Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL


“E eu, pra não morrer de tristeza
me sento na mesma mesa
mesmo sabendo quem és...”
(Pra não morrer de tristeza)

JOÃO SILVA


Por Zé Nilton

“João Silva nasceu em Arcoverde. Aos sete anos já tocava pandeiro e cantava em rádios no Recife. Aos quinze, por dores do mal d’amor, foi para o Rio de Janeiro tentar a fama. para um dia voltar e dizer à Iracema; “Tá vendo o que perdeu ?”. E voltou. Foi á sua casa. Ela veio, ficou na porta, ele falou-lhe: “Tá vendo o que você perdeu?” Calada estava, calada ela ficou. Mestre João me falou que lhe veio um nó angustial nos “grugumilhos”. Passado um tempo, Iracema balbuciou: “Vou ali beber água.” Não mais voltou. Naquele fatal momento nasceu: “ ... “Bebeu água foi simbora / nem se despediu de mim.”

Este é o Mestre João Leocádio da Silva. O mais profícuo, fiel e leal parceiro de Luiz Gonzaga. Nos idos de 1988, Gonzaga ia fazer um show no Canecão. Um crítico “alma sebosa”, do Rio de Janeiro, escreveu no jornal que aquela música de paraibas ia conspurcar o templo sagrado do samba. Gonzagão se “arretou”: “João, vamos dar uma pisa nesse “fela”. João retrucou: “Não, Gonzaga, vamos fazer isso com música”!. Seu Luiz não titubeou. Chamou o grande Geraldo Azevedo e, no LP “Ai Tem”, ambos cantaram “Taqui Pá Tu”, onde os dois craques “dixeram de um tudo” contra aquele beócio. No final da canção Gonzaga fala: “...Sabe, Geraldinho, o que esse cabra é, ele é um fela...”

Eis um tantinho de João Silva, que mostro aos caros leitores. Aos setenta anos, vivendo em Aracaju, ainda produzindo bem, um pouco magoado com Pernambuco, João Silva compôs, para Seu Luiz , desde 1964 (LP Sanfona do Povo, Não Foi Surpresa, de João Silva e João do Vale) até 1989 (onde canta com Gonzaga, no LP Alvorada Nordestina, da autoria dos dois, Vamos Chegando), sem esquecer de “Vou Te Matar de Cheiro”, no LP do mesmo nome, composta pelos parceiros e em homenagem à Edelzuita, último amor do Rei. No show final e inesquecível de Gonzagão, no Teatro Guararapes, sempre a segunda parte de cada música era cantada por João, a pedido de Lua, cujas forças estavam se exaurindo.

Não existe na Música Popular Nordestina e talvez na MPB, quem tenha maior quantidade de músicas gravadas por diversos artistas (mais de duas mil), do que Mestre João. Vejamos alguns: Gérson Filho, Severino Januário, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga, Joquinha Gonzaga, Ary Lobo, Marinês e Abdias, Dominguinhos, Joãozinho do Exú, Quininho de Valente, Novinho da Paraíba, Pinto do Acordeon, Cremilda, Elba Ramalho, Cirano, Trio Nordestino, Alcione, Beth Carvalho, Flávio Leandro, Flávio José, Genival Lacerda, Núbia Lafayette, Ney Matogrosso.

Aliás, para compor, João é multifacetado. O hino da boemia nordestina, sem dúvida, é Pra Não Morrer de Tristeza, supra sumo do samba de latada, que Mestre João chama “samba apracatado”. Mas ele compõe, além de todo tipo de forró, merengue, bolero, guarânia, lamento, toada, carimbó, como se pode ver no Lp “Mixto Quente”, que ele gravou em 1979.

Um grupo de pessoas, que amam a música nordestina, em parceria, chamaram Mestre João Silva, para resgatar-lhe vida e obra. Quando aceitou, João citou versos de Nélson Cavaquinho, sambista como ele: “... Quem quiser fazer por mim / que faça agora...” O projeto chama-se MESTRE JOÃO SILVA - PRA NÃO MORRER DE TRISTEZA - O MAIOR PARCEIRO DE LUIZ GONZAGA. Na tarefa estão engajados este escriba que vos fala, Roberta Jansen, Rinaldo Ferraz, Herbert Lucena, a gravadora A FÁBRICA, Mávio Holanda, Jr. do Bode e esperamos a necessária ajuda das autoridades culturais. Certamente contaremos com o apoio desta Folha de Pernambuco, para lançar luz sobre o mais popular compositor pernambucano vivo.

Pra finalizar, só mesmo trazendo, aqui, a letra de “Flor de Croatá’, de Mestre João, que o grande Flávio José considera como a música que ele mais gosta de cantar: “ Vou bater porta /Pra quem abusou de mim /Esse meu rosto triste /Não nasceu assim /Era bonito que nem flor / De Croatá/ E então zangado/ Era danado pra cheirar/ Tinha alegria /Que jorrava noite e dia / Mas se excedeu / Pra um tal malvado/ De um amor/ Que não deu gosto/ Só deu desgosto/ E tudo em fim/ Foi até bom/ Que me ensinou a ser ruim.”

Texto de José Maria Almeida Marques, poeta pernambucano. Transcrito de http://www.enciclopedianordeste.com.br/nova339.phpda

Nesta quinta um pouquinho da obra desse mestre da Música Popular Brasileira no Programa Radiofônico Compositores do Brasil.
Quem ouvir verá!

Na sequência:

DANÇADOR RUIM, de João Silva e Zé Mocó com Dominguinhos e Luiz Gonzaga
ESTOU ROENDO SIM, de João Silva e Anatalicio com Trio Nordestino
DEIXA A TANGA VOAR, de João Silva e Luiz Gonzaga com Luiz Gonzaga
DE FI A PAVI, de (João Silva e Oseinha com Virgilio
AMIGO VELHO TOCADOR, de João Silva Zé Mocó com Marinês
DANADO DE BOM, de João Silva e Luiz Gonzaga com Luiz Caldas
TOQUE SANFONEIRO, de João Silva com João Silva
CORAÇÃO MALUVIDO, de João Silva e Pedro Maranguape, com Ary Lobo
PRA NÃO MORRER DE TRISTEZA, de João Silva, com Ney Matogrosso
VIVA MEU PADIM, de João Silva e Luiz Gonzaga com Luiz Gonzaga e & Benito di Paula
PAGODE RUSSO, de João Silva e Luiz Gonzaga com Zeca Baleiro

COMPOSITORES DO BRASIL
Rádio Educadora do Cariri -1020
www.radioeducadoradocariri.com
Acesse pelo www.blogdocrato.com
Quintas-feiras, de 14 às 15 horas
Pesquisa, Produção e Apresentação de Zé Nilton
---
Pesquisa // INTENÇÕES DE VOTO
CNT/Sensus: Dilma tem 47,5% dos votos e Serra, 25,6%
Publicado em 29.09.2010, às 11h09

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, tem 47,5% da preferência do eleitorado, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta manhã. O candidato do PSDB, José Serra, aparece em segundo lugar, com 25,6%, e Marina Silva, do PV, tem 11,6%.

» LEIA MAIS
CNI/Ibope mostra Dilma com 50% e Serra com 27%

CNI/Ibope: em 2º turno, Dilma teria 55% e Serra, 32%

Dilma perdeu 3 pontos porcentuais em relação à pesquisa anterior quando aparecia com 50,5%, enquanto Serra caiu 0,8 ponto, ante os 26,4% do levantamento anterior, feito entre os dias 10 e 12 deste mês. Marina Silva subiu 2,7 pontos porcentuais, passando de 8,9% para os atuais 11,6%. Com isso a diferença entre Dilma e Serra caiu 2,2 pontos porcentuais entre a pesquisa anterior e a anunciada hoje.

Considerando apenas os votos válidos (ou seja, excluindo brancos e nulos e distribuindo os indecisos proporcionalmente), Dilma teria hoje 54,7% da preferência e venceria a disputa no primeiro turno, que será disputado no próximo domingo. Serra tem 29,5% dos votos válidos. Marina Silva tem 13,3% dos votos válidos.

Em um eventual segundo turno, Dilma venceria com 53,9% da preferência, ante 34,5% de Serra. Na pesquisa anterior, Dilma tinha 55,5% e Serra 32,9% na simulação. A pesquisa da CNT/Sensus foi feita entre os dias 26 e 28 de setembro e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 33.103/2010. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos porcentuais. Foram entrevistadas 2 mil pessoas em 136 municípios.

Fonte: Agência Estado
CNI/Ibope mostra Dilma com 50% e Serra com 27%
Publicado em 29.09.2010, às 10h30

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, recebeu 50% das intenções de voto na pesquisa estimulada feita pela CNI/Ibope, divulgada nesta quarta-feira (29), sinalizando uma vitória já no primeiro turno das eleições. Em junho, Dilma tinha 38% das intenções de voto. Já o candidato José Serra (PSDB) caiu no período, passando de 32% para 27% das intenções de voto.

A candidata do PV, Marina Silva, subiu de 7% para 13% na preferência do eleitorado, entre junho e setembro. Os outros candidatos receberam 1% da intenção de votos ante 2% da pesquisa realizada em junho. Brancos e nulos somaram 4%, sendo que, na pesquisa passada, estavam em 6%. Um total de 4% das pessoas entrevistadas não souberam ou não responderam à pesquisa.

A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos. A pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 33162/2010, foi realizada entre os dias 25 e 27 deste mês com 3.010 pessoas em 191 municípios. Os outros dados da pesquisa, como a avaliação do desempenho da administração federal, serão divulgados somente amanhã.

PROBABILIDADES - Segundo a pesquisa CNI/Ibope, Dilma tem 67% de probabilidade máxima de votos. Isso significa que somados os votos dos entrevistados que votarão nela com os que poderiam votar, ela poderia ter 67 pontos na eleição. Em junho, última vez que a CNI/Ibope fez essa pesquisa, a probabilidade de voto nela era de 63%.

Marina Silva tem 58% das possibilidades de voto, somados os que garantem voto nela com os que poderiam votar. Em junho, a candidata verde tinha 43%. Presidenciável do PSDB, José Serra, em contrapartida, perdeu pontos no índice de probabilidade de votos. São 59% os que votam ou poderiam votar nele, segunda esta edição da pesquisa, contra 62% em junho.

O índice de rejeição de Dilma Rousseff subiu de 23% para 27%, e o de José Serra de 30% para 34%. Marina Silva foi a única que teve redução no índice de rejeição, passando de 29% para 28%.

Outro item da pesquisa revela que é bem próximo o número de eleitores que levam em conta o apoio do presidente Lula na hora de escolher o voto em relação aos que não consideram. Enquanto 47% responderam que votarão num candidato indicado por Lula, outros 41% disseram que isto não será considerado na hora de escolher o candidato. Apenas 8% indicaram voto em um candidato que faça oposição a Lula, e 4% não souberam responder.

Fonte: Agência Estado

José Luiz Calazans- por Norma Hauer

Quem seria esse com um nome tão pomposo?
Ele nasceu em 29 de setembro de 1896, na cidade de Maceió, em Alagoas.
Escolheu um nome simples, mas assustador: JARARACA e com tal nome ficou conhecido no meio ártístico nacional.

Ainda em sua cidade, conheceu, em 1919, aquele que se tornou seu parceiro em músicas e apresentações musicais: Severino Rangel de Carvalho (o Ratinho). Iniciando suas apresentações em sua terra natal veio para o Rio de Janeiro com o conjunto "Tribunas de Pernambuco", que aqui se dissolveu mas a dupla continuou sua carreira até o falecimento de Ratinho, em 1972.

Era uma dupla caipira, com todas as características do interior, bem diferentes das atuais, que são "country", ou seja, nada têm de brasileiras, principalmente do interior.

Após a morte de Ratinho, JARARACA tentou outras duplas, mas não conseguiu sobressair-se no meio das mudanças que, a partir dos anos 60, passou a dominar novos ritmos e os ídolos até então conhecidos, foram dando lugares a outros que começaram a surgir.

Dos sucessos da dupla, lembro-me bem de "Espingarda, pá, pá, pá, pá...Faca de ponta, tá, tá, tá,..." Mas seu maior êxito, até hoje cantado no carnaval, foi uma parceria que fez com Vicente Paiva:"Mamãe eu Quero", o maior sucesso do carnaval de 1937. Na abertura, a voz de Almirante fazendo um "diálogo" diz:
"-Mamãe eu quero,
-Quer o que meu filho?
-Mamãe eu quero mamar."

A partir daí tem início a parte cantada por JARARACA.
Por ocasião das primeiras eleições para a Câmara dos Vereadores, após a queda de Getúlio Vargas, JARARACA, com seu nome verdadeiro, candidatou-se a vereador pelo Partido Comunista do Brasil, então na legalidade.
Não me recordo se chegou a ser eleito; sei que depois abandonou a política e voltou a ser o JARARACA, com seu parceiro Ratinho, até 1972.

JARARACA faleceu em 11 de outubro de 1977, aos 81 anos.

Norma

Colaboração de Caio Bonates


Considerações da Psicóloga Sandra Mussi, presidente do Conselho Espírita Canadense sobre o Filme Nosso lar

Sobre o filme Viajando com Nosso Lar
Como a gente diz por aqui, WOW!!!!!
Tive a grande honra e prazer de assistir ao filme "Nosso Lar" que será estreado em Setembro/2010.
Minha viagem ontem ao assistir o filme foi espetacular. Quantas lições!!!
Eu fiquei encantada em como pude me perceber nos personagens podendo assim experienciar emoções e valores tão engenhosamente criados na tela.
Com a ajuda de André Luiz e desta produção espetacular, caminhei na minha própria estrada de encontro ao "Meu Lar" e ao "Meu Umbral".
Como Psicóloga e constante estudante da alma, a busca dessa viagem interior é minha mola motivadora no caminho do auto-conhecimento.
Para aqueles que já leram o livro e conhecem sua mensagem de tolerância e amor, o filme traz imagens inesquecíveis que materializam nossa imaginação, enriquecem nossa apreciação pelas mensagens trazidas a nós por André Luiz. Quem não conhece a obra será presenteado com uma narrativa clara, que sutilmente ensina os fundamentos da mensagem Espirita através da jornada de um espirito.
A representação visual contrastante entre o umbral e o Nosso Lar coloca em grande perspectiva a nossa dualidade espiritual, mental e emocional. Essa realidade interna do equilíbrio e desequilíbrio, entre o amor e o ódio, entre a paz e a guerra tão bem representada pelo ator Renato Prieto, nos faz reconhecer o nosso atual estado evolutivo, nossas fragilidades e limitações. Escolher ver a "normalidade" das nossas imperfeições de condição humana em busca da luz é aceitar de forma natural nosso crescimento.
O filme Nosso Lar, me proporcionou o encontro com essa realidade e me fez refletir onde estou e para onde quero ir.
Estar aberta para essa escolha é uma fonte energizadora de liberdade e de exercício em busca da felicidade e realização pessoal.
As cenas do hospital da colônia Nosso Lar nos traz a tranquilidade interna do silêncio, expulsa os barulhos da mente para que a quietude interna proporcione o ambiente necessário ao encontro com nossa essência e a fonte das leis divinas. Mais uma vez, o filme nos leva a refletir no poder do silêncio. A "água medicamentosa" foi o agente desse processo.
A trilha sonora composta pelo gênio da música considerado um dos compositores mais influentes do século 20, Philip Glass, constantemente nos convida a tecer suaves cordas vibracionais do nosso intimo com a arte divina.
Nas cenas musicais do filme uma nova oportunidade de experienciar a harmonia, fazendo-nos mergulhar em sensações de alegria, quietude e união.
O filme nos traz uma mensagem de otimismo e esperança. As emoções vivenciadas pelos atores traz ao telespectador sentimentos verdadeiros e sinceros, fazendo com que o filme seja uma conexão constante.
Morando no exterior a mais de 20 anos, "viajei" com Andre Luiz - O retorno dele ao Lar na Terra, é muitas vezes meu retorno a Pátria querida. Cenas tão emocionantes que me instigaram ao exercício do desapego. Como André Luiz, ao não aceitarmos as mudanças da nossa realidade perdemos a conexão interna.
Ao nos desapegarmos deixamos de viver a ansiedade da separação e assim nos abrimos para a conexão maior, a do entendimento que somos todos ligados uns aos outros, somos UM SÓ através do AMOR!
A doutrina da reencarnação faz com que possamos exercitar a fraternidade, estender nossas afeições além dos laços do sangue, nos laços imperecíveis do Espírito.
Acredito que o cinema brasileiro enriqueceu com a grande direção de Wagner Assis que se estabeleceu como um grande "médium" das belezas eternas.
Com certeza esse é um filme para se assistir muitas vezes. Estarei levando meus filhos e meus amigos e recomendando a todos aqueles que buscam a paz e o encontro com o Divino.
Obrigada Wagner e a toda a equipe que me proporcionaram essa viagem tão bonita!
Obrigada André Luiz! Obrigada Chico!

Sandra Mussi
Psicóloga e Psicoterapeuta
Presidente Conselho Espirita Canadense


Pensamento de Francisco de Assis: " un solo raggio di sole e' sufficiente per cancellare milioni d'ombre"

Trad. "É suficiente um unico raio de sol para apagar milhões de sombras"




O poder da gentileza - Emerson Monteiro

Educação cabe em qualquer lugar, eis uma frase típica da época quando se buscava qualidade no tratamento dos grupos sociais. Como o passar do tempo, no entanto, os bons costumes perderam o charme. Agora poucos reconhecem o destaque dos relacionamentos respeitosos, vez que pela competição da sobrevivência, na corrida do ouro, cada um quase só pensa em si, o que virou a ideologia do comportamento moderno.
Ainda assim, ninguém fugirá da necessidade que o zelo honesto para com os outros impõe em termos de facilitar o relacionamento humano.
Alguns animais da floresta não podem se ver e já começam a trocar marradas, coices e mordidas. Outros, porém agem diferente. Querem aproximação alegre, cooperam nos trabalhos do grupo e reúnem os esforços para achar o alimento.
Quanto aos humanos, a depender das áreas e classes sociais, o jeito de participar da atividade grupal indica formas por vezes agressivas de comunicação. No esporte, certas modalidades são integrativas. Outras, autodestrutivas, violentas e prejudiciais.
Povos espalhados pelo mundo representam essas modalidades esportivas no próprio modo diário das relações sociais. Abrem espaço no convívio das pessoas através de gestos amáveis, tranquilos e agradáveis. Enquanto isso, existem povos de cunho guerreiro, dotados de atitudes imperialistas. Saqueiam as nações de influência, por motivos torpes, justificativas desencontradas e inexplicáveis.
Contudo, jamais haverá meios perversos que superem o valor da gentileza para como os demais seres.
As civilizações tradicionais e resistentes desenvolvem métodos moderados para com seus próximos, exemplos de paz e harmonia que lhes permitiram a continuidade evolutiva no decorrer da história. Os japoneses bem demonstram essa maneira cordial no trato com os semelhantes. Raça milenar, atravessa os séculos dando demonstração de inteligência social a toda prova, ainda que cruzassem períodos difíceis de perseguição e guerra.
Esse estilo de reagir diante dos obstáculos e atritos comunitários produziu, inclusive, as suas artes marciais, avançadas escolas de vencer o instinto e torná-lo instrumento de pesquisa da personalidade, no aprimoramento da consciência individual e comunitária.
A todos nós caberá, portanto, desenvolver meios de coexistir entre os tantos impulsos da competitividade, nos espaços estreitos da vida humana, apresentando gestos de amizade como resposta às hostilidades coletivas, norma prudente de aplicação da melhor sabedoria.

Trinca Problemática

 

1.À medida que
X
Na medida em que

"À medida que" = "à proporção que"
"Na medida em que" = já foi considerada uma adulteração da locução "á medida que"
O fato é que seu sentido nem sempre é claro. Pior do que essa, porque ainda rejeitada por muitos e considerada incorreta por alguns, é a locução:

à medida em que = cruzamento de gosto duvidoso.

Quem não quiser ter problemas em textos que exigem correção rigorosa, fará bem em evitar as duas últimas variantes.

"À medida que ele envelhece, torna-se mais sábio."

"Os brasileiros perdem o medo da gripe porcina à porporção que o inverno termina."

" Na medida em que " às vezes indica proporcionalidade, às vezes causa:

" Na medida em que o sol se põe, as sombras crescem."

 2. "Ao invés de"
 X
" Em vez de"


"Ao invés de" = "ao revés de", " ao contrário de"

"Em vez de" = "em lugar de"

3. "Haja vista que"

 A expressão não varia, mesmo que seja seguida de outras expressãoes no plural. Assim, as variações como "hajam vista" ou "haja visto" são consideradas incorretas.

"Delegados recebem a notícia com surpresa, haja vista que um policial com esta experiência poderia prestar serviços por mais 10 anos". (Jornal da Tarde, Salvador, 16/07/1992)


BAILA COMIGO - Festa temática


E enfim estamos fazendo a festa que mais gostaríamos de fazer. O projeto "BAILA COMIGO" está iniciando-se muito ao gosto de pessoas que sofrem por um espaço para o seu entretenimento. Para a realização da festa, a produtora Sertão Pop, em parceria com a OK Produções, Mônica Vitoriano Produções e o Crato Tênis Clube, uniram-se com um único propósito: o de proporcionar a alegria, o encontro, o saudosismo e o encantamento da boa festa, da boa música e de tudo o que envolve nesse momento de descontração e de revitalização da curtição. Aliás, curtição, um termo muito usado por quem já tem acima de 30 anos, e é o que não vai faltar na festa. Pretendemos inicialmente fazer um evento que tenha a nossa cara, com bandas locais e dentro do espaço mais tradicional do Cariri, o majestoso Crato Tênis Clube. O nosso desejo é continuar e intensificar essa parceria, e nas próximas edições, quem sabe, mesclar os nossos artistas com outras bandas do Brasil, que se identifiquem com a nossa proposta. Somos muito gratos aos nossos importantíssimos patrocinadores que sentem junto conosco a necessidade de acontecerem eventos de valorização da boa música, do bom convívio entre as pessoas e de proporcionar espaços e festas de alto nível na nossa região. A preservação da nossa história, música, moda, gírias, modo de conviver, dança, etc, será o grande diferencial da festa "BAILA COMIGO". Será através desse evento que, para as outras edições, pretendemos nos inspirar na constante busca de melhorar e de tornar a festa tão tradicional quanto são o já conhecido "CARNAVAL DA SAUDADE", o baile do "PRETO E BRANCO", em Juazeiro do Norte, e tantas outras festas que tínhamos por aqui. O "BAILA COMIGO" é um evento de fantasia, momento para extravasar as nossas alegrias e ao mesmo tempo de mostrar que temos sim como fazer acontecer eventos que não sejam como a mídia atual quer. Sabemos o que é bom, sabemos apreciar o belo e somos da paz, da alegria e gostamos de viver bem.
Assim, convidamos às pessoas que querem viver esses momentos, a chegar junto com todos da produção, do Crato Tênis Clube e principalmente valorizando os nossos patrocinadores que são realmente os verdadeiros mantenedores da nossa alegria. Venha, traga sua fantasia e energia. Venha com trajes de época (não obrigatório), assim certamente a festa será mais bonita.
Queremos agradecer, de coração às seguintes empresas: (e aos seus proprietários, claro)
- CITROEN - do nosso companheiro Junior.
- G7 CONSTRUÇÕES - do prezado empresário Guedes.
- ACPP - do nosso amigo Josean
- CANUTO IMÓVEIS - de Juazeiro, agradecendo ao amigo Fagner Canuto
- CARTÓRIO DO 5º OFÍCIO, do incansável amigo Teófilo.
- CARIRI MOTOS - nossa querida companheira Alciony
- LABORATÓRIO PAULO CARTAXO do estimado André Barreto
- DROGARIA CARIRI E CARIRI MEDICAMENTOS - dos grandes empresários Freire e Socorrinha
- PROGRAMA MULTIMÍDIA do prestigiado Marcelo Fraga
- SORVETERIA BAKANAS do casal bacana Candice e Fábio
- CP PNEUS do parceiro Ramon
- LOJA PEGADAS do empresário Beto Coelho
- PREFEITURA MUNICIPAL DO CRATO, com o Prefeito Samuel Araripe sempre nos apoiando
- SESC CRATO - na pessoa fantástica que é a Carla Vanessa.
- CRATO TÊNIS CLUBE - obrigado ao companheiro Danja, sempre parceiro das nossas produtoras.

Hoje é dia de nhoque !


Ingredientes
1 kg e meio de mandioca cozida e amassada
- 2 ovos
- sal a gosto
- 2 a 3 colheres (sopa) de farinha de trigo

- 300 g de mussarela cortada em cubos médios

Para o Molho :
- 1 colher (sopa) de manteiga
- 1 cebola picada
- 1 dente de alho picado
- ervas picadas a gosto (sálvia e tomilho)
- 2 tomates cortados em cubinhos e sem semente
- 1 xícara (chá) de caldo de frango (1
tablete de caldo de
frango dissolvido em 1 xícara de chá de água)
- 520 g de molho de tomate

- 500 g de peito de frango cozido e desfiado

Para regar:
- 1 copo de requeijão cremoso
- salsinha bem picadinha para polvilhar
- sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo
- Numa tigela misture muito bem a mandioca cozida e amassada, os ovos e sal a gosto. Incorpore de 2 a 3 colheres (sopa) de farinha de trigo amassando com as mãos até que a massa desprenda das mãos.

2- Com a massa faça bolinhas grandes (+/-30 g do tamanho de uma bolinha de ping-pong).

3- Recheie cada bolinha com um cubo de queijo mussarela e vá arrumando numa travessa. Faça isso com toda a massa. Reserve.

4- Numa panela em fogo médio coloque a manteiga e refogue a cebola picada, o dente de alho picado
ervas picadas a gosto (sálvia e tomilho) por uns 5 minutos. Acrescente os tomates cortados em cubinhos e sem sementes e refogue por mais 3 minutos. Junte o de caldo de frango (1 tablete de caldo de frango
dissolvido em 1 xícara de chá de água), o molho de tomate pronto (1 caixinha) e o peito de frango cozido e desfiado. Adicione sal e pimenta-do-reino a gosto e cozinhe por mais 5 minutos.

5- Depois jogue o molho de frango por cima dos inhocões de mandioca, espalhe o requeijão cremoso e polvilhe salsinha picada a gosto. Leve ao forno pré-aquecido a 250º C por 15 minutos para gratinar.

Cyber Cook.

MÃE - Por Marcos Barreto de Melo

Eu não sabia que doía tanto
Ter que viver esta separação
E por saber que é definitiva
Chora ainda mais a minha alma aflita

Por mil coisas que fizestes
Sem jamais medir esforços
Agradeço ao meu Deus
Por esta tão grande dádiva

Tudo o que fiz por você
Sei que pouco representa
Diante de tua grandeza
Agora sinto que foi pouco
O sacrifício, o esforço
Em tentar retribuir
Tudo aquilo que ganhei

Hoje resta a esperança
De tê-la em um outro plano
Gozando de paz e alegria
Vivendo na plenitude
De onde irá nos guiar
Pelos caminhos da terra

Ontem sonhei com você
Mas, você nada falou
Apenas olhou para mim
Derramando sua ternura
e num riso lindo, sem fim
Mansamente se afastou


Marcos Barreto de Melo

Números do dia - José Nilton Mariano Saraiva

CNI/IBOPE dá 5 pontos de vantagem no 1o turno
(29/09/10)
Dilma – 50% (estimulada) – 55% (votos válidos)
Serra – 27% (estimulada) – 30% (votos válidos)
Marina – 13% (estimulada) – 14% (votos válidos)
Outros – 1% (estimulada) – 1% (votos válidos)

SENSUS também não confirma Datafolha
(29/09/10)
Dilma – 47,5% (estimulada) – 55% (votos válidos)
Serra – 26,0% (estimulada) - 30% (votos válidos)
Marina – 12,0% (estimulada) – 13% (votos válidos)
Outros – 2,0% (estimulada) – 2% (votos válidos)

O amor está além ... - por Socorro Moreira



Além de tudo que eu quero
eu quero nada querer...
nem você !

A posse  escorre
fica na estrada
nas queimadas...
as emoções se dissolvem
ficam registros
irregulares
misturados
nem sempre identificados

Mas meu coração dispara
fica em alvoroço
apesar do controle...
diz impropérios
desabafa
esquece de declarar amor
embora tenha perdido a timidez ...
Com ela foi também a valentia
de amar cada vez mais
em cada dia.

Quem reencontrar
o que pensa que perdeu
deixe no quadro de aviso
Achei !

ESCREVA, ESCREVA, ESCREVA - por Stela Siebra Brito

Diário daquela que quer ser escritora
28 de maio de 2005

Não pense, vá escrevendo, depois, um dia, você arruma o texto, faz correções, apaga, risca, acrescenta, inventa outras coisas. Hoje não. Hoje é o começo. Vá em frente, confie, lance as primeiras palavras, frases, que sejam confusas, desorganizadas, sei lá o quê, mas escreva, escreva. Atabalhoadamente, que seja, mas escreva.
Foi isso que indicou o escritor Raimundo Carrero, tanto nas aulas como no livro, que comprei no lançamento, com direito a abraço, risada e autógrafo do autor. Que persona é Carrero! E por que não dizer que figura! Gosto dele; é despojado, simples, bem humorado, e sabe das coisas. Das coisas sobre escrever livros, sabe escrever livros.
Bom, mas não iniciei esse diário pra falar do escritor, apesar de que é um bom início, porque foi ele quem me instigou a escrever mesmo. Fico ouvindo a voz dele repetindo escreva, escreva, escreva todo dia, seja o que for e de que jeito for, mas escreva. Mesmo quando leio seus textos fico ouvindo a voz dele, é engraçado isso da gente reconhecer a voz do autor nos seus textos.
Como a palavra tem substância! Acho que não era assim que eu queria dizer, o que estou pensando é sobre as marcas individuais de cada um de nós, nosso DNA, presentes em tudo que vem de nós. Seria isso um mistério? Não, mistério não, hoje os cientistas explicam tudo, ou quase tudo.
Quando estou caminhando na beira mar me vem tanta idéia, as palavras vão se arrumando, formando frases, textos. Caminhando eu sou um ser muito mais pensante, fico mais leve, confiante. É, tenho que bater muita perna por aí, ajuda a ... ora, a pensar, idealizar, projetar, agora realizar não ajuda não. Cadê a ação? Meu problema é agir, problema não, dificuldade. E disciplina, e deixa-me ver o quê mais... sim, começo uma coisa no maior entusiasmo, aí passo uns dias vou me esquecendo, deixando de fazer, é o velho problema de objetivar o que se quer, o que quero; coloca o verbo se referindo a você mesma Stela, não indefina ou generalize suas dificuldades. Tá bom, querido fiscal dentro de mim, vou falar pra mim mesma: Stela, deixa de ser desleixada (isso parece coisa de mãe) e trate de priorizar os seus objetivos de vida. Sabe que tô gostando de você fiscalzinho? Vou te dar até um nome, que tal, ah não me ocorre nenhum nome agora e não quero parar agora, depois vejo isso. Bem meu esse comportamento, deixa pra depois, agora não dá tempo, tem outras coisas pra fazer, aliás, o tempo é um problema pra mim.
Vem cá menina, eu pensei que tu ia fazer um diário de escritora para registrar contos, crônicas, poesias, mas isso aí tá parecendo aquele negócio de “querido diário, hoje...”
Cá pra nós eu também tô achando, vou tentar mudar o rumo da conversa.
Ah, mas sabe de uma coisa, é assim mesmo que começa, deve ser, e o computador é um ótimo aliado para isso, fácil de usar, fácil de deletar, bom demais. E agora não dá mais pra escrever. Fui.......

À tarde: já inventei um nome para o meu fiscal, vai se chamar Estrela.
Acho que será proveitoso se eu tentar escrever alguma reflexão, ou pelo menos um resumo, da leitura do livro Os segredos da ficção. Vamos dona Stela.
Já na Introdução, Carrero sugere que se obedeça à Voz Narrativa e ao Impulso - aí devemos escrever, escrever e escrever sem preocupação com o resultado, buscando descobrir, apenas, a voz narrativa que existe em cada um de nós. Depois vem a Intuição, indicando os defeitos a serem superados e no terceiro momento, a Técnica.


Tá vendo, né Estrela, que é difícil fazer isso. Pois é, então leia mais, leia com atenção e reflita depois de cada frase, deixe de pressa sua engolidora de palavras, isso no sentido de procurar entender. Você sabe que tem essa dificuldade de interpretar o entendimento que você tem do texto, por isso cuide de mudar.
É, eu sei como é isso, não quero perder tempo, quero ler logo, terminar e aí perco mais tempo porque tenho que reler várias e várias vezes, isso se prestar atenção direitinho
Bom, vou voltar para a leitura do livro. De qualquer jeito escrevi uma página até agora.

TRIO ARAÇÁ No Cariri meu forró é assim.

MACHADO DE ASSIS


Joaquim Maria Machado de Assis (21 de junho de 1839 — 29 de setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, amplamente considerado como o maior nome da literatura nacional.Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Testemunhou a mudança política no país quando a República substituiu o Império e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.

Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, de uma família pobre, estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Os biógrafos notam que, interessado pela boemia e pela corte, lutou para subir socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual. Para isso, assumiu diversos cargos públicos, passando pelo Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas, e conseguindo precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas.

Sua extensa obra constitui-se de 9 romances e peças teatrais, 200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).Este romance é incluído ao lado de todas suas produções posteriores, Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, ortodoxamente conhecidas como pertencentes a sua segunda fase, em que nota-se traços de pessimismo e ironia. Sua primeira frase literária é constituída de obras como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia, onde nota-se as características herdadas do Romantismo, ou "convencionalismo", como prefere a crítica mais moderna.

Sua obra foi de fundamental importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público. Em seu tempo de vida, alcançou uma grande fama pelo Brasil, contudo não desfrutou de popularidade exterior na época. Hoje em dia, é freqüentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes, de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos e admiradores, como Carlos Fuentes, Susan Sontag, Helen Caldwell e Harold Bloom. Este último posicionou-o entre os 100 maiores gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões

WIKIPÉDIA

Por Liduína Bechior


O que te fiz ALGUÉM
para desaparecer e
me deixar no infinito
Oceano do "ALÉM"?

A vida é cheia de METÁFORAS
E quando menos se espera,
esbarramos em nosso próprio
desatino,deixando a si mesmo
sem ESFERA.

Liduina Vilar.
Claridade
- Claude Bloc -


Foi fácil, desviar-me da segunda escada. Sua semelhança com a que existira na nossa casa em Crato e onde passei minha adolescência deixou-me desconfiada. E aquela repentina solução para o problema que, há poucos segundos, apresentava-se insuperável, contribuiu para que eu não me afastasse dali. Deixava para trás um possível atalho em nome do desejo de conhecer o que eu sempre havia ignorado.

O homem se pôs diante de mim em um branco tão ofuscante quanto o que percebi difuso na atmosfera do pátio. As paredes ainda guardavam as marcas do buganvília e uma delas ostentava o mapa da França encravado no centro de um Brasil gigante.

Cenas se repetiam na minha mente por um momento indefinido, como se eu vivesse, naquele átimo, uma manhã atemporal, envolta por movimentos familiares de vai-e-vem. Empenhava-me naquela tarefa, sob uma luz incomum e, em breve, com um novo olhar, fisgava a intensa claridade que abarcava meu sonho. Todas as cores estavam reunidas sob a alvura do cenário, no matiz exato que marca todo amanhecer.

O branco das paredes estava associado a tudo: ao reinício, ao recomeço, ao renascimento, envolvidos por essa claridade que chegava a ofuscar minha vista. Eu estava ali, de volta ao começo, de volta à minha casa. Vislumbrei o homem subindo as escadas. Bem pelo centro. Estava quase imerso na transparência, equilibrando-se passo a passo sobre os degraus. A realidade mostrava-se nova. Eu também, naquele momento, havia retornado à adolescência, quando tudo ainda estava por ser descoberto. Sentia-me espectadora e personagem do meu sonho - como se pudesse, a partir daquele momento, reiniciar minha trajetória e buscar o que, por acaso, houvesse perdido.

Meu sonho se escondia sob o que me parecia ser o real, ou o vazio. O nada. Aproximei-me do homem e percebi com ele a urgência de zerar a vida todos os dias e recomeçar sempre, tentando captar a verdadeira face da realidade.

O homem me sorria e continuava a subir a escada. Pressenti, naquele momento, ser tarde para retornar à mesmice da carteira escolar e das receitas oferecidas para bem viver. Talvez exatamente por essa razão eu tenha relembrado, ao acordar, da minha casa no Crato, porque, a partir desse sonho - em todas as manhãs – vou continuar esforçando-me para repetir aquele ritual de maneira consciente. Retornar à casa onde fui muito feliz e àquele homem de vestes reluzentes – meu pai.