feito pra mim,
é claro que foi usado sem a devida precaução, sem instrução,
danificarram , dizem, irremediavelmente, mas eu acredito que não,
é de primeira qualidade , é impossível que não sejam recuperadas
as possibilidades mais importantes.
A fábrica já não existe mais,
mas eu vou reconstruir cada peça e cuidar,
pessoalmente, a cada dia que me resta da vida.

de: M. Gabriella Federico