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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 24 de junho de 2012

São João Batista -- por Mons. Vitaliano Mattioli (*)


CRATO, 24 de junho de 2012 (ZENIT.org) - Como no céu estão muitas estrelas de varios tamanhos e luminosidades, assim entre os santos estão alguns que brilham de uma luz mais intensa. Um destes é São João Batista. Jesus disse falando dele: “Em verdade eu vos digo: entre todos os nascidos das mulheres, não surgiu quem fosse maior que João Batista” (Mt., 11, 11).
Ele constitui o fim de uma época e o início duma outra, o ponto de encontro na historia do mundo: é o ultimo profeta do Antigo Testamento e o que iniciou o Novo apresentando o Cristo como o Messias esperado. O mesmo Jesus o chama de limite quando diz: “A lei e os profetas até João Batista” (Lc, 16,16).

A sua existência pode ser dividida em três etapas, que exprimem a sua semelhança com o Cristo. Por primeiro o encontro com Jesus antes de nascer. Duas mulheres se encontram; duas parentes: Maria, jovem, grávida de Jesus; Isabel, sua prima, idosa mas também ela grávida de João. Dois meninos ainda não nascidos que misteriosamente se encontram e se reconhecem. João ainda não fala, mas a sua mãe experimenta no seu corpo o relacionamento dos dois meninos: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo” (Lc., I,41). A vocação de João pode-se comparar com a vocação dum outro grande profeta: Jeremias. Ele diz: “Veio a mim a palavra do Senhor: antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia; antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações” (Jer., I, 4-5). Nesta visita a presença do menino Jesus santifica o menino João e o elege consagrando-o para monstrar ao mundo o Messias.

A segunda etapa é um outro encontro. Todos dois agora têm 30 anos. Jesus inicia a sua missão e para João chegou o momento de apresentar o Messias esperado: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo., 1, 29). É o ponto mais alto da missão de João, mas tambem o momento da sua eclipse, da sua descida. A sua missão está para terminar. Admiramos a grande humildade junta à verdade. Não ha sedução de poder ou de interesse que tenha força de obscurecer a luz de sua consciência. Quando as pessoas perguntaram : “Quem es tu?”, ele com muita honestidade respondeu: “Eu não sou o Cristo. Eu sou a voz de quem grita no deserto” (Jo. 1, 19-23). Não era ele a luz; ele devia somente testemunhar a luz verdadeira. Diz o evangelista João: “Veio um homem, enviado por Deus, seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz” (João, 1, 6-7).

Ele era uma pessoa muita querida; muitos discipulos escutavam com devoção as suas palavras. Mas agora que Jesus inicia a sua missão ele convida o povo para escutar a palavra de Jesus. Ele era somente uma voz; Jesus ao contrario era a Palavra de Deus. Ele deve ir embora. A sua missão está terminada. Por isso diz: “É necessario que Ele cresça e eu diminua” (Jo. , 3,30).

A voz se faz muda. Em redor dele se faz o silêncio, que se conclue com o silêncio do cárcere.

A terceira etapa. A identificação com Cristo no testemunho e na morte. Jesus em frente a Pilatos disse: “Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade” (Jo., 18,37). Por isso foi condenado a morte. Tambem João chegou no mundo para testemunhar a verdade, que o único Messias é o Cristo. Mas tambem para testemunhar a verdade moral. Ao rei Herodes disse claramente: o teu comportamento não é conforme à moral natural. Por isso foi conduzido na prisão e matado, martire da verdade. Com a sua morte João preanuciou a morte de Jesus, que ofereceu a sua vida para testemunhar a verdade da sua divindade.

A voz de João ressoa até hoje. A sua mensagem tem uma grande atualidade.

O fim da sua vida foi de apresentar o Jesus como o Cristo, o Messias. Tambem hoje o povo deseja conhecer o Cristo. Mas precisa que alguem mostre o Cristo. Como cristãos comprometidos, São João nos convida a ser testemunhos de Cristo; mostrar o Cristo na sua totalidade, sem vergonha. Hoje o mundo precisa de Cristo, da sua pessoa, da sua doutrina, do seu carinho, do seu perdão. Esta é a nossa missão como batizados e como crismados: testemunhar Cristo e a sua doutrina na sua totalidade, sem medo.

Como João na realização desta sua missão encontrou a alegria e a felicidade, assim nós podemos chegar à verdadeira paz do coração somente vivendo integralmente a nossa realidade cristã.
João evitou qualquer compromisso com a verdade, com as exigências morais. Até a morte. Hoje se diz que a mensagem de Cristo, apresentada pela Igreja, é dura, que não é possivel escutá-la e pratica-la. Não devemos cair nesta tentação. Como João, tambem nós devemos ser coerentes e apresentar com a nossa vida a beleza da moral cristã, que não é uma moral de opressão mas de libertação. É a palavra de Cristo que nos liberta. A pertença ao Senhor requer o sentido profundo de referência e reconhecimento. Precisa coragem de fazer rupturas. Devemos recuperar a nossa personalidade e ter a força de monstrar a verdadeira autonomia, isto é viver um cristianismo integral. Sem medo. São João nos ofereceu o exemplo; nós devemos imitar-lo.

São João parece perder enfrente à violência do tirano Herodes. Ele pensava que matando o profeta tinha a capacidade de parar a sua voz. Mas na verdade tambem o tirano faleceu e permanece mudo. Ao contrario a voz e a mensagem de João ressoa tambem hoje e continua para sempre. A violência e a maldade nunca podem vencer. No final a verdade vence sempre. Os cristãos hoje são perseguidos; a Igreja parece morrer. Mas isso não é possivel. São João nos exorta: Não tenhais medo. Cristo é o vencedor. Ficais juntos com Ele e tambem vós como eu, sereis os vencedores.

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(*) Monsenhor Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e no Pontificio Instituto São Apollinare de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Depois de sua aposentadoria na Itália, fixou residência na cidade de Crato, Brasil onde é missionário Fidei Donum na Diocese de Crato.

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