Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um abraços em Dihelson Mendonça - José do Vale Pinheiro Feitosa

Dos feitos e desfeitos. Dos efeitos e das causas. De tudo que se diz, se manifesta ou se expressa não existe o que não seja de fato um pensamento fátuo a desvanecer-se. Jogos de palavras? Parecem, mas não é. Pode ter sonoridade, mas pretende ser a aguda voz da bigorna provocada por uma pluma de talco.

Assim eu imagino ao pé do ouvido de Dihelson Mendonça, pois a minha macheza de periferia de sítio não pronuncia carinho, mas imagina uma mão ao ombro. E esta mão não diz mais do que: como tenho falhas, como me precipito, qual vontade de dizer na lata aquilo que na lata entendi.

E isso Dihelson, eu quero que em mim você releve as palavras ditas, os pensamentos lançados não por vazios, mas por terem sido por demais pesados. Por isso não esqueça jamais que noutras pessoas, como se fosse você, imaginaria igual relevamento.

Mais uma vez imagino a solidão de um adeus. De quem vai e de quem fica. Uma decisão por necessidade ou por desejo. Mas poderia usar a conjunção por desejo e necessidade. E diria: o melhor para todos é que não se vá.

Ao dar-lhe um abraço de reconhecimento, quero deixar claro que jamais o desconsiderarei. É impossível não ouvir-lhe, elaborar e dar-lhe conta do que induziu. Reconheça em mim parte do que vem de você. Mas, nunca esqueça, sempre espero contribuir mesmo quando ambos pensamos em algo amaro.

Veja que coisa importante para nós nestas gaiolas apertadas da urbanidade quase universal. Imagine que ao falar do bucólico não dizemos mais rural, apenas falamos de uma categoria do olhar urbano. E nossos pensamentos se encontram no espaço que é ao mesmo uma cidade e sua história.

Está claro que pretendo demonstrar-lhe que este espaço não é uma opção, ele é tudo o que somos. E nunca fugiremos de nós mesmos. Por isso diga o que quiser, peça apoio aos amigos, abra o seu carisma e entenda que aqui é o lugar da melhores viagens. Aquelas que o panorama nos oferece.

DILMA-LÁ - José Nilton Mariano Saraiva

Definitivamente, o século XXI se nos apresenta como um marco divisor da mudança de costumes e atitudes por parte dos mais diferentes povos do planeta Terra.
Na Ásia, por exemplo, a China optou por "esquecer" os jurássicos ensinamentos de Mao-Tse-Tung e aderiu com força ao capitalismo, até mesmo porque viu-se necessitada em gerar emprego para a “maior população do mundo”, daí o “rolo compressor” oriental a devastar a economia mundial, em razão dos preços ultra-competitivos.
Na Europa, Grécia e Turquia vão a pique, colocando em risco e desestabilizando a economia de todo o continente (e a “coisa” ainda não terminou); na África, a Índia toma assento como uma das potencias emergentes do mundo, enquanto o Oriente Médio assusta e se transforma num autentico barril de pólvora, a explodir a qualquer instante.
No norte da América, algo impensável dez anos atrás virou uma realidade: pela primeira vez na história os Estados Unidos da América (o berço do racismo) e ainda uma das maiores potencias do mundo (embora em decadência), um negro (e sua belíssima esposa) é guindado pelo seu povo à Presidência da nação. Democraticamente, assume, sem qualquer atropelo.
Finalmente, ao sul da América, numa terra conhecida por Brasil, com 190 milhões de habitantes, num primeiro momento sua população, através do voto, delega o destino da nação a um simplório metalúrgico, sem maior conhecimento formal, em razão do rotundo fracasso de um pós graduado em Sorbonne; eis que, devido à aguçada sensibilidade social, esse trabalhador-braçal é reeleito para mais 4 anos.
E, enfim, a suprema ousadia: depois de oito anos de mandato, quando o país experimentou indiscutíveis melhoras e o seu povo passou a viver com dignidade, o “analfabeto”, escudado na aprovação de impressionantes 96% da população (ótimo, bom e regular), resolveu ousar mais, desafiar os teóricos de prancheta e lança uma mulher para sucedê-lo: Dilma Rousseff, ex-guerrilheira, presa e torturada pela ditadura, que nunca antes houvera se candidatado sequer a vereadora.
Hoje, com 12.041.141 votos de maioria sobre o seu oponente (comparativamente, algo como 103 vezes a população do Crato), Dilma Russeff, para assombro de todo o mundo, se torna a primeira mulher Presidente da República do Brasil. Na computação total dos “votos válidos”, originários das planilhas do Tribunal Superior Eleitoral, foram 55.752.529 para a candidata do governo, contra 43.711.388 do adversário. Portanto, uma vitória incontestável, sólida, maiúscula, sem discussão.
Não foi tarefa das mais fáceis, principalmente em razão da utilização dos meios mais abjetos e desonestos possíveis por parte de determinados segmentos da mídia (Rede Globo, VEJA, Folha de São e outros), à qual se associaram figuras ultra-conservadoras da Igreja Católica (à frente o alemão Ratzinger, conhecido como o papa insensível), a explorarem à exaustão um tema absolutamente dissociado de uma campanha presidencial: o aborto.
De nada adiantou. Sem choro nem vela, a população brasileira, no pleno exercício de sua cidadania, resolveu que o “poste”, a “lésbica”, a “sapatão”, a “mulher-macho” (conforme seus raivosos opositores), será a nossa primeira Presidente (a) da República.
E é porque – segundo os “eternamente do contra” (aqueles, que nunca se reciclaram e que usam viseira pra não enxergar o óbvio) - o presidente Lula da Silva não conseguiria transferir votos à sua afilhada.
Imaginem se transferisse...

Curtas - VI - por Aloísio



Não li
Embriagado pela cor
O rótulo colorido do li
cor

Brincando de roda - por Socorro Moreira



o círculo é perfeito
mas existe uma cadeira vazia.
um sonho descansa as suas pernas
se correr
pode atropelar a vila
o tempo corre
acelero, e retardo
o meu relógio
sou dona um tanto de mim
da  outra metade abri mão
ela é solta , louca,
e vive na contra-mão..
.
Até você chegar
Até você encontrá-la
Fico na gira
no ponto do conto e do canto
Centrado no que admiro

VAMOS BRINCAR DE POESIA?

Meu primeiro mar

A primeira vez que vi um mar foi na Ponta da Serra.
Foi quando o rio Carás deu uma grande enchente e
emendou com o riacho Correntim
cobriu as cacimbas da vazante,
as plantações de arroz, feijão e milho e
veio beijar os pés da ladeira
(escada para a casa do meu avô)
para pedir a benção do velho Zé Valdevino da Cruz.

No dia da enchente vovô tomou banho de chuva:
vovô amava a terra e a água
mesmo nas madrugadinhas mais frias
ele descia a ladeira e ia tomar seu banho na cacimba
água fria, água pura
batismo, benção.
(StelaSiebraBrito)

A poesia de Lupeu Lacerda




Éter pra reter o retorno eterno
Esquecer o terno pendurado no cabide empoeirado
Do esquecimento mensurado
Esquecer o aperto terno no coração balançando
Em um balanço velho de infância esquecida ali sei lá onde
Eterno retorno ao que parece bom
Porque longe, porque editado
O osso duro que na lembrança parece carne macia
O tempo é um cachorro sem dentes
Que esqueceu o sabor da comida
Éter


por lupeu lacerda

Pasolini


Pier Paolo Pasolini (Bolonha, 5 de março de 1922 — Óstia, 2 de novembro de 1975) foi um cineasta italiano.

Pérola nos bastidores- Por Aloísio


Navegando na internet

Se agora eu estou no Vietnã
Vendo letreiros que não entendo
Mesmo assim eu não me rendo
Navego em direção à Teerã

Chegando nesta cidade
Continuo sem ler nada
Mais aí falou meu mano
De “Qualquer Coisa” de Caetano

Andando um pouco mais já na Europa
Juntar algumas palavras já consigo
Afinal faz parte do berço antigo
E vou ficando de bem comigo

Vejo os mais diversos anúncios
Minha língua leio e compreendo
Afinal desembarco em terras brasileiras
E uma grande festa estou vendo

Hoje podemos navegar
Sem sair de lugar
Esta viagem que eu fiz
Não saí do quarto andar.

Aloísio
01/11/2010

Projeto “Com Arajara em Ação Não Se Encontra Lixo no Chão”

Articulação entre instituição de ensino, ONG e comunidade estimula cidadania ambiental

Uma parceira entre o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia IFCE - Campus Crato e o Instituto Arajara - IA vem mantendo desde outubro último um projeto de ação ambiental para coleta de resíduos sólidos urbanos que são lançados inadequadamente e com danos ao meio ambiente no entorno da Chapada do Araripe, Região do Cariri, notadamente nas proximidades do distrito de Arajara, em Barbalha. A população local, neste sentido, é estimulada pelo projeto a destinar o lixo para um posto de coleta em troca de acesso ao Arajara Park. A ação acontece sempre aos sábados, a partir da 10 horas da manhã na entrada do referido parque. O lixo é recebido por monitores selecionados dentre alunos do IFCE e da Escola Antonio Costa Sampaio, localizada na comunidade. A coordenação do projeto é da professora do IFCE Francinilda Araújo Pereira.

Fonte: IFCE - Campus Crato

Hoje recebi a visita de Abidoral. Presença humana, artística, angelical !

Posto este vídeo, em sua homenagem.

Nordeste - Por Heládio Teles Duarte


Veja só o que é uma tarde ociosa
Para um pintor sem telas, nem pinceis
Debaixo de escaldante sol
Tendo só por companhia
O velho amigo cibernético
E por inspiração´
Uma dose etílica
Que de tão diluída
Não encharcou, sequer um neurônio...

Amanhã é um dia de saudades. A esperança é o reencontro de almas !

Minhas lembranças me reconduzem a vocês , que fizeram  a História ou a própria história !

No Cemitério do Crato, o pó das nossas saudades
Flores fertilizadas pela energia dos que passaram , e deixaram seus registros  de amor, dor e alegria.

Dizem que a morte não existe . Eu quero acreditar na vida !

socorro moreira
Fotos de Samuk

Sobre o Salão de Outubro - José do Vale Pinheiro Feitosa

A Claude Bloc fez um comentário e nele se observa o quanto o termo símbolo efetivamente tem uma “energia” interna no limite entre o explicável e o quê não se consegue explicar. Falo das palavras, o quanto transmitem e a Claude era um ser humano secretando alegria em cada palavra do seu texto. Ela fora premiada pelo Salão de Outubro com uma das suas obras.

O Salão de Outubro não apenas explica aquela força de Claude, como ele é a causa e o efeito desta energia que se dissemina. E nisso, como as mulheres de repente saltam aos olhos, a Edilma quebra o mito que as pessoas não fazem a diferença.

Elas fazem, têm o dom de se multiplicar, de dar sopro de vida ao barro. Se você tem um projeto de sociedade, não pense na sua solidão, pense nesta mulher pequenininha que cresce uma chapada inteira quando deu vida ao Salão de Outubro.

Imagine o quanto o George Macário acertou na mão ao apoiar a energia de Edilma e deu razão ao que já temos no coração a respeito da Fundação J. de Figueiredo Filho. Como a Secretaria de Cultura no mata borrão da burocracia deu por acontecer o sonho desta mulher que traduz o sonho de todos os artistas e do público que se engrandece numa hora desta.

O Salão de Outubro se realizando, agregando, juntado, expondo é a continuidade do espírito da cidade e quando este se projeta no tempo, a cidade sabe que está viva. Não é um mero arruado no meio de um vale. Ela é a alma cariri naquilo que busca, o seu outono de vida quando, ao contrário do norte, estamos às vésperas das chuvas e da fartura.

Edilma tenha meus respeitos. Os meus e de toda a história do mais remoto desta cidade.

Sobre o Salão de Outubro - Normando via éter ! - por Socorro Moreira

Posso falar por ti
pelo teu riso irónico
pelo teu olhar inquisidor
pelas tua mãos de artista
habilidoso
pela tua mente criativa
e pela tua palavra de juiz 
sensata, dura,
compreensível
Posso falar pelo teu talento
Lealdade com as amizades
Pelo teu senso de justiça
pelo teu jeito desprezível
quando encarava um babaca
Terias estimulado a moçada
na produção artística  do salão
Terias de parceria com Nicodemos
prestado um socorro artístico
à Edilma...
Terias convencido o Crato
de que a arte está acima de qualquer outro barato
Que ela é a mais cara
das expressões humanas...
Teríamos uma xilogravura,
um desenho,
uma escultura, uma tela,
uma aguarela,
penduradas no novo salão de Outubro.
Depois nos reuniríamos no boteco da esquina
pra tomar guaraná gelado
Acenderíamos um cigarro
e, tirando a maior onda,
você nos perguntaria :
E aí, pessoal,
tá tudo em ordem?
Estão acompanhados,
inclusive os solitários?:
Não sei porque esse povo desistiu  de namorar...
Namorar é bom , inspira Ação !

Dedico a Elmano, Sônia , Nicodemos, Lupeu., e a todos que conheceram e amaram Normando.

A Questão da Obre de Arte - Por José do Vale Feitosa


Há um debate sobre qualidade artística, talento (uma espécie de sinal de Deus), para que serve o que se escreve e publica? Não é sem razão que se faz desse modo. Muitos manifestaram tais preocupações consigo mesmo.
Até recordo de uma texto da Isabel Lustosa em comemoração à Padaria Espiritual, quando ela se referia a pequenos burgueses, nas franjas do comércio e da Fênix Caixeiral. Aquele seres menores do universo hierárquico brasileiro com suas pretensões literárias. De qualquer modo, apesar da régua baixa nesta parte do texto da Isabel, desta mesma Padaria surgiram nomes nacionais (não muitos, nunca são muitos na seletividade publicitária).

Na minha geração dos cinco anos que vivi em Fortaleza esta rebeldia cearense em face das Academias, de Letras, apresentou a Padaria como uma alça em que no universo do sou ou não sou, carregou muitos talentos que se desenvolvem no processo.

Afinal o debate não terá uma última palavra e vai muito além, misturando estilos e sentimentos. Aproveito para trazer este texto do blog do Saramago a respeito de um escritor português, em termos do seu estilo, seu anacronismo estético e a memória de todos com a volúpia da modernidade.

José SaramagoA obra romanesca de Aquilino Ribeiro foi o primeiro e talvez o único olhar sem ilusões lançado sobre o mundo rural português, na sua parcela beira. Sem ilusões, porém com paixão, se por paixão quisermos entender, como no caso de Aquilino sucedeu, não a exibição sem recato de um enternecimento, não a suave lágrima facilmente enxugável, não as simples complacências do sentir, mas uma certa emoção áspera que preferiu ocultar-se por trás da brusquidão do gesto e da voz.

Aquilino não teve continuadores, ainda que não poucos se tenham declarado ou proposto como seus discípulos. Creio que não passou de um equívoco bem intencionado essa pretendida relação discipular, Aquilino é um enorme barroco, solitário e enorme, que irrompeu do chão no meio da álea principal da nossa florida e não raro deliquescente literatura da primeira metade do século. Nisso não foi o único desmancha-prazeres, mas, artisticamente falando, e também pelas virtudes e defeitos da sua própria pessoa, terá sido o mais coerente e perseverante.

Não o souberam geralmente compreender os neo-realistas, aturdidos pela exuberância verbal de algum modo arcaizante do Mestre, desorientados pelo comportamento “instintivo” de muitas das suas personagens, tão competentes no bem como no mal, e mais competentes ainda quando se tratava de trocar os sentidos do mal e do bem, numa espécie de jogo conjuntamente jovial e assustador, mas, sobretudo, descaradamente humano.
Talvez a obra de Aquilino tenha sido, na história da língua portuguesa, um ponto extremo, um ápice, porventura suspenso, porventura interrompido no seu impulso profundo, mas expectante de novas leituras que voltem a pô-lo em movimento.
Surgirão essas leituras novas? Mais exactamente, surgirão os leitores para esse ler novo? Sobreviverá Aquilino, sobreviveremos os que hoje escrevemos à perda da memória, não só colectiva, mas individual, dos portugueses, de cada português, a essa insidiosa e no fundo pacóvia bebedeira de modernice que anda a confundir-nos o sistema circulatório das ideias e a intoxicar de novos enganos os miolos da Lusitânia?
O tempo, que tudo sabe, o dirá. Não percebemos que, desleixando a nossa memória própria, esquecendo, por renúncia ou preguiça mental, aquilo que fomos, o vácuo por esse modo gerado será (já o está a ser) ocupado por memórias alheias que passaremos a considerar nossas e que acabaremos por tornar únicas, assim nos convertendo em cúmplices, ao mesmo tempo que vítimas, de uma colonização histórica e cultural sem retorno.
Dir-se-á que os mundos real e ficcional de Aquilino morreram. Talvez seja assim, mas esses mundos foram nossos, e essa deveria ser a melhor razão para que continuassem a sê-lo.

Ao menos pela leitura.


 por José do Vale Pinheiro Feitosa

A Poesia nde Ezra Pound





A ESPOSA DO MERCADOR DO RIO: UMA CARTA
(a partir de Li Po)

Quando era ainda curto meu cabelo sobre a fronte
Brincava junto ao portão da frente arrancando flores.
Você veio em andas de bambu, brincando aos cavalos,
Caminhando até onde eu estava, brincando com ameixas azuis.
E assim fomos vivendo na aldeia de Chokan:
Duas pequenas pessoas, sem antipatia ou suspeita.

Aos catorze, Meu Senhor, casei consigo.
Jamais me ria, de tão tímida.
Baixando a cabeça, olhava a parede.
Por mil vezes chamada nunca olhei para trás.

Aos quinze deixei de fazer carranca,
Desejei que meu pó se misturasse com o seu
Para sempre, oh, para sempre, oh, para sempre.
Porque haveria eu de subir à vigia?

Aos dezasseis você partiu,
Até à longínqua Ku-to-yen, pelo rio de redemoinhos espirais,
E já está fora há cinco meses.
Os macacos fazem um ruído dorido lá em cima.

Arrastou seus pés quando saiu.
Agora, junto ao portão, o musgo cresceu, os diferentes musgos,
Demasiado fundo para os arrancar!
As folhas caem cedo com o vento, este Outono.
As borboletas, aos pares, já estão amarelas com Agosto
Sobre a relva no jardim de oeste;
Elas ferem-me. Envelheço.
Se planeia descer pelos estreitos do rio Kiang,
Por favor deixe-me saber de antemão,
E eu sairei a encontrá-lo
Tão longe quanto Cho-fu-Sa.

VAMOS SERENAR NOSSOS CORAÇÕES

Essa vida é uma viagem
Pena eu estar
Só de passagem.
(Paulo Leminski)

Nada te perturbe
Nada te espante
Tudo passa.
(Teresa D’ Ávila)

Nota do Cariricaturas !

O Cariricaturas, administrado por José do Vale Feitosa, Edilma Rocha,Claude Bloc, Carlos Rafael ,e Socorro Moreira  possui uma ética geral:Respeito !

Os autores insatisfeitos podem ser desligados. Por que nos fariam falta?
A paz poética é a nossa tônica.
O direito de dizer o que pensa  é um instrumento dialético do consenso.

Lamentamos os comentários agressivos, que eventualmentre acontecem.

Abraçamos com respeito os nossos leitores e colaboradores.

Poemas do Nicodemos

Que me importa aceitar
dialeticamente que uma pedra
e uma beterraba
são iguais

meus dentes
não aceitam

Torta de ricota- Colaboração de Fátima Figueirêdo



Ingredientes

1 ricota (300g)
5 claras
5 gemas
3 colheres (sopa) de açúcar
2 colheres(sopa) de maizena
1 lata de leite condensado
1 lata de leite comum

Bater todos os ingredientes no liquidificador e por fim misturar
as claras em neve. (Fora do liquidificador).

Forma untada com manteiga e farinha de trigo, e meia hora de forno(ou até
que fique douradinho, assado).

Espero que fique legal!

Lembrança a todos, beijos e abraços

CARTA AO CARIRICATURAS - Dihelson Mendonça


Venho por meio desta protestar junto aos administradores do Blog Cariricaturas por Eu haver sido covardemente atacado, assim como meu Blog, gratuitamente, sem qualquer ofensa inicial da minha parte a qualquer membro, por parte do Sr. José Begrini na minha postagem intitulada "A Grandeza de Dilma no Discurso de Eleita", nesta página.

Não conheço esse Sr, e não lhe dirigi qualquer palavra antes de desagravo para que eu seja recebido neste local da forma que fui recebido.

Imaginei que o cariricaturas fosse um Blog diferente do cariricult, onde lá, há somente uma ala de derrotados e moleques que mordem o próprio rabo vermelho, mas vejo que aqui também, as opiniões diferentes, ainda que não sejam ataques a qualquer pessoa do Blog, e sim aos nossos políticos, são levadas para o nível pessoal e aqueles que desejam externar, são maltratados.

Lamentável fato, típico de gente nociva ao bom convívio em grupo e sui generis com certos participantes do outro blog Cariricult, cujo nome não vou escrever agora de público. Lamentável que esse dito ( Dr. ) Sr. José tente me jogar contra o Prof. Zé do Vale, a quem tenho admiração. Isso apenas mostra o desespero daqueles que defendem as bandeiras vermelhas do ódio e da intolerância, que poluem o nosso país. Respondi de igual para igual à provocação. Não deixo por menos. Pode ser Doutor ou Gari. Não levo desaforos para casa. É lastimável que o Zé do Vale, que tanto defende a liberdade de expressão, permita que atos dessa natureza aconteçam por aqui. Talvez, o desejo íntimo seja de me empurrar mesmo para fora, a cada texto que eu postar aqui, COMO EU JÁ SOUBE por fonte confiável.

A nossa amiga Claude, por ter opinião política também diferente, já se sente até mal dentro da sua própria casa, o lar que ela própria criou, e evita externar o pensamento, com medo das represelálias, como essa que acabei de receber. Sou solidário a ela, e acho que por se pensar diferente não é motivo de achincalhamentos públicos como esse que esse "Dr. José" fez e faz.

Lamento pelo Blog de vocês.
Se aqui for apenas um reduto do PT, e não aceitarem opiniões diferentes, basta dizer isso publicamente. Cada site tem o sagrado direito de externar a sua posição política, como a Folha, o UOL, o Yahoo.

O que não é possível são os participantes membros escreverem um artigo e serem maltratados, e atingidos a nível pessoal. Que se ataquem as idéias, nunca as pessoas. Zé do Vale, por exemplo, apesar das inúmeras discussões que tenho com ele, jamais dirigiu palavrão, nem qualquer ofensa pessoal. Tudo gira no campo das idéias. Esse "Dr. José" é uma Fraude, e seu comportamento dentro de um site que se diz "democrático", é totalmente inaceitável.

Solicito providências, caso contrário fica configurado o acobertamento aos que atacam posições políticas diversas das "oficiais", e a conivência dos administradores. Não se trata da opinião política diversa, pois cada um deve ter a sua, mas a eterna confusão que já ressaltei em outra postagem, de confundir-se a opinião política com a pessoa, típica de gente mesquinha, ordinária que não merece conviver em sociedade. Ataquemos as idéias. As pessoas, não!

Por: Dihelson Mendonça

Cariricaturas entrevista a Produtora Cultural e Artista do momento : EDILMA ROCHA !

Foto de Edilma por Wilson Bernardo


Cariricaturas
Edilma, testemunhamos os resultados do VI Salão de Outubro/2010, fruto do seu empenho, reflexo do seu amor às artes e a sua cidade natal. Fale-nos sobre o surgimento dessa idéia, e declare-nos os apoios recebidos e/ou parcerias.

Edilma:
Ao retornar com mais freqüência ao Crato, pela restauração das obras do Museu, senti a ausência de movimentos artísticos, que gerassem oportunidades aos artistas plásticos da região.

A Fundação J.de Figueiredo Filho, representada por George Macário de Brito, cedeu-me o espaço do museu histórico para realizar as inscrições, e a colaboração de dois do seus funcionários: Antunes Filho e Mara.
Recebi o apoio incondicional do meu irmão Ernesto Rocha, sem o qual o evento não teria vingado, uma vez que resido em Fortaleza. Fomos apoiados pela Prefeitura do Crato, através da Secretária de Cultura, que cedeu-nos o espaço da RFSA.
A confecção de banners, folder e camisetas foram patrocinadas por alguns nomes do comércio local.
Ressalto as parcerias providenciais dos artistas : Allan Bastos,Franklin Lacerda e Alexandre Lucas.

Cariricaturas
Embora o Salão tenha sido privilegiado com a exposição de mais de 50 obras, inclusive internacionais,,nas suas diversas modalidades : Pintura, Desenho e Escultura, sentimos a ausência dos nossos veteranos artistas,  O que nos diz sobre isso?

Edilma

Apenas Ulisses Germano, Samuk e Alexandre Lucas, acreditaram no nosso projeto.Os artistas da regiião  não se manifestaram, e as inscrições realizadas foram praticamente de iniciantes ..
Em compensação fui acorrida por um projeto importante : ARTES SEM FRONTEIRAS de Curitiba, na pessoa de JÔ Oliveira.
Desse contato recebi trabalhos de artistas nacionais e internacionais..
Acho que a galera confundiu um acontecimento cultural com política local. E não tinha nada a ver.

Cariricaturas

No seu pronunciamento, durante a solenidade de abertura, diante dos nossos representantes maiores (Secretária de Cultura e Vice –Prefeito Municipal), você fez um justo apelo, com relação às instalações do Museu Vicente Leite e a construção de um Museu de Arte Moderna
Ratifique-nos o seu apelo, justificando as suas urgentes necessidades.

Edilma

O Local escolhido por Bruno Pedrosa, com o meu aval, para reinauguração do Museu Vicente Leite é o prédio da RFSA A Prefeitura Municipal deverá executar as providências internas , nas instalações : vidros, aclimatação, forro, etc. O mais difícil está perfeito : o prédio !

E quando à construção do Museu de Arte Moderna, sonhamos com algo simples, que possa no futuro ser agigantado.O nosso doador, Bruno Pedrosa, aguarda o momento dessa realização, e dispõe,em doação, uma tela de Pablo Picasso de sua propriedade. Depois disso, o Crato não será mais o mesmo...
O que os nossos governantes estão esperando?
Vamos perder esse tesouro?
Tenho a intenção de dar continuidade aos Salões de Outubro (evento anual), e ficar mais atenta em contribuir com a Casa do Recreio, na sua restauração e funcionamento. Lugar ideal como point de um grande ateliê de todas as artes. Oportunizando os artistas de todas as classes sociais.

Cariricaturas

Uma comissão julgadora foi criteriosamente composta para julgar e premiar os trabalhos inscritos e expostos. A estas alturas, já nos pode revelar os componentes dessa comissão?

Edilma;
Sim. Agora já não preciso guardar segredo:
1.Dr. Tarcísio Pierre- um grande colecionador de obras de arte;
2.Pachelly Jamacaru- o olhar fotográfico;
3.Divani Cabral- mestra em cultura artística
4.Noeme Arraes- pintora e decoradora
5. Lídio- pintor cratense, de grande valor artístico.

Cariricaturas

Estamos orgulhosos do seu feito.Agradecemos-lhe , em nome da comunidade a qual pertencemos.
Obrigada pelas sementes plantadas. Que elas frutifiquem beleza, sensibilidade e talentos, de toda a nossa gente.

Grande abraço. Parabéns, Edilma Rocha! 
ESSA ROSA É SUA. fOTOGRAFADA POR VOCÊ !

“Golpe no golpe” – José Nilton Mariano Saraiva

Com relação à consagradora vitória da Dilma Rousseff (objeto de uma outra nossa postagem, a posteriori), embora os brasileiros saibamos da imundície e do jogo bruto posto em prática pelo adversário, com o ostensivo e vergonhoso apoio de segmentos ultra-conservadores da Igreja Católica (inclusive do alemão Ratzinger, ex-integrante da juventude nazista e hoje aboletado no trono papal), o que todos os brasileiros têm que ter conhecimento (e não custa repetir) é que o Partido da Imprensa Golpista-PIG (Rede Globo, VEJA, Folha de São Paulo, UOL e Estadão, dentre outros), tentou, da forma mais abjeta e repugnante possível, “melar” o jogo, dá o golpe, influenciar o rumo da história até o último instante.
Assim é que a empresa Folha da Manhã, vinculada e responsável pelo jornal Folha de São Paulo, num primeiro momento impetrou mandado de segurança junto ao Superior Tribunal Militar (STM) para ter acesso aos autos da Ação Penal nº 366/70, que se reporta especificamente ao passado (em defesa do Brasil) e à prisão da então guerrilheira (com muito orgulho) Dilma Rousseff.
Por se tratar de um tema delicado e às vésperas de uma eleição presidencial, onde uma das concorrentes era exatamente Dilma Rousseff, o STM houve por bem, compreensivelmente, analisar com cautela e ponderação aquele preito, a fim de não cometer injustiças ou tumultuar o processo. Foi o bastante para que a Folha da Manhã (apressadinha que só) ajuizasse Ação Cautelar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que era de “...interesse público (os) dados constantes da mencionada ação penal, (a fim de que) possa divulgá-los a tempo de serem úteis à plena informação e formação de convicção dos cidadãos acerca da atual candidata à Presidência da República”. (ipsis litteris). Em razão disso, a Folha da Manhã propugnava a concessão de “...liminar inaudita altera pars, para que seja determinado ao Superior Tribunal Militar que possibilite o imediato acesso e a extração de cópia reprográfica do processo referido” (ipsis litteris); a alegativa era de que – OLHA AÍ A TENTATIVA DE GOLPE - em razão da urgência das informações para a sua divulgação jornalística, faltando poucos dias para o segundo turno das eleições presidenciais, buscaria os dados a fim de informa-los aos eleitores.
Na pressa, no entanto, os bem remunerados causídicos da Folha da Manhã agiram amadoristicamente ao “esquecerem” (???) de dois valiosos e significantes detalhes, que poderiam também ser rotulados de erros crassos: primeiramente, anexaram apenas a folha inicial do recurso impetrado junto ao STM (como se estivessem a esconder alguma coisa); e, após, “esqueceram” (???), de novo, de que, conforme posterior despacho do STF, “...para a concessão do excepcional efeito suspensivo a recurso extraordinário é necessário o juízo positivo de sua admissibilidade no tribunal de origem, a sua viabilidade processual pela presença dos pressupostos extrínsecos e intrínsecos. A plausibilidade jurídica da pretensão de direito material nele deduzida e a comprovação da urgência da pretensão cautelar” (ipsis litteris). Só isso. Será de tão difícil compreensão ???
Assim, como não havia a imprescindível manifestação do STM na ação encaminhada ao STF, o PIG deu com os burros n’agua, porquanto a Ministra do STF, Carmen Lúcia, expedita e atenta, literalmente demoliu a tentativa de golpe, ao devolver o calhamaço sob a alegativa de que “...não há como ter ciência dos argumentos ali apresentados, o que impede o conhecimento das razões jurídicas veiculadas, cuja plausibilidade tem sido considerada imprescindível ao exame deste Supremo Tribunal para os fins de deferimento de medida liminar, nos termos da pacífica jurisprudência assentada na matéria” (ipsis litteris)
A dúvida, assaz pertinente: será que o “golpe no golpe” teria sido incontinentemente obstado, como o foi pela discreta ministra Carmen Lúcia, se os receptores da matéria lá no STF fossem os ministros Gilmar Mendes ou Marco Aurélio de Melo ??? Será que não era exatamente essa a expectativa da VEJA, Folha, Rede Globo, Estadão, UOL a fim de dispararem, às vésperas da eleição, a tão temida e comentada “bala de prata” ???
Pois é, ficaram só na vontade e assim DILMA VANA ROUSSEFF é, de fato e de direito, a primeira mulher Presidente(a) do Brasil.

Dilma e a reforma tributária - Everardo Maciel


A eleição da Dilma inaugura uma nova pauta de conjecturas, quanto ao futuro do País, envolvendo temores e esperanças. Nela, inevitavelmente, assume destaque a reforma tributária.

A matéria provoca, desde logo, o ânimo, parafraseando expressão consagrada à época do governo Geisel, dos bolsões radicais e nem sempre sinceros. Ressurge, de pronto, a ideia do imposto sobre grandes fortunas. Essa hipótese foi prevista na Constituição de 1988 por inspiração francesa, que no início dos anos oitenta, durante o governo Mitterrand, produziu tal excentricidade, copiada por uns poucos países, sem nenhum êxito como instrumento de arrecadação ou de justiça fiscal.

No Brasil, a instituição desse tributo ficou condicionada, por imperativo constitucional, à edição de lei complementar, ao contrário dos demais impostos, cuja implementação reclamava tão somente lei ordinária. Essa restrição revelava que se tratava de uma iniciativa francamente demagógica – uma espécie de concessão política, com remota possibilidadede lograr concretude.

As propostas para instituir aquele imposto eram escandalosamente insubsistentes. A qualquer leigo, espanta imaginar que a renda, tributada por imposto específico, que gera um património, também tributado por imposto específico, venha a ser mais uma vez tributada em um ciclo exótico de pluritributação. Pretensões de onerar mais severamente renda ou patrimônio mais elevado deveriam se esgotar nas alíquotas e bases de cálculo dos correspondentes tributos, sem a necessidade de criar uma nova espécie tributária, ao gosto dos que preferem recriminar a acumulação de renda ou riqueza, como se isso, a priori, correspondessea uma injustiça.

Essa curioso tipo tributário motivou Raúl Reyes, militante das Farc, morto em 2008 no Equador, a propor e afinal “promulgar” a “lei 002”, em virtude da qual as pessoas e os titulares de empresas colombianas com patrimônio superior ao equivalente a um milhão de dólares norte-americanos deveriam recolher à narcoguerrilhao correspondente a cem mil dólares, sob pena de serem sequestrados. Felizmente, nenhuma proposta legislativa visando à instituição do imposto sobre grandes fortunas, no Brasil, incorporou o modelo proclamado pelas Farc.

É natural também que ressurja a ideia de recriação da CPMF, agora sob a denominação de Contribuição de Solidariedade Social – CSS. O correspondente projeto de lei se encontra na Câmara dos Deputados, com tramitação interrompida por força de conveniências eleitorais.Sua justificação repousa na aclamada tese de elevação dos recursos destinados à saúde.

A saúde pública, no Brasil, é um desastre: os serviços são ruins, a remuneração dos profissionais é ridícula, faltam remédios e equipamentos. Para enfrentar esse quadro se recorre à vetusta forma de ampliar a destinação de recursos, desprezando iniciativas visando à adoção de práticas gerenciais que privilegiem a eficiência, como preconiza a Constituição.

Há uma forte possibilidade de que a CSS prospere. Em consequência, teremos aumento de carga tributária, sem nenhuma garantia de que ele venha a repercutir positivamente na qualidade dos serviços de saúde pública.

A mística que envolve a expressão “reforma tributária” trará de volta antigas propostas que buscam reinventar o sistema tributário brasileiro ao arrepio de nossa história, das forças políticas que gravitam em torno dos Estados e Municípios e dos fortes interesses que explicam as vinculações setoriais nos orçamentos públicos.

A preferência será, naquele caso, por soluções majestáticas, traduzidas em emendas constitucionais. Os autores dessas propostas desconhecem que sistemas tributários resultam de tensões políticas no âmbito dos parlamentos e que, por isso, soluções demasiado abrangentes findam inevitavelmente na maximização dos conflitos com efeitos paralisantes.

As ameaças ao equilíbrio fiscal, que se ampliaram nos últimos anos, combinadas com as fortes incertezas do cenário internacional podem inspirar uma atitude cautelosa e, ao mesmo tempo, realista no campo da tributação.

Seria recomendável que fossem identificados os problemas tributários mais relevantes e formuladas as correspondentes medidas para resolvê-los ou, ao menos, mitigar seus efeitos. Pelo critério de relevância incluem-se na agenda de problemas: a guerra fiscal do ICMS e do ISS, os créditos acumulados nas operações de exportação, o aproveitamento imediato dos créditos vinculados a investimentos, a redução na diversidade de alíquotas efetivas do ICMS, a desburocratização fiscal relacionada com inscrição e baixa de contribuintes, a grande volatilidade das normas tributárias.

Everardo Maciel é ex-secretário da Receita Federal

O Discurso de Serra e o Presente do Crato - José do Vale Pinheiro Feitosa

O Darlan pôs os pontos nos “is”. Dilma teve 77% dos votos válidos no Crato e o povo comemorou. Não foi o silêncio do momento da votação. Mas para o prefeito Samuel Araripe, através de sua assessoria não há, como no discurso de Serra um “respeito e humilde a voz do povo nas ruas”. Não teve nenhuma comemoração, na noite de domingo, pela democracia ter funcionado tão bem e assim se manifestou Dilma e Serra ao agradecerem aos eleitores.

No entanto, a prefeitura do Crato tem uma imensa semelhança com o candidato derrotado: ambos se acham herdeiro natural do latifúndio. Pensam no mundo como apenas a propriedade natural deles próprios. O discurso do candidato apenas agradece aos que carregaram “a bandeira com o Serra 45”, esquece completamente o PSDB e o projeto de país do partido. Mesmo quando amplia seu olhar além dos votos que teve, ele se refere aos governadores e não ao partido.

Como certas práticas do paroquialismo de arrabalde, o candidato derrotado não entende o esforço contra a maré do Senador Aécio Neves e não o agradece, apenas o faz a Geraldo Alckmin. Mas a vulgaridade do nosso pensamento logo imagina: Geraldo tem uma secretaria para ele e Aécio apenas uma assessoria de gabinete. Mas não é isso, o buraco é mais abaixo, o Serra quer ser presidente a qualquer custo e não pode ao menos ter a humildade de agradecer o esforço do governador de Minas. Engano, o PSDB que sobreviverá a mais uma derrota na presidência, tem o maior número de governadores entre os partidos e eles enfrentarão os caciques da oligarquia paulista do partido. Até mesmo o Geraldo não dará mão à ambição do derrotado.

Numa coisa o Serra teve consciência, ele não é bobo igual a máquina eleitoral do Crato, tem inteligência estratégica. Reconheceu o grande desafio que foi enfrentar a sucessão de Lula: “Nestes meses duríssimos, quando enfrentamos forças terríveis...” Claramente querendo cavar a trincheira do que ele construiu nesta campanha e que agora disputará no campo da direita política com o centro e a esquerda.

Além de uma estratégia ele já identificou os elementos táticos: na internet. No twitter, nas redes sociais, e-mails, blog e site este espaço aberto e pantanoso que tende a solidificar o solo e se tornar uma plataforma essencial no futuro. Numa base sólida o Serra terá os elementos táticos, mas não poderá usar as mesmas táticas desta campanha. A tática do ódio, do achincalhe, da denúncia vazia, da manipulação, do estímulo ao conflito: o Serra guerra e ódio. Ali o campo será outro e o contraditório haverá, basta ver o que aconteceu quando ele radicalizou as posições.

O candidato não tem uma grande inteligência histórica, mas aprendeu na política e por isso lança o próprio recomeço. Para ele, para os eleitores dele e dos governadores do PSDB não é um recomeço, é a continuidade com a responsabilidade de governarem grandes estados, de legislarem nas assembléias e no Congresso Nacional. Portanto, igual ao que acontece no autismo do Crato, o recomeço é apenas do Serra e não do PSDB. Até ao usar o plural majestático ele não consegue se desanuviar do imenso egocentrismo: Por isso a minha mensagem de despedida neste momento, não é um adeus é um até logo. Não amigo de mim mesmo, o até logo é de Beto Richa, Geraldo, Aécio, Teotônio e outros para não cansar o distinto público.

Quanto ao presente do Crato, pelo que me contaram, é limpar o lixo deixado pela festa.

Explode coração.................


Panorama Geral - VI SALÃO DE OUTUBRO

Renomados


De Portugal


Vindas de alhures


De alhures


Painel1


Painel Flores


Painel desenho (Gilson)

Painel desenho (Geral)


Painel Jacques & outros
Samuk - ouro (óleo)


Claude - prata (aquarela)


From Bahia


From Bahia


Escultura - Ulisses


Painel Lorenzo

Salvatore Adamo


Salvatore Adamo, também conhecido simplesmente como Adamo, é um cantor francófono ítalo-belga nascido em Comiso, Itália em 1º de Novembro de 1943. Seus grandes sucessos são: Inch'Allah, C'est ma vie e F... comme femme.