Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 9 de outubro de 2011

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"Cão de Briga" - José Nilton Mariano Saraiva

O “click” do destravamento da estranha coleira mecânica (e sua posterior remoção do pescoço) representava a senha para que aquele aparentemente tímido e frágil ser humano se transmutasse numa fera ensandecida, capaz de aniquilar quem encontrasse à frente. Na verdade, desde a meninice o pacato e “desligado” Danny (Jet Li) que experimentara precocemente a orfandade, fora exaustivamente treinado e programado (por um suposto “tio”) com um objetivo específico: nas arenas da vida, tornar-se uma potente arma de guerra, autentico matador profissional, capaz de trucidar o adversário em segundos, em troca de algum dinheiro. Ao final de cada combate, dinheiro no bolso do “empresário” e o retorno à jaula que lhe servia de moradia, à comida racionada e às humilhações de sempre. Um cachorro vadio e desprezível, na completa acepção do termo.
Mas quando, em razão de um grave acidente (e a presumível morte do seu “tutor-tio”), o “encoleirado” Danny se vê sozinho no mundo, perambulando sem rumo pelas ruas, repentinamente é atraído pelo som de um piano; e aí ele conhece Sam (Morgan Freeman) que, apesar de cego, é um exímio afinador do instrumento.
Desprovido da visão, mas dono de uma apurada acuidade extra-sensorial, Sam detectara a presença de Danny no ambiente, estimulara-o a aproximar-se, pedira sua ajuda no manuseio de algumas teclas do piano e, ao final da conversa que fizera questão de provocar, convencido de que tratava de alguém de boa índole (mas sozinho no mundo, sem eira e nem beira), convidara-o para ir morar em sua casa. Lá, o encontro com Victória, enteada de Sam, aluna-concludente de um dos mais respeitáveis conservatórios de música (piano) dos Estados Unidos.
Pacientemente, os dois deixam que Danny aos poucos se liberte dos seus medos e apreensões, das suas angústias e temores e finde por integrar-ser à “nova família”, até porque, segundo ouviria de Sam a posteriori, “as famílias devem permanecer unidas”; e assim, aos poucos, acompanhado por Sam ou Victória, Danny começa a descobrir os prazeres da vida, em coisas e situações aparentemente banais ao mortal-comum: tomar um sorvete e saber que é gelado, ir a um supermercado, detectar quando uma fruta se acha madura e, até, que um beijo na face, lhe dado por Victória em forma de saudação, é “molhado” e “gostoso”. Definitivamente, aquela era a “sua família”.
De outra parte, os ensaios de Victória ao piano, em pleno recinto familiar, além de deixá-lo embevecido e extasiado, repentinamente o levam de volta ao passado e, via fragmentos memoriais, imagens começam a “pintar no pedaço”. E aí ele obtém a resposta do “porque” da sua atração pelo piano: sua mãe fora pianista. Ajudado por Sam e Victória (através de um “retrato” que guardara e pesquisas posteriores), descobre não só a identidade materna, mas que fora uma pianista consagrada e famosa.
Nisso, numa prosaica visita a um supermercado, eis que Danny é reconhecido por um dos comparsas do “tio” (que ele julgara morto e que o transformara num autentico animal); descobre, então, que o próprio havia sobrevivido ao acidente e se vê “convidado” a comparecer à sua presença, imediatamente (sob a ameaça de que, não o fazendo, descobririam seu endereço e seus atuais protetores sofreriam as conseqüências).
Volta, é obrigado a recolocar a coleira e, mesmo afirmando não mais querer matar ninguém, é jogado numa arena onde cinco profissionais, usando instrumentos contundentes, começam um autentico “massacre”; por instinto de sobrevivência, a “fera” ressurge em todo o seu esplendor e assim Danny acaba com todos eles. Foge e, ferido, arquejante e cambaleante procura o abrigo de Sam e Victória, até porque “as famílias devem permanecer unidas”.
Surpreso, descobre que os velhos amigos (o “tio” à frente), já haviam descoberto seu “esconderijo” e, agora, subiam os lances de escada dispostos a trucidar com todos eles. Após colocar Sam e Victória num local presumivelmente seguro, dá-se a última batalha: um a um os comparsas são abatidos, impiedosamente, só restando o “tio”; já caído ao chão após uma luta sangrenta, incitando-o a que ele (Danny) mostre ser o que realmente é - “só um assassino” – provoca-o mais ainda ao afirmar que sua mãe fora uma prostituta que lhe servira sexualmente em ocasiões diversas; e aí, em feedback Danny revive a cena em que o “tio” matara sua mãe, à queima roupa, com um tiro na cabeça. Ainda assim, naquele momento crucial, o humano se sobressai, a fera sucumbe e Danny terminantemente se recusa a assassiná-lo; não, ele não é “aquilo”. Pressentindo o perigo, Sam sai do esconderijo e acaba com o marginal, ao acertá-lo com um vaso de plantas, na cabeça.
Cena final: no conservatório, ao receber seu diploma de melhor pianista, Victória, ao ser convidada pra mostrar suas habilidades, toma do microfone e anuncia que a música a ser executada é dedicada a alguém muito especial, que se encontra na platéia; alguém cuja vida transformou-se quando encontrou a música.
Haja coração.
Um filmão !!!

A Brisa do Salgado - Emerson Monteiro


Este o título de outro livro do autor Dimas Macedo, telúrico lavrense de quatro costados e raízes fincadas às margens do rio de nosso querido rincão. Devotado à vida de Lavras da Mangabeira de tantos acontecidos e personagens, aprofunda ação no amor à terra, em estudos e registros do universo que lhe convida a momentos definitivos das páginas que escreve com ânimo acendrado. Prolífico, incansável, preserva as relíquias desse lugar, consagrado aos irmãos de uma terra reconhecida pelas letras, de inúmeros títulos, poetas, contistas, cronistas, romancistas, memorialistas, nascidos ou vividos no seio do tórrido continente.

E Dimas se entregou à função de maestro da orquestra multiforme... Escriba primoroso, dedicado, proficiente, recolhe peças elaboradas pelo esmero daqueles heróis da pena, e constitui o acervo da literatura que descobre aos filões na alma dessa gente... Traça rumos, pesquisa, referenda, artífice intelectual da Academia Lavrense de Letras, exemplo vivo de cultor da arte a quem oferta sonhos de inteira devoção.

O livro que hoje nos traz, edição da Imprece Editorial, Fortaleza CE, 2011, consolida posições por meio de crônicas e ensaios inspirados, visando significar o rumo saboroso dos quintais férteis do Rio Salgado, cujas águas acariciam os morenos pés das musas da pátria ressequida. Ainda que envolto nos afazeres profissionais, se permite a instantes preciosos de laborar espelhos de sapiência e monta e totalidade lógica dos discursos textuais coletivos.

Converge, pois, linhas do tempo e do espaço lavrenses na colcha de retalhos dos filhos próximos ou distantes, vivos ou eternos, presentes ou para sempre destacados pela fraternidade, instrumentos afeitos à batuta do grande amigo que resolveu doar genialidade aos amantes das letras interioranas, literatura ao natural.

Um inesquecível cronista das terras alencarinas, poeta, ensaísta e historiógrafo, Dimas Macedo assim subscreve a legenda de que Lavras da Mangabeira se reveste qual cidade fenômeno das letras cearenses, pela incidência privilegiada na relação autores/habitantes no decorrer da sua história, satisfação e honra dos apreciadores da cultura.

CRATO - Um Tesouro que nunca poderão tirar de nós !


Pensamento do Dia

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"O Crato tem belezas naturais, tem a linda Chapada do Araripe, tem verde, tem fontes, balneários... Coisas que cidade nenhuma pode tirar de nós. Eles podem até levar o SESI, podem levar o SENAI, podem levar as nossas Universidades. Os governos podem negar verbas para que nossa cidade possa crescer como deveria, mas eles jamais poderão tirar os nossos maiores tesouros: Primeiro, a nossa dignidade, e a nossa querida Chapada do Araripe. Hoje é Domingo: Nós Cratenses, como fazemos há mais de 200 anos, vamos para nossos pés de Serra tomar Banho nas Nascentes, nessa agradável temperatura que o Crato possui. Enquanto isso, certas cidades gananciosas, que não tem sequer qualidade de vida, num belo dia de Domingo como esse vão amargar no calor, e tomar banho só se for de AREIA ou numa poça de lama. Salve a nossa Chapada do Araripe, um patrimônio que cidade nenhuma pode tirar dos Cratenses!"

Por: Dihelson Mendonça

Eu Vou Pro Crato
( Luiz Gonzaga
)

Eu vou pro Crato
Vou matar minha saudade
Ver minha morena
Reviver nossa amizade

Eu vou pro Crato
Tomar banho na nascente
Na subida do Lameiro
Tomo uns trago de aguardente

Eu vou pro Crato
Comer arroz com pequi
Feijão com rapadura
Farinha do Cariri

Eu vou pro Crato
Vou matar minha saudade
Ver minha morena
Reviver nossa amizade

Eu vou pro Crato
Pois a coisa melhorou
A luz de Paulo Afonso
O Cariri valorizou

Eu vou pro Crato
Já não fico mais aqui
Cratinho de açucar
Coração do Cariri

Eu vou pro Crato
Vou matar minha saudade
Ver minha morena
Reviver nossa amizade

Eu vou pro Crato
Vou pra casa de seu Pedro
Seu Felício é velho macho
Tô com Pedro, tô sem medo

Eu vou pro Crato
Vou viver no Cariri
Cratinho de açucar
Tijolo de buriti