Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia da poesia no fim dos tempos





O LEITOR E O POETA

O leitor gosta de um poema
porque pensa que foi ele que o escreveu.
O melhor poeta é aquele que desperta
o poeta adormecido no leitor.

O poeta vê as gotas de chuva na janela
e nas folhas do abacateiro, viu à noite,
    antes da chuva,
as estrelas multiplicando-se e apagando-se,
como numa grande brincadeira
                                                  – e escreve
como se fosse o leitor.

                                          O poeta é o mais abnegado
e desprendido dos seres: anula-se para que o leitor viva.
O poeta morde o lábio, morde a língua e sangra.
A poesia é feita de sangue, não de palavras.
                                                                    Estas são
um disfarce para a dor, cacos do espelho que chamamos
de poema.
                  O relógio resmunga na parede, como se fosse
dono do tempo.
                           Vai medindo, compassadamente,
a minha morte individual, diz o poeta, pensando
na morte coletiva.
O poeta pensa no seu irmão, o leitor,
tão íntimo e estranho ao mesmo tempo.
                                                              O leitor que lê

o poema como se tivesse ele próprio traçado, linha a linha,
aquelas linhas, aquelas palavras, aquelas imagens
que pulsam no bolso e, por pouco, não o derrubam.



NO FIM DOS TEMPOS

Talvez haja mil leitores entre um milhão de pessoas,
mas haverá cem leitores de poesia entre mil leitores?
Haverá dez leitores de poesia entre mil leitores?

Quantos leitores de poesia haverá entre mil poetas?
Os poetas leem os poemas dos outros poetas?

Sic transit gloria mundi – assim os poetas são:
passageiros, estranhos e indiferentes passageiros.


______________


A Coluna da Hora - Emerson Monteiro


Dos logradouros cratenses que possuem mais nomes, a Praça Francisco Sá vem recebendo várias identificações conforme características que apresenta no decorrer de sua ativa história de porta principal da cidade: Praça do Cristo Rei, da Estação, das Kombis, dos Ônibus, e Praça dos Pombos. Quando cheguei a Crato, na primeira metade da década de 50, era o quadro mais bonito dentre as outras praças do centro urbano. Recepcionara, em 1926, o primeiro trem vindo de Fortaleza, data de festa gandiosa, e merecera do prefeito Alexandre Arraes de Alencar, nos preparativos das comemorações do Centenário do Município, os melhores mimos de decoração.
Entre seus Ficcus benjamim e torceras de flores coloridas, edificara alguns dos monumentos alusivos àquela fase cratense: uma fonte luminosa, de que, hoje, só restam resquícios; a Coluna da Hora; e a Fonte da Samaritana; estas belas e intactas, apesar da carência dos maiores cuidados.
A Praça da Estação cumpriu importante papel nos itinerários de minha história de infância e morador do Bairro Pinto Madeira à busca dos acessos da vida social do lugar. Escreveu não leu, cruzava seus canteiros e desviava de seus postes de ferro prateado, o que, por maior empenho dedicasse, não escaparia, certa vez, de trombar num deles e colher galo dolorido bem no centro da testa.
A edificação da Coluna da Hora, monumento de bom gosto, encimada pela imagem de Jesus em escala adaptada às proporções do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, coube construir a Alexandre Arraes, no ano de 1938, sob orientação do arquiteto-escultor Agostinho Balmes Odisio, mestre italiano responsável pelo trabalho, segundo consta numa das placas do pedestal.
A execução da obra, por sua vez, ficou a cargo do mestre Vicente Marques da Silva, imaginário nascido em 06 de janeiro de 1908, na cidade de Juazeiro do Norte, e que viveu algum tempo em Crato, um dos irmãos de Raimundo Marques, Mundinho, o autor da Samaritana, inaugurada em 21 de junho de 1952, e goleador emérito do futebol de antanho, falecido vítima de acidente automobilístico num dos cruzamentos da cidade.
Dia desses, abordado por Aristides, decano personagem da AABB de Crato, ele indagava quando retornará o funcionamento normal do relógio da coluna, tão apreciado pelos frequentadores da praça, indagação esta que ora repasso aos titulares da municipalidade e responsáveis diretos pelo assunto.
Dentre os registros e citações que adornam o valioso monumento, duas falam de perto à alma de nosso povo, quais sejam: Cristo reina, vence e impera, dístico gravado em latim clássico. E Sede bem-vindo, nesta terra há lugar para todas as pessoas de boa vontade, palavras bem aos moldes da grandeza desta gente alencarina.

FALANDO DE FLORES - Por Edilma Rocha


ALOE VERA -  Aloés erva-babosa : Diz a lenda que nas folhas verdes e carnudas desta planta escondia-se o segredo da beleza de Cleópatra. Muito usada desde a Antiguidade é chamada na América de "Planta da Beleza". As mulheres da Indonésia acreditavam que a planta tinha o poder de deixa-las mais bonitas, por isso, uma hora antes do banho cortavam um pedaço da folha e a esfregavam no rosto.


Planta perene, atinge de 30 à 90 cm de altura. Cultivada em solo arenoso e bem arejado, sob o sol pleno e direto, no mínimo 4 horas por dia. Também suporta a sombra pouco densa. Propagação por mudas laterais. Com folhagem atraente, carnuda e sempre verde, é uma exelente planta de interior. As flores do Aloe Vera surgem em várias épocas do ano. Regar espaçadamente, pois precisa de pouca água. Originada do Mediterrâneo, Ilha da Madeira e Canárias.


Hoje é um dos componentes mais explorados na indústria de cosméticos, em cremes hidratantes, loções bronzeadoras, xampus e condicionadores de cabelos. Na indústria farmacêutica o Aloe Vera é usado também na fabricação de medicamentos para tratamento de queimaduras e outros problemas da pele, além de ser purgativo e tônico estomacal. É também um dos remédios populares mais conhecido no tratamento da calvice. 


Edilma Rocha
Fonte : Jardim Interior - Denise Cordeiro

ENCONTRO COM AMIGOS


Edilma e José Flávio
Sem palavras...

Clavatown: Palavras, rimas, anagramas...

Clavatown: Palavras, rimas, anagramas...: "RIMADOR - Quer fazer um poema  mas é muito ruim de rima?
Verifique...

Vermelha... - Por Daniel Bloc Boris (Jacques)


Vermelha

Esgarço a alma dos meus pensamentos em ti.
Aguardo-te, mesmo sabendo que não vens!
Guardo meu silêncio, relendo o livro do poeta,
a  procura do melhor verso, a te ofertar.
Não sou Amélia, Joana e nem Maria,
Sou apenas eu!
Eu apenas tua.
Entre o claro da minha tez
e o escuro do meu quarto,
meus segredos,
a tua espera, com minha rosa vermelha.

                                               Daniel Bloc Boris (Jacques)


Resposta poética a Aloísio


 Aloísio:

Tens na noite por companhia a solidão
Por isso tu fantasias tua audição
Sempre ouvindo vozes e ruídos
Dentro de teu quarto na escuridão

Vens, te aproximes, saia dessa
Sempre há alguém que te convida
Quando passares a porta verás luz
Pois é isto que falta na tua vida!


 Claude

Tens na noite por companhia o silêncio
A ausência intransigente da música
Silêncio onde se escondem as vozes, os ruídos
Misturados ao borbulhar da escuridão

Se te achegas aos meus sonhos
Te convido a entrar por essa porta
Pela nesga de luz que me aquece
Pela réstia de alegria que me enternece.

14 de Março - Dia da Poesia

Infância

Onde o céu encontra o horizonte
E o tempo é apenas retalhos da vida
A noite é o medo de uma luz perdida
Reencontrada logo o sol desponte
Se uma história há alguém que conte
Guardada fica sempre na lembrança
E em cada dia nasce a esperança
De encontrarmos a felicidade
Passando os dias chega a mocidade
Assim é o mundo livre da criança

Paulo Viana