Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 4 de março de 2011

ENCONTRO COM AMIGOS - Por Edilma Rocha


Samuk, Edilma e Claude
Sem palavras...

Carta a Jefferson Filho - Por Daniel Hubert Bloc Boris

A Jefferson Filho

Tu não és meu!
Mas como não és meu!
Se te amo tanto.
Haaa,  você é meu!
E como é meu!
Com certeza, é meu.
Te vi nascer,
te acompanhei nos teus primeiros passos,
nos teus primeiros sorrisos,
da primeira botinha, à primeira calça jeans
até mesmo à primeira volta de bicicleta.
Você sempre menino travesso adiantado na idade,
com onze, doze anos já estava dando volta de bugre na praia
Me lembro como se fosse hoje,
você já rapaz, quando foi fazer o vestibular,
chamei-o , e te  dei um beijo e um abraço apertado,
quando retirei o meu cordão com um crucifixo e coloquei em você e te disse,
“não  se preocupe, essa batalha nós já vencemos,
nas dúvidas pega no crucifixo que Deus  e eu estamos com você”,
se lembra disso meu filho?
Você não é o sol nem mesmo estrela,
mas tem seu brilho próprio,
tem esse sorriso cativante,
esse jeitão de menino homem ou  de homem menino,
não importa, você é meu,
e não importa nada mesmo, sempre vai ser meu.
Chegou a formatura,
lá estou de novo, vendo a minha semente tornando-se uma árvore,
mais uma vez você se destaca,
sendo o orador da turma,
e fez um discurso elegante de gente grande.
Agora me pego de surpresa com o seu convite para seu casamento,
e vejo que os anos passaram rápido
Amo seus pais, como a mim mesmo
Mas amar você como um filho foi um presente de Deus
Não importa a distância ou o tempo
Você esta lapidado no meu coração
Por que, eu te amo, te amo te amo muito meu filho.
                                                Felicidades

Teu eterno Tio Pai
Daniel Hubert Bloc Boris

Monsenhor Joviniano Barreto, o Mártir do Dever – por Armando Lopes Rafael


O ano de 1950 começou promissor para Juazeiro do Norte. A comunidade católica daquela cidade preparava-se para comemorar – no mês de março – os 15 anos do profícuo paroquiato de Monsenhor Joviniano Barreto. Este, por sua vez, após ajudar na instalação da Congregação Salesiana em Juazeiro do Norte, aguardava o dia 6 de janeiro, data marcada para o lançamento da pedra fundamental do Convento e Seminário dos Capuchinhos, recém chegados àquela cidade, após pacientes negociações feitas entre o Bispo de Crato, Dom Francisco – com decisiva participação do Monsenhor Joviniano Barreto – e a Província Franciscana.
A quase totalidade da população ordeira e humilde de Juazeiro do Norte professava a religião católica. Mas, como ocorre em toda cidade em fase de grande crescimento, Juazeiro do Norte abrigava alguns portadores de esquizofrenias. Um deles, Manoel Pedro da Silva, natural de Açu, Rio Grande do Norte, vinha, nos últimos meses, insistindo (junto a Monsenhor Joviniano) para que o vigário o casasse com uma senhora já casada. Em vão o sacerdote explicou ao esquizofrênico que a Igreja Católica proibia a realização desse matrimônio. Consta que, por algumas vezes – por vingança ante a recusa do sacerdote em realizar o ilegal casamento – Manoel Pedro procurou assassinar Monsenhor Joviniano. Uma delas foi planejada para a Missa de Natal. E não foi concretizada, pois, na hora, faltou coragem a Manoel Pedro para praticar o homicídio.
Mas, no início da fatídica noite de 6 de janeiro de 1950, após a solenidade de lançamento da pedra fundamental do convento dos capuchinhos, Manoel Pedro veio na direção de Monsenhor Joviniano e lhe desferiu profunda facada no coração, matando-o na hora. A pedra fundamental do convento dos capuchinhos foi, assim, regada pelo sangue desse servo bom e fiel, o “Mártir do Dever”.
Monsenhor Joviniano Barreto nasceu no município de Tauá, no Sertão dos Inhamuns, em 05 de maio de 1889. Oriundo de família de sólida formação católica era afilhado de crisma do segundo bispo do Ceará, Dom Joaquim José Vieira.
Estudou no Seminário da Prainha, em Fortaleza, onde recebeu ordenação sacerdotal em 22 de dezembro de 1911, aos 22 anos. Enquanto aguardava a idade canônica para receber a ordem do presbiterato lecionou naquele Seminário, entre 1908 e 1909 e no Colégio São José de Crato, entre 1910 e 1911.
A criação da Diocese de Crato veio encontrar o então Padre Joviniano Barreto como vigário-cooperador de Lavras da Mangabeira. Posteriormente, ele foi Cura da Catedral de Crato, Secretário do Bispado, professor e reitor do Seminário Diocesano São José, vice-presidente do Banco do Cariri (pertencente á diocese) e diretor do Ginásio, hoje Colégio Diocesano.
Segundo o escritor Mário Bem Filho: “Na administração episcopal de Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, primeiro bispo de Crato, Monsenhor Joviniano Barreto era o padre de maior projeção da diocese. Homem apostólico, dedicado, trabalhador, inteligente e culto. Tinha um caráter forte e uma personalidade marcante. Contava com a amizade e estima de todo o clero diocesano. Impôs-se pela bondade. No governo do segundo bispo, Dom Francisco de Assis Pires, Monsenhor Joviniano era depositário de toda a confiança do pastor diocesano que o tinha como conselheiro. Dom Francisco mandava-o chamar frequentemente, ao Palácio Episcopal, para ouvi-lo”.
Com a morte de Monsenhor Esmeraldo, vigário de Juazeiro do Norte, ocorrida em outubro de 1934, aquela paróquia ficou novamente vaga e o Bispo de Crato encontrava dificuldades junto aos seus padres para que um deles assumisse aquela jurisdição paroquial. Um grupo de senhoras de Juazeiro do Norte veio, certa vez, ao Seminário São José, em Crato, pedir a Monsenhor Joviniano para aceitar a missão de pastor dos juazeirenses. Ele respondeu negativamente ao pedido. Dias depois, sem que ninguém soubesse o motivo da mudança, Monsenhor Joviniano procurou Dom Francisco e disse que aceitava a nomeação para Vigário de Juazeiro do Norte, uma função que representava, àquela época, um grande desafio. Assumiu a Paróquia de Nossa Senhora das Dores em 26 de março de 1935. Durante 15 anos reorganizou a vida paroquial. Dinamizou as associações religiosas. Reformou totalmente a igreja-matriz – hoje Basílica Menor – deixando-a com o aspecto como está hoje. Ajudou na evolução social da Terra do Padre Cícero, participando de todas as iniciativas que representavam progresso para Juazeiro do Norte.
Foi professor da Escola Normal Rural e concluiu sua profícua missão pastoral em 6 de janeiro de 1950, passando à história como “O Mártir do Dever”.
Texto e postagem: Armando Lopes Rafael