Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 28 de junho de 2011

O Cursor e o Tempo - Paulo Viana

Pulsando sobre a luz branca do papel virtual, ávido por desenhar palavras organizadas em um sentido inteligente e inovador, o cursor desafia a criatividade e suplica ideias. Sem querer discorrer sobre assuntos já debatidos, o autor, vacilante passageiro dessa viagem única e sem volta, desvia o olhar do passado, controlando o impulso para não projetá-lo no futuro. Ao tentar fixar-se no presente, percebe que este é apenas um momento de transição, uma oportunidade para ajustarmos a trajetória da vida, no sentido de conduzi-la, com mais tranquilidade, à produção de caminhos menos tortuosos e mais harmoniosos.

Quantas oportunidades perdemos, ao longo dessa caminhada, de mudar nossas atitudes, resolvendo problemas que insistimos em manter, por fraqueza, por dependência, pela manutenção de um prazer que mais prejudica do que beneficia; Pela falta de coragem de abrir mão do rotineiro; Pelo medo do novo! Quantas vezes sucumbimos ao apelo do prazer imediato, da ansiedade e da solidão, que nos fazem consumir sem necessidade, nos enganando ao conceder milésimos de segundos de conforto e nos desamparando a seguir. O presente é o único momento que temos para evitar que o futuro seja uma reedição do passado ruim. Em todas as vidas há correções a se fazer.

Mas o presente é, também, o momento de consolidar avanços em nossas vidas; De manter as atitudes positivas; De resistir, com nossos valores morais, à sedução dos ganhos fáceis e ilícitos e de reafirmar nosso amor ao mundo, à vida e às pessoas que amamos de verdade. É uma dádiva única, solitário instante de luz brilhante em nossa alma; Efêmero brilho, que se apaga quando se veste de passado, e reacende, quando o futuro se apresenta pulsante como este cursor exigente.

O passado projeta no presente as sementes do futuro. Basta saber escolher os grãos a serem semeados. Escolhendo os grãos errados teremos uma colheita ruim. E o tempo de semear é todo dia, assim como o tempo de colher. E o único fertilizante que devemos aplicar é o amor à vida.

Pois eis que discorrendo sobre passado, presente e futuro o tempo passou e a avidez do cursor foi acalmada, embora ele continue solicitando um fechamento do texto e da ideia. E como poderíamos satisfazê-lo? Se cada um dos leitores, ao final da leitura dessas palavras, fizer uma reflexão sobre as sementes que vai plantar naquele dia, ou no dia seguinte, e apostar em terrenos mais férteis em paz, harmonia, alegria e amor, tirando as ervas daninhas do egoísmo, da ambição, da intolerância e da indiferença, se estas existirem na lavoura de suas almas, certamente o cursor poderá sentir-se satisfeito ao desejar que palavras fossem escritas na luz branca desse papel virtual.

Sabemos que na vida, como na natureza, as intempéries são possíveis, e acontecem “tempestades”, tragédias e outros fenômenos. Ergamo-nos, como se ergue a natureza, e reconduzamos a vida ao seu caminho normal. Ao mal que não podemos evitar temos o amor à vida. Ao mal que podemos evitar temos o presente para refletir e semear o que venha nos trazer o bem. O resto é hormônio.

O Brasil nesta manhã - José do Vale Pinheiro Feitosa

Por mais que a ventriloquia dos seguidores de Kátia de Abreu repitam, vender commodities é muito bom para o jogo de capitais, não necessariamente para as pessoas reais. Uma frase escrita por Ignacy Sachs falando sobre as medidas para a segurança alimentar mundial traduz tudo: consolidação de práticas agrícolas socialmente inclusivas e ambientalmente sustentáveis, especialmente da agricultura familiar. Aliás, a contribuição brasileira para o assunto da fome mundial é relevante ao contrário do papel de latifundiários podres de ricos: Josué de Castro é um marco civilizatório para as políticas mundiais. O “Fome Zero” do governo federal tomou assento na FAO e o Brasil continuará a marcar pontos no assunto.

Não tem como negar: os brasileiros passam por um momento de otimismo comparável a outro momento de sua história quando do governo Juscelino Kubistchek. A construção de Brasília, sua arquitetura, a Bossa Nova, o protagonismo do cinema nacional, marcaram muito bem a época. Recente pesquisa entre 147 países demonstra que os brasileiros são os mais otimistas entre todos os países analisados.

Qual a Brasília que se construiu neste atual momento? No planalto central da inexpugnável desigualdade social e econômico construiu-se o mais eficiente programa de redução da desigualdade entre os países emergentes. Não se lembrem dos países centrais, neste a desigualdade não era a questão, só poderemos ser comparados com outros de desigualdades acentuadas como o nosso. A renda per capita do brasileiro cresceu 1,8 pontos percentuais acima da expansão do PIB (Produto Interno Bruto) muito superior aos demais.

A inflação cai. O país cresce. Vira referência para outros povos e alegria frente ao sofrimento de outros. A nossa cultura continua rica e diversificada. Somos protagonistas nas novas redes sociais mundiais. E a Presidenta Dilma acaba de anunciar frente a quinhentos jovens ganhadores de medalhas nas Olimpíadas de Matemática, da qual participaram 20 milhões de jovens, um ambicioso programa de 70 mil bolsas de estudos para brasileiros nas melhores universidades do mundo. As bolsas serão para jovens em estudos de graduação e pós-graduação.

O importante de tudo: o governo brasileiro acompanha o desenvolvimento escolar de milhares de jovens com potencial de servir para uma destas bolsas. Aliás os jovens vencedores das Olimpíadas já estão recebendo uma pequena bolsa da CAPES/CNpQ para desenvolvimento em pesquisa.


Contextualizando os 10 anos de dom Fernando Panico como bispo de Crato – 1ª Parte



(Excertos de texto divulgado pela Cúria Diocesana)
(postado por Armando Lopes Rafael)
E
m 02 de maio de 2001 o Papa João Paulo II o transfere dom Fernando Panico–MSC, da Diocese de Floriano/PI para a Diocese de Crato/CE, onde toma posse no dia 29 de junho de 2001, na solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo. Nesses dez anos, à frente da Diocese de Crato, dom Fernando fez um fecundo pastoreio, como se depreende de mais algumas de suas realizações, abaixo alinhadas:

- Escreve Cartas Pastorais aos seus diocesanos para lhes ensinar e lhes apontar rumos novos, animando-os na alegria de quem mantém o seu coração voltado às coisas do Alto;

- Vai ao encontro do povo, sobretudo do povo romeiro que aflui à Diocese, como quem olha para uma expressiva parcela de ovelhas ainda esquecidas, tomando para si e para toda a Diocese o seu cuidado pastoral. Cria a Reitoria do Socorro e o Santuário Diocesano de N. Senhora das Dores;

- Tendo sido consultado pela Santa Sé sobre a reabertura do processo do Pe. Cícero Romão Batista, aquiesce com a auspiciosa novidade e lhe dá rumos e seguimento, depois de ouvir a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e obter expressivo apoio; Vai a Roma com numerosa caravana e entrega os novos volumes de documentos, abrindo esperançoso caminho e ânimo à Nação Romeira;

- Retoma, com renovado vigor, a formação dos futuros sacerdotes, reabrindo as portas do velho casarão da colina do Seminário e reabre o curso de Teologia; Cria a Faculdade Católica do Cariri;

- Para o ministério ordenado em nossa Diocese, ordena, nestes dez anos, 45 padres e 16 diáconos permanentes, além de dois diáconos transitórios; É palpável o esforço do bispo para que padres e diáconos tenham uma formação permanente;

- Traz para a Diocese mais de dez comunidades religiosas, masculinas e femininas, além de acolher diversas outras comunidades de fiéis; Cite-se a criação do Mosteiro N. Senhora da Vitória, das monjas beneditinas, como presença de uma 1ª comunidade contemplativa na Diocese;

- Cria cinco novas paróquias, elevando a 49 o número encontrado, eleva à dignidade de Santuário Eucarístico Diocesano a igreja de São Vicente Férrer, em Crato, além de pedir e obter do Papa Bento XVI a elevação do Santuário de N. Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, à dignidade de Basílica Menor, cuja proclamação se fez em presença do Exmº Sr. Núncio Apostólico no Brasil;

- Não apenas intensifica a presença do Bispo Diocesano em Juazeiro do Norte, mas para as várias romarias passa a convidar Cardeais, Arcebispos e Bispos de todo o Brasil;

- Foi no governo de D. Fernando que a Cúria Diocesana ganhou novas instalações, agora na Rua Teófilo Siqueira;

- Para ter um veículo de comunicação eficaz na evangelização, D. Fernando repensou a Rádio Educadora do Cariri, confiando-a à administração da Missão Resgate, e criou uma página diocesana na Internet (WWW.diocesedecrato.org);

- O Plano Diocesano de Pastoral (2003/2006) trouxe um novo direcionamento para ação evangelizadora diocesana, a partir dos Eixos Palavra, Sacramento e Ação. De 2007 a 2010 a Diocese experimentou um novo ardor com a vivência das Santas Missões Populares, culminando no Pentecostes de 2010 com a peregrinação do Santuário Missionário a nos recordar que a Missão Continua;

- Esse esforço missionário, levou a Diocese para além de suas fronteiras geográficas. Hoje estamos presentes na Prelazia de Lábrea/AM, com um padre e três missionárias leigas, além de Pe. Raimundo Elias, que foi enviado como missionário para Portugal. Antes o Brasil recebia missionários da Europa. Nos dias atuais padres brasileiros são enviados para a Europa como missionários.

- Nossa Diocese, pela presença e esforço de D. Fernando, passou a ser sede dos encontros de Liturgia do Nordeste e sediará, em 2014, o 13º Intereclesial de CEB’s;

- Desde a última Assembleia Diocesana de Pastoral (2010), D. Fernando tem encaminhado a Diocese rumo à celebração do 1º Centenário de sua criação (1914), não só formando as diversas comissões preparatórias, mas acenando para os vários eventos que marcarão essa data;

Contextualizando os 10 anos de dom Fernando Panico como bispo de Crato – 2ª Parte



Os últimos momentos de dor
(Excertos de texto divulgado pela Cúria Diocesana)
(postado por Armando Lopes Rafael)
- Nem tudo é só alegria. A Igreja, conforme o Concílio Vaticano II, experimenta alegrias e esperanças, tristezas e angústias do mundo e dos discípulos e discípulas de Jesus Cristo. O Bispo, sendo sinal da unidade e da caridade eclesial, sente na própria carne os aguilhões dessas experiências todas (Gaudium et Spes, n. 1):
- Para governar a sua Diocese, tarefa que lhe é peculiar e acha respaldo no Direito Canônico da Igreja, o Bispo torna-se também o administrador confiável dos seus bens, devendo deles prestar contas a quem de direito;
- recentemente, todos temos escutado falar, teve D. Fernando que buscar no Poder Judiciário, única instância legalmente capaz, a explicação e a solução para problema que envolve um bem imóvel do patrimônio de N. Sra. do Perpétuo Socorro e São Miguel, em Juazeiro do Norte;
- seu agir achou motivações sérias e de possíveis repercussões em fatos que emergiram em uma outra ação, da qual não era parte a Diocese de Crato, mas que chegou ao seu conhecimento e trazia muitas perplexidades e indagações sem respostas achadas;
- tais fatos foram maldosamente utilizados por certos órgãos de imprensa e por profissionais inescrupulosos, para tentar desfocar a verdade e atirar lama na pessoa do bispo, do clero e da própria Diocese, sediada na cidade de Crato;
- estando a ação confiada ao Poder Judiciário, achou por bem o Sr. Bispo, não buscar fazer justiça com as próprias mãos, mas aguardar o julgamento como palavra esclarecedora. Todavia muitas pedras lhe foram e estão sendo atiradas injustamente, ferindo-lhe o coração de Bispo e de Pastor de todos;
- se a nota dada à imprensa num primeiro momento foi desprezada, esclarecimentos posteriores e entrevistas vieram iluminar fatos e informar à população, que já dava sinais de cansaço e fadiga à onda de acusações levianas trazidas por uma meia dúzia de pessoas, que insuflam nossa boa gente para ignorarem o Bispo diocesano e suas ações a favor do povo de Juazeiro, do Cariri e da grande Nação Romeira, além de suscitar velhas e superadas querelas regionais;
- D. Fernando, mesmo atacado, não tem lançado ataques às pessoas que tentam atingi-lo e até sugerem sua saída da Diocese, atinando para sua condição de filho da Itália, mas ignorando que está no Brasil há mais de 30 anos e é naturalizado brasileiro. Ele se reserva ao direito de somente agir pelos meios legais e o fez e fará nos momentos devidos;
- para D. Fernando nada muda nos seus sentimentos para com o povo de Juazeiro do Norte e quanto à sua atenção pastoral para com a realidade romeira, postas em seu coração de Pastor Diocesano de maneira indelével, na caridade e no seu dever de formar uma Igreja em comunhão.

Eu também sou filho do Chico Buarque.

(João Nicodemos)

É isso mesmo minha gente: declaro publicamente que eu também sou filho do Chico Buarque. Ainda que ele nem saiba de mim e nem desta paternidade não intencional, posso dizer com certeza que eu também sou filho do grande Chico.

Quando ouvi “A Banda” pela primeira vez, na voz de uma prima mais velha nos bem passados anos 60, senti uma coisa estranha. Mas não tomei nota, nem percebi direito o que era aquela identificação. Mais tarde, na adolescência, com “Sabiá”, “Realejo”, “Quem te viu, quem te vê” senti a mesma sensação de pertença. Uma identificação que não podia explicar, nem precisava. Simplesmente me senti em casa. Suas melodias e seus versos se encaixavam em meu universo emocional e intelectual (em formação) com uma justeza única.

“Junto a minha rua havia um bosque, que um muro alto proibia...”; “...hoje a gente nem se fala, mas a festa continua...”; “Toda gente homenageia Januária na janela, até o mar faz maré cheia pra chegar mais perto dela...”; “O velho vai-se agora, vai-se embora, sem bagagem... não sabe pra que veio, foi passeio, foi passagem...” Com estes versos vi girar a Roda Viva e, como quem partiu ou morreu, eu também cultivei a mais linda roseira que há... vi a banda passar e sonhei com Januária na janela. Com açúcar e com afeto, mergulhei no universo feminino e conheci algumas sutilezas do amor, cantado e decantado em suas canções. Mulheres de Atenas me aguardaram, guerreiro,à beira do cais; e com a morena de Angola eu também dancei e cantei sobre a tumba dos generais. Cantei a esperança de um dia ver o “dia raiar sem pedir licença” debulhei o trigo para o milagre do pão e chorei com a Morte Severina por ele musicada. Quantas vezes deixei a medida do Bonfim que não valeu e guardei, e guardo até hoje os discos do Pixinguinha, sim... o resto é seu. Trocando em miúdos pode, guardar aquela esperança de tudo se ajeitar, nem vou lhe cobrar pelo seu estrago... meu peito tão dilacerado... ...como? se na desordem do armário embutido, meu paletó enlaça o teu vestido e o meu sapato ainda pisa no teu? Como? Se nos amamos feito dois pagãos, teus seios ainda estão nas minhas mãos... me explica, com que cara eu devo sair?

Revisitando minhas lembranças, examinando como sinto o mundo e minha formação, posso dizer que, devido a tão intensa identificação e influência que recebi, eu também sou filho de Chico Buarque. E se você se lembra de algumas das músicas que citei, você também é!

Ontem foi dia de festa.


Eles foram chegando. Uns mais cedo, uns mais tarde. Uns com parcimonia, outros com euforia. E foram preenchendo o vazio de muitos dias de silêncio.


E o grupos foram se formando e se enturmando. A prosa se misturava aos sorrisos. Uma glosa de prosa em versos livres.


Lá pra fora, o fumódromo, o cervejódromo, a trova e o travo. Mas, sem dúvida, uma linha de graça (s)em rima.


Sorriso? Ganhamos muitos - o verdadeiro presente. A sincera expansão da amizade.

A praça e os poetas. A placa e a música para quebrar o ritmo da noite. Quebrar? Claro que não. Emendar os laços da amizade, isso sim.
O que é ser madrinha numa festa de aniversário? Certamente é realçar a amizade grande, antiga e profunda. É permitir que outras amizades floresçam. É sim !
É unir o passado ao presente e esperar que o futuro se estabeleça para firmar as certezas. É (re)ver o tempo (re)fazendo os encontros deixados nas entrelinhas.

É colher a juventude como um néctar e um bálsamo e sentir que ainda está em nós essa grande alegria de viver.

É não fazer diferenças. É querer bem.
É ter a bondade no coração e abraçar o amigo.
É poder dizer: Sou FELIZ! Tenho AMIGOS!!