Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Recomendações de Leituras - Lúcio Alcântara


Acabei de ler há poucos dias livros que recomendo sobretudo aos que se interessam por histórias de escritores e livros.

São eles :

1-Diário de um Pároco de Aldeia, George Bernanos, editora É

O autor é um católico conservador francês que lutou na primeira guerra mundial e anos depois exilou-se no Brasil onde morou em Barbacena tendo mais tarde retornado à França.

O livro trata das crises místicas de um cura de uma pequena cidade do interior da França, seu envolvimento com os paroquianos, a formação e atuação dos padres e os dilemas da igreja.

Não é um livro fácil de se ler. Tem uma densidade que pede atenção e leva o leitor a refletir sobre o homem no mundo e suas tribulações.

2-Se Um de Nós Dois Morrer, Paulo Roberto Pires, Alfaguara.

Sobre o legado póstumo de um advogado culto, autor de um único livro, vítima da falta de inspiração, da falta de persistência, ou de ambas, que não consegue escrever outra obra.

As pastas recheadas de documentos, textos dispersos, instruções a serem cumpridas, algumas bizarras, que confia a ex namorada constam de impressões sobre autores, personagens das relações de ambos, um editor oportunista e planos de obras não realizadas.

Reflexões de alguém que padece do mal de Montano e recomenda à herdeira de seus papeis procurar o escritor Enrique Vila Matas e entregar-lhe um desabafo sobre o processo criativo em literatura.

3-Livro Livre, vários autores, editora Imã.

Reflexões sobre o livro, a edição e a leitura a propósito dos novos suportes e os leitores digitais, os e-books, eas repercussões sobre o hábito de ler e a cadeia do livro.

* Lúcio Alcântara é colaborador registrado no Blog do Crato, mas trago com prazer rsta postagem, pois se adequa mais ao estilo cultural e artístico do Blog Cariricaturas do que a um site de notícias.

A CORRUPÇÃO, O DESVIO DO DINHEIRO PÚBLICO, OS POLÍTICOS DESONESTOS, UM GOVERNO TOLERANTE... - DR. CLÁUDIO GUIMARÃES

NE - Dr. Cláudio Guimarães nos oferece um excelente texto para reflexão.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos corruptos, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Rui Barbosa, ao exprimir naquela época sua indignação contra os maus políticos e a politicalha, atuou como um verdadeiro profeta do panorama atual. A honestidade não existe mais.

O amor a coisa pública desapareceu. O político pensa exclusivamente em seus interesses e nos dos seus patrocinadores. Os meios de comunicação não são confiáveis,porque dependem dos milhões que são movimentados com a corrupção e desvio do dinheiro público. O Judiciário não cumpre mais seu papel. O Executivo é meramente um grande cabide de emprego dos incompententes e ladrões.

O Legislativo é um mercado de compra e venda, semelhante aos leilões da pior espécie. E o Povo, acuado, com medo, não tem a coragem suficiente para promover as mudanças necessárias. Parafraseando o mestre, as nulidades realmente tem obtido grande triunfo; a injustiça e a impunidade são as molas da corrupção; e ser desonesto passou a ser a regra, enquanto o honesto é chamado de tolo, sendo uma exceção. Enquanto cidadãos brasileiros,temos que acreditar que compensa lutar pela dignidade, que toda esta bandalheira que se transformou nosso país, vai ter um fim, simplesmente porque, esta camada de nojentos, é uma insignificamente minoria na grandeza desta nação, além disso a esmagadora maioria dos brasileiros, são trabalhadores, honestos e estão fartos destes "porcos" travestidos de políticos, que apenas fazem das nossas instituições públicas, um "imenso chiqueiro", tudo isso vai acabar.

Em reflexão, tento imaginar, como estes corruptos que são denunciados todos os dias, e os demais que se escondem na sombra, quando forem descobertos, porque fatalmente o serão, quer seja na vida ou após a morte, poderão encarar seus filhos, netos, vizinhos, porque todos saberão que ele é um corrupto, ladrão do dinheiro público, ceifador de vidas e de esperanças, ou seja, um verdadeiro demônio encarnado. Será que tanto dinheiro ganho de forma desonesta, ao final da vida, quando a saúde se for, e a doença tomar conta, o poder e a fama não mais lhe acompanhar, poderão lhe trazer alento? Terá este "verme", coragem do simples ato de sair na rua em locais onde foi conhecido? Poderá olhar seus descendentes e lhes dar algum tipo de conselho? Foi exemplo de algum virtude?

Existe uma Lei no Universo que é fatal e nunca falha, "voce sempre vai colher o que plantar"!!! Assim, que se alegrem os brasileiros que sofrem em razão dos atos praticados por estes "pseudo-políticos", "crápulas", "ladrões dos cofres públicos", porque podem ter certeza que tudo o que fazemos em nossas vidas, ecoa na eternidade, portanto, a passagem dos mesmos será marcada pelo manto da injustiça, indignidade e da vergonha, e tal carma, não apenas lhes atingirá, mas também a todas as suas futuras gerações. Será o legado maldito que deixarão para seus filhos, que longe de ser coroado com a "honra", sempre trará a mácula da mais profunda desgraça para suas gerações futuras!!!

DR. CLÁUDIO GUIMARÃES

Advogado
Doutor em Direito Público
Professor Universitário
Ministra Cursos na Escola Superior da Advocacia da OAB/PR.

"MONSTROS SAGRADOS" - José Nilton Mariano Saraiva

Como não poderia deixar de ser, por esse mundo afora são muitas e diferentes
as "falas" e o "modo de expressar-se" dos povos (na realidade, a cultura de cada um). Você já imaginou, por exemplo, como seria estranho e esquisito se de repente os brasileiros tivéssemos que escrever "de trás pra frente" (ou da direita pra esquerda), como é feito lá pras bandas do explosivo Oriente Médio ??? Ou se usássemos aqueles “garranchos” (na verdade, símbolos e não letras) usados lá no Japão e na China ???
Por essa e outras é que a nossa língua portuguesa é realmente algo fantástica, inigualável, rica, fabulosa. Um exemplo ??? Tomado de forma isolada (ou ao “pé-da-letra”), o substantivo “monstro” remete-nos, de pronto, a uma figura desprezível, horripilante, ruim, cruel, desprezível e, enfim, a alguma coisa contrária à própria natureza, algo como que uma autentica criação do “capeta” e seus discípulos.
De outra parte, se atentarmos para a palavra “sagrado”, até sem muito esforço intelectual seremos imediatamente induzidos a crer em algo que inspira respeito, divindade, estima, sublimação, digna de veneração, como se fora originária dos deuses.
O que poderia resultar, então, do inusual “ajuntamento”, um até pouco tempo atrás improvável “acasalamento”, uma espécie de associação, junção, sociedade (ou seja lá como se possa denominar), entre o substantivo tido como demoníaco e o adjetivo considerado quase que celestial, entre o profano e o sagrado, entre as supostas “representações” do capeta e do Divino ???
O que significaria, em sua acepção plena, a expressão “monstro sagrado” ???
“Na lata” e sem medo de incorrermos em alguma heresia ou qualquer disparate: ao adjetivarmos a palavra “monstro” com a qualificação “sagrado” (não tão comum nos dias atuais), estamos, na realidade, subvertendo o real e tétrico significado da palavra “monstro”, passando então tal expressão a assumir mesmo que transitoriamente a acepção de venerável, inalcançável, intocável ou inatingível.
Isto posto, vamos ao que interessa: dentre a infinidade de blogs que compõem a comunidade virtual dos dias presentes, a cidade do Crato tem o privilégio de sediar os blogs “No Azul Sonhado”, “Cariricult” e “Cariricaturas”, sem favor nenhum repositórios de cabeças pensantes às mais ilustres, felizes detentores de uma miscelânea de cucas privilegiadíssimas, enfim, ambiente, abrigo e certeza de um manancial intelectual de qualidade comprovada, trincheira de dá inveja a gregos e troianos (torna-se necessário, no entanto, que os seus responsáveis tomem os devidos cuidados a fim de evitar qualquer espécie de "contaminaçao" indesejada, que acabe por desfalcar o time).
E, dentre tantas e tão destacadas figuras, no meio de tantas “cobras-criadas”, de tantas sumidades, permitimo-nos, sem receio de ferir suscetibilidades, nomear duas figuras que, em seus respectivos estilos, se destacam pela maneira séria, competente, leve, envolvente e gostosa de expor publicamente; de um lado, temos suas narrações de “causos”, “reminiscências”, “mungangas” e “presepadas”; e, quando necessário, a manifestação didática e de maneira incisiva e contundente das suas posições políticas, suas visões do mundo, suas ricas experiências de vida.
Referimo-nos aos honrados, íntegros e respeitáveis senhores José Flávio Vieira e José do Vale Pinheiro Feitosa, cratenses que ultrapassaram fronteiras e dignificam e orgulham todos nós, filhos da terra de Bárbara de Alencar.
São os nossos “MONSTROS SAGRADOS”.

O JORNALISMO-URUBÚ E A DOENÇA DE LULA


Guia de boas maneiras na política. E no jornalismo

Maria Inês Nassif

A cultura de tentar ganhar no grito tem prevalecido sobre a boa educação e o senso de humanidade na política brasileira. E o alvo preferencial do “vale-tudo” é, em disparada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por algo mais do que uma mera coincidência, nunca antes na história desse país um senador havia ameaçado bater no presidente da República, na tribuna do Legislativo. Nunca se tratou tão desrespeitosamente um chefe de governo. Nunca questionou-se tanto o merecimento de um presidente – e Lula, além de eleito duas vezes pelo voto direto e secreto, foi o único a terminar o mandato com popularidade maior do que quando o iniciou.
A obsessão da elite brasileira em tentar desqualificar Lula é quase patológica. E a compulsão por tentar aproveitar todos os momentos, inclusive dos mais dramáticos do ponto de vista pessoal, para fragilizá-lo, constrange quem tem um mínimo de bom senso. A campanha que se espalhou nas redes sociais pelos adversários políticos de Lula, para que ele se trate no Sistema Único de Saúde (SUS), é de um mau gosto atroz. A jornalista que o culpou, no ar, pelo câncer que o vitimou, atribuindo a doença a uma “vida desregrada”, perdeu uma grande chance de ficar calada.
Até na política as regras de boas maneiras devem prevalecer. Numa democracia, o opositor é chamado de adversário, não de inimigo (para quem não tem idade para se lembrar, na nossa ditadura militar os opositores eram “inimigos da pátria”). Essa forma de qualificar quem não pensa como você traz, implicitamente, a ideia de que a divergência e o embate político devem se limitar ao campo das ideias. Esta é a regra número um de etiqueta na política.
A segunda regra é o respeito. Uma autoridade, principalmente se se tornou autoridade pelo voto, não é simplesmente uma pessoa física. Ela é representante da maioria dos eleitores de um país, e se deve respeito à maioria. Simples assim. Lula, mesmo sem mandato, também o merece. Desrespeitar um líder tão popular é zombar do discernimento dos cidadãos que o apoiam e o seguem. Discordar pode, sempre.
A terceira regra de boas maneiras é tratar um homem público como homem público. Ele não é seu amigo nem o cara com quem se bate boca na mesa de um bar. Essa regra vale em dobro para os jornalistas: as fontes não são amigas, nem inimigas. São pessoas que estão cumprindo a sua parte num processo histórico e devem ser julgadas como tal. Não se pode fazer a cobertura política, ou uma análise política, como se fosse por uma questão pessoal. Jornalismo não deve ser uma questão pessoal. Jornalistas têm inclusive o compromisso com o relato da história para as gerações futuras. Quando se faz jornalismo com o fígado, o relato da história fica prejudicado.
A quarta regra é a civilidade. As pessoas educadas não costumam atacar sequer um inimigo numa situação tão delicada de saúde. Isso depõe contra quem ataca. E é uma péssima lição para a sociedade. Sentimentos de humanidade e solidariedade devem ser a argamassa da construção de uma sólida democracia. Os formadores de opinião tem a obrigação de disseminar esses valores.
A quinta regra é não se deixar contaminar por sentimentos menores que estão entranhados na sociedade, como o preconceito. O julgamento sobre Lula, tanto de seus opositores políticos como da imprensa tradicional, sempre foi eivado de preconceito. É inconcebível para esses setores que um operário, sem curso universitário e criado na miséria, tenha ascendido a uma posição até então apenas ocupada pelas elites. A reação de alguns jornalistas brasileiros que cobriram, no dia 27 de setembro, a solenidade em que Lula recebeu o título “honoris causa” pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, é uma prova tão evidente disso que se torna desnecessário outro exemplo.
No caso do jornalismo, existe uma sexta regra, que é a elegância. Faltou elegância para alguns dos meus colegas.
(*) Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo

Bye !