Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Roland Barthes



Roland Barthes (Cherbourg, 12 de Novembro de 1915 — Paris, 26 de Março de 1980) foi um escritor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês.

Toda a recusa duma linguagem é uma morte.

A literatura não permite caminhar, mas permite respirar.

Como ciumento sofro quatro vezes: por ser excluído, por ser agressivo, por ser doido e por ser vulgar.

A linguagem é como uma pele: com ela eu entre em contato com os outros.

“Encontro pela vida milhões de corpos; desses milhões posso desejar centenas; mas dessas centenas, amo apenas um. O outro pelo qual estou apaixonado me designa a especialidade do meu desejo.

Roland Barthes

Paulinho da Viola



Paulo César Batista de Faria, mais conhecido como Paulinho da Viola, (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1942) é um cantor, compositor e violonista brasileiro, filho do violonista César Faria (do conjunto de choro Época de Ouro).

No início de carreira Paulinho foi parceiro de nomes ilustres do samba carioca, como Cartola, Elton Medeiros e Candeia, entre outros. Destaca-se como cantor e compositor de samba, mas também compõe choros e é tido como um dos mais talentosos representantes da chamada Música Popular Brasileira.

Paulinho da Viola é portelense, desfilando todos os anos com a escola. É fanático torcedor do Vasco, além de exímio jogador de bilhar (sinuca), talento reconhecido por grandes mestres do taco.

wikipédia

João Nogueira



João Nogueira (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1941 — Rio de Janeiro, 5 de junho de 2000) foi um cantor e compositor brasileiro. Desde o início de sua carreira ficou conhecido pelo suingue característico de seus sambas. É pai do também cantor e compositor Diogo Nogueira


Augusto dos Anjos


Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Cruz do Espírito Santo, 20 de abril de 1884 — Leopoldina, 12 de novembro de 1914) foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Todavia, muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas em seus poemas.

É conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, e até hoje sua obra é admirada tanto por leigos como por críticos literários.


Versos Íntimos

Augusto dos Anjos


Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos

Recebido por e-mail

Vacina anti-câncer RINS E PELE

Vacina anti-câncer - REPASSEM A TODOS!

Boas notícias são para partilhar
Já existe vacina anti-câncer (pele e rins). Foi desenvolvida por cientistas médicos brasileiros, uma vacina para estes dois tipos de câncer, que se mostrou eficaz, tanto no estágio inicial como em fase mais avançada.
A vacina é fabricada em laboratório utilizando um pequeno pedaço do tumor do próprio paciente. Em 30 dias está pronta, e é remetida para o
médico oncologista do paciente.
Nome do médico que desenvolveu a vacina:
José Alexandre Barbuto
Hospital Sírio Libanês - Grupo Genoma.
Telefone do Laboratório: 0800-7737327 - (falar com Dra. Ana Carolina ou Dra.. Karyn, para maiores detalhes)
www.vacinacontraocancer.com.br

Antônio Nássara - Por Norma Hauer


ALÁ-LÁ-Ô - ANTÔNIO NÁSSARA- UM VITORIOSO

Foi no dia 11 de novembro de 1910 que ele nasceu aqui no Rio de Janeiro.
Já em 1927, aos 17 anos começou a fazer as primeiras caricaturas no jornal "O Globo". Pouco depois ingressou na Escola de Belas Artes, ao mesmo tempo que começou a dedicar-se à composição.
Em 1930 compôs os sambas "Saldo a Meu Favor" e "Para o Samba Entrar no Céu",que não obtiveram êxitos, mas abriam-lhe as portas para ingressar no meio musical.

Já em 1932 gravou,com Francisco Alves seu primeiro sucesso:"Tipo 7" e, no ano seguinte outro grande sucesso, até hoje relembrado no carnaval:"Formosa" ,gravação original da dupla Mário Reis e Francisco Alves.

Daí vieram "A Barba Cresceu";"A Lenda do Pastor";"A Menina Presidência";"A Mulher deve Casar"; Adeus Aracy"; Barba Azul"... o primeiro grande sucesso de Dircinha Batista:"Meu Periquitinho Verde".
Muito Nássara cooperou para o carnaval, até que, em 1941,lançou uma valsa ("Nós Queremos Uma Valsa") e o sucesso eterno: "Alá-lá-ô". Ambos gravados por Carlos Galhardo.
Quando, com Frazão, ele compôs "Nós Queremos Uma Valsa", perguntou a Carlos Galhardo se ele gravaria uma valsa para o carnaval. Ele, embora um pouco receoso aceitou. E a valsa "estourou". Sabe-se que o Rei Momo adorou a valsa porque nesse ano, varizes o atrapalhavam e era melhor dançar valsa do que samba.

Sem o objetivo de compor para o carnaval, Nássara, que era locutor do Programa Casé, na Rádio Philips, foi convidado por Adhemar Casé para fazer um anúncio para uma padaria na Rua Voluntários da Pátria. Isso porque, a partir de 1932, um decreto do então Presidente Vargas autorizou as emissoras radiofônicas a transmitir propaganda comercial.
Não era mais possível manter uma rádio só com colaboração de seus associados.

Surgiu, dessa forma, o primeiro “jingle” no rádio, que, para agradar ao português, dono da padaria, foi composto em ritmo de fado.

Ele adorou!
Os versos eram assim:

“Oh, padeiro desta rua
Tenha sempre na lembrança.
Não me traga outro pão
Que não seja o pão Bragança".

Quem apresentava o "jingle" era o cantor Jorge Fernandes.

A partir daí, anúncios variados foram se propagando no rádio, principalmente no então vitorioso Programa Casé.

Os anúncios eram permitidos, mas nem tudo podia ser anunciado. Certa vez, sem perceber do que se tratava, Casé aceitou uma propaganda de um laxante de um laboratório paulista. Anúncio de laxante era proibido. E mais uma vez, Casé recorreu a Nássara. Este, então, “bolou” o seguinte texto:

“Um casal de noivos brigou. Ele, arrependido, resolveu fazer as pazes, mas a moça estava irredutível. Conversou com a futura sogra, que o aconselhou que presenteasse a filha com algo de valor. Comprou-lhe, então, uma jóia caríssima. E não fez efeito. Deu-lhe um casaco de peles. Mas não fez efeito. Então, lembrou de dar a ela um vidro de Manon Purgativo...Ahhh! Fez efeito!!! Manon Purgativo, à venda em todas as farmácias e drogarias.”

O anúncio foi ao ar sem qualquer problema, mostrando a habilidade de Nássara e Casé e a mentalidade sempre retrógrada dos responsáveis pela censura.

Nássara, deixando de compor, devido aos novos rumos tomados por nossa música, nunca deixou de fazer caricaturas, sempre bem humoríosticas
Já em 1985, na Sala Sidney Müller da Funarte, Nássara foi homenageado com um "show"dirigido por Ricardo Cravo Albin, que recebeu o nome de "Alá-lá-ô", no qual foram relembrados seus sucessos carnavalescos.
Carlos Galhardo, Marília Barbosa e o grupo "Nó Em Pingo Dágua" foram os artistas que deram vida ao "show". Foram duas semanas com a sala sempre cheia.

Antonio Gabriel Nássara faleceu em 11 de dezembro de 1996, um mês depois de completar 86 anos.

norma

Eufrazino na Montanha Russa

Eufrazino contemplava o mundo por sobre as pilastras dos seus cinqüenta anos. A estrada estava bem mais curta para adiante do que para trás, talvez , por isso mesmo, aquela mania de ficar olhando a vida pelo retrovisor. O passado aparecia cada vez mais brilhante e promissor no seu cristalino já meio embotado pela catarata. A vida parecia-lhe aquilo mesmo : semeamos, semeamos, mas os frutos vão sempre se oferecer opimos no pomar do vizinho.
Tempo ! As verdades se refaziam a cada instante, como num caleidoscópio. De nada adiantava aquela frase puída, rota, áspera : “No meu tempo, meninos, era assim... “ Esta experiência apenas a ele dizia respeito. Era como se prescrevesse, hoje, um Capivarol para um enfarte do miocárdio; como se tentasse rodar um Blue –Ray na vitrola a manivela. Os filhos tinham vida própria, seguiam estradas por ele mesmo trilhadas, a despeito dos conselhos, das conversas. Os namoros , da praça haviam se transferido para os motéis ; o “esquentamento” agora carregava o nome de HIV; a eternidade dos casamentos media-se nos apressados ponteiros dos segundos; a virgindade transformara-se numa espécie de ararinha azul; os porres ganharam status de “viagens”: heroína já não era necessariamente o feminino de herói e craque não designava mais apenas o super-atleta. Tempo !
Eufrazino molhou-se daquela solidão única. Já não possuía xarás. Quem diabo ia impingir um nome esdrúxulo daqueles num filho, num mundo cheio de Daniéis, Andrés, Tiagos, Lucas, Matheus ? Eufrazino ? Mesmo que surgisse num descendente um Eufrazino Neto, sabia que lhe seria dificílimo carregar o peso . Ele seria certamente minimizado por um prenome mais palatável : quem sabe Ygor Eufrazino ? Assim, ao menos, o inocente teria a possibilidade de mimetizar a piada e assumir-se definitivamente como Ygor. Onde andavam aqueles costumes tão comuns na sua geração ? A fuga de namorados para forçar o casamento ? Os matrimônios feitos à força, no casa ou morre? As águas que lavavam a honra das moças que caíam em tentação, para que rios agora correm ?
Tempo! Há pouco vira a esposa entregar às quatro filhas preservativos com detalhadas explicações sobre o uso. O namorado da filha, nos fins de semana, dormia com ela, no mesmo quarto, na sua casa e isso tranqüilizava a todos: não estavam na rua expostos a violência nossa de todos os dias. A mais velha tivera um produção independente e mesmo com a insistência do namorado, negara-se a casar. O neto estava agora com os avós e era a alegria da casa. Eufrazino sabia , perfeitamente, o quanto tinha sido importante para sua formação as experiências vividas e passadas pelos pais, mas agora tinha a clara percepção que todas precisaram de upgrade. Não dava para contemplar a paisagem contemporânea com as pupilas do passado. E, como numa montanha russa, a velocidade das mudanças é estonteante. Lembra bem que há bem pouco dissera à filha mais velha:
-- Pode namorar como quiser, mas transar, só depois do casamento!
À segunda,poucos anos depois, já facilitara um pouco:
--“Filha, pode transar à vontade, mas não esqueça da camisinha, viu ?”
À terceira, dois anos depois, já precisou uma maleabilidade maior:
-- “Filha, não me preocupe que você transe, sei que sua geração é assim mesmo, quebrou todos os tabus, mas a privacidade é uma coisa importantíssima, é a nossa única fronteira! Te peço uma coisa, só, por favor, não filme a transa e bote no You Tube! “
Semana passada, diante da última filha, chegando à adolescência, Eufrazino, finalmente, tranqüilizou-se. Ufa! Basta de tanto upgrade! Vendo a menina sair, toda produzida para uma festa rave, suplicou:
--- Tudo bem , Georgina, divirta-se! Mas vou te pedir uma única coisa, filha. Sei que vai rolar o maior barato, a transa vai ser geral e sei também que agora, depois desse Big-Brother vocês vão filmar tudo e colocar no You Tube. Pois bem, filha, que seja , o rala-e-rola pelo menos com um homem, viu ?

J. Flávio Vieira
5 ANOS DE CENA !!!

A Cia. Cearense de Teatro
Brincante e seu espetáculo de lançamento completam hoje, dia 11, exatos
5 anos de existência na cena brasileira.

O 1º cartaz:


O 1º panfleto:


Gostaria de agradecer aos atores,
atrizes, músicos, técnicos, colaboradores, amigos e familiares que
contribuíram e contribuem permanentemente na edificação desta magnífica
obra, manifestação sublime do talento do artista caririense.

Nossas alegrias de ontem e de hoje sempre nos animarão na grandiosa missão de espalhar luz...

Nossas tristezas, decepções e
lágrimas continuarão a sempre sendo recompensadas pelo generoso aplauso
das platéias maravilhosas que nos acolhem e acolherão em seus
corações...

Obrigado! Muito obrigado!!!


Com amor,

Cacá Araújo

Atenção !

.


"Cariricaturas em prosa e verso"- Edição Especial


O livro não implicará em qualquer ónus para os seus escritores.


Prefácio :José Flávio Vieira


Texto da contra-capa : José do Vale Feitosa


Revisão: Stella Siebra de Brito

Com o intuito de uniformizar as postagens , disponibilizaremos espaço para 2 textos de cada autor , mais release e fotografia.
Autores convidados: todos os nossos colaboradores !

Faremos uma tiragem correspondente a 5 livros para cada escritor.

Agradecemos a atenção, e contamos com o apoio geral.


Os textos deverão ser enviados para o e-mail de Stella ,até no máximo, 10 de Dezembro de 2010. A fase de revisão terá tempo indefinido.

- stelasiebra@yahoo.com.br


Abraços do Cariricaturas.

( José do Vale, Claude Bloc, Socorro Moreira e Edilma Rocha - Administradores)

Os poetas suicidas


Georg Trakl, 1914 (foto da Web)




OS POETAS SUICIDAS


Os poetas que eu amo são poetas suicidas.

Amaram demais a vida.

A corda tensa arrebentou.

Eu vomito quem não é quente nem frio, disse o Senhor,

e os poetas suicidas acreditaram.

Amaram desesperadamente a vida,

consumiram-se, queimaram-se no fogo da paixão.

Georg Trakl viu a guerra, os mortos, o sangue,

sentiu a fraqueza humana diante de tanta vida para viver,

tomou ópio e cocaína e outras drogas querendo sempre mais vida:

morreu de amor à vida.

Paul Celan viu as câmaras de gás, os fornos crematórios, as pilhas de cadáveres

e sobreviveu, o que era demais para a fraqueza humana,

e cantou a fraqueza e a dor, o desespero e o abismo transcendental,

até que um dia o fio se rompeu.

Ana Cristina César viu a noite, o poço, a borda do abismo cotidiano,

comeu a sua cota de sola de sapato, bebeu a sua cota de fel,

conheceu a morte e a morte era boa,

a morte era a única coisa boa.

Os poetas suicidas amaram demais a vida.

Eu sou diferente: tomo um gole d’água na borda do poço

contemplo as estrelas refletidas no fundo,

a lua pálida como a minha face

e penso ter descoberto a minha identidade.

Eu amo os poetas suicidas porque não vêem,

como eu, indiferentes,

os dedos marcados na borda do poço.


(2007)


____________


Uma “praça” no meio do caminho – José Nilton Mariano Saraiva

Em razão da inoperância, do marasmo e da pasmaceira que tem caracterizado as últimas administrações do Crato (de uns 40 anos e até os dias atuais), na cidade surgiu a idéia de se usar e se valer do tal “turismo religioso” como instrumento ou forma de catapultá-la da estagnação, alavancar seu crescimento, dar-lhe algum sinal de vida, coloca-la sobre os trilhos do progresso e, enfim, fazê-la menos fantasmagórica do que se nos apresenta hoje, evitando sua transformação numa “cidade-dormitório”, como tudo está a indicar.
O “turismo religioso”, para os menos desavisados, é o ato de – com fé, na fé, pela fé e bota fé nisso – fazer a cabeça e se meter as duas mãos e os dois pés no bolso dos romeiros, com irrefreável e inaudita vontade, extorquindo-lhe e explorando-lhe até não mais poder, mesmo que, ao fim e ao cabo, se torne necessário arrancar-lhe a própria pele, sugar-lhe o sangue, esfolá-lo vivo em praça pública ou, simplesmente, despachar-lhe só com o couro e o osso às suas origens miseráveis.
Para viabilizar tão “revolucionário” projeto, chegou-se à conclusão que a opção seria a construção (quanto “ão”, não ???) de uma imensa estátua de um desses
“santos” disponibilizados na vasta coleção da Igreja Católica (tem santo pra todo dia da semana), preferencialmente um daqueles dotados de maior apelo popular. Tanto isso é verdade que, muito embora a padroeira da cidade do Crato seja Nossa Senhora da Penha (pouco menos conhecida e, tudo indica, sem prestígio junto aos afilhados), optou-se por Nossa Senhora de Fátima (essa, sim, de forte chamamento popular, muito embora não tenha a ver com a cidade, como Penha).
O raciocínio era de uma simplicidade franciscana: se na cidade vizinha, a estátua de um (ainda hoje renegado pela Igreja) mero “candidato a santo” (mas que vai chegar lá, sim, por critérios midiáticos-mercantis) atrai milhares de devotos, rende mundos e fundos e foi capaz de formar muitas fortunas pessoais e projetá-la muito além de suas fronteiras, um santo “de verdade”, com pedigree reconhecido e chancelado pelo Vaticano, nos renderia cem vezes mais e em menos tempo (e não venham com hipocrisia de dizer que não era bem isso o planejado).
No entanto, a coisa começou a “fazer água” ainda na sua fase preliminar ou de definição da melhor localização para erigi-la: é que os gênios (e bota genialidade nisso) consultados, inapropriadamente optaram por uma área às margens da rodovia que liga as duas cidades, inviabilizando, assim, a entrada, visita ou o transito das combalidas, indefesas e pobres “vítimas” (romeiros) pelo centro da cidade do Crato, onde presumivelmente gastariam seus parcos recursos com alguma coisa, útil ou inútil (refeições, estatuetas, bottons, fitinhas, outras lembrancinhas da santa, lanches e por aí vai). Afinal, é essa ou não a estratégia usada aí mesmo na cidade vizinha, sem dó nem piedade, doa a quem doer ???
Pra piorar a situação (e pegando carona no velho e surrado bordão “só no Crato mesmo”), descobriu-se que tinha uma “praça” no meio do caminho da “nossa” santa. Em outras palavras: coincidentemente, a construtora responsável pela construção da estátua de Nossa Senhora de Fátima seria a mesma que, lá atrás, teria sido criada (a toque de caixa) com o objetivo primeiro de fazer aquela dantesca e horrorosa reforma da Praça Siqueira Campos, onde, comprovadamente, houve uso de material de qualidade pra lá de duvidosa e preço aviltante e superfaturamento de demais itens (comenta-se), beneficiando não se sabe quem. Ora, se pra reformar uma praça da dimensão diminuta da Siqueira Campos gastou-se (ou desviou-se) uma fortuna (“falam” em quase 200 mil reais), quanto seria gasto (ou desviado) de uma obra de maior porte, de estrutura bem mais complexa ??? Quem tinha interesse em tamanha maracutaia ??? O certo é que, como parece não ter havido acordo para a divisão das “sobras”, a coisa esfriou de vez.
Assim, criado o impasse, nossa “santa” não subiu e nem nos levou aos céus (como esperado), e só restaram - frias, desnudas e apocalípticas - as fundações da estátua daquela que seria a nossa redentora, coincidentemente junto ao “esqueleto” (também em razão de mutretagens), daquele que um dia sonhamos que seria o suntuoso shopping onde desfilariam nossos filhos e netos (e do qual muito nos orgulharíamos), a testemunharem, lá no horizonte, a estátua de um não santo e renegado pela Igreja, mas que conseguiu trazer progresso e desenvolvimento para a cidade vizinha.
A descoberta dessa possível maracutaia seria mais um milagre de Fátima ???

GUERRILHA DIVULGA PROGRAMAÇÃO DESTA QUINTA, DIA 11

19h00min - Palco: O MACACO SABIDO (Infantil, 50min), Cia. Kanoistraveizdinovo, Jati-CE

20h30min - Arena: OS ANIMARTISTAS (Infantil, 50min), Cia. Teatral Anjos da Alegria, Crato-CE (Obs.: Este espetáculo substitui A COMÉDIA DA MALDIÇÃO, da Cia. Cearense de Teatro Brincante, em virtude de problemas de saúde no elenco)

2ª GUERRILHA DO ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE
TEATRO RACHEL DE QUEIROZ, CRATO-CE-BRASIL
INFORMAÇÕES: (88) 3523.2168 / (88) 8801.0897 (Cacá Araújo)

Perfil de uma amiga - por Socorro Moreira

Sempre a encontro impecável. Não sei como consegue viver sempre arrumada: elegante,maquiada, cabelos bem cuidados, perfumada. O trabalho não lhe tira do salto, nem cria calos nas suas mãos de unhas pintadas, mesmo quando cuida das suas flores.
Mora numa casa linda com vista para a Chapada. É sempre amável  com os amigos do blog.Simpática, sensível e agregadora.
Entende bastante da alma humana , e passa com fé, as suas convicções. Cuida da alegria, como se a tristeza nunca lhe acometesse. Cuida do equilíbrio humano, como se nada a perturbasse.
Era amiga particular da minha irmã. Saiam muito para pequenos programas como um cineminha, jantar, conversar.... Quando um belo dia, descobri naquela menininha de Dona Francisquinha, o ser humano da maior qualidade, no qual se tornara.
Até lembrei uma música de Sílvio César , com outro nome , mas vou tomar emprestado e apropriá-lo.
"Ela é única. Ela é Liduína Vilar !"


Por Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes




JOSÉ PIO TEIXEIRA MENDES - VENCEDOR

José Pio Teixeira Mendes, Zé Pio, foi uma das figuras que marcaram minha memória de criança. Guardo, bem vivas, cenas dele declamando suas poesias, discutindo com meus primos Everardo Norões e Zé Almino Neto e participando de campanhas eleitorais ou reivindicatórias da UEC. Foi responsável direto por uma confusão na minha cabeça superada após semanas de dúvida quanto a minha idade. Nascemos no mesmo dia, mas com 10 anos de diferença. O meu 4º aniversário foi comemorado à tarde, em casa, com bolos, velas e presentes. Os 14 anos de Zé Pio foram festejados no mesmo dia, à noite, na Casa onde morava, na Praça Cristo Rei. Na hora dos parabéns noturno, o aniversariante me colocou nos braços e convidou para apagar as velas junto com ele. Pela segunda vez, no mesmo dia, recebi parabéns e ganhei presente de um retardatário. A consequencia foi que fiquei sei saber minha idade, ná dúvida entre 5 ou 6 anos.
Zé Pio foi embora do Crato em 1958. Inicialmente, com destino ao Rio de Janeiro, mas lutou e venceu no Rio Grande do Sul, onde mora há 49 anos. Enfrentou dificuldades bem maiores do que uma pessoa normal. Surdo desde os 8 anos (menos de 10% da audição). Estudou praticamente sem ouvir as preleções dos mestres, contava com a ajuda dos livros e o esforço da leitura labial. Naquela época não usava aparelho. A deficiência não o impediu de cultivar boas amizades, namorar, casar e educar (bem) seus 3 filhos. Surpreende ter vencido na vida num ramo onde a comunicação é essencial, o comércio. Quando na ativa, percorria todo o RS como representante comercial.
Neste último final de semana, passando por Porto Alegre, procurei Zé Pio, a quem não via há mais de 20 anos. Fui alvo de calorosa recepção tanto por parte dele como dos seus 3 filhos, dois dos quais não conhecia. Valeu a pena ver o núcleo familiar tão bem encaminhado. O filho Tiago, apesar de muito jovem, é advogado bem sucedido, boa carteira de clientes, com causas de repercussão nacional, como a envolvendo a MacDonald e um funcionário obeso. As duas filhas, também formadas, são independentes financeiramente. A terceira geração deste núcleo cratense/gaúcho promete manter o nível. A neta Mariana, 5 ano, esbanja beleza e talento, já se apresenta nos Teatros de Porto Alegre, dançando balet clássico. 

Em tempo: José Pio é filho de Alfredo Teixeira Mendes, enteado da minha Tia Maria Alice Arraes, e irmão de Alfredo e Maria José. 

Por Joaquim Pinheiro

Mar Azul

"E por falar em amor" - Por Socorro Moreira




Amor é perdão
É esquecimento da razão
É ternura na lembrança
É paz e doação
Amor é o brilho da vida
Estrelas nos olhos
Céu na canção
Amor é indefinido
É cheio de apelidos
bem,amigo,irmão...
Amor é também paixão...
Daquelas que queimam devagar
não é fogueira de S.João
Amor é vibração
de fazer, restaurar,
reviver ...
Amor é ressurreição.!
E por falar em amor...
Amor é saudade
que não passa
Amor é feitiço
que não desencanta
Amor é sempre o novo,
na cara do passado
e o futuro,
na palma da mão !

Amigos verdadeiros - Por Rosa Guerrera



Conheço pessoas que não são como as núvens que passam em forma de ilusões e imágens desenhadas em suas formas .
São pessoas materializadas em poemas talvez nunca escritos, mas inspirados pelos sentimentos mais puros e sublimes, plantados no profundo da nossa alma .
Pessoas simples , verdadeiras , que conseguem perpetuar no chão da nossa existência , o mais belo canteiro , onde a cada instante podemos colher e sentir o odor de uma flor , cujo nome é : AMIZADE !


rosa gurrrera

Amar é ...- Por Rosa Guerrera



Amar é aquele " OUVIR ESTRELAS " de Bilac,
é enxergar o sol numa noite escura,
é conhecer os segredos do ruído dos mares ,
é deitar sonhos nas brancas espumas !

Mas ... AMAR é também a revelação do avesso ...
É mistura de suor , de saliva , de tremor ,
de ânsias e cansaços !
É a entrega de sonhos transformados em realidade,,
é se sentir enlaçada pelo mundo no calor de dois braços,
e acariciada pelo infinito num pequeno sussurro de amor !

AMAR é essa coisa sublime e louca ,
calma e tempestuosa .
É a eternidade transformada em horas,
é coração ofegante ,
mãos entrelaçadas e fusão de corpos desnudos !

AMAR é acordar para o dia pensando que a noite não findou...
E num sorriso maroto ver,
ainda acesa a luz do abajour...

AMAR enfim é se sentir sempre virgem cada vez que a alma vive
com toda intensidade um momento de paixão .

rosa guerrera

Deserto azul - Socorro Moreira




Mais um dia pintado de azul.

Quem não chora tem o coração seco.

Vivo os meus estios

sem cios

-Deveria chorar porisso.


A pele rasgada

o olhar cansado de esperar a noite

e o dia brincando com a minha paciência,

às vence vence o meu tédio,

mas deixa a nostalgia.



Começou a nublar

sinto um cheiro de manga no ar

Zoadas diurnas nos quintais

chaleira fervendo...

preciso tomar as pílulas de vida

do Dr. Ross...

Elas existem ?

Das antigas ...

Dostoiévsk



Fiódor Mikhailovich Dostoiévsk - Moscovo, 30 de Outubro c. juliano / 11 de Novembro de 1821 — São Petersburgo, 28 de Janeiro (c. juliano) / 9 de Fevereiro de 1881) – ocasionalmente grafado como Dostoievsky – foi um escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos. É tido como o fundador do existencialismo, mais frequentemente por Notas do Subterrâneo, descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para existencialismo já escrita."


Estendi meus sonhos sob teus pés. Pisa de leve já que pisa meus sonhos.

Não há nada mais desesperador para o homem do que, vendo-se livre, encontrar a quem sujeitar-se.

Quanto mais gosto da humanidade em geral, menos aprecio as pessoas em particular, como indivíduos.

Compara-se muitas vezes a crueldade do homem à das feras, mas isso é injuriar estas últimas.


Todas as mulheres sabem que os ciumentos são os primeiros a perdoar.

Conhecemos um homem pelo seu riso. Se na primeira vez que o encontramos ele ri de maneira agradável, o íntimo é excelente.


Sofrer e chorar significa viver.


Não será preferível corrigir, recuperar, e educar um ser humano que cortar-lhe a cabeça?


A fé e as demonstrações matemáticas são duas coisas inconciliáveis.


FRASES DE FEDOR DOSTOIEVSKI