Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 11 de junho de 2011

Será sobrevivências ?

Historicamente as Ciências Sociais nasceram explicando o homem e a sociedade humana pelo viés das ciências da natureza. Impregnou-se da idéia de que a sociedade era um organismo vivo, feito de partes (Augusto Comte, Herbert Spencer e Emille Durkeim). A idéia do orgânico e super-orgânico, de corpo social, tecido social e vai por aí, atrelou a objetividade científica das Ciências Sociais à Ciência à procura de leis do pensamento científico do Século XIX. Você já se deu conta de que ainda hoje nos pegamos falando de “tecido social” quando fazemos observações sobre a quantas andam esta ou aquela sociedade?

A revolução epistemológica do mesmo Século XIX tratou de elevar status ao campo científico pondo as coisas nos lugares através do compartilhamento do conhecimento, melhor seria dos olhares científicos sobre a realidade.

À objetividade científica da grande Ciência explicativa do mundo físico contrapôs-se a relativização das Ciências Sociais, já que estas cuidam de coisas complexas, distantes e mutáveis. O eminente antropólogo – Roberto da Matta – até brinca quando fala disso, usando um exemplo banal de “como se come um bolo”. Diz que não é a mesma coisa quando se come um bolo, seja na festa de aniversário, seja num lanche rápido, seja após a refeição etc, etc... E diz mais: essa mesma festa que ocorreu agora, não pode ser reproduzida em sua inteireza no próximo ano, porque lhes faltará a atmosfera da época, o clima do momento. Com suas palavras “Enfim, o conjunto criado pela ocasião social que de certo modo decola dela e, recaindo sobre ela, provoca o que podemos chamar de “sobredeterminações”, como a imagem projetada numa tela ou num espelho”. (Da Mattta, Roberto. Relativizando: uma introdução à Antropologia. Petrópolis: Editora Rocco Ltda., 1987, p.19.

Já nas Ciências da Natureza não tem pra ninguém. As leis não deixam muita abertura para muita conversa. Se misturo uma substância com outra qualquer o resultado será sempre o mesmo, seja no Sítio Rosto, no Japão ou no Himalaia. E quem conhece dessas leis e fazem essa ciência é chamado de cientista. É uma pessoa de refinado conhecimento, a gente só o ver de longe, o que ela diz é o que é; você só pode contrariá-lo se souber dos segredos da ciência, e só pode demonstrar isso futuramente, porque precisa de tempo para contrafazer sua verdade.

Mudando de pau para cacete( não é uma digressão), olha só: semana passada, fui chamado às pressas aqui em casa, para acudir um vizinho, o Gaibu, irmão de Nego de Abeia. Estava passando mal. Sua pressão estava em 200 por 140. Altíssima!. E ainda sentindo uma gastura. Liguei pro meu filho, ele me recomendou oferecê-lo três remédios e que eu o levasse para uma emergência.

Lá chegando, depois de duas horas de espera, disse para o médico, um sujeito baixinho e enfezado (ele tinha a cara cheia protuberâncias) o que havia feito com o doente. E ele me “mediu” dos pés à cabeça (eu estava de bermuda e chinelos) e, na bucha disse: você é médico?

Claro que eu compreendi. Doença é coisa séria, e quem entende delas são os médicos. Nenhuma outra pessoa pode medicar alguém; só quem é do ramo.

Mas, por que estou falando tudo isto? Só por falar nesta sábado friorenta do pé de serra. Longe de mim querer particularizar alguém e muito menos amigos por ter suas idéias e pô-las em movimento.

Digo sempre que as Ciências Sociais são tão importantes para a compreensão do homem e do mundo que não podem ficar somente nas mãos dos cientistas sociais...

Um abraço ao valoroso médico e escritor cratense Dr. José do Vale Feitosa.

Em tempo. O tema da sobreviências comportamentais na antropologia foi superado. No passado, quando se encontrava uma sociedade em que todas as mulheres eram chamadas por mâe, achava-se que seria uma sobreviência de um tempo em que a humanidade teria usado a promiscuidade nas realações sexuais. Depois, entendemos que as sociedades podem marcar suas descendência tanto pelo lado paterno (patrilinearidade) como materno (matrilinearidade). O grande Levi-Straus disse que a primeira lei social imposta à natureza teria sido a proibição do incesto.

Pensamento para o Dia 11/06/2011


“Desenvolva Amor. Quando chegamos a este mundo, é só o amor que vem conosco. Do amor surge a verdade. Quando amor e verdade trabalham juntos, o lado humano encontra seu sustento. A mansão da vida humana pode ser construída com a autoconfiança como a fundação, auto-satisfação como o pilar e auto-sacrifício como o telhado. Somente então você pode alcançar a auto-realização na vida. Você deve começar com autoconfiança. Sem ela você não pode ter felicidade na vida. Como pode alguém que não tem confiança em si mesmo ter confiança nos outros? Não duvide de tudo. A dúvida coloca em risco a vida e aquele que duvida não conseguirá nada na vida. Desenvolva fé. Desista de todas as características doentias e leve uma vida ideal e bem-aventurada. A humanidade só floresce em um coração puro e lá encontra realização.”
Sathya Sai Baba
... Palavras ...


Palavras, na minha voz
Insubmissas estrelas de (a)mar
Palavras lidas
Estrelas ditas
Pelo m/teu olhar inquieto.

Palavras deitadas no tempo
Onde escorrem ainda
As tintas da noite.
Pincel que azula a lua
No céu onde o poema
Se desfaz em palavras.
Claude Bloc